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Transcrição:

http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conade/criacao_conselhos.asp DIRETRIZES PARA CRIAÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DOS DIREITOS DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA BRASÍLIA CONADE 2002 Ministério da Justiça / Paulo de Tarso Ramos Ribeiro Secretaria de Estado dos Direitos Humanos / Paulo Sérgio Pinheiro Departamento de Promoção dos Direitos Humanos / Hugo Luis Castro de Mello Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência / Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência / Adilson Ventura Reprodução autorizada, desde que citada a fonte de referência. Distribuição gratuita.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil Copyright@2002 by Ministério da Justiça Tiragem: 10.000 exemplares em tinta e 300 em braile Normalização: Maria Amélia Elisabeth Carneiro Veríssimo ( CRB 1 nº 303 ) Referência bibliográfica: Brasil / Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência. Diretrizes para Criação de Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência. Brasília: CORDE, 2002. 88 p.: 21 cm Ficha Catalográfica: C755d

Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência ( Brasil ). Diretrizes para Criação de Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência / Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência Brasília: Ministério da Justiça / O Conselho / 2002 / 88 p.: 21 cm 1. Deficiência 2. Deficiente Direitos Civis 1 Brasil / Ministério da Justiça. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. II. Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência ( Brasil ) III. Título CDD 346.810.135 Sumário Apresentação...07 O que é o Conselho Estadual / Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência...09 Principais atribuições e competências do Conselho Estadual / Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência...10

Para facilitar a criação dos Conselhos Estaduais / Municipais dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, sugere-se observar os seguintes procedimentos / orientações... 11 1. Quem pode criar um Conselho... 11 2.Legislação.... 12 3Como fazer para criar um Conselho...14 4. Qual a função dessa Comissão...14 5. De onde vêm os recursos para o funcionamento do Conselho...16 6. Quem são os integrantes do Conselho...17 7. Como definir as atribuições do Conselho...18 8. Qual a duração do mandato dos Conselhos...19 9. Qual a função do Conselheiro...19 10. Quem pode ser Presidente do Conselho...19 11. Qual a estrutura do Conselho...20 12. O Conselho exerce influência política...20 ANEXOS. Lei n.º 7 853 de 24 de outubro de 1989...23. Decreto n.º 3 298 de 20 de dezembro de 1999...34. Portaria n.º 537 de 1º de outubro de 1999...62. Portaria n.º 0154 de 28 de fevereiro de 2002...70. Resolução n.º 10/2002 de 10 de junho de 2002...78. Relação de Conselheiros / Entidades...79

Apresentação O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE, em parceria com a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência CORDE, instâncias da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, apresenta aos membros de Conselhos e futuros Conselheiros a publicação DIRETRIZES PARA A CRIAÇÃO DE CONSELHOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DOS DIREITOS DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA. Este manual foi especialmente preparado pelo CONADE com o intuito de oferecer orientação precisa, passada de forma clara e acessível, em formato leve e agradável. São apresentados os passos que devem ser observados por todos os grupos organizados envolvidos com a proposta de um conselho de direitos, estadual e municipal, voltado para o segmento das pessoas portadoras de deficiência. Elaborado como um guia de respostas às mais freqüentes perguntas formuladas ao CONADE, o documento esclarece qual a função do conselho e seus componentes e enumera as atribuições e competências de um órgão colegiado, de caráter deliberativo, o qual se fortalece por sua composição paritária de representantes das associações de e para pessoas portadoras de deficiência e de representantes da esfera governamental. Dentre as indagações que surgem está qual o instrumento jurídico que dá vida ao conselho. E este questionamento é, de fato, a base do processo legal para o bom conselho. O conselho de direitos da pessoa portadora de deficiência deverá ser permanente, autônomo, forte e imune às mudanças de natureza política. Assim, a sua origem precisa ser um ato proposto pelo Poder Executivo e legitimado, em forma de lei, pelo Poder Legislativo. Desse modo será instituído um conselho na estrutura do Estado, o qual não ficará, de forma alguma, submetido a influências partidárias. A defesa dos direitos - dos Direitos Humanos, é algo maior, com sentido de liberdade e de cidadania. Uma vez transformado em lei estadual ou municipal, o conselho de direitos da pessoa portadora de deficiência delibera sobre o seu regimento interno as normas de funcionamento, onde são previstas as situações ordinárias e as responsabilidades

da estrutura diretora, das comissões, das eleições, dos mandatos, etc. De igual importância reveste-se a elaboração de um fundo, no qual deve estar consignada a fonte orçamentária e a gestão financeira indispensáveis para a execução das atividades do conselho. O CONADE e a CORDE acreditam que este manual contribuirá para o cumprimento de uma das suas mais relevantes atribuições: fomentar o surgimento de conselhos estaduais e municipais, os quais constituem a rede de controle social da Política Nacional de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Isabel de Loureiro Maior Adilson Ventura Coordenadora Nacional da CORDE Presidente do CONADE O QUE É O Conselho Estadual / Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência O Conselho é uma instância superior de deliberação colegiada, de natureza permanente, cujo objetivo principal é a implantação, implementação e defesa dos direitos da pessoa portadora de deficiência, com capacidade de interiorização das ações, dispondo de autonomia administrativa e financeira. PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES e Competências do Conselho Estadual / Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência

_ Zelar pela efetiva implantação, implementação, defesa e promoção dos direitos da pessoa portadora de deficiência; _ Formular diretrizes e promover planos, políticas e programas nos segmentos da administração local/regional para garantir os direitos e a integração da pessoa portadora de deficiência; _ Acompanhar o planejamento e avaliar a execução, mediante relatórios de gestão, das políticas e programas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana e outras que objetivem a integração da pessoa portadora de deficiência; _ Opinar e acompanhar a elaboração de leis estaduais e municipais que tratem dos direitos da pessoa portadora de deficiência; _ Recomendar o cumprimento e divulgar as leis estaduais ou qualquer norma legal pertinentes aos direitos das pessoas portadoras de deficiência; _ Propor a elaboração de estudos e pesquisas que objetivem a melhoria da qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência; _ Propor e incentivar a realização de campanhas visando a prevenção de deficiências e a promoção dos direitos da pessoa portadora de deficiência; _ Receber e encaminhar aos órgãos competentes as petições, denúncias e reclamações formuladas por qualquer pessoa ou entidade, quando ocorrer ameaça ou violação de direitos da pessoa portadora de deficiência, assegurados nas leis e na Constituição Federal, exigindo a adoção de medidas efetivas de proteção e reparação. PARA FACILITAR A CRIAÇÃO dos Conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência, sugere-se observar os seguintes procedimentos / orientações:

1. Quem pode criar um Conselho Qualquer pessoa pode propor a criação de um Conselho Estadual / Municipal, que será criado mediante Lei Estadual / Municipal. Vale lembrar ser imprescindível que a vontade de criar um Conselho surja a partir de discussões de movimentos organizados de portadores de deficiência. 2. Legislação A criação de Conselhos é garantida pela Constituição Federal de 1988, mas é necessário a elaboração e a apresentação de um Projeto de Lei á Assembléia Legislativa / Câmara de Vereadores. Há vários caminhos para se conseguir a apresentação do Projeto de Lei, mas o caminho mais fácil é identificar alguém do governo estadual / municipal simpático à idéia, que poderá colaborar na elaboração do Projeto de Lei que o Chefe do Poder Executivo deverá encaminhar ao Legislativo para aprovação. Vale contar com a colaboração de advogado ( a ) de sindicato, partido político ou associação de bairro, com experiência na elaboração de projetos de lei, para a preparação de um texto formal. 3. Como fazer para criar um Conselho A pessoa ou pessoas interessadas devem identificar e mobilizar no estado / município as entidades

( movimento organizado ) de e para pessoas portadoras de deficiência ( todos os tipos de deficiência ) e organizações de diferentes segmentos da sociedade, para a formação de uma comissão de criação do Conselho. 4. Qual a função da Comissão A Comissão deve promover uma ampla discussão com os diversos setores da sociedade civil e com os movimentos organizados de pessoas portadoras de deficiência ( entidades de e para pessoas portadoras de deficiência ), não só para a transparência do processo, mas fundamentalmente para viabilizar a criação do Conselho. Por isso, deve envolver associações de e para pessoas portadoras de deficiência, entidades e / ou órgãos que trabalham com a pessoa portadora de deficiência, sindicatos de empregados e empregadores, educadores, comunidade científica, militantes de partidos políticos, deputados / vereadores, médicos, psicólogos, fisioterapeutas e qualquer outro profissional que trabalhe na área do portador de deficiência. Com a efetiva criação do Conselho, extingui-se a Comissão. 5. De onde vêm os recursos para o funcionamento do Conselho Caberá ao governo do respectivo Conselho Estadual / Municipal dotá-lo de orçamento e estrutura necessários para o seu pleno funcionamento, devendo, no Projeto de Lei de Criação do Conselho Estadual / Municipal, conter artigo que assegure tal recurso. Entretanto, na CORDE Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, há recurso destinado à implantação de Conselhos Estaduais / Municipais, com

apoio técnico e financeiro, objetivando o fortalecimento institucional e a capacitação dos Conselheiros. 6. Quem são os integrantes do Conselho O Conselho deve ser constituído paritariamente, por representantes de instituições governamentais e da sociedade civil, observando-se, entre outros requisitos, a representatividade e a efetiva atuação em nível estadual / municipal, relativamente à defesa dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. Os Conselheiros, titulares e suplentes, representantes dos órgãos governamentais e dos Ministérios Públicos serão indicados pelo Governador / Prefeito, pelo Procurador Geral do Estado e Procuradores Chefes do Trabalho e da República, devendo ter representação, pelo menos, das seguintes Secretarias de Estado / Município: Justiça, Trabalho, Ação Social, Saúde, Educação, Cultura, Turismo, Esporte, Infra-Estrutura, Transporte e Fazenda. Os Conselheiros, titulares e suplentes, representantes da sociedade civil, deverão ser escolhidos dentre as organizações / entidades de e para portadores de deficiências ( devendo abranger todas as áreas de deficiências ), Ordem dos Advogados do Brasil ( seccional, estadual e municipal ), sindicatos de empregados e empregadores, comunidade científica, etc. 7. Como definir as atribuições dos Conselhos Assim que os integrantes dos Conselhos tomarem posse, a primeira medida a ser adotada é a convocação de uma reunião de trabalho para definir e elaborar o Regimento Interno, que

deverá conter a natureza e as finalidades do Conselho, atribuições e competências, estrutura e regulamentar todas as atividades do Conselho. 8. Qual a duração do mandato dos Conselheiros A Lei da criação do Conselho deve definir a duração do mandato, que deve ser de pelo menos dois anos, devendo exercer no máximo dois mandatos consecutivos. 9. Qual a função dos Conselheiros Os Conselheiros participam e votam nas reuniões do Conselho, relatam matérias em estudo, promovem e apoiam o intercâmbio e a articulação entre instituições governamentais e privadas dentro das áreas de atuação do Conselho. Também encaminham as demandas da população portadora de deficiência, atuam na sensibilização da sociedade para promover a implantação, implementação e defesa dos direitos da pessoa portadora de deficiência, além de desempenhar outras atividades atribuídas pela presidência do Conselho. 10. Quem pode ser presidente do Conselho

O Presidente do Conselho deverá ser escolhido entre seus membros, por meio de eleição dentro do Conselho. A forma como se dará a eleição para a presidência do Conselho deve ser definida no Regimento Interno. 11. Qual a estrutura do Conselho A estrutura do Conselho deve ser definida no Regimento Interno. Sugere-se, observando-se a realidade local, que tenha: Plenário, Presidência, Comissões Temáticas e Permanentes e Secretaria Executiva. As Comissões Temáticas e Permanentes devem Ter como objetivo estudar, analisar, opinar e emitir parecer sobre matéria que lhe for atribuída e assessorar as reuniões plenárias nas áreas de sua competência. A Secretaria Executiva não deve ser exercida por um conselheiro e sim por um funcionário indicado pelo Governo, com cargo comissionado. As atribuições da Secretaria Executiva e demais órgãos do Conselho também devem ser definidas no Regimento Interno. 12. O Conselho exerce influência política Para seu funcionamento adequado, é preciso garantir a participação do Conselho junto ao governo estadual / municipal na definição de políticas relacionadas aos direitos da pessoa portadora de deficiência e seus respectivos orçamentos.

ANEXOS Lei 7853 de 24 de outubro de 1989 Dispõe sobre o apoio ás pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a COORDENADORIA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes e dá outras providências. O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1 Ficam estabelecidas normas gerais que assegurem o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei. 1º - Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito. 2º - As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações governamentais necessárias ao seu cumprimento e das demais disposições constitucionais e legais que lhes concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer espécie, e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade.

Art. 2 Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. Parágrafo Único Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos desta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas: I- NA ÁREA DA EDUCAÇÃO: a) A inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios; b) A inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas; c) A oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimentos públicos de ensino; d) O oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial à nível pré-escolar e escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência. e) O acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo; f) A matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino; II- NA ÁREA DA SAÚDE:

a) A promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do parto, do puerpério, à nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto risco, à imunização às doenças do metabolismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento precoce de outras doenças causadoras de deficiência. b) O desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidentes de trabalho e de trânsito, e de tratamento adequado às vítimas; c) A criação de uma rede de serviços especializados em reabilitação e habilitação; d) A garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência aos estabelecimentos de saúde públicos e privados, e de seu adequado tratamento neles, sob normas técnicas e padrões de conduta apropriados; e) A garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente grave não internado; f) O desenvolvimento de programas de saúde voltados para as pessoas portadoras de deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejem a integração social; III- NA ÁREA FORMAÇÃO PROFISSIONAL E DO TRABALHO a) O apoio governamental à formação profissional, à orientação profissional e a garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional; b) O empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinado às pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos empregos comuns;

c) A promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores público e privado, de pessoas portadoras de deficiência; d) A adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras de deficiência; IV- NA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS a) A formação de professores de nível médio para a Educação Especial, de técnicos de nível médio especializados na habilitação e reabilitação, e de instrutores para formação profissional; b) A formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversas áreas de conhecimento, inclusive de nível superior, atendam à demanda e às necessidades reais das pessoas portadoras de deficiência; c) O incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em todas as áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa portadora de deficiência; V- NA ÁREA DAS EDIFICAÇÕES a) A adoção e a efetiva execução de normas que garantam a funcionalidade das edificações e permitam o acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios de transporte. Art. 3 As ações civis públicas destinadas à proteção de interesses coletivos ou difusos das pessoas portadoras de deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal; por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção das pessoas portadoras de deficiência.

1º - Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias. 2º - As certidões e informações a que se refere o parágrafo anterior deverão ser fornecidas dentro de 15 ( quinze ) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução da ação civil. 3º - Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação. 4º - Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e, salvo quando se tratar de razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em julgado da sentença. 5º - Fica facultado aos demais legitimados ativos habilitarem-se como litisconsortes nas ações propostas por qualquer deles. 6º - Em caso de desistência ou abandono de ação, qualquer dos co-legitimados pode assumir a titularidade ativa. Art. 4 A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 1º - A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal. 2º - Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o Ministério Público.

Art. 5 O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas. Art. 6 O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10 ( dez ) dias úteis. 1º - Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do Ministério Público da inexistência de elementos para a propositura de ação civil, promoverá fundamentalmente o arquivamento do inquérito civil, ou das peças informativas. Neste caso, deverá remeter a reexame os autos ou as respectivas peças em 3 ( três ) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público, que os examinará, deliberando a respeito, conforme dispuser seu regimento. 2º - Se a promoção do arquivamento for reformada, o Conselho Superior do Ministério Público designará desde logo outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. Art. 7 Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta lei, no que couber, os dispositivos da Lei de n.º 7347 de 24 de julho de 1985. Art. 8 Constitui crime punível com reclusão de 1 ( um ) ano a 4 ( quatro ) anos e multa: I. Recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta;

II. Obstar sem justa causa, o acesso de alguém a qualquer cargo público, por motivos derivados de sua deficiência; III. Negar, sem justa causa, a alguém, por motivos derivados de sua deficiência, emprego ou trabalho. IV. Recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médicohospitalar e ambulatorial, quando possível, à pessoa portadora de deficiência. V. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta lei; VI. Recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público. Art. 9 A Administração Pública Federal conferirá aos assuntos relativos às pessoas portadoras de deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração social. 1º - Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação, coordenada e integrada, dos órgãos da Administração Pública Federal, e incluir-se-ão em Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam compreendidos planos, programas e projetos sujeitos a prazos e objetivos determinados. 2º - Ter-se-ão como Integrantes da Administração Pública Federal, para os fins desta lei, além dos órgãos públicos, das autarquias, das empresas públicas e sociedades de economia mista, as respectivas subsidiárias e as fundações públicas.

Art. 10 A coordenação, superior dos assuntos, ações governamentais e medidas, referentes às pessoas portadoras de deficiência incumbirá a órgão subordinado à Presidência da República, dotado de autonomia administrativa e financeira, ao qual serão destinados recursos orçamentários específicos. Parágrafo Único - A autoridade encarregada da coordenação superior mencionada no caput deste artigo caberá, principalmente, propor ao Presidente da República a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas e projetos e cumprir as instruções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos da Administração Pública Federal. Art. 11 Fica reestruturada, como órgão autônomo, nos termos do artigo anterior, a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência CORDE. 1º - (Vetado). 2º - O Coordenador contará com 3 (três) Coordenadores-Adjuntos, 4 (quatro) Coordenadores de Programas e 8 (oito) Acessores, nomeados em comissão, sob indicação do titular da CORDE. 3º - A CORDE terá, também, servidores titulares de Funções de Assessoramento Superior (FAS) e outros requisitados a órgãos e entidades da Administração Federal.

4º - A CORDE poderá contratar, por tempo e tarefa determinado, especialistas para atender necessidade temporária de excepcional interesse público. Art. 12 Compete à CORDE: I. Coordenar as ações governamentais e medidas que se refiram às pessoas portadoras de deficiência; II. Elaborar os planos, projetos e programas subsumidos na Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, bem como propor as providências necessárias a sua completa implantação e seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos a as de caráter legislativo; III. Acompanhar e orientar a execução, pela Administração Pública Federal, dos planos, programas e projetos mencionados no inciso anterior; IV. Manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência dos projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos recursos respectivos; V. Manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e o Ministério Público, estreito relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração social das pessoa portadora de deficiência. VI. Provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil de que trata esta Lei, e indicando-lhes os elementos de convicção;

VII. Emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos da Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; VIII. Promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade. Parágrafo Único Na elaboração dos planos, programas e projetos a seu cargo, deverá a CORDE recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas, bem como considerar a necessidade de efetivo apoio aos entes particulares voltados para a integração das pessoas portadoras de deficiência. Art. 13 ( Revogado pela Medida Provisória nº 1.779-6 de 10 de junho de 1999 ). A CORDE contará com o assessoramento de órgão colegiado, o Conselho Consultivo da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. 1º - A composição e o funcionamento do Conselho Consultivo da CORDE serão disciplinados em ato do Poder Executivo. Incluir-se-ão no Conselho representantes de órgãos e de organizações ligadas aos assuntos pertinentes à pessoa portadora de deficiência, bem como representante do Ministério Público Federal. 2º - Compete ao Conselho Consultivo:

I. Opinar sobre o desenvolvimento da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; II. Apresentar sugestões para o encaminhamento dessa política; III. Responder a consultas formuladas pela CORDE. 3º - O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente 1 ( uma ) vez por trimestre e, extraordinariamente, por iniciativa de 1/3 ( um terço ) de seus membros, mediante manifestação escrita, com antecedência de 10 ( dez ) dias, e deliberará por maioria de votos dos conselheiros presentes. 4º - Os integrantes do Conselho não perceberão qualquer vantagem pecuniária, salvo a de seus cargos de origem, sendo considerados de relevância pública os seus serviços. 5º - As despesas de locomoção e hospedagem de conselheiros, quando necessárias, serão asseguradas pela CORDE. Art. 14 ( Vetado ).

Art. 15 Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe esta Lei, será reestruturada a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, e serão instituídos, no Ministério do Trabalho, no Ministério da Saúde e no Ministério da Previdência e Assistência Social, órgãos encarregados da coordenação setorial dos assuntos concernentes às pessoas portadoras de deficiência. Art. 16 O Poder Executivo adotará, nos 60 ( sessenta ) dias posteriores à vigência desta lei, as providências necessárias à reestruturação e ao regular funcionamento da CORDE, como aquelas decorrentes do artigo anterior. Art. 17 Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos subsequentes, questões concernentes à problemática da pessoa portadora de deficiência, objetivando o conhecimento atualizado do número de pessoas portadoras de deficiência no país. Art. 18 Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de 12 ( doze ) meses contado da publicação desta lei, as ações necessárias à efetiva implantação das medidas indicadas no art. 2º desta lei. Art. 19 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 20 Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 24 de outubro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

José Sarney / João Batista de Abreu Medida Provisória n.º 1.799-6 de 10 de junho de 1999 D.O.U. de junho de 1999. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei: Art. 15 Revoga-se o art. 13 da Lei n.º 7.853 de 24 de outubro de 1989,... Decreto n.º 3.298 de 20 de dezembro de 1999 Regulamenta a Lei nº 7.853 de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.853 de 24 de outubro de 1989, DECRETA:

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência. Art. 2 Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bemestar pessoal, social e econômico. Art. 3 Para os efeitos deste decreto, considera-se: I. Deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; II. Deficiência Permanente aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e III. Incapacidade uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a

pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. Art. 4 É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: I. Deficiência física alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzem dificuldades para o desempenho de funções; II. Deficiência auditiva perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: a) de 25 a 40 decibéis ( db ) surdez leve; b) de 41 a 55 decibéis ( db ) surdez moderada; c) de 56 a 70 decibéis ( db ) surdez acentuada; d) de 71 a 90 decibéis (db) surdez severa; e) acima de 91 decibéis (db) surdez profunda; f) anacusia; III. Deficiência visual acuidade visual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20 ( tabela de Snellen ), ou ocorrência simultânea de ambas as situações;

IV. Deficiência mental funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes de dezoito anos e limitações associadas a duas áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho; V. Deficiência múltipla associação de duas ou mais deficiências. CAPÌTULO II DOS PRINCÍPIOS Art. 5 A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, em consonância com o Programa Nacional de Direitos Humanos, obedecerá aos seguintes princípios:

I. Desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil, de modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de deficiência no contexto sócio-econômico e cultural; II. Estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais e operacionais que assegurem às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar pessoal, social e econômico; e III. Respeito às pessoas portadoras de deficiência, que devem receber igualdade de oportunidades na sociedade por reconhecimento dos direitos que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos. CAPÌTULO III DAS DIRETRIZES Art. 6 São diretrizes da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência: I. Estabelecer mecanismos que acelerem e favoreçam a inclusão social da pessoa portadora de deficiência; II. Adotar estratégias de articulação com órgãos e entidades públicas e privadas, bem assim com organismos internacionais e estrangeiros para a implantação desta política; III. Incluir a pessoa portadora de deficiência, respeitadas as suas peculiaridades, em todas as iniciativas governamentais relacionadas à educação, à saúde, ao trabalho, à edificação pública, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à habilitação, à cultura, ao esporte e ao lazer;

IV. Viabilizar a participação da pessoa portadora de deficiência em todas as fazes de implementação dessa política, por intermédio de suas entidades representativas; V. Ampliar as alternativas de inserção econômica da pessoa portadora de deficiência, proporcionando a ela qualificação profissional e incorporação no mercado de trabalho; e VI. Garantir o efetivo atendimento das necessidades da pessoa portadora de deficiência, sem o cunho assistencialista. CAPÌTULO IV DOS OBJETIVOS Art. 7 São objetivos da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência: I. O acesso, o ingresso e a permanência da pessoa portadora de deficiência em todos os serviços oferecidos à comunidade; II. Integração das ações dos órgãos e das entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, transporte, assistência social, edificação pública, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando a prevenção das deficiências, à eliminação de suas múltiplas causas e à inclusão social; III. Desenvolvimento de programas setoriais destinados ao atendimento das necessidades especiais da pessoa portadora de deficiência; IV. Formação de recursos humanos para atendimento da pessoa portadora de deficiência; e V. Garantia da efetividade dos programas de prevenção, de atendimento especializado e de inclusão social.

CAPÌTULO V DOS INSTRUMENTOS Art. 8 São instrumentos da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência: I. A articulação entre entidades governamentais e não-governamentais que tenham responsabilidades quanto ao atendimento da pessoa portadora de deficiência, em nível federal, estadual, do Distrito Federal e municipal; II. O fomento à formação de recursos humanos para adequado e eficiente atendimento da pessoa portadora de deficiência; III. A aplicação de legislação específica que disciplina a reserva de mercado de trabalho, em favor da pessoa portadora de deficiência, nos órgãos e nas entidades públicas e privadas; IV. O fomento da tecnologia de bioengenharia voltada para a pessoa portadora de deficiência, bem como a facilitação da importação de equipamentos; e V. A fiscalização do cumprimento da legislação pertinente à pessoa portadora de deficiência. CAPÌTULO VI DOS ASPECTOS INSTITUCIONAIS

Art. 9 Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta deverão conferir, no âmbito das respectivas competências e finalidades, tratamento prioritário e adequado aos assuntos relativos à pessoa portadora de deficiência, visando assegurar-lhe o pleno exercício de seus direitos básicos e a efetiva inclusão social. Art. 10 Na execução deste Decreto, a Administração Pública Federal direta e indireta atuará de modo integrado e coordenado, seguindo planos e programas, com prazos e objetivos determinados, aprovados pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência CONADE. Art. 11 Ao CONADE, criado no âmbito do Ministério da Justiça como órgão superior de deliberação colegiada, compete: I. Zelar pela efetiva implantação da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; II. Acompanhar o planejamento e avaliar a execução das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana e outras relativas à pessoa portadora de deficiência; III. Acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária do Ministério da Justiça, sugerindo as modificações necessárias à consecução da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; IV. Zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo de defesa dos direitos da pessoa portadora de deficiência; V. Acompanhar e apoiar as políticas e as ações do Conselho do Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios;

VI. Propor a elaboração de estudos e pesquisas que objetivem a melhoria da qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência; VII. Propor e incentivar a realização de campanhas visando à prevenção de deficiências e à promoção dos direitos da pessoa portadora de deficiência; VIII. Aprovar o plano de ação anual da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência CORDE; IX. Acompanhar, mediante relatórios de gestão, o desempenho dos programas e projetos da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; e X. Elaborar o seu regimento interno. Art. 12 O CONADE será constituído, paritariamente, por representantes de instituições governamentais e da sociedade civil, sendo a sua composição e o seu funcionamento disciplinados em ato do Ministro de Estado da Justiça. Parágrafo Único Na composição do CONADE, o Ministro de Estado da Justiça disporá sobre os critérios de escolha dos representantes a que se refere este artigo, observando, entre outros, a representatividade e a efetiva atuação, em nível nacional, relativamente à defesa dos direitos da pessoa portadora de deficiência. Art. 13 Poderão ser instituídas outras instâncias deliberativas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios que integrarão sistema descentralizado de defesa dos direitos da pessoa portadora de deficiência.

Art. 14 Incumbe ao Ministério da Justiça, por intermédio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, a coordenação superior, na Administração Pública Federal, dos assuntos, das atividades e das medidas que se refiram às pessoas portadoras de deficiência. 1º - No âmbito da Secretaria do Estado dos Direitos Humanos, compete à CORDE: I. Exercer a coordenação superior dos assuntos, das ações governamentais e das medidas referentes à pessoa portadora de deficiência; II. Elaborar os planos, programas e projetos da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, bem como propor as providências necessárias à sua completa implantação e ao seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos financeiros a as de caráter legislativo; III. Acompanhar e orientar a execução pela Administração Pública Federal dos planos, programas e projetos mencionados no inciso anterior; IV. Manifestar-se sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, dos projetos federais a ela conexos antes da liberação dos recursos respectivos; V. Manter com os Estados, o Distrito Federal, os municípios e o Ministério Público, estreito relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração das pessoas portadoras de deficiência; VI. Provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe sobre fatos que constituam objeto de ação civil de que trata a Lei n.º 7.853 de 24 de outubro de 1989, indicando-lhe os elementos de convicção; VII. Emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos da Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; e

VIII. Promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade. 2º - Na elaboração dos planos e programas a seu cargo, a CORDE deverá: I. Recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas; e II. Considerar a necessidade de ser oferecido efetivo apoio às entidades privadas voltadas à integração social da pessoa portadora de deficiência. CAPÌTULO VII DA EQUIPARAÇÃO DE OPORTUNIDADES Art. 15 Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal prestarão direta e indiretamente à pessoa portadora de deficiência os seguintes serviços: I. Reabilitação integral, entendida como o desenvolvimento das potencialidades da pessoa portadora de deficiência, destinada a facilitar sua atividade laboral, educativa e social; II. Formação profissional e qualificação para o trabalho; III. Escolarização em estabelecimentos de ensino regular com a provisão dos apoios necessários, ou em estabelecimentos de ensino especial; e IV. Orientação e promoção individual, familiar e social. SEÇÃO II DA SAÚDE

Art. 16 Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta, responsáveis pela saúde devem dispensar aos assuntos objeto deste Decreto tratamento prioritário e adequado, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas: I. A promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do metabolismo e seu diagnóstico, ao encaminhamento precoce de outras doenças causadoras de deficiência, e à detecção precoce das doenças crônico-degenerativas e a outras potencialmente incapacitantes; II. O desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidentes domésticos, de trabalho, de trânsito e outros, bem como o desenvolvimento de programa para tratamento adequado a suas vítimas; III. A criação de rede de serviços regionalizados, descentralizados e hierarquizados em crescentes níveis de complexidade, voltada ao atendimento à saúde e reabilitação da pessoa portadora de deficiência, articulada com os serviços sociais, educacionais e com o trabalho; IV. A garantia de acesso da pessoa portadora de deficiência aos estabelecimentos de saúde públicos e privados e de seu adequado tratamento sob normas técnicas e padrões de conduta apropriados; V. A garantia de atendimento domiciliar de saúde voltados ao portador de deficiência grave não internado; VI. O desenvolvimento de programas de saúde voltados para a pessoa portadora de deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejem a inclusão social; e

VII. O papel estratégico da atuação dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde da família da disseminação das práticas e estratégias de reabilitação baseada na comunidade. 1º - Para os efeitos deste decreto, prevenção compreende as ações e medidas orientadas a evitar as causas das deficiências que possam ocasionar incapacidade e as destinadas a evitar sua progressão ou derivação em outras incapacidades. 2º - A deficiência ou incapacidade deve ser diagnosticada e caracterizada por equipe multi-disciplinar de saúde, para fins de concessão de benefícios e serviços. 3º - As ações de promoção de qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência deverão também assegurar a igualdade de oportunidades no campo da saúde. Art. 17 É beneficiária do processo de reabilitação a pessoa que apresenta deficiência, qualquer que seja a sua natureza, agente causal ou grau de severidade. 1º - Considera-se reabilitação o processo de duração limitada e com objetivo definido, destinado a permitir que a pessoa com deficiência alcance o nível físico, mental ou social funcional ótimo, proporcionando-lhe os meios de modificar sua própria vida, podendo compreender medidas visando a compensar a perda de uma função ou uma limitação funcional e facilitar ajustes ou reajustes sociais. 2º - Para efeito do disposto neste artigo, toda pessoa que apresente redução funcional devidamente diagnosticado por uma equipe multiprofissional terá direito a beneficiar-se dos

processos de reabilitação necessários para corrigir ou modificar seu estado físico, mental ou sensorial, quando este constitua obstáculo para sua integração educativa, laboral e social. Art. 18 Incluem-se na assistência integral à saúde e reabilitação da pessoa portadora de deficiência a concessão de órtoses, próteses, bolsas coletoras e materiais auxiliares, dado que tais equipamentos complementam o atendimento, aumentando as possibilidades de independência e inclusão da pessoa portadora de deficiência. Art. 19 Consideram-se ajudas técnicas, para os efeitos deste decreto, os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. Parágrafo Único São ajudas técnicas: I. Próteses auditivas, visuais e físicas; II. Órteses que favoreçam a adequação funcional; III. Equipamentos e elementos necessários à terapia e reabilitação da pessoa portadora de deficiência; IV. Equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente desenhados ou adaptados para uso por pessoa portadora de deficiência; V. Elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários para facilitar a autonomia e a segurança da pessoa portadora de deficiência;

VI. Elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a sinalização para pessoa portadora de deficiência; VII. Equipamentos e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação da pessoa portadora de deficiência; VIII. Adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a melhoria funcional e a autonomia pessoal; e IX. Bolsas coletoras para os portadores de ostomia. Art. 20 É considerado parte integrante do processo de reabilitação o provimento de medicamentos que favoreçam a estabilidade clínica e funcional e auxiliem na limitação da incapacidade, na reeducação funcional e no controle das lesões que geram incapacidades. Art. 21 O tratamento e a orientação psicológica serão prestados durante as distintas fases do processo reabilitador, destinados a contribuir para que a pessoa portadora de deficiência atinja o mais pleno desenvolvimento de sua personalidade. Parágrafo Único O tratamento e os apoios psicológicos serão simultaneamente aos tratamentos funcionais e, em todos os casos, serão concedidos desde a comprovação da deficiência ou do início de um processo patológico que possa originá-la. Art. 22 Durante a reabilitação, será propiciada, se necessária, assistência em saúde mental com a finalidade de permitir que a pessoa submetida a esta prestação desenvolva ao máximo suas capacidades.