O planejamento numa nova era da tecnologia e da economia da energia

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Transcrição:

O planejamento numa nova era da tecnologia e da economia da energia Fontes Renováveis e Redes Inteligentes no Planejamento Energético Nacional Rio de Janeiro, 19 de Setembro de 2018 Luciano Basto Oliveira

Como fizemos?

Capacidade Instalada [GW] Construímos hidrelétricas, basicamente Década de 70: Substituição de importação Disponibilidade de Capital Políticas Desenvolvimentistas Década de 80: Desaceleração (crise da dívida), mas não para. Após 1995: Após reforma no setor, hidros continuam sendo investimentos atrativos. Regulação contribui com o compartilhamento de riscos entre desenvolvedores Geração Elétrica (2017): Biomassa; 8% Nuclear; 2% Solar; 0,10% Hidro; 65% Gás Natural; 11% Eólica; 7% Outras Fósseis; 7%

Nossos reservatórios são conectados eletricamente Operação coordenada entre diferentes bacias: Sistema de Transmissão acomoda cheias em cada bacia hidrográfica; Reduz o efeito da variabilidade sazonal; Fornece mais segurança no atendimento elétrico. Fonte: ONS

Historicamente, hidrelétricas (com grandes reservatórios) atenderam nossas necessidades de flexibilidade e demanda máxima Características construtivas das hidrelétricas: Para aproveitar as boas condições hidrológicas de cada bacia capacidade instalada muito maior que a média do output e energia firme Reservatórios com capacidade significativa achatamento dos custos marginais diários/semanais de operação Essas e outras características permitiram fornecer flexibilidade a baixos custos incrementais, apesar das limitações de operação (e.g., vazão min e máx) que sempre existiram. Adequação do Suprimento Disponível em português Energia Capacidade Flexibilidade Reserva Operativa

Modelos regulatório, comercial e operativo foram criados neste contexto Alguns exemplos do modelo atual : Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) semanal, com patamares. MON TUE WED THU FRI SAT Light load Medium load Heavy load SUN Serviços Ancilares não são contratados competitivamente: Ex. Reserva secundária: seleção direta dos fornecedores (todas hidros), com pagamento regulado basicamente para cobrir custos de controle e despesas de O&M com pessoal. Tarifas de Baixa Tensão: maioria dos consumidores expostos a uma tarifa fixa, sem nenhum sinal econômico

Com as hidrelétricas, conseguimos lidar com variações abruptas de carga Fonte: ONS

O caminho da eletricidade Geração Transmissão Distribuição Icons made by Freepik from www.flaticon.com Consumo

A nova era da energia

Disponibilidade para a expansão 2015-2050 Não Renováveis Fáceis Renováveis Fáceis Não Renováveis Difíceis Renováveis Difíceis

Energia Armazenada/Carga Mensal Nossa capacidade de armazenamento relativa está diminuindo. 7 6 5 4 3 2 1 0 Fonte: ONS

As mudanças climáticas podem impactar ainda mais nossos cenários Estudos dos impactos na oferta e na demanda de eletricidade são muito importantes Mudanças na hidrologia podem afetar a oferta de flexibilidade; Perfil de carga pode mudar (maior uso de ar condicionado?).

MW Menos água -> Cota menor nas hidrelétricas -> Menor potência 100.000 90.000 Disponibilidade das hidrelétricas para atendimento da ponta em 2026 15 GW 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% % das Séries Hidrológicas Históricas Jan Feb Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

MWméd A recuperação da economia vai exigir novos investimentos Taxa de Crescimento do PIB 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 Cenário Referência 0,5% 1,8% 2,1% 2,7% 2,8% 2,8% 2,9% 3,0% 3,0% 3,0% 2,5% Cenário Alternativo 1,7% 2,8% 3,1% 3,2% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,5% 3,2% 120.000 2017-2026 100.000 80.000 Necessidade de nova oferta no horizonte decenal: 10,000 15,000 MWméd 60.000 40.000 20.000 2-3x Portugal (2014). Referência: EIA 0 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 Oferta Existente + Contratada Necessidade de Expansão Carga Cenário Alternativo Sobra Contratual Carga Cenário de Referência Nota: micro e minigeração distribuída já descontada da carga.

A maioria do nosso potencial hidrelétrico remanescente está na região amazônica Região Hídrica Potencial Remanescente % (MW) Amazônica 33.278 64% Atlântico Leste 807 2% Atlântico Sudeste 1.194 2% Atlântico Sul 327 1% Paraguai 38 0% Paraná 2.952 6% Parnaíba 615 1% São Francisco 1.839 4% Tocantins-Araguaia 7.952 15% EPE (2017) Várias barreiras socioambientais que dificultam o aproveitamento do potencial Uruguai 2.865 6% Total 51.868 100% Somente 23% sem interferência UHE Castanheira (140 MW)

GW GW Potencial de UHE Potencial inventariado O PNE 2050 considerará apenas o potencial hidrelétrico inventariado pós PDE 2026 (6 GW). A base de UHEs, incluindo dados de potência e custos, foi atualizada. O conjunto de projetos inventariados pós PDE 2026 soma ~ 45 GW (6 GW livres). 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 29,6 Localização do potencial hidrelétrico 0,8 1,2 0,3 2,2 0,0 0,6 1,8 Região hidrográfica 7,6 1,9 PCH: Potencial de 16 GW (Inventariado). Classificação socioambiental Com base na localização dos eixos dos projetos e dos respectivos reservatórios foi feita a classificação socioambiental, que indica se os projetos apresentam ou não interferência em áreas protegidas (Unidades de conservação, Terras Indígenas e Territórios Quilombolas). 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Classificação socioambiental do potencial 29,7 Interfere em TI ou TQ 6,1 Interfere em UC de PI 4,2 Interfere em UC de US 6,2 Não interfere em UC, TI e TQ

Nós temos grande potencial fotovoltaico Plantas de Grande Porte Excluindo áreas com vegetação nativa: Faixa de irradiação (Wh/m².dia) Potência Fotovoltaica (GWp) 4400-4800 24 4800-5100 747 5100-5400 4.803 5400-5500 2.618 5500-5600 3.406 5600-5800 10.101 5800-6000 6.513 6000-6200 307 4 27 15 SP MG BA PI 260 Referência: EPE Livro Energia Renovável, 2016

E pequeno porte - Potencial Técnico Fotovoltaico (Geração Distribuída Residencial) Potencial 2,2x maior que o consumo residencial Referência: EPE - Nota Técnica DEA 19/14 Inserção da Geração Fotovoltaica Distribuída no Brasil Condicionantes e Impactos

E Potencial Eólico também Altura 100 m 150 m Potencial por Estado (>7m/s) Capacidade Energia Capacidade Anual (GW) (GWh) (GW) Energia Anual (GWh) Alagoas 2008 0,6 1.340 - - Bahia 2013 70 273.500 195 766.500 Espírito Santo 2009 1,1 2.397 - - Minas Gerais 2010 39 92.076 - - Paraná 2007 3,4 9.386 - - Rio de Janeiro 2002 2,8 8.872 - - Rio Grande do Norte 2003 27 69.293 - - Rio Grande do Sul 2014 103 382.000 245 911.000 São Paulo 2012 0,6 1.753 - - Total 247 839.277 440 1.677.500 Fonte: Preparado pela EPE com fontes diversas

RECURSOS - Eólica offshore O Brasil não possui nenhum parque eólico offshore, mas já existem 3 projetos com solicitação de licença ambiental no Ibama, mostrando que o mercado está estudando o assunto. A média da magnitude do vento offshore no Brasil apresenta variação entre 7 e 12 m/s, com valores mínimos próximos à costa de São Paulo e valores máximos próximos à costa de Sergipe e Alagoas. m/s A área de menor profundidade (até 20 m), maior proximidade da costa (até 10 km) e maior velocidade de vento (a partir de 9 m/s) atinge 16.858 km², correspondente a três vezes o Distrito Federal, e tem um potencial de aproximadamente 75 GW. Bóias da Marinha a 50 km da costa identificam fator de capacidade superior a 90%. Ministério 20 de Minas e Energia

Contracted Capacity [MW] Nos últimos anos, contratamos muitas eólicas e FV Expansão recente nos leilões de energia: (apenas parte da história, pois eólica também evoluiu no Mercado Livre) 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Hydro Thermal (Fossil) Biomass Wind PV Eólica e Solar: 9% da capacidade instalada nacional em 2018. CCEE data

O Brasil tem seu compromisso de redução de emissões... Limitar o aumento da temperatura em até 2 C Em relação aos níveis pré-industriais Compromisso Global 2500 2000 1500 1000 500-37% -43% Compromisso brasileiro 0 2005 2025 2030 Emissões (MtCO2eq) A NDC do Brasil aplica-se ao conjunto da economia e, portanto, baseia-se em caminhos flexíveis para atingir os objetivos de 2025 e 2030.

... Mas o setor elétrico contribui pouco, atualmente Emissões Líquidas de CO2-eq por setor (2014) Emissões de CO2-eq no setor de energia (2014) Resíduos 5% Processos Industriais 7% Mudança de Uso da Terra e Floresta 20% Energia 36% Setor Elétrico 17% Transportes 43% Agropecuária 32% Outros 20% Industrial 20% Emissões do Setor Elétrico = 36% x 17% = 6% Referência: Emissões por setor - SEEG Brasil. Emissões no setor de energia calculadas a partir de dados do BEN e da EPE. Nota: CO2 equivalente por setor calculado com base no GWP-AR2.

Average Prices [USD-jul18/MWh] Atualmente, solar e eólica são mais baratas que outras fontes 120 Preço médio nos leilões de Energia [USD jan18 /MWh] 100 80 60 40 20 US$ 36/MWh US$ 21/MWh 0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Referência: CCEE Eólica FV Hidro Gás Natural Biomassa PCH

Na geração distribuída, o número de sistemas FV MINI/MICROGENERATION STATUS está decolando 45000 40000 35000 38.500 Sistemas FV 370 MW 30000 25000 20000 15000 10000 5000 Atualização da REN 482 0 01/04/2012 14/08/2013 27/12/2014 10/05/2016 22/09/2017 04/02/2019 Industrial 9% Rural 7% Residencial 37% Outros 4% Comercial 43% Dados de Setembro de 2018 Referência: ANEEL Regulação favorável + redução de custos + aumento das tarifas = aumento exponencial da micro e minigeração fotovoltaica

Mercado de GD Diversidade de modelos de negócios e regulação no Brasil Uso no Local (individual ou em grupo) Compensação Remota Geração Compartilhada Venda para Distribuidoras (VRES) Diferentes modelos de negócio sendo praticados Venda clássica Venda parcelada Cooperativas Locação BOO (Build-Own-Operate)

Capacidade Instalada (MW) Energia Gerada (MWméd) A micro e a minigeração no PDE 2026 4.000 3.500 3,9 GW 800 700 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 600 500 400 300 200 100 0 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 - Energia (Total) Fotovoltaica Biogás 800 mil unidades consumidoras com micro e minigeração FV em 2026 Nota: Projeção inclui contratação via VRES

O Nordeste já nos dá uma amostra dos desafios desse contexto Ex.: geração eólica NE (26 de junho de 2017): [GW] Mix diário de atendimento no NE (4 de Outubro de 2017) 30.1% 54.3% 13.3% 12 GW Carga ~ 1.4GW 1h45 0 Eólica

Participação das fontes (% da potência instalada) Como ficará a matriz (potência instalada) em 2026? 70% 60% 50% 64% 64% 63% 62% 60% 59% 57% 55% 53% 52% 40% 30% 20% 21% 22% 23% 24% 25% 26% 27% 28% 29% 30% 10% 15% 14% 14% 14% 14% 14% 14% 13% 12% 13% 0% 6% 6% 4% 0% 0% 0% 0% 1% 1% 2% 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 Alternativa para Ponta Hidráulica PCH+EOL+BIO+SOL Térmica Cenário Referência Redução da participação hidrelétrica e o aumento de renováveis variáveis exige alternativas de atendimento à ponta.

PDE 2026 indica enorme necessidade de alternativas de ponta Composição das adições (incrementos) de geração no cenário Referência do PDE 2026 Térmica - Gás Natural 6% Hidrelétrica 6% PCH 4% Biomassa 8% Alternativa de Ponta 30% Fotovoltaica 17% Eólica 29% Nota: exclui expansão já contratada

Essa função pode ser realizada por diversas alternativas Usinas termelétricas de partida rápida; Repotenciação ou instalação de unidades geradoras adicionais em usinas hidrelétricas existentes; Usinas hidrelétricas reversíveis; Gerenciamento pelo lado da demanda; Armazenamento químico de energia (baterias).

A estrutura presente e futura do setor elétrico Maior número de agentes; Decisão nem sempre com base em aspectos econômicos -> mais incerteza para o planejamento

Alternativas para lidar com a crescente participação de fontes variáveis na matriz elétrica Brasileira - Flexibilidade

Muitos sistemas já funcionam com grande participação de fontes variáveis

Principais alternativas para prover flexibilidade ao sistema Opções de baixo custo, mas que exigem mudanças institucionais Fonte: Cochran et al. (2014). Flexibility in 21st Century Power Systems.

Nós já temos uma boa fonte de flexibilidade Como utilizá-la melhor para isso? Exemplo de um balanço horário de energia Aumento da geração termelétrica pode ser uma boa alternativa para explorar melhor as hidrelétricas existentes.

Baterias têm se mostrado uma grande promessa... Pesquisa de preços de baterias de íon-lítio -73% Referência: Bloomberg New Energy Finance. https://data.bloomberglp.com/bnef/sites/14/2017/07/bnef-lithium-ion-battery-costs-and-market.pdf

Casamento Solar + Baterias começa a ficar competitivo Estudo LAZARD de Custo Nivelado FV + Baterias = US$ 82/MWh Referência: LAZARD https://www.lazard.com/media/450337/lazard-levelizedcost-of-energy-version-110.pdf

Contratos Solar + Baterias começam a aparecer com custos razoáveis Referência: Utility Dive, 23 de maio de 2017 Preço com subsídio. Sem subsídio, estimativa de ser US$ 0,09/kWh (https://www.utilitydive.com/news/how-can-tucson-electric-get-solar-storage-for-45kwh/443715/) Referência: Utility Dive, 10 de janeiro de 2017

Contratos Solar + Baterias começam a aparecer com custos razoáveis muito baixos! Projetos previstos para entrar em operação em 2023 A partir de 2021, o incentivo fiscal federal (ITC) vai ser reduzido de 30% para 10% Referência: GreenTech Media, 8 de janeiro de 2018

Baterias atrás do medidor podem contribuir também

Mas... E se os consumidores decidirem sair da rede? O interesse em sair do grid, segundo buscas no Google Fonte: Google Trends

Como será o futuro? Difícil de ver. Sempre em movimento está o futuro. Yoda.

Como será o futuro? Difícil de ver. Sempre em movimento está o futuro. Yoda. Sua tarefa não é de prever o futuro, mas sim de o permitir. Antoine de Saint-Exupéry

Como o planejamento se adapta a essa nova era? Melhorias nos modelos Melhorar resolução temporal (horária); Melhorar a integração entre estudos de transmissão e geração (e.g. aumentar resolução espacial, adicionando mais subsistemas); Melhorar a representação de incertezas das renováveis; Operação detalhada; Mehorar representação do armazenamento. Disponível em português e inglês

Estudo EPE aponta aperfeiçoamentos para lidar com Recursos Energéticos Distribuídos CONTEXTO MODELOS ANÁLISES FOCO Novas tecnologias distribuídas Papel mais ativo do consumidor Decisão nem sempre com base em preço Maior incerteza no planejamento Maior granularidade espacial e temporal Inclusão de novas tecnologias Valoração dos serviços e externalidades Modelos comportamentais Interação vertical (G, T, D & RED) Interação horizontal (transportes, calor) Maior volume de dados Cenários e análises de sensibilidade Tomada de decisão sob risco e incerteza Avaliação de Impactos Suporte às políticas públicas e regulação setorial Criar condições isonômicas para as inovações acontecerem Icons made by Smashicons, Becris, Eucalyp, and Freepik from www.flaticon.com

Como o planejamento se adapta a essa nova era? Mudança de Perspectiva Interpretação dos planos de expansão como instrumentos para subsidiar o desenho de políticas e regulação setorial Ajudar a criar um campo equilibrado

MME lançou um Projeto de Lei para modernizar o modelo do setor elétrico Publicado em fevereiro, depois de mais de 200 contribuições via Consulta Pública 33; Principais pontos : PLD passa de semanal para horário; Separação de lastro e energia; Mudança do mecanismo de formação de preço: Custo para oferta de preços; Menos barreiras para acessar o Mercado Livre; Sinal locacional nas tarifas de uso da rede: Transmissão: mandatório; Distribuição: para ser avaliado; Proposta de Lei em Comissão na Câmara dos Deputados

Luciano Basto Oliveira E-mail: luciano.oliveira@epe.gov.br Avenida Rio Branco, 1-11 o andar 20090-003 - Centro - Rio de Janeiro http://www.epe.gov.br/ Twitter: @EPE_Brasil Facebook: EPE.Brasil