SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA DE CICLO SEMITARDIO/TARDIO EM RONDONÓPOLIS MT Andréia Queiróz dos Santos 1, Analy Castilho Polizel 2, Maurício Apolônio de Lima 3, Márcio Koetz 4, Osvaldo Toshiyuki Hamawaki 5 1. Graduada em Engenharia Agrícola e Ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis-Brasil (andreia_qds@hotmail.com) 2. Professora Doutora da Universidade Federal de Mato Grosso 3. Graduado em Engenharia Agrícola e Ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso 4. Professor Doutor da Universidade Federal de Mato Grosso 5. Professor Doutor da Universidade Federal de Uberlândia Recebido em: 30/09/2013 Aprovado em: 08/11/2013 Publicado em: 01/12/2013 RESUMO A grande expansão da área cultivada no mundo proporcionou aumento do número e severidade das doenças que afetam a soja, entre elas a ferrugem asiática. Sua importância no Brasil pode ser avaliada pela sua rápida expansão, virulência e montante de perdas causadas. Objetivou-se com este trabalho avaliar linhagens de soja de ciclo semitardio/tardio, quanto à resistência parcial à ferrugem asiática da soja e caracteres agronômicos desejáveis, durante a safra agrícola 2012/2013, em Rondonópolis MT. Foram avaliados 30 genótipos provenientes do programa de melhoramento genético da Universidade Federal de Uberlândia na safra agrícola (2012/13). Os tratamentos foram dispostos em delineamento experimental em blocos casualizados com três repetições. Para avaliação dos genótipos quanto à ferrugem asiática da soja, foram feitas a contagem do número de pústulas por centímetro quadrado e severidade, sendo as mesmas feitas quinzenalmente, totalizando cinco avaliações. Após obtenção dos dados, procedeu-se o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). As avaliações dos caracteres agronômicos foram realizadas com base no estádio fenológico da planta. As médias foram submetidas à análise de variância e comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade. Após realização das análises estatísticas, conclui-se que os genótipos UFUS 20 e UFUS Impacta apresentaram maiores desempenhos quanto aos caracteres número de dias para a floração e altura na maturação, enquanto UFUS Xavante e Msoy 8866 apresentaram maiores valores de produtividade, alcançando 4221 e 4628 kg ha -1, respectivamente. PALAVRAS-CHAVE: Glycine max (L.) Merrill, Phakopsora pachyrhizi, Melhoramento genético. SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA DE CICLO SEMITARDIO/TARDIO EM RONDONÓPOLIS MT ABSTRACT The great expansion of cultivated area in the world led to an increase in the number and severity of diseases affecting soybean, including soybean rust. Its importance in Brazil can be evaluated by its rapid expansion, virulence and amount of loss caused. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2358 2013
The objective of this work to evaluate soybean lines cycle medium late / late, as the partial resistance to soybean rust and agronomic characters during the growing crop 2012/13 in Rondonópolis - MT. Were evaluated 30 genotypes from the breeding program of the Federal University of Uberlândia in the crop (2012/13). The treatments were arranged in a randomized complete block design with three replications. For evaluation of genotypes for Asian soybean rust, were made by counting the number of pustules per square centimeter and severity, the same being made fortnightly, totaling five evaluations. After obtaining the data, we proceeded to calculate the area under the disease progress curve (AUDPC). Evaluations of agronomic characters were based on phenological stage of the plant. The medium were submitted to analysis of variance and compared by the Scott Knott test at 5% probability. After completion of the statistical analyzes, concluded that genotypes UFUS 20 and UFUS Impacta showed higher performances as the characters days to flowering and height at maturity, while UFUS Xavante and Msoy 8866 showed higher productivity, reaching 4221 and 4628 kg ha -1, respectively. KEYWORDS: Glycine max (L.) Merrill, Phakopsora pachyrhizi, Breeding. INTRODUÇÃO A soja (Glycine max (L.) Merrill) é considerada como uma das mais importantes oleaginosas cultivada no Brasil e no mundo (ROESSING & GUEDES 1993), devido aos elevados teores de proteína, óleo e pelo alto rendimento de grãos (EMBRAPA, 2006). Sua evolução começou com o aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos naturais, entre duas espécies de soja selvagem, que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China (EMBRAPA, 2003). De acordo com FREITAS (2011), o avanço no crescimento da soja no país se deve ao desenvolvimento tecnológico, ao lançamento de cultivares altamente produtivas, com capacidade de adaptação a diversas regiões e resistentes a várias doenças. As doenças que ocorrem na soja estão entre um dos principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos. Cerca de 40 doenças foram identificadas no Brasil e devido à expansão da soja para novas áreas, esse número tende a aumentar. As perdas anuais de produção por doenças são estimadas em cerca de 15% a 20%, sendo que, algumas doenças podem ocasionar perdas de quase 100% (EMBRAPA, 2011). Entre as principais doenças destaca-se a ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo P. pachyrhizi (EMBRAPA, 2006). A ferrugem asiática é uma das doenças mais antigas da soja. Seu controle deve compreender diversas medidas conjuntas como: semear na época recomendada para cada região evitando prolongamentos; o uso de sementes certificadas; monitorar constantemente as lavouras; semear cultivares mais precoces; rotação de culturas e quando a doença já está presente na área, o controle químico com fungicidas é o principal método de controle (GODOY & CANTERI, 2004). Programas de melhoramento de soja no Brasil destacam-se pela busca de novos materiais que sejam mais resistentes a doenças, com alto potencial produtivo, e ciclos adequados à exploração em ambientes específicos (GIZLICE et al., 1994). Objetivou-se com este trabalho avaliar linhagens de soja de ciclo semitardio/tardio, quanto à resistência parcial à ferrugem asiática da soja, e ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2359 2013
caracteres agronômicos desejáveis, durante a safra agrícola 2012/2013, em Rondonópolis MT. MATERIAL E METODOS O ensaio foi realizado no campo experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis, situado na latitude 16 28 15 Sul, longitude 54 38 08 Oeste e 212m de altitude. A área escolhida encontra-se sob um LATOSSOLO Vermelho, de textura argilosa. A partir do resultado da análise do solo e com base nas exigências da cultura, foram feitas as recomendações de calagem e adubação. A correção do solo foi feita com calcário dolomítico (PRNT 80%) com elevação de saturação por bases para 60%, aplicado a lanço e posteriormente incorporado ao solo. O preparo do solo ocorreu de forma convencional. As sementes foram tratadas com fungicida Carboxin + Thiran (0,3L 100 kg -1 ) antes da semeadura. Durante a semeadura, procedeu-se a inoculação das sementes com o inoculante Risoliq Top, na proporção de 6 x 10 9 células ml -1 de Bradyrhizobium por semente, utilizando 150 ml para cada 50 kg de sementes. O experimento foi submetido a duas aplicações do fungicida Tebuconazole (200 EC), na dosagem 0,5 L ha -1. A primeira aplicação ocorreu no estádio R1 (início da floração) e a segunda no estádio R 5.1 (grãos perceptíveis ao tato a 10% da granação). Utilizou-se um pulverizador costal, com bico tipo cone vazio e volume de calda de 200 L ha -1. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com 30 tratamentos e três repetições, totalizando 90 parcelas. Cada parcela foi constituída por quatro linhas de quatro metros de comprimento, espaçadas de 0,5 metro, totalizando 8 m². Como área útil da parcela foram utilizadas as duas linhas centrais descartando 0,5 m das extremidades. Foram utilizados 30 genótipos de ciclo semitardio/tardio, sendo 26 linhagens provenientes do Programa de Melhoramento Genético de Soja, da Universidade Federal de Uberlândia, estando em fase de avaliações em ensaios regionais. Foram utilizados como testemunhas, as cultivares: UFUS Xavante, UFUS Impacta, Msoy 8866 e Msoy 8787. Os materiais foram semeados em 29 de novembro de 2012, sendo as sementes distribuídas manualmente nos sulcos a uma profundidade de três cm, distribuídas uniformemente, com uma densidade de semeadura de 15 sementes por metro. Foram realizadas avaliações referentes aos caracteres agronômicos dos genótipos de soja, sendo este procedimento realizado mediante observações visuais e medições utilizando réguas graduadas em centímetros, nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura. Os caracteres avaliados foram: Número de dias para a floração, altura da planta na floração, maturação e inserção da primeira vagem, produtividade de grãos e número de vagem por planta. As avaliações da severidade da doença (área foliar coberta com sintomas) foram realizadas por meio da utilização da escala diagramática, segundo POLIZEL (2004), que consiste em apresentar valores de porcentagem de área foliar coberta com sintomas. As contagens do número de pústulas cm -2 foram realizadas no folíolo central do terço médio da planta numa área determinada de um cm 2 do lado inferior direito, com o auxílio de uma lupa com o aumento de 20 vezes. Ambas iniciando no ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2360 2013
estádio fenológico R1 (florescimento) sendo as demais realizadas quinzenalmente, totalizando cinco avaliações. Com base nas variáveis severidade e número de pústulas cm -2 da ferrugem asiática, calculou-se a AACPD (área abaixo da curva de progresso da doença), no qual foi usada para descrever a epidemia, através do programa AVACPD da Universidade Federal de Viçosa. Neste caso, baseando-se em avaliações de severidade e número de pústulas por cm 2, pode-se estabelecer uma curva da doença quantificada versus tempo. Os dados foram submetidos à análise de variância por meio do programa estatístico Sisvar, da Universidade Federal de Lavras (FERREIRA, 2013), sendo as médias comparadas pelo teste de SCOTT & KNOTT (1974), a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com as análises de variância, quanto ao número de dias para a floração os materiais que apresentaram período juvenil mais longo foram: UFUS 01, 02, 03, 17, 19, 20, UFUS Xavante, UFUS Impacta e Msoy 8787, com floração entre 45 a 49 dias após a semeadura (Tabela 1). TABELA 1 Médias do número de dias para floração (NDF), altura das plantas na floração APF (cm), altura das plantas na maturação APM (cm), altura de inserção de primeira vagem AIPV (cm) e produtividade de grãos PG (Kg ha -1 ), na safra 2012/13. Genótipo NDF APF APM AIPV PG UFUS 01 45,33 a 40,33 b 9,66 b 2720,19 b UFUS 02 45,33 a 37,44 b 65,00 b 8,55 b 1873,92 b UFUS 03 45,33 a 42,66 b 62,33 b 8,88 b 1827,39 b UFUS 04 43,00 b 38,22 b 74,33 b 10,21 b 1107,68 b UFUS 05 43,00 b 38,77 b 75,66 b 12,33 b 1343,26 b UFUS 06 43,00 b 37,00 b 72,66 b 6,99 b 967,57 b UFUS 07 44,33 b 38,99 b 98,00 a 7,88 b 1477,23 b UFUS 08 46,00 b 49,77 a 66,66 b 6,77 b 1402,00 b UFUS 09 43,00 b 43,33 b 71,00 b 8,32 b 2134,74 b UFUS 10 44,00 b 44,00 b 64,33 b 8,55 b 1185,86 b UFUS 11 43,00 b 45,55 a 67,66 b 8,88 b 1688,93 b UFUS 12 45,66 b 40,33 b 67,33 b 8,77 b 1255,02 b UFUS 13 44,00 b 41,11 b 65,33 b 8,99 b 534,30 b UFUS 14 43,00 b 38,33 b 69,33 b 9,21 b 767,66 b UFUS 15 44,33 b 47,11 a 64,00 b 10,44 b 1411,48 b UFUS 16 43,00 b 40,22 b 68,66 b 6,10 b 1077,81 b UFUS 17 45,33 a 41,55 b 65,00 b 8,10 b 801,91 b UFUS 18 43,00 b 39,66 b 69,00 b 8,10 b 530,80 b UFUS 19 45,00 a 41,66 b 65,66 b 9,55 b 954,45 b UFUS 20 49,00 a 53,66 a 73,33 b 10,44 b 1091,52 b UFUS 21 43,00 b 39,00 b 74,00 b 9,66 b 1210,69 b UFUS 22 44,00 b 39,00 b 60,66 b 10,99 b 1885,60 b UFUS 23 43,00 b 42,00 b 68,00 b 12,44 b 810,08 b UFUS 24 44,00 b 40,77 b 108,33 a 7,44 b 1994,91 b UFUS 25 43,00 b 38,55 b 67,66 b 7,33 b 2109,35 b UFUS 26 44,00 b 38,88 b 50,33 b 8,99 b 1940,71 b UFUS Xavante 45,33 a 40,66 b 60,00 b 8,33 b 4221,68 a UFUS Impacta 46,00 a 51,11 a 56,66 b 10,33 b 898,49 b Msoy 8866 43,00 b 39,66 b 72,66 b 7,55 b 4628,03 a Msoy 8787 45,00 a 41,33 b 72,00 b 10,22 b 1092,14 b Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Scott- Knott. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2361 2013
POLIZEL et al. (2011), analisando linhagens de soja de ciclo semitardio/tardio em Rondonópolis/MT, observaram variação de 30 a 52 dias em relação ao florescimento nas safras 2009/10. Os genótipos que se destacaram em função da altura da planta na floração foram UFUS 08, 11, 15, 20 e UFUS Impacta, com uma altura entre 45,55 e 53,66 cm (Tabela 1). SOUZA (2012), na safra 2010/11, trabalhou com os mesmos genótipos, não encontrando diferença estatística significativa na altura da planta na floração, com a altura variando de 33,55 a 46,89 cm, com semeadura em dezembro. As maiores médias de altura da planta na maturação, obtidas no experimento, foram encontradas nos genótipos UFUS 06 e 23, com 98 e 108,33 cm, respectivamente (Tabela 1). Estes resultados corroboram com SOUZA (2012), no qual os mesmos materiais se sobressaíram. SAGATA et al., (2009), avaliando altura de plantas na maturação na safra 2004/05 nos municípios de Uberaba e Uberlândia, observou em Uberaba genótipos com altura menor na floração e na maturação quando comparada a Uberlândia. O mesmo obteve altura média de 64 cm na floração e 91 cm na maturação, enquanto em Uberlândia, 86 cm na floração e 100 cm na maturação. Mesmo não observando diferença estatística significativa, a altura de inserção da primeira vagem variou entre 6,99 e 12,44 cm (Tabela 1). Para MARQUES (2010), a faixa ideal para a colheita mecanizada, com o mínimo de perdas pela barra de corte, é de 10 a 15 centímetros. Os genótipos UFUS 04, 05, 15, 20, 22, 23, UFUS Impacta e Msoy 8787 apresentaram altura de inserção de primeira vagem superior a 10 cm. Os maiores valores obtidos quanto à produtividade foram UFUS Xavante e Msoy 8866, alcançando 4221,68 e 4628,03 kg ha -1, respectivamente. Os genótipos UFUS 13 e 18 apresentaram menores produtividades com 534,30 e 530,80 kg ha -1 (Tabela 1). SOUZA (2012) avaliando genótipos de soja de ciclo semitardio/tardio quanto a resistência à ferrugem asiática, observou maiores produtividades pelas linhagens UFUS 02 e 03 obtendo 4182,23 kg ha -1 e 3930,47 kg ha -1, respectivamente. POLIZEL et al. (2011), avaliando o desempenho de linhagens de soja de ciclo semitardio/tardio constataram produtividade entre 168,64 e 908,13 kg ha -1 sendo, que a baixa produtividade foi atribuída a ausência de controle da ferrugem asiática. Com base na análise de variância observaram-se diferenças estatísticas significativas quanto ao número de grãos por vagem, com um, dois, três e quatro grãos (Tabela 2). Os genótipos que apresentaram maior número de vagens com um grão foram: UFUS 03, 11, 25 e Msoy 8866, variando de 2,63 e 22,05. Para o número de vagens com dois grãos, os genótipos que se destacaram foram: UFUS 03, 11, 17, 25, UFUS Xavante e Msoy 8866, variando de 18,33 a 58,50. Quanto ao número de vagem com três grãos foram: UFUS 04, 05, 17 e UFUS Xavante, apresentando uma variação entre 32,55 e 52,22. Quanto ao número de vagem com quatro grãos destaca-se UFUS Xavante, com 0,55 (Tabela 2). De acordo com SOUZA (2012), as linhagens que se destacarão com maiores percentuais em relação a vagens com duas sementes foram UFUS 01, 03, 505, 06, 08, 09, 10, 11, 13, 14, 15, 17, 18, 21, 24, Msoy 8787 e Msoy 9350. A linhagem 20 apresentou maior percentual de vagens com três grãos. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2362 2013
TABELA 2 Médias do número de grãos por vagem, em função dos genótipos utilizados, safra 2012/2013. Genótipo Um grão/ vagem Dois grãos/ vagem Três grãos/ vagem Quatro grãos/ vagem UFUS 01 4,72 b 30,44 b 20,66 b 0,00 b UFUS 02 6,72 b 24,66 b 11,77 b 0,00 b UFUS 03 11,00 b 49,55 a 15,44 b 0,00 b UFUS 04 4,33 b 24,77 b 37,88 a 0,00 b UFUS 05 4,11 b 19,55 b 51,77 a 0,00 b UFUS 06 6,55 b 32,77 b 21,66 b 0,11 b UFUS 07 4,94 b 31,44 b 22,00 b 0,00 b UFUS 08 4,77 b 24,88 b 17,77 b 0,00 b UFUS 09 8,72 b 23,00 b 17,33 b 0,00 b UFUS 10 8,77 b 21,44 b 17,55 b 0,00 b UFUS 11 11,33 a 58,50 a 20,55 b 0,00 b UFUS 12 5,47 b 24,77 b 15,00 b 0,00 b UFUS 13 7,25 b 37,55 b 20,88 b 0,00 b UFUS 14 5,77 b 26,88 b 13,44 b 0,00 b UFUS 15 7,77 b 22,77 b 15,00 b 0,00 b UFUS 16 4,80 b 30,77 b 21,11 b 0,00 b UFUS 17 6,91 b 42,11 a 32,55 a 0,00 b UFUS 18 4,94 b 20,33 b 13,55 b 0,00 b UFUS 19 3,58 b 18,33 b 23,55 b 0,00 b UFUS 20 4,00 b 22,00 b 23,88 b 0,00 b UFUS 21 8,00 b 32,66 b 8,22 b 0,00 b UFUS 22 2,63 b 21,11 b 27,00 b 0,00 b UFUS 23 6,33 b 19,00 b 18,66 b 0,00 b UFUS 24 9,25 b 31,55 b 18,11 b 0,00 b UFUS 25 22,05 a 57,77 a 10,66 b 0,00 b UFUS 26 2,69 b 19,00 b 21,33 b 0,00 b UFUS Xavante 8,86 b 57,33 a 52,22 a 1,00 a UFUS Impacta 5,25 b 22,44 b 20,66 b 0,00 b Msoy 8866 12,47 a 50,88 a 18,33 b 0,00 b Msoy 8787 4,33 b 30,33 b 18,55 b 0,00 b Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Scott- Knott. Com relação à ferrugem asiática, a partir do cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença e análise de variância, verificou-se que não houve diferença estatística significativa tanto para severidade quanto para o número de pústulas cm -2 nos genótipos. Apesar de não ocorrer diferença estatística significativa entre os tratamentos para número de pústulas cm -2, os resultados variaram de 396,22 a 1758,12. Para a severidade, os resultados variaram de 3604,12 a 3874,95 (Tabela 3). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2363 2013
TABELA 3 - Médias das áreas abaixo das curvas de progresso da ferrugem asiática (AACPD), para as variáveis número de pústulas cm -2 e severidade, na safra 2012/13. Genótipo N Pústulas cm -2 AACPD Severidade UFUS 01 682,01 b 3750,00 b UFUS 02 517,20 b 3708,30 b UFUS 03 496,88 b 3791,59 b UFUS 04 575,54 b 3770,77 b UFUS 05 396,22 b 3812,47 b UFUS 06 492,73 b 3791,57 b UFUS 07 695,89 b 3749,95 b UFUS 08 408,68 b 3791,65 b UFUS 09 449,96 b 3833,30 b UFUS 10 735,67 b 3874,95 b UFUS 11 1758,12 b 3749,97 b UFUS 12 598,87 b 3749,95 b UFUS 13 660,49 b 3749,95 b UFUS 14 445,57 b 3749,95 b UFUS 15 639,84 b 3604,12 b UFUS 16 748,41 b 3812,42 b UFUS 17 857,03 b 3791,65 b UFUS 18 596,72 b 3812,47 b UFUS 19 894,39 b 3791,65 b UFUS 20 678,55 b 3874,95 b UFUS 21 663,48 b 3708,30 b UFUS 22 1057,00 b 3854,07 b UFUS 23 548,10 b 3750,00 b UFUS 24 552,95 b 3812,47 b UFUS 25 556,99 b 3624,97 b UFUS 26 1123,80 b 3812,42 b UFUS Xavante 815,66 b 3604,12 b UFUS Impacta 889,84 b 3729,14 b Msoy 8866 689,57 b 3708,30 b Msoy 8787 499,26 b 3708,30 b Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Scott- Knott. Tais resultados correspondem às condições climáticas favoráveis à ocorrência da doença, como a temperatura, umidade relativa e precipitação que obtiveram as seguintes variações nos meses de janeiro e fevereiro: T máxima de 28,7 a 32,0 C; T mínima de 22,3 a 22,7 C; UR máxima de 95 a 97,5%, e precipitação acumulada no período de 481 mm. Esse período coincide com a disseminação do fungo, além da presença do inóculo no local proveniente da safra anterior. Dessa maneira, a severidade e o número de pústula cm -2 da ferrugem asiática foram altos, resultando em altas AACPDs, não havendo diferença estatística entre os genótipos. SOUZA (2012), avaliando a resistência à ferrugem asiática em linhagens de soja de ciclo semitardio/tardio em Rondonópolis, encontrou diferença estatística significativa quanto à severidade nos genótipos, destacando se UFUS 05, 06, 08, 12, 23, 25, Msoy 8787 e Msoy 9350. A linhagem UFUS 25 destacou-se quanto à ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2364 2013
resistência a ferrugem apresentando menor valor de AACPD. Para a variável número de pústulas cm -2, apesar de não encontrar diferença significativa entre os tratamentos, os resultados com menores valores de AACPD foram obtidos pelas linhagens UFUS 08, 09, 20, Msoy 8787 e Msoy 9350. CONCLUSÃO Os genótipos UFUS 20 e a UFUS Impacta apresentaram maiores desempenhos quanto aos caracteres número de dias para a floração e altura na maturação. As testemunhas UFUS Xavante e Msoy 8866 apresentaram maiores valores de produtividade, alcançando 4221 e 4628 kg ha -1, respectivamente. AGRADECIMENTOS Ao CNPq pela concessão de bolsas aos discentes. REFERÊNCIAS EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Tecnologias de Produção de Soja - Região Central do Brasil 2004. Londrina: Embrapa Soja- Embrapa Agropecuaria Oeste: Embrapa Cerrados:EPAMIG: Fundação Triângulo, 2003. 225 p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Tecnologia de producao de soja - regiao central do Brasil 2007. Londrina: Embrapa Soja - Embrapa Cerrados - Embrapa Agropecuaria Oeste, 2006, 225 p. EMPRESA BRASILEIRA de PESQUISA AGROPECUÁRIA. Tecnologias de Produção de Soja - Região Central do Brasil 2012 e 2013. Londrina: Embrapa Soja 2011. 202-204 p. FERREIRA, F.A. Sistema SISVAR para análises estatísticas. Lavras: Universidade Federal de Lavras. Disponível em: <http://www.dex.ufla.br/~danielff/softwares.htm> Acesso em 10 de julho de 2013. FREITAS, M. de C. M. A cultura da soja no Brasil: o crescimento da produção brasileira e o surgimento de uma nova fronteira agrícola. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág.1. GIZLICE, Z.; CARTER Jr, T.E.; BURTON, J. W. Genetic base for North American public soybean cultivars released between 1947 and 1988. Crop Sci., v. 34, n. 5, p. 1143 1151, 1994. GODOY, C.V.; CANTERI, M.G. Efeitos protetor, curativo e erradicante de fungicidas no controle da ferrugem da soja causada por Phakopsora pachyrhizi, em casa de vegetação. Fitopatologia Brasileira, v.29, p.97-101, 2004. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2365 2013
MARQUES, M. C. Adaptabilidade, estabilidade e diversidade genética de cultivares de soja em três épocas de semeadura, em Uberlândia-MG. 2010. Dissertação (Mestrado em genética e melhoramento de plantas) Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 84p. 2010. POLIZEL, A. C. Quantificação de doenças foliares da soja por escalas diagramáticas e reação de genótipos. 2004. 170f. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia). Coordenação de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2004. POLIZEL, A. C.; BEZERRA, P. H. S.; HAMAWAKI, O. T.; GUIMARÃES, S. L.; SOUZA, K. B. Desempenho agronômico de linhagens de soja de ciclo semitardio/tardio em Rondonópolis. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011. ROESSING, A.C.; GUEDES, L.C.A. Aspectos econômicos do complexo soja: sua participação na economia brasileira e evolução na região do Brasil Central. In: ARANTES, N.E.; SOUZA, P.I.M. de. (Ed.). Cultura da soja nos cerrados. Piracicaba: POTAFOS, 1993. p. 01-47. SAGATA, E; HAMAWAKI, O. T; SOUSA, L.B; HAMAWAKI, D.L. Desempenho agronômico das linhages de soja desenvolvidos pelo programa de melhoramento da UFU. Bioscience Journal. Universidade Federal de Uberlândia (UFU), p. 112-120, 2009. SCOTT, A. J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, Washington, v. 30, p. 507-512, 1974. SOUZA, D.S.M. Genótipos de soja resistentes à ferrugem, oriundos de germoplasma com ampla base Genética. 2012. 98f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola). Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, 2012. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2366 2013