ANÁLISE DA MORFOLOGIA FOLIAR DE PLANTAS DE MULUNGU SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE DISPONIBILIDADE DE ÁGUA

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Transcrição:

ANÁLISE DA MORFOLOGIA FOLIAR DE PLANTAS DE MULUNGU SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE DISPONIBILIDADE DE ÁGUA LEAVE MORFOLOGY ANALYZE OF PLANTS OF MULUNGU UNDER DIFFERENTS CONDITIONS OF WATER DISPONIBILITY Siqueira, JVG 1, Silva, MTL 1, Sabino, FC 1, Barros, JPA 1, Souza, LSB 1 1 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, CP 063, 56.900-000, Serra Talhada-PE. Brasil. jessicasiiqueira@hotmail.com; maiaralima309@gmail.com; fabianasabino1996@gmail.com; paulo_biohimet@hotmail.com; sanddrabastos@yahoo.com.br RESUMO O objetivo desse trabalho foi determinar a área foliar específica (AFE) e o índice de área foliar (IAF) do mulungu (Erythrina velutina Will.) sob diferentes condições de disponibilidade hídrica, visando expor melhores condições de sobrevivência para produção de mudas. O experimento foi conduzido em um viveiro coberto com sombrite a 50%, na Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UFRPE/UAST. Três sementes de mulungu (Erythrina velutina Willd.) foram submetidas à escarificação mecânica e semeadas em vasos com área de 352,99 cm² contendo solo e um recipiente de 300 ml de húmus de minhoca por vaso. Cerca de dez dias após a semeadura (DAS) foi realizado o desbaste, deixando apenas duas plantas por vaso. As plantas foram dispostas em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com três repetições no espaçamento de 0,3 x 0,3 m. Aos 29 dias após a semeadura iniciaram-se a aplicação dos tratamentos que duraram por 22 dias e consistiram na diferenciação das lâminas de água com base na evapotranspiração de referência (ETo), como segue: 25%.ETo, 50%.ETo, 75%.ETo e 100%.ETo. Para avaliar a influência dos tratamentos foram utilizados dados de área foliar e índice de área foliar. Neste caso, realizaram-se amostragens a cada oito dias, totalizando quatro amostras. Foi utilizado o software LAFore, para computo dos dados de área foliar. Para determinação da biomassa seca das folhas, estas foram colocadas em estufa a 60 C durante dois dias, para obtenção do peso constante. Observou-se que ao final do experimento a aplicação do tratamento com déficit hídrico severo afetou negativamente a área foliar. O maior incremento do IAF foi encontrado nas plantas que receberam o tratamento de 100%.ETo. PALAVRAS-CHAVE: Erythrina velutina Willd.; Caatinga; Déficit hídrico, Área específica. INTRODUÇÃO O domínio Caatinga ocupa aproximadamente 11% do território nacional e abrangem a maioria dos estados do Nordeste. Cerca de 46% da Caatinga já foi desmatada de forma acelerada para exploração ilegal de madeira, destinada aos usos domésticos, industriais e a conversão das áreas para pastagens e agricultura (MMA, 2012). A região se caracteriza por apresentar regime de chuvas irregulares, com longos períodos de seca, altas temperaturas, ambos, limitantes ao desenvolvimento das plantas (FARIAS, 2008). Vários trabalhos tem ressaltado a existência de mecanismos adaptativos de tolerância à seca das espécies da Caatinga (SCALON et al., 2011; SILVA

et al., 2005). Apesar disso, nos estádios iniciais, a associação da demanda atmosférica elevada da região com a baixa disponibilidade hídrica configuram-se como fatores extremamente limitantes para o estabelecimento das mudas. Segundo Pereira (2013) o estresse hídrico é um fator limitante ao crescimento, desenvolvimento e produtividade das plantas, assim como as respostas fisiológicas das plantas à falta de água no solo são complexas, pois, dependem da ação de outros fatores ambientais. O mulungu (Erythrina velutina Willd.), é uma espécie arbórea nativa, encontrada do Ceará até Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, mas ocorre principalmente na Caatinga e tem sido empregada na confecção de tamancos, jangadas e mesmo ações paisagísticas (LORENZI, 2002). Apesar de adaptadas as condições ambientais esta espécie pode ter seu crescimento influenciado pelas condições ambientais. Uma das maneiras de se analisar estas variações é por meio de indicadores como índice de área foliar e área foliar específica. O objetivo desse trabalho foi determinar a área foliar específica (AFE) e o índice de área foliar (IAF) do mulungu (Erythrina velutina Will.) sob diferentes condições de disponibilidade hídrica, visando expor melhores condições de sobrevivência para preservação da espécie e produção de mudas. METODOLOGIA O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica de Serra Talhada UAST (latitude: - 7,95, longitude: -38,29º e altitude: 499m), pertencente à Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE, município de Serra Talhada, PE. O clima da região, de acordo com a classificação de Köppen é Semiárido, definido por apresentar valores de temperatura médios altos e baixos volumes pluviométricos (PEREIRA et al., 2015). Os vasos foram dispostos no interior de um viveiro, coberto com sombrite 50%, em um delineamento experimental inteiramente casualizado com 144 unidades experimentais e três repetições, no espaçamento de 0,3 x 0,3 m, sendo preenchidos com solo coletado na unidade experimental da Universidade e 300 ml de húmus de minhoca por vaso. Durante o ensaio foram monitoradas as condições atmosféricas vigentes por meio de uma estação meteorológica automática, localizada a cerca de 100 m da área experimental pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia INMET (INMET, 2017). Foram obtidos dados de temperatura do ar, umidade relativa do ar, precipitação pluvial e radiação solar global, aplicados ao método de Penman-Monteith parametrizado no boletim 56 da FAO (ALLEN et al., 1998) para o cálculo das lâminas. A diferenciação da reposição de água foi efetuadas aos 29 dias após a semeadura, utilizando-se os percentuais da evapotranspiração de referência (ETo), relativos à: 100%.ETo, 75%.ETo, 50%.ETo, 25%.ETo. As sementes de Mulungu (Erythrina velutina Willd.) foram submetidas ao tratamento pré-germinativo mecânico de escarificação oposta ao hilo com lixa de madeira nº 180, para quebra da dormência das sementes. A semeadura foi realizada nos vasos no dia 21 de dezembro de 2017, sendo colocadas três sementes por vaso. Cerca de dez dias após a semeadura (DAS) foi realizado o desbaste, deixando apenas duas plantas por vaso. As plantas eram separadas individualmente por tratamentos, a cada oito dias, as quais tinham as folhas cortadas e em seguida escaneadas por uma impressora HP, gerando imagens no formato TIFF (Tagged Image File Format) com resolução de 200 dpi (dots per inch pontos por polegada). Posteriormente, essas imagens foram processadas no programa computacional LAFore, para determinar a área foliar e o

índice de área foliar (IAF). As folhas foram levadas à estufa para secagem para obtenção da biomassa foliar. Posteriormente, foi efetuada a relação entre a área foliar e a biomassa seca das folhas para obtenção da área foliar específica (AFE). RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode-se observar, que aos 57 dias após a semeadura (DAS) as plantas de mulungu (Erythrina velutina Willd.) atingiram uma área foliar específica (AFE) de 539 cm²g -1 quando submetidas ao tratamento de 25%.ETo déficit hídrico severo, sendo esse valor superior aos demais tratamentos, o que indica que as folhas nesta situação apresentaram menor espessura. Um menor investimento na produção de folhas ocorreu no tratamento de 75% x ETo em relação aos demais (Figura 1). Houve uma redução da área foliar ao final do experimento para todos os tratamentos. Segundo Dantas (2014) ao avaliar a área foliar específica (mm 2 mg -1 ) de plantas de mulungu no Rio Grande do Norte, submetidas a três lâminas diferentes de água durante um período de 40 dias, observou que houve um aumento da (AFE) no período inicial com tratamento de estresse moderado, reduzindo em seguida até o final do experimento. Com relação ao índice de área foliar (IAF) (Figura 2), nota-se que o maior incremento foi encontrado nas plantas de mulungu submetidas ao tratamento 100% x ETo (IAF 1,42 cm² cm²). O estresse severo de 25% x ETo, diminuiu o IAF chegando a 0,39 cm² e 0,26 cm² aos 43 e 57 dias, respectivamente. Sendo assim, o aumento do índice de área é importante, pois de acordo com Monteiro et al. (2005), a fontossíntese; processo que fornece a energia necessária ao crescimento e desenvolvimento da planta, depende do IAF, ou seja, quanto mais rápido a planta atingir o IAF e quanto mais tempo esse índice permanecer ativo, irá favorecer uma maior produtividade biológica a planta. 600 Área foliar específica (cm²g -1 ) 500 400 300 200 100 AFE 0 25% 50% 75% 100% Tratamentos (%) Figura 1. Área foliar específica (AFE) aos 57 dias após a semeadura (DAS) submetidas aos tratamentos 25%.ETo, 50%.ETo, 75%.ETo, 100%.ETo em Erythrina velutina Will.

1,6 1,4 25% 50% 75% 100% 1,2 IAF (cm²g -1 ) 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Dias Após a Semeadura (DAS, dias) Figura 2. Índice de área foliar (cm²) aos 28,43, 49 e 57 dias após a semeadura (DAS) submetidas aos tratamentos 25%.ETo, 50%.ETo, 75%.ETo, 100%.ETo em Erythrina velutina Will. CONCLUSÕES Observou-se que ao final do experimento a aplicação do tratamento com déficit hídrico severo afetou negativamente a área foliar. O maior incremento do IAF foi encontrado nas plantas que receberam o tratamento de 100%.ETo. AGRADECIMENTOS A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) pela concessão da bolsa do Programa de Iniciação Científica Voluntária (PIC) e infraestrutura disponibilizada para realização desta pesquisa. REFERÊNCIAS ALLEN, R. G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 1998. 279 p. (FAO, Irrigation and Drainage Paper, 56). DANTAS, S. B. Crescimento inicial morfologia foliar em plantas de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong) e Erythrina velutina Mart. Ex Benth, sob estresse hídrico. 2014. 49 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Macaiba. FARIAS, S. G. G. Estresse osmótico na germinação, crescimento e nutrição mineral da Gliricídia (Gliricidia sepium jacq. Walp). 2008. 61 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Universidade Federal de Campina Grande. Patos. INMET Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em http://www.inmet.gov.br/portal/. Acesso em: 16 de março de 2018. LEAL, I. R.; SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; LACHER JÚNIOR, T. E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Revista Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 139-146, 2005. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do brasil. 4.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 384p.

MEDEIROS, J. A.; Produção de mudas de espécie nativa para plantio no semiárido com a participação da sociedade: relato de experiência com o juazeiro (Zizyphus joazeiro). Revista GEO Temas. Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, Brasil, v 3, n. 1, p. 177-188, jan./jun., 2013. MONTEIRO, J. E. B. A. et al. Estimação da área foliar do algodoeiro por meio de dimensões e massa das folhas. Bragantia. Campinas, v.64, n.1, p.15-24, 2005. MMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. CAATINGA, 2012. Disponível em:http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/relatorio_tecnico_caati nga_2008_2009_72.pdf. Acessado em: 16 de março de 2018. PEIXOTO, C. P.; PEIXOTO, M. F. S. P. Dinâmica do crescimento vegetal (Princípios básicos). Cruz das Almas. Novembro de 2004. PEREIRA, I. S. Croton linearifolius: Produção de mudas e respostas fisiológicas ao estresse hídrico. 2013. 56f. Dissertação (Pós-graduação em Ciências Ambientais) Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga. PEREIRA, P. C.; SILVA, T. G. F.; ZOLNIER, S.; MORAIS, J. E. F.; SANTOS, D. C. Morfogênese da Palma forrageira irrigada por gotejamento. Revista Caatinga, v. 28, n. 03, 2015. SCALON, S. P. Q.; MUSSURY, R. M.; EUZÉBIO, V. L. M.; KODAMA, F. M.; KISSMANN, C. Estresse hídrico no metabolismo e crescimento inicial de mudas de mutambo. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 4, p. 655-662, 2011. SILVA, J. W. L.; da SILVA, T. G. F.; BARBOSA, M. L. Espécies Caesalpinia pyramidalis Tul. e Prosopis juliflora Sw (DC.) sob diferentes regimes hídricos: crescimento e ajuste de modelos matemáticos. Revista Brasileira de Geografia Física, v.08, n.06, 1692-1710, 2015.