Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo. sgrillo.ita@ftc.br



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Transcrição:

Dra. Kátia R. P. de Araújo Sgrillo sgrillo.ita@ftc.br

O metabolismo de carboidratos em humanos pode ser dividido nas seguintes categorias: 1. Glicólise 2. Ciclo de Krebs 3. Glicogênese 4. Glicogenólise 5. Gliconeogênese ok ok 6. Rotas alternativa da glicose (desvio da pentose)

lactato Acetil-CoA

É a formação de glicogênio a partir da glicose. Esse processo ocorre principalmente no fígado e nos músculos. O fígado contêm cerca de 5% de glicogênio após uma refeição rica em carboidratos, e pode conter quase nenhum glicogênio após 12h de atividade.

A reação total que representa a conversão de glicose em glicogênio e vice-versa versa é: nc 6 H 12 O 6 glicose glicogênese glicogenólise (C 6 H 10 O 5 )n + nh 2 O glicogênio Contudo a reação não é tão simples como indicado nesta equação. Existem varias etapas envolvidas, cada uma catalisada por uma enzima especifica

glicose glicosinase (regulada pela insulina) fosfoglicomutase ATP ADP glicose 6-fosfato UDPG pirofosforilase UDPG Enzima ramificadora (regulada pela insulina e camp) glicose 1-fosfato UTP Pirofosfato e glicogênio sintetase glicogênio + UDP ADP ATP OBS: UTP = uridina trifosfato UDP = uridina difosfato UDPG = Uridina difosfato glicose UTP ATP exceto que a uracil esta no lugar da adenina

Observações importantes: É o processo inverso da glicogênese, será ativado pela camp quando o corpo estiver sob tensão. A camp (adenosina monofosfato cíclico) está envolvida na conversão de glicogênio em glicose 6-fosfato, tanto no fígado como nos músculos. Quando o corpo está sob tensão, ele produz hormônios que são transportados pela corrente sanguínea para as células do fígado, onde eles ativam a enzima fosforilase b cinase. Essa enzima ativa a fosforilase a, a qual da início a conversão do glicogênio em glicose. O mesmo tipo de reação está envolvida na conversão do glicogênio muscular em glicose 6-fosfato. A camp também desativa a enzima glicogênio sintetase, causando assim a interrupção da glicogênese.

grupo fosfato glicose ATP ADP camp glicose 6-fosfato hormônios fosforilase b cinase fosforilase a glicogênio sintetase grupo fosfato glicose 1-fosfato UTP Pirofosfato UDPG glicogênio + UDP ATP ADP

Para o funcionamento normal das funções em nosso corpo e necessário um fornecimento contínuo nuo de glicose. Se os níveis de glicose sanguínea caem demasiadamente (hipoglicemia severa) pode ocorrer disfunção cerebral, conduzindo ao coma e eventualmente a morte. Então ocorre a gliconeogênese Lembre-se que a glicose e o único combustível que fornece energia aos músculos esqueléticos. É também o precursor da lactose (nas glândulas mamarias) e ativamente usada pelo feto.

É a formação de glicose a partir de substâncias que não são carboidratos, tais como aminoácidos e glicerol. Esse processo ocorre principalmente no fígado, embora esteja presente em pequena quantidade nos rins.

A gliconeogenese é aumentada proteína e diminuída diminuída por aumentada por por dietas ricas em por dietas ricas em carboidratos. lactato lactato desidrogenase piruvato oxaloacetato 9 reações alguns aminoácidos Desta forma, a glicogênese satisfaz as necessidades de glicose no corpo quando as quantidades de carboidratos são insuficientes. glicose

ups Acidose láctica A enzima lactato desidrogenase é inibida pela presença de alguns (íons mercúrio e arsênico) com grupos SH no ácido lipóico. A deficiência de tiamina (vitamina B1) tem o mesmo efeito. A falta ou deficiência dessa enzima (lactato desidrogenase) permite o acúmulo de ácido láctico, o que conduz a acidose láctea, que se não for adequadamente tratada por ser fatal.

A oxidação da glicose para ácido láctico pode também ocorrer através de uma série de reações chamadas de desvio da hexose ou desvio da pentose. Esta via é muito mais ativa em tecidos adiposos que nos músculos.

Glicose 6-P Glicose 6-P desidrogenase NADP + NADPH 6-fosfogliconato NADP + NADPH Note que ATP não é gerado nessa seqüência. CO 2 Ribulose 5-P Essa seqüência é importante pois fornece açúcares de 5 carbonos necessários para a síntese dos ácidos nucléicos e nucleotídeos, e porque torna disponível NADPH (forma reduzida do NADP + ), coenzima necessária a síntese de ácidos graxos e esteróis. Ribose 5-P

ups anemia hemolítica anemia hemolítica - Deficiência genética de glicose 6- fosfato desidrogenase (desvio da pentose) é a causa principal de anemia hemolítica. Uma falta de glicose 6-fosfato desidrogenase também pode resultar em resistência à malaria. Contudo, ao mesmo tempo, uma falta desse enzima reduz o nível de NADPH nos glóbulos vermelhos do sangue. O papel mais importante do NADPH nos glóbulos vermelhos é a manutenção dos níveis adequados de antioxidase glutationa. Sem a glutationa adequada, os glóbulos vermelhos são facilmente oxidados por várias drogas.

Na glicólise o piruvato pode entrar par o ciclo de Krebs ou se transformar em lactato. Glicólise Ciclo de Krebs A oxidação de algum ácido láctico, na seqüência aeróbica, produz uma grande quantidade de energia. A oxidação de uma molécula de ácido láctico converte 18 moléculas de ADP em ATP.

Glicogênese muscular Glicose sanguínea Glicogênio muscular Glicólise muscular Reconversão parcial (1/5) Ácido pirúvico Ciclo de Krebs Ácido láctico glicogênese glicogenólise Glicogênio hepático glicogênese Glicólise hepática Para que o ácido láctico seja utilizado como energia ele deve ser previamente convertido em ácido pirúvico.

De acordo com estas reações o glicogênio muscular é transformado em ácido pirúvico e então em ácido láctico. Apenas 1/5 do ácido láctico assim formado é oxidado para formar CO 2 e H 2 O, restaurando a energia gasta na contração muscular. Parte do ácido láctico é transformado de volta em glicogênio nos músculos. O restante do ácido láctico é transportado para o fígado pela corrente sanguínea, onde é convertido em glicogênio do fígado.

O fígado desempenha uma função vital no controle do nível normal de açúcar no sangue. A atividade do fígado por sua vez que controlada pelos seguintes hormônios: Insulina Epinefrina (adrenalina) Glucagon

É um hormônio produzido no pâncreas e desempenha as seguintes funções: 1. Ajuda no transporte da glicose através das membranas das células; 2. Acelera a oxidação da glicose nas células; 3. Aumenta a transformação da glicose para glicogênio (glicogênese) nos músculos e no fígado; 4. Deprime a produção de glicose (glicogenólise) no fígado; e 5. Promove a formação de gordura a partir da glicose. A principal função da insulina e a remoção da glicose da corrente sanguínea, com a conseqüente redução do nível de açúcar no sangue.

Durante períodos fortes de tensão emocional (raiva ou terror), a epinefrina é secretada na corrente sanguínea promovendo a glicogenólise no fígado. Hormônio produzido pela parte medular das glândulas suprarenais. Estimula a formação da glicose a partir do glicogênio no fígado (glicogenólise) e assim tem uma ação oposta a insulina.

Também é um hormônio produzido pelo pâncreas. Sua função é inversa a insulina. O glucacon aumenta os níveis de açúcar no sangue pela estimulação da atividade da enzima fosforilase no fígado, que transforma glicogênio em glicose (glicogenólise). A atividade da fosforilase depende da camp. O glucacon também aumenta a gliconeogênese, a partir de aminoácidos e ácido lático.

?? Para que o ciclo de Krebs funcione adequadamente são necessárias 4 vitaminas do complexo B: Riboflavina (FAD + ) cofator no complexo -cetoglutarato desidrogenase. Tiamina (vitamina B 1 ) coenzima para a descarboxilação na reação -cetoglutarato desidrogenase. Niacina (NAD + ) coenzima para as desidrogenases do ciclo de Krebs. Acido pantatênico parte da coenzima A. Ciclo de Krebs