Questionário - Proficiência Clínica



Documentos relacionados
Questionário - Proficiência Clínica

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR.

ANTI HUMANO. Anti IgG Anti C 3 d Poliespecífico

ALBUMINA BOVINA 22% PROTHEMO. Produtos Hemoterápicos Ltda. PARA TESTES EM LÂMINA OU TUBO SOMENTE PARA USO DIAGNÓSTICO IN VITRO

Rotina da Agência Transfusional. Mara Martins Bióloga HCI / INCA

TÉCNICA EM LABORATÓRIO/HEMOTERAPIA

ANTI IgG (Soro de Coombs)

Investigação sorológica de autoanticorpos frios e quentes. Shirley Castilho Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira Cavalcanti HEMORIO

Questionário - Proficiência Clínica

Testes pré-transfusionais. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

ANTI D IgM +IgG Monoclonal (Humano)

INUMO-HEMATOLOGIA DOADOR E RECEPTOR VITÓRIA 2014

Aula 14 Sistema ABO. Grupo sangüíneo (fenótipo) Aglutinogênio (hemácias) Aglutinina (soro) Anti - B. Anti - A. A e B.

GUIA PARA INSPEÇÃO EM SERVIÇOS DE HEMOTERAPIA MÓDULO V AGÊNCIA TRANSFUSIONAL, TERAPIA TRANSFUSIONAL E OUTROS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS

ANTI-A ANTI-B ANTI-AB

DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS SANGÜÍNEOS ABO

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO-IMUNES

A finalidade do referido método é determinar a classificação sanguínea do paciente quanto aos sistemas ABO e Rh.

DHPN e Anemia autoimune. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

01 - (UNIMEP RJ) 02 - (GAMA FILHO RJ) 03 - (UFPA) 04 - (UFRJ) 05 - (FUVEST SP)

Curso Básico de Inspeção em Boas Práticas do Ciclo do Sangue Agência Transfusional

Alelos múltiplos na determinação de um caráter

HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO DE REAGENTES VISÃO DO CLIENTE

Genética Grupos sanguíneos

No início do século XX, o austríaco Karl Landsteiner, misturando o sangue de indivíduos diferentes, verificou que apenas algumas combinações eram

FENOTIPAGENS ABO e RhD

Mini-conferência Detecção de agentes infecciosos em hemocomponentes não plasmáticos. Discussão

Texto: Discrepâncias na fenotipagem ABO AUTORAS Ana Lúcia Girello Telma Ingrid Borges de Bellis Kühn

ANEXO II. 1 HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B (Hepatitis B Vírus HBV)

Prevalência da distribuição do Sistema ABO entre doadores de sangue do Hemocentro Regional de Jataí-Goiás.

Métodos sorológicos de Diagnóstico e Pesquisa. Reação Ag-Ac in vitro

Aos bioquímicos, técnicos de laboratório e estagiários do setor de imunologia.

BANCO DE SANGUE PAULISTA PROCEDIMENTO OPERACIONAL RECEBIMENTO DE SOLICITAÇÕES PARA A TRANSFUSÃO DE HEMOCOMPONENTES

Aos bioquímicos, técnicos de laboratório e estagiários do setor de imunologia e hematologia.

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO SOLICITAÇÃO DE TRANSFUSÃO: ROTINA E EMERGÊNCIA

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 010 / 2011

Dengue NS1 Antígeno: Uma Nova Abordagem Diagnóstica

Imuno-hematologia Exames de qualificação de doadores de sangue

BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 46 SISTEMA AB0

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO NAS PROVAS PRÉ - TRANSFUSIONAIS

Lista de Genética 2º EM Colégio São José

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO HOSPITAL FÊMINA LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS SETOR DE BIOQUÍMICA TIPAGEM ABO/Rh EM GEL CENTRIFUGAÇÃO

O que fazer quando tudo aglutina? Atitude prática diante de uma pan aglutinação das provas de compatibilidade.

Unidade IV Ser Humano e Saúde Aula 13 Conteúdo: Grupos Sanguíneos. Aplicando o sistema ABO.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS (CIPHARMA) IMUNO-HEMATOLOGIA. Doutoranda Débora Faria Silva

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO SETOR DE IMUNOHEMATOLOGIA

ANTÍGENO OU AGLUTINOGÊNIO (nas hemácias)

BANCO DE SANGUE PAULISTA PROCEDIMENTO OPERACIONAL PREPARO DE TRANSFUSÕES E LIBERAÇÃO DE HEMOCOMPONENTES PARA TRANSFUSÃO

Lista de Exercícios GENÉTICA Grupos Sanguíneos Profº Fernando Teixeira

Diagnóstico Microbiológico

( Adaptado)

Tipos de Transplantes

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia. Imunogenética. Silva Júnior, R L. M.Sc. UCG/BIO

GRUPO SANGUÍNEO e FATOR RH, RH e GRUPO. Mnemônico: GSF

Etapa complementar para o diagnóstico da infecção pelo HIV princípios metodológicos

PERFIL HEPATITE. Segurança para o diagnóstico e acompanhamento clínico.

ÁREA/ESPECIALIDADE: TÉCNICO EM LABORATÓRIO / HEMOTERAPIA

Criado e Desenvolvido por: Todos os direitos são reservados

Anti HBc Ref Controle Negativo

A Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições, e considerando:

BANCO DE SANGUE COLETA E TESTES SOROLÓGICOS

A HISTÓRIA DA TRANSFUSÃO SANGÜÍNEA (Enfoque Imunohematológico) SANGUE Purificação da alma- Egito antigo

XV JORNADA INTERIORANA DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA II ENCONTRO INTERIORANO DE ENFERMAGEM EM HEMOTERAPIA E HEMOVIGILÂNCIA CICLO DO SANGUE DRA LUCIANA

Suspeita clínic a de doença celíaca. + IgA sérica POSITIVO 3? Anti-gliadina IgG POSITIVO?

TESTES RÁPIDOS: CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA SEU USO COM ÊNFASE NA INDICAÇÃO DE TERAPIA ANTI-RETROVIRAL EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

IMUNO ENSAIOS USANDO CONJUGADOS

1. INTRODUÇÃO / FINALIDADE DO MÉTODO

AGÊNCIA TRANSFUSIONAL - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER

VIII Simposio Hemominas de Transfusão Sanguinea

ANEMIAS HEMOLÍTICAS. Hye,

RESPOSTA RÁPIDA 154/2014 Alfapoetina na IRC

ScanGel ABO Complete/RH/K Duo x 24 cards x 144 cards Cards ScanGel ABO Complete/RH1 Duo e ScanGel Monoclonal RH/K Phenotypes Duo

OraQuick ADVANCE HIV-1/2 Teste Rápido para a Detecção de Anticorpos HIV-1/2. Plasma. Amostras HIV-1. Amostras HIV-1. Amostras

CITOLOGIA DA TALASSEMIA ALFA

ScanGel ScanBrom ml

Desvendando as Legislações

I. Os anticorpos são transferidos através da placenta.

ENSAIO PROFICIÊNCIA: UMA FERRAMENTA PARA CONTROLE DA QUALIDADE ALINE MAGALHÃES DE MATOS

REGULAMENTO TÉCNICO MERCOSUL DOS NÍVEIS DE COMPLEXIDADE DOS SERVIÇOS DE MEDICINA TRANSFUSIONAL OU UNIDADES HEMOTERÁPICAS

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2014

Requisição incompleta, inadequada ou ilegível não será aceita pelo Serviço de Hemoterapia

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A REFERÊNCIA DO AUTOR.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Apresentação. O Laboratório Imunolab elaborou o presente manual com a finalidade de oferecer

Professor Fernando Stuchi M ETABOLISMO DE C ONSTRUÇÃO

Radiology: Volume 274: Number 2 February Amélia Estevão

TROMBOCITOPENIA NA GRAVIDEZ

Interpretação de exames laboratoriais Lactato desidrogenase (LDH)

O que é Hemofilia? O que são os fatores de coagulação? A hemofilia tem cura?

Nestes 30 anos, crescemos, amadurecemos e compreendemos nosso papel na sociedade.

Transcrição:

Tema Elaboradora Texto Introdutório TESTES IMUNO-HEMATOLÓGICOS E TRANSFUSÃO EM ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO-IMUNE A FRIO Margarida de Oliveira Pinho. Bióloga, Responsável pelo Laboratório de Imunohematologia e Coordenação da Equipe Técnica do Serviço de Hemoterapia do Instituto Nacional de Câncer-M.S. RJ, Título de Proficiência Técnica em Imunohematologia pela SBHH, Especialização em Hemoterapia-Instituto Fernandes Figueira-Fio Cruz. A hemólise mediada por anticorpos representa uma anormalidade adquirida e extrínseca as hemácias, diferente das anormalidades genéticas. As anemias hemolíticas imunes em geral são classificadas em três amplas categorias: 1. Anemia aloimune: paciente produz aloanticorpos contra antígenos eritrocitários estranhos à ele, geralmente por transfusão ou gestação. 2. Anemia auto-imune: paciente produz anticorpos contra seus próprios antígenos. 3. Anemia induzida por drogas: É resultante da produção, pelo paciente, de anticorpo contra determinado medicamento ou complexo medicamentoso. E como conseqüência pode ocorrer lesão das hemácias do paciente. Os auto-anticorpos reagem com as hemácias do próprio produtor (paciente) e com os antígenos de alta incidência na população. Eles aglutinam, sensibilizam ou lisam as hemácias da maioria dos doadores aleatórios. Os auto-anticorpos são importantes, podem causar destruição de hemácias in vivo. A presença de autoanticorpos no soro e na superfície das hemácias de um indivíduo pode dificultar a interpretação da rotina laboratorial, inclusive a prova cruzada maior (exame realizado entre as hemácias do doador e o soro do receptor). Geralmente reage com a maioria dos doadores de sangue. Caracterização de uma anemia hemolítica auto-imune (AHAI): Hemácias do paciente revestidas por auto-anticorpos, geralmente causam Teste da Antiglobulina Direta (TAD) Positivo; Presença de auto-anticorpos no soro do paciente; Apresentam aumento na contagem de reticulócitos, nos níveis de bilirrubina não conjugada e nos níveis de lactato desidrogenase (LDH); Queda nos níveis de hemoglobina/hematócrito sem sangramentos que justifiquem; No caso de destruição intravascular das hemácias pode ocorrer hemoglobinemia e hemoglobinúria; Testes sorológicos adicionais para confirmar o diagnóstico de AHAI e afastar outras causas de hemólise, como por exemplo: esferocitose hereditária, hemoglobinopatias e deficiências enzimáticas das hemácias; Teste da antiglobulina humana direta (TAD) com reagente (soro antiglobulina humana) poliespecíficos e monoespecíficos; Painel de identificação de anticorpo irregular (IAI) no soro e/ou no eluato. Com os resultados laboratoriais associados à avaliação clínica do paciente pode-se diagnosticar e classificar a AHAI como reativa a frio, quente ou induzida por medicação. Alguns fatores são significativos para AHAI: Amplitude térmica do auto-anticorpo; Subclasse do anticorpo IgG; Quantidade de anticorpo ligado às hemácias; Capacidade do anticorpo de fixar complemento in vivo; Atividade dos macrófagos do indivíduo; Alteração quantitativa ou qualitativa na banda 3 e nas proteínas 4.1 e 4.2 na estrutura da membrana da hemácia. Página 1 de 5

AHAI FRIO Vamos nos deter na anemia hemolítica auto-imune por anticorpos reativos a frio. O auto-anticorpo de ocorrência mais comum é uma aglutinina a frio benigna presente no soro da maioria dos indivíduos saudáveis e normais, quando o teste é realizado a 4ºC. A aglutinina fria tem título relativamente baixo inferior a 64. Normalmente esse auto-anticorpo não representa problema sorológico na rotina laboratorial, visto que os testes não são realizados nessa temperatura. Ocasionalmente o anticorpo tem maior amplitude térmica e aglutina hemácias à temperatura ambiente (20ºC a 24ºC). Mesmo nesses casos as reações mais fortes são obtidas à 4ºC. Quase todas as aglutininas frias reagem melhor com hemácias tratadas por enzimas. Auto-anticorpos frios pertencem à classe IgM, podendo ativar complemento in vitro. TESTES LABORATORIAIS AFETADOS POR AUTO-AGLUTININAS FRIAS Algumas vezes, aglutininas frias interferem nos testes séricos. O grau de problemas causados por essas aglutininas frias depende da intensidade, concentração e amplitude térmica do anticorpo. TIPAGEM ABO Classificação Direta: Devido à aglutinação espontânea das hemácias revestidas com aglutininas frias, podem ocorrer reações falso-positivas com os reagentes utilizados na rotina. Na maioria dos casos, lavar as hemácias do paciente uma ou duas vezes com salina normal aquecida a 37ºC pode eluir o auto-anticorpo frio das hemácias para se obter resultados válidos. Manter a amostra a 37ºC após a coleta e em seguida separar o soro/plasma das hemácias, em alguns casos o auto-anticorpo não adere as hemácias e podemos obter resultados válidos. Classificação Reversa: É freqüente que amostras de soro/plasma com auto-anticorpo apresentem discrepância na classificação reversa, nesses casos é indicado testar hemácias autólogas (auto-controle): Auto-controle: hemácias do paciente testadas com soro ou plasma do próprio paciente quando apresentam reação positiva indica que as hemácias do mesmo estão cobertas por auto-anticorpo, o que pode justificar a discrepância na classificação ABO reversa; Algumas vezes é possível resolver a discrepância realizando os testes com soro pré-aquecido a 37ºC; Outra alternativa é remover o auto-anticorpo frio do soro por técnica de auto-adsorção; TIPAGEM RH(D) Podem ocorrer reações falso-positivas no controle Rh invalidando os resultados; O uso de reagentes com baixo teor protéico podem produzir resultados válidos; As auto-aglutininas frias podem ativar a cascata de complemento in vitro, de forma que componentes do complemento se liguem as hemácias e produzam reação falso-positiva na pesquisa de D fraco quando utilizado reagente antiglobulina poliespecífico. Página 2 de 5

O uso de soro antiglobulina monoespecífico (anti-igg) e amostras coletadas em ácidos etilenodiaminotetracético (EDTA), que impedem a ligação complemento in vitro, podem eliminar os problemas das aglutininas frias durante a tipagem Rh(D). TESTE DE ANTIGLOBULINA DIRETA (TAD) Em geral quando é utilizada amostra colhida em EDTA, o TAD será negativo em pacientes com autoaglutininas frias benignas. Se for utilizada uma amostra coagulada, freqüentemente se obtém resultado positivo usando antiglobulina poliespecífica, porque o complemento pode ser ativado in vitro. Quando são utilizadas amostras coaguladas e reagentes de antiglobulinas poliespecífica, pode-se obter resultados falsopositivos por conta do anti-c3 e não por IgG. TESTES DE COMPATIBILIDADE O antígeno I existe nas hemácias da maioria dos doadores aleatórios. É o auto anticorpo mais comumente encontrado (auto-anti-i). Os testes de compatibilidade devem ser feitos com soro pré-aquecido ou auto-absorvido. É recomendado também o uso de antiglobulina anti-igg. SELEÇÃO DE SANGUE PARA TRANSFUSÃO A maioria dos pacientes com doença hemolítica por auto-anticorpo frio não necessita transfusão. Em alguns casos quando é necessária a terapia transfusional, podemos encontrar dificuldade para selecionar sangue compatível. Neste caso, o mais importante é detectar e identificar a presença de aloanticorpo irregular para selecionar sangue compatível, sempre em relação ao aloanticorpo identificado. Os casos mais relevantes são dos pacientes com doença hemolítica a frio (DHF), que são submetidos a hipotermia, como certos procedimentos cardíacos. Nota: 1. Realizar os testes imunohematológicos antes de levar a amostra de sangue a geladeira, em alguns casos, evita a ligação do auto-anticorpo às hemácias. 2. Recomenda-se que a amostra não seja armazenada em geladeira antes de separar o soro ou plasma das hemácias. 3. Antes de realizar os testes de rotina deve-se lavar as hemácias do paciente (amostra) pelo menos uma vez com salina entre 37ºC e 45ºC. 4. O soro/plasma do paciente (amostra) deve ser aquecido à 37ºC antes dos testes de rotina. AUTO-ANTICORPOS PERIGOSOS São aqueles que diminuem a sobrevida das hemácias ou causam anemia hemolítica. Concluindo: Quando há suspeita de anemia hemolítica auto-imune, é necessário que o Serviço de Hemoterapia Laboratório de Imunohematologia, tenha a história clínica detalhada para auxiliar na possível identificação da causa e na conduta laboratorial. A falta de informações pode atrasar a rotina laboratorial, dificultando a conclusão dos resultados e conseqüentemente a conduta médica em relação à terapia transfusional. Os glóbulos vermelhos transfundidos podem não ter sobrevida normal, nesses casos a decisão de transfundir deverá ser baseada no quadro clínico, com avaliação médica do risco/benefício. A metodologia mais recomendada para rotina laboratorial de amostras com auto-anticorpos frios, é o tubo pela técnica aquecida sem potencializador. Questão 1 Questão 2 Quando o paciente produz anticorpo contra determinado medicamento ou complexo medicamentoso e como conseqüência ocorre lesão das suas hemácias, dizemos que trata-se de uma anemia: 1. Ferropriva; 2. Aloimune; 3. Induzida por drogas; Que exame imunohematológico é importante para o diagnóstico da AHAI? 1. Resultado do controle Rh; 2. Teste da Antiglobulina Direta (TAD); 3. Tipagem ABO; 4. Tipagem Rh. Página 3 de 5

Questão 3 Questão 4 Questão 5 Os auto-anticorpos frios podem dificultar a rotina laboratorial apresentando resultados falso-positivos nos seguintes testes: 1. Tipagem ABO Direta; 2. Tipagem ABO Reversa; 3. Tipagem Rh; Para realizar os testes imunohematológicos nas hemácias de pacientes com anemia hemolítica auto-imune por anticorpo frio, recomenda-se: 1. Lavar as hemácias antes dos testes com salina normal a 4ºC; 2. Lavar as hemácias antes dos testes com salina normal a 37ºC; 3. Não lavar as hemácias antes dos testes; 4. Utilizar o soro do paciente para fazer a suspensão teste. Para realizar os testes imunohematológicos com soro ou plasma de pacientes com anemia hemolítica autoimune por anticorpo frio, recomenda-se: 1. Aquecer a 37ºC o soro ou plasma do paciente antes dos testes; 2. Colher a amostra do paciente a 4ºC; 3. Realizar os testes a 4ºC; 4. Todas as alternativas estão incorretas. Questão 6 Questão 7 Questão 8 Questão 9 Assinale os fatores que podem caracterizar uma anemia hemolítica auto-imune (AHAI): 1. Presença de auto-anticorpos no soro do paciente; 2. Hemácias do paciente revestidas por auto-anticorpos; 3. Queda nos níveis de hemoglobina/hematócrito; Os anticorpos frios podem ser benignos ou patológicos e a amplitude térmica é uma das características que pode auxiliar no diagnóstico. Que amplitude térmica pode caracterizar se o auto-anticorpo é benigno ou patológico, consecutivamente? 1. Menor que 22ºC e ampla até 32ºC; 2. Maior que 20ºC e ampla até 40ºC; 3. Menor que 22ºC e maior que 37ºC; Os anticorpos frios que diminuem a sobrevida das hemácias ou causam anemia hemolítica são chamados de: 1. Benignos; 2. Perigosos; 3. Sem importância clínica; 4. As alternativas 1 e 2 estão corretas. As Hemácias do paciente quando testadas com soro ou plasma do próprio e apresentam reação positiva, indica que as mesmas estão cobertas por auto-anticorpos, o que pode justificar uma discrepância na classificação ABO reversa. Esse teste é chamado de: 1. Auto-controle; 2. Auto-prova; 3. Controle Rh; 4. As alternativas 1 e 2 estão corretas. Página 4 de 5

Questão 10 Questão 11 Questão 12 Questão 13 Questão 14 Que tipo de amostra e reagente antiglobulina humana devem ser utilizados consecutivamente na rotina imunohematológica para evitar resultados falso-positivos no estudo de pacientes com auto-anticorpos frios, sabendo-se que a grande maioria dos auto-anticorpos frios pertencem à classe IgM, podendo ativar complemento in vitro? 1. Sangue coagulado e antiglobulina poliespecífica; 2. Sangue colhido em EDTA e antiglobulina monoespecífica; 3. Sangue colhido em EDTA e antiglobulina anti-igg; 4. As alternativas 2 e 3 estão corretas. Algumas metodologias de alta sensibilidade não são indicadas para testes imunohematológicos de pacientes com anemia hemolítica auto-imune. Para evitar resultados falso-positivos é mais indicado utilizar metodologias mais específicas. Essa conduta pode agilizar o diagnóstico, otimizar o uso de reagentes e um atendimento mais eficiente e eficaz ao paciente. Que metodologia é mais indicada para realização desses testes? 1. Gel centrifugação; 2. Biologia molecular; 3. Tubo; 4. Microplaca. Para realizar a rotina imunohematológica nas amostras de pacientes com auto-anticorpos frios que estejam interferindo na conclusão dos resultados é necessário utilizar algumas altenativas, como: 1. Não armazenar a amostra na geladeira antes de realizar os exames; 2. Para armazenar na geladeira, separar o soro ou plasma das hemácias; 3. Lavar as hemácias com salina normal a 37ºC pelo menos duas vezes antes de armazenar na geladeira; Para resolver as discrepâncias apresentadas nos exames imunohematológicos realizados com o soro ou plasma de paciente com auto-anticorpo frio pode-se utilizar técnicas alternativas como: 1. Utilizar a técnica de auto-absorção; 2. Aquecer o soro a 37ºC antes do teste; 3. Utilizar o método em tubo pela técnica aquecida a 37ºC; Qual é a especificidade mais comum entre os auto-anticorpos frios benignos ou patológios? 1. Anti-E; 2. Anti-I; 3. Anti-M; 4. Anti-Lea. Questão 15 Referências Bibliográficas: Pacientes com auto-anticorpos frios benignos ou patológicos podem apresentar respectivamente os seguintes resultados no Teste de Antiglobulina Direta com reagente poliespecífico: 1. Negativo ou fracamente positivo / Positivo 2+ a 3+; 2. Negativo / Negativo; 3. Positivo 3 + / Negativo; 4. Todas as alternativas estão incorretas. DANIELS, G. Human Blood Groups. 2ª ed. Blackwell Science - 2002. HARMENING, D. Técnicas Modernas em Banco de Sangue e Transfusão. 4ª ed - Editora Revinter,2006. GIRELLO, A.L. e KUHN, T.I., Fundamentos da Imnohematologia eritrocitária. 1ª ed - Editora Senac, São Paulo, 2002. RDC 153, de 14 de Junho de 2004. Página 5 de 5