INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO NA DENSIDADE DA MADEIRA DE Bagassa guinnensis Aubl. (Tatajuba) NO PLANALTO DE BELTERRA PARÁ

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Transcrição:

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO NA DENSIDADE DA MADEIRA DE Bagassa guinnensis Aubl. (Tatajuba) NO PLANALTO DE BELTERRA PARÁ É preciso muita cautela para decidir sobre o espaçamento inicial, principalmente em manejo de povoamentos, cujo objetivo é a produção de madeira industrial de rápido crescimento e baixa densidade. As decisões sobre espaçamentos e espécies não podem ser tomadas sem um conhecimento mais preciso da influência dos mesmos nas qualidades dos produtos obtidos (Pryor, 1997). Visando contribuir com informações quanto à influência do espaçamento na densidade da madeira, este estudo apresenta resultados obtidos em um plantio de Bagassa guianensis (tatajuba) em quatro diferentes espaçamentos. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 LOCALIZAÇÃO E HISTÓRICO DA ÁREA O estudo foi realizado em uma área do Campo Experimental da Embrapa em Belterra, Estado do Para. O campo está situado a 2 38 e 2 59 de Latitude Sul e 54 57 e 54 78 de Longitude Oeste, com uma altitude de, aproximadamente, 175 m. A vegetação original da área de estudo era de capoeira decorrente do abandono de p l a n t a ç õ e s d e s e r i n g u e i r a s h á, aproximadamente, 40 anos. Hoje, nessa área, que abrange 90 ha, estão instalados diversos experimentos, entre os quais: ensaios de procedência, com as espécies: Didymopanax morototoni, Bertholletia excelsa, Pinus caribea, Eucalyptus urophylla; ensaios de espaçamento com as espécies: Bagassa guianensis, Didmopanax morototoni e Jacaranda copaia; testes de progênies com Tachigalia sp e sistemas agroflorestais. O material usado neste trabalho foi proveniente do ensaio de quatro espaçamentos (3mx2m. 3mx3m, 3mx4m e 4mx4m) do plantio de Bagassa guianensis Aubl., com 16 anos de idade. 2.2 CLIMA, SOLO E TOPOGRAFIA Carvalho (1982) apresenta valores c l i m á t i c o s c o l h i d o s n a e s t a ç ã o meteorológica de Belterra, que são os seguintes: tipo climático Ami, de acordo com a classificação de Köppen; temperatura media anual de 25 C; umidade relativa media de 86%; precipitação media anual de 2111 mm, com 182 dias chuvosos durante o ano, apresentando maior ocorrência de chuvas nos meses de marco (24 dias), abril (26 dias) e maio (26 dias), e menor ocorrência em agosto (7 dias), setembro (7 dias), outubro (7 dias) e novembro (4 dias); insolação (média dos totais anuais) de 2 150 horas. De acordo com Brasil (1976), o solo da área pesquisada é do tipo Latossolo Amarelo Distrófico textura muito argilosa, apresentando mais de 70% de argila no horizonte B. O relevo da área é plano. 2.3 MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida em três etapas: a coleta dos dados, realizada no Campo Experimental da Embrapa em Belterra; a realização dos testes no Laboratório do Centro de Tecnologia da Madeira, da SUDAM em Santarém; e o processamento de dados e analise dos resultados, na Área de Pesquisa de Produção Florestal e Agroflorestal da Embrapa, em Belém. Rev. ciênc. agrár. Belém. n. 35. p. 73-78. jan./jun. 2001 75

MANOEL SEBASTIÃO PEREIRA DE CARVAIHO, JOÃO OLEGÁRIO PEREIRA DE CARVALHO Os dados foram coletados na plantação de Bagasse guianensis Aubl., cobrindo uma área d e 5, 7 5 h a. O d e l i n e a m e n t o experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições. Foram sorteadas 8 árvores por espaçamento (3mx2m, 3mx3m, 3mx4m e 4 mx4m), perfazendo um total de 32 indivíduos. O DAP (diâmetro a 1,30m do solo) dos indivíduos estudados era, em média, 18 cm (variando de 14 cm até 22 cm) para o espaçamento 3mx2m; 20cm (variando de 17cm ate 24,5cm) para o espaçamento 3mx3m; 21cm (variando de 18,5cm ate 23,5cm) para o espaçamento 3mx4m c 23cm ( variando de 19,5cm ate 26cm) para o espaçamento 4mx4m. A média geral de altura era de 23m. Não havia grande variação em altura em função do espaçamento. Na escolha dos 8 indivíduos por espaçamento, foi dada prioridade às arvores de fuste mais reto e sem galhos, para evitar qualquer interferência de defeitos na madeira, que pudesse mascarar os resultados dos testes físico-mecânicos. As árvores foram abatidas e, em seguida, foram retirados toretes, um de cada árvore, para posterior preparação dos corpos de prova. Os toretes, com um metro de comprimento, foram retirados à altura de um metro (base do torete) a dois metros (topo do torete) do solo. Este procedimento está de acordo com as sugestões de Maddern (1965); Nylider (1953). A norma utilizada para este trabalho foi a Comission Panamericana de Normas Técnicas (COPANT, 1973). O peso foi determinado através de uma balança analítica de laboratório, cujos alcance e precisão foram adequados ao tamanho do corpo de prova usado. O volume foi determinado pela medição das dimensões das amostras, usando com instrumento de medição o paquímetro. Foram testados 101 corpos de prova. 2.4 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS O processamento e a análise dos dados foram feitos na Área de Pesquisa de Produção Florestal e Agroflorestal-AFA, da Embrapa em Belém, utilizando um programa desenvolvido pelo Núcleo de Tecnologia em Informática para a Agricultura-NTIA. As análises estatísticas, inclusive o Teste de TUKEY, foram feitas também através do referido programa. 3 RESULTADOS E DISCUSSAO Para quaisquer resultados envolvendo estudos coin densidade, sugere-se muita cautela nas conclusões e, principalmente, nas extrapolações. Os resultados de diferentes ensaios efetuados nas mais diversas situações mostram que ocorre uma variação mais ou menos acentuada entre gêneros, entre espécies dentro de um mesmo gênero, entre árvores dentro de uma espécie e, até mesmo, em diferentes partes da árvore. Além das inúmeras interações intrínsecas, para dado povoamento pode ocorrer uma variação em função da origem das sementes ou mudas, das condições locais de clima e solo, sistema de implantação e manejo, da idade, do ritmo de crescimento e outras causas. Variações podem ocorrer em função 76 Rev. ciên. agrár., Belém. n. 35, p. 73-78. jan./jun. 2001

MANOEL SERASTIÃO PEREIRA DE CARVALHO, JOÃO OLEGÁRIO PEREIRA DE CARVALHO BRASIL, M. A. M., FERREIRA, M. Variação da densidade básica da madeira de Eucalyptus alba Reinw, E. saligna Smith e E. grandis Hill ex Maiden aos 5 anos de idade, em função do local e do espaçamento. IPEF, Piracicaba, n. 2/3), p. 129-149, 1971. CARVALHO, J.O.P. de. Análise estrutural da regeneração natural em floresta tropical densa na Região no Estado do Pará. 1982. 128 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1982. C A R V A LH O. M. S. P d e. I n f l uên cia d o espaçamento nas propriedades fí sicomecânicas da madeira de tatajuba (Bagassa guianensis Aubl.) no planalto de Belterra. PA. 1996. Dissertação (Mestrado) FCAP. Belém, 1996. CARVALHO. M.S.P de.. CARVALHO. J.O.P. de. Influência do espaçamento nas propriedades mecânicas da madeira de tatajuba (Bagassa guianensis Aubl.) no planalto de Belterra. PA. Boletim da FCAP, Belém. n; 28, p. 105-121. jun./dez. 1997. FERREIRA, M. Estudo da varia ção da d e n s i d a d e b á s i c a d a m a d e i r a d e Eucalyptus alba Reinw e E. saligna Smith. 1 9 6 8, 7 2 p. ( D o u t o r a d o ) E S A L Q, Piracicaba. 1968. --------------------------, Estudo da variação da densidade básica da madeira de E. alba Reinw e E. saligna Smith. IPEF, Piracicaba, v. 1, n. 1, p. 83-96,1970. MADDERN. J. H. The heritability of wood density. Melbourne: International Union Forest. Research Organization. 1965. 20p. (Meeting Section 41). NYLIDER, P. Variations in density of planted spruce. Statens. Skogsforningsinst, v. 43, p. 1-44, 1953. PRYOR, L. D. Eucalyptus in plantation: present and future. In: WORLD SYMPOSIUM ON M E N FOREST A N D T H E IR INDUSTRIA L IMPORTANCE. 2., 1967. Canberra: FAO, 1967. p. 993-1008. VILLELA. A., Reflorestamento: alternativa para oferta de madeiras. Revista da Madeira, v. 1. n. 1. 1995. 78 Rev. ciên. agrár., Belém. n. 35, p. 73-78. jan./jun. 2001