CONHECIMENTO DE GESTANTES ACERCA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO 1



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Transcrição:

CONHECIMENTO DE GESTANTES ACERCA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO 1 RESUMO Khivia Kiss da Silva Barbosa Enfermeira. Mestre em Saúde Pública. Professora da Faculdade Nova Esperança - FACENE e do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ Andréa Borges Macedo Enfermeira assistencial do Hospital de Trauma Humberto Lucena Elenízio Andrade de Oliveira- Enfermeiro. Coordenador Geral de Enfermagem do Hospital de Guarnição - HGJP. Professor do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Camila Teixeira de Carvalho Dias- Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. Camila Chianca de Albuquerque- Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ. A depressão é um mal que aflige milhões de pessoas em todo o mundo. A mulher, em particular, pode sofrer de um tipo especial da citada patologia: a depressão pós-parto ou puerperal. Este estudo objetivou identificar o conhecimento de gestantes acerca da depressão pós-parto. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa, que teve como instrumento de coleta de dados um roteiro semi-estruturado. A coleta foi realizada nos meses de fevereiro e março de 2008, em um Banco de Leite Humano, do município de João Pessoa-PB, junto a 20 gestantes. Os resultados mostraram que em relação à faixa etária das gestantes participantes do estudo: 10% se encontravam na faixa etária entre 15 e 20 anos; 30% entre 21 e 25 anos; 4 entre 26 e 30 anos e 1 entre 31 e 35 anos. 3 das gestantes participantes do estudo tinham cursado o ensino médio incompleto e apenas 10% tinham o curso superior completo. 50% das participantes do estudo eram solteiras, 2 casadas, 20% vivendo em união consensual e viúvas. Pudemos observar também que 5 das participantes do estudo tinham planejado a gravidez e 4 não planejaram. 100% das gestantes estavam desejando a gravidez. 6 das gestantes participantes do estudo disseram não saber nada sobre depressão pós-parto; 2 disseram que é quando a mãe rejeita o filho ; para é quando a mãe tem medo de perder o filho e afirmou que é quando a mãe está insatisfeita com a vida. A maioria delas (60%) não soube responder quais os sintomas da depressão pós-parto; 4 das gestantes afirmaram que o tratamento deve ser feito com conversa, orientação e apoio; 20% afirmam que deve ser feito com muita paciência; 20% dizem que deve ser feito com um acompanhamento profissional e familiar e 1 não soube responder. Podemos verificar que existe uma lacuna relacionada ao pré-natal. É de suma importância que a temática seja trabalhada neste período, visto que é o momento oportuno para que a mulher possa retirar todas as suas dúvidas com o profissional e adquirir conhecimentos acerca da doença, preparando-se para a gestação, momento do parto e pósparto, podendo manifestar seus sentimentos e reconhecer sintomas que apontem uma possível depressão pós-parto, buscando ajuda, possibilitando a prevenção de complicações da doença, bem como uma boa qualidade de vida para si própria e o bebê. Palavras-chaves: depressão pós-parto. ótica. gestantes.

1Artigo retirado do Trabalho de conclusão de curso defendido e aprovado pela Faculdade Nova Esperança FACENE 1. INTRODUÇÃO O tema depressão tem sido motivo de inúmeras pesquisas por tratar-se de um mal que aflige milhões de pessoas em todo o mundo, independente de cor, raça, situação financeira e sexo. A mulher, em particular, pode sofrer de um tipo especial da citada patologia, a depressão pós-parto ou puerperal. Segundo Nunes e Bueno (1), a depressão é evidenciada pelas alterações no humor vital dos indivíduos, levando-os a perder a qualidade de suas funções afetivas, cognitivas e intelectuais. Sendo assim, quando as sensações de infelicidade e inutilidade tornam-se constantes e passam a interferir nas funções corporais das pessoas, estamos falando sobre a depressão. Em relação à gravidez, a depressão pós- parto pode ser derivada de problemas emocionais, particularmente a depressão, causando um impacto significativo sobre a mãe e a criança. Com a identificação de fatores de risco para a depressão pós-parto e um aumento do conhecimento sobre a vulnerabilidade biológica para os transtornos de humor, no período puerperal, um número crescente de estudos tem explorado meios de prevenir a depressão pósparto, utilizando estratégias psicossociais, psicofarmacológicas e hormonais. Nesse entendimento, Branden ((2), p. 28) afirma que "[...] a gestação e o nascimento da criança são eventos psicossociais, que afetam profundamente as vidas dos pais e das famílias. Nada é mais definitivo para o auto-conceito de alguns homens e mulheres do que o desafio de gerar e criar um filho". Dessa forma, desde o início da gestação, a mulher pode apresentar oscilações de humor e aumento da irritabilidade. Estas alterações estão relacionadas principalmente ao grande esforço de adaptação à nova realidade de vida, repleta de tarefas, responsabilidades, aprendizagens, bem como descobertas. Para Azevedo e Navajas Filho (3), o sentimento básico característico do primeiro trimestre de gestação é a ambivalência afetiva, já que a gravidez, por si só, implica em perdas e ganhos, que justificam a existência dos dois sentimentos, euforia e apreensão (às vezes até

rejeição). De acordo com estes, o segundo trimestre evolui com maior estabilidade, porém no terceiro trimestre a ansiedade volta a desestruturar os sentimentos maternos. Ao longo de todo o ciclo gravídico-puerperal, podemos dizer que o puerpério é o período em que a mulher apresenta uma maior susceptibilidade à ocorrência de crises e quadros psicopatológicos, sendo estas influenciadas pelas significativas transformações desenvolvidas pelo parto. Assim, A depressão pós-parto é um quadro clínico, agudo, que necessita de um acompanhamento psicológico e psiquiátrico, tendo em vista a gravidade dos sintomas e, dependendo da situação, existe uma necessidade de utilização de medicações. Entre os sintomas da depressão pós- parto, podemos citar: tristeza, choro, humor depressivo, estados mentais instáveis, anorexia, insônia, a paciente se auto- acusa e se reprova, verbalizando sentimentos de inutilidade, ao pensar que não pode cuidar do filho, não sendo suficientemente boa para esta missão. É importante atentar para o fato de que, este tipo de depressão não afeta apenas mulheres, cuja situação financeira é pouco satisfatória. Mulheres de classe social elevada também estão vulneráveis à depressão pós- parto, tendo em vista o fato de esta doença estar intrinsecamente relacionada às modificações ocasionadas pela gestação, na vida da mulher. O presente trabalho tem por finalidade identificar o conhecimento de gestantes acerca da depressão pós-parto, oferecendo um suporte teórico para os acadêmicos e profissionais que prestam assistência a gestantes e puérperas, contribuindo para que possam abordar a temática com maior freqüência e saibam identificar com antecedência algumas características que tornam a mulher mais vulnerável ao desenvolvimento da doença. 2. REVISÃO LITERÁRIA O acesso a informações sobre todo o período da gravidez (da concepção ao parto) prepara melhor a mulher, física e emocionalmente, para que saiba o que está acontecendo com o seu bebê, seu corpo, suas emoções, podendo esclarecer dúvidas. Ela enfrentará melhor as preocupações, ansiedades e medos normais da gestação, e também definirá hábitos mais saudáveis a serem seguidos, devido ao fato da maternidade ser um momento delicado na vida da mulher (4). A mulher, especialmente na primeira gravidez, pode apresentar vômitos e enjôo. Tais sensações aparecem, em geral, duas semanas depois da concepção e podem agravar-se

durante o primeiro mês, para depois diminuírem progressivamente e desaparecerem no terceiro mês. Quanto às alterações emocionais e psíquicas, é comum que a futura mãe se torne mais emotiva, com sinais de irritabilidade, sensibilidade, desencadeie também diversos sintomas, como: cansaço, retenção de líquido, má circulação do sangue nas extremidades do corpo e até mesmo desânimo. Em outros casos, pode demonstrar uma alegria suave e uma permanente sensação de felicidade (5). Para Jugaib (6), tanto a gravidez normal quanto a anormal passam por crises psicológicas, crises de vida, e no caso de ser a primeira gravidez esta se torna por vezes um estresse nunca vivenciado. A gravidez normal experimenta também variações de emoções que incluem introversão, passividade, mudanças bruscas de humor, inquietação, irritabilidade, preocupação e depressão, todas essas variações resultantes da ansiedade instalada. Jugaib (6) refere que se a ansiedade não for controlada, poderá levar a mulher a complicações emocionais na gravidez, pós-parto, podendo colocar em risco também o desenvolvimento emocional da criança, o que seria a maior conseqüência. Entretanto, para evitar tal acontecimento é necessário identificar os sintomas logo nos primeiros meses. Gasparini (7) afirma que a depressão não era considerada uma doença, mas uma alteração do caráter e da força de vontade, ou seja, uma reação psicológica de pessoas fisicamente incapazes de resolver seus próprios problemas, mas que hoje já pode ser definida como um distúrbio do humor, com duração maior do que duas semanas, causado pela deficiência de determinadas substâncias (serotonina, noradrenalina, e dopamina), no cérebro. Segundo Campos (8), os transtornos depressivos estão classificados pela Associação Norte-Americana de Psiquiatria (APA), dentro dos chamados transtornos de humor e a características de um episódio depressivo maior é o tempo de ocorrência, que deve ser no mínimo duas semanas, durante as quais há um humor deprimido ou perda de interesse e prazer por quase todas as atividades. Conclui que apenas a mudança de humor não configura um episódio depressivo, devendo a pessoa apresentar ao mesmo tempo, pelo menos quatro dos seguintes sintomas: alterações no apetite ou de peso, distúrbios do sono ou na atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de desvalia ou culpa, dificuldades para pensar, concentrar-se, tomar decisões, pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida. As alterações psiquiátricas pós-parto são divididas em três categorias: a melancolia materna (Blues Puerperal ou tristeza pós-parto), a depressão pós-parto e psicose pós-parto (transtornos afetivos psicótico-puerperais). Para Stuart e Laraia ((9), p.384), os sintomas de

humor no pós-parto são divididos com base em sua gravidade, em três categorias: tristeza, psicose e depressão. Os autores afirmam ainda que há 50% de chances de recorrência. Segundo Stuart e Laraia (9), a tristeza pós-parto é caracterizada por episódios breves, onde a mulher encontra-se com humor instável e propensão ao choro. O tratamento consiste na tranqüilização verbal e tempo para resolução dessa resposta normal. Ao observarmos uma puérpera, podemos notar freqüentes variações do estado de humor, com tendência a depressão, choro lábil, falas, gestos e condutas que evidenciam todo o complexo da nova situação vivenciada. Para Towsend (10), a etiologia da depressão pós-parto associa alterações hormonais a uma vulnerabilidade à depressão, relacionada à hereditariedade, criação, experiências iniciais de vida, personalidade ou circunstâncias sociais. Para Campos ((8), p. 28), a depressão pósparto é um momento diretamente relacionado à oscilação hormonal. 3. METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de um estudo do tipo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa. Para Gil (11), a pesquisa exploratória é aquela que tem como principal finalidade o aperfeiçoamento de idéias e a descoberta de intuições. Este tipo de pesquisa possui o seu planejamento bastante flexível. Minayo (12) afirma que a abordagem quantitativa é definida por uma população e busca um critério numérico que possibilite a gerar e generalizar conceitos teóricos que se pretende testar. Ela transforma em números, opiniões e informações, por meio de recursos e técnicas estatísticas para classificá-las e analisá-las, associado ao estudo descritivo. A pesquisa foi realizada em um Banco de Leite Humano, de uma maternidade pública, situado no município de João Pessoa-PB, que realiza assistência à saúde da mulher. A amostra desta pesquisa foi composta por todas as gestantes atendidas no Banco de Leite Humano que estavam realizando pré-natal e manifestaram o desejo de participar da pesquisa, depois de tomar conhecimento dos seus objetivos. Para a seleção da amostra, foram utilizados os seguintes critérios: estarem realizando pré-natal, serem cadastradas na instituição, terem mais de dezoito anos e concordar em participar da pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra contou com 20 gestantes.

A coleta de dados aconteceu mediante aplicação de um roteiro de entrevista semiestruturado, contendo perguntas objetivas e subjetivas voltadas ao objetivo da pesquisa. É importante ressaltar que a coleta de dados apenas se realizou após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da FACENE (Faculdade de Enfermagem Nova Esperança), realizando- se, portanto, entre os meses de fevereiro e março de 2008 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo, apresentaremos os dados coletados juntamente com as respectivas análises. 1 10% 30% 15 a 20 anos 21 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos 4 Gráfico 1 Distribuição das gestantes (N = 20) segundo a faixa etária. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. O gráfico 1 demonstra a faixa etária das gestantes participantes do estudo, porém 10% se encontravam na faixa etária entre 15 e 20 anos; 30% entre 21 e 25 anos; 4 entre 26 e 30 anos e 1 entre 31 e 35 anos. Estes dados revelam a predominância no estudo de gestantes com idade entre 26 e 30 anos, considerada uma boa faixa etária para a gravidez, aonde a mulher teoricamente poderá encontrar-se fisiologicamente e psicologicamente preparada para tal evento.

10% 10% 3 2 1 Ens Fund Inc Ens Fund Comp Ens Med Inc Ens Med Comp Ens Sup Inc Ens Sup Comp Gráfico 2 Distribuição das gestantes (N = 20) segundo a escolaridade. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. No gráfico 2 podemos observar que 3(a maioria) das gestantes participantes do estudo tinham cursado o ensino médio incompleto e apenas 10% tinham o curso superior completo. 20% 2 União Consessual Solteira Casada Viúva 50% Gráfico 3 Distribuição das gestantes (N = 20) segundo o estado civil. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. O gráfico 3 demonstra que 50% (a maioria) das participantes do estudo como solteiras, 2 casadas, 20% vivendo em união consensual e viúva. Gráfico 4 Distribuição das gestantes (N = 20) segundo o fato de ter planejado a gravidez. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008.

No gráfico 4 podemos verificar que 5 das participantes do estudo tinham planejado a gravidez e 4 não planejaram. É importante observar que uma gravidez planejada pode ser bem mais saudável do que uma gravidez não planejada, visto que a preparação psicológica, social e financeira pode dar um maior suporte à gestante, caso seja necessário, porém não garante efetivamente a prevenção de algumas complicações, entre elas: a depressão pós-parto. 0% Sim Não 100% Gráfico 5 Distribuição das respostas (N = 20) segundo o fato de estar desejando a gravidez. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. O gráfico 5 expressa que 100% das gestantes estavam desejando a gravidez. Este é um fator extremamente relevante, já que a não aceitação da gestação pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da depressão pós-parto. 2 6 Mãe que rejeita o filho Medo de perder o filho Insatisfação com a vida Não Sabe Nada Gráfico 6 Distribuição das respostas (N = 20) dadas pelas gestantes referentes aos conceitos de Depressão pós-parto. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008.

O gráfico 6 nos mostra que 6 (a maioria) das gestantes participantes do estudo dizem não saber nada sobre depressão pós-parto; 2 dizem que é quando a mãe rejeita o filho ; para é quando a mãe tem medo de perder o filho e afirmam que é quando a mãe está insatisfeita com a vida. Conforme o que foi visto no Gráfico 6, a maioria das gestantes não sabe absolutamente nada sobre depressão pós-parto. Consideramos este dado preocupante, uma vez que a gestação e o nascimento de uma criança são eventos psicossociais capazes de afetar profundamente a vida dos pais e das famílias e é no pré-natal que as gestantes deverão ter a oportunidade de conhecer um pouco sobre esta doença, que afeta milhões de mulheres no mundo, para que possam identificar com antecedência algumas características que tornam a mulher mais propensa a doença e assim, buscar auxílio. Para Towsend (10), a depressão pós-parto pode levar a mãe a uma falta de interesse pelo bebê, rejeição do mesmo ou até um medo mórbido de que o bebê se machuque. Ele coloca também o risco de homicídio e infanticídio. Choro fácil 10% tristeza, raiva, angustia e choro fácil tristeza, raiva e choro fácil 60% tristeza dor de cabeça, tristeza, raiva, angustia e choro fácil dor de cabeça, tristeza e raiva angústia, choro fácil e isolamento Não souberam Gráfico 7 Distribuição das respostas (N = 20) dadas pelas gestantes referentes aos sintomas da Depressão pós-parto. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. O gráfico 7 demonstra os sintomas da depressão pós-parto segundo a opinião das participantes do estudo. A maioria delas (60%) não soube responder quais os sintomas; 10%

citou tristeza, raiva angústia e choro fácil; e entre os outros sintomas referidos, temos: isolamento e dor de cabeça. Entre os principais sintomas de depressão pós-parto, podemos citar: nervosismo, irritação, tristeza, desânimo, choro fácil, cefaléia, dor na região peitoral, palpitação, insônia ou hipersônia, fadiga, perda de peso, inapetência ou excesso de fome, falta de concentração, déficit na memória e dificuldade na tomada de decisões, preocupação em excesso com o bebê ou com si mesma, bem como o não interesse por atividades que possam despertar o prazer. O fato da maioria das participantes do estudo não reconhecer os sintomas da depressão pós-parto é uma questão preocupante, tendo em vista a importância de reconhecer tais sintomas, para que se possa ter um diagnóstico precoce, evitando complicações. 10% Rejeição com o filho ou idéia de morte Angústia Desprezo do companheiro Maior sensibilidade 50% 1 Gravidez indesejada Psicológico Falta de amor e carinho Não souberam Gráfico 8 Distribuição das respostas (N = 20) dadas pelas gestantes referentes ao momento em que a mulher pode desenvolver depressão pós-parto. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. O gráfico 8 afirmam que 50% (a maioria) das participantes do estudo não sabem quando uma mulher pode desenvolver depressão pós-parto; 10% acreditam que a mulher pode desenvolver a doença quando apresenta rejeição com o filho ou idéia de morte; e as outras acreditam que a mulher pode desenvolver a doença quando sofre de angústia, desprezo do companheiro, tem uma maior sensibilidade, gravidez indesejada, problema psicológico ou falta de amor e carinho.

O fato da maioria neste estudo não saber reconhecer os fatores de risco para a depressão pós-parto é considerado preocupante, pois um trabalho de suporte ante a crise é relevante para que a gestante possa expressar livremente seus receios e ansiedades. 20% 1 4 Conversa, orientação e apoio Muita paciência Acompanhamento profissional e familiar Não souberam 20% Gráfico 9 Distribuição das respostas (N = 20) dadas pelas gestantes referentes a como deve ser o tratamento da depressão pós-parto. Fonte: Dados da Pesquisa. João Pessoa, 2008. No gráfico 9 temos o tratamento da depressão pós-parto segundo a opinião das gestantes. Assim, 4 delas afirmam que o tratamento deve ser feito com conversa, orientação e apoio; 20% afirmam que deve ser feito com muita paciência; 20% dizem que deve ser feito com um acompanhamento profissional e familiar e 1 não souberam responder. Apesar de este estudo mostrar anteriormente que a maioria das participantes não sabem definir depressão pós-parto, observamos que elas conseguem visualizar a doença, estas respostas mostram que é possível direcionar o tratamento em parte, segundo o que diz a literatura acerca do tema. Ballone (13) afirma que o tratamento da depressão pós-parto deve envolver, no mínimo, três tipos de cuidados: ginecológico, psiquiátrico e psicológico. Também são relevantes os cuidados sociais, objetivando a qualidade de vida da mãe e prevenindo distúrbios no desenvolvimento do bebê. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do desenvolvimento desta pesquisa, podemos constatar que a depressão pósparto é uma doença extremamente complexa, pois envolve tanto os aspectos físicos, quanto os psicológicos da paciente. É necessário que os profissionais de saúde ofereçam um apoio emocional e espiritual adequado a essas pacientes, evitando o agravamento da doença e auxiliando na melhora do caso. Além disso, é fundamental que esta paciente receba orientações adequadas em relação ao seu caso e que a equipe esteja preparada e capacitada para identificar possíveis sintomas da doença, prevenindo um quadro de maior dimensão. Nossos resultados demonstram claramente que existe uma lacuna relacionada à temática no pré-natal, tendo em vista que os profissionais responsáveis por tal missão, não transmitiram quaisquer informação acerca do referido assunto. Portanto, é de suma importância que a temática seja trabalhada neste período, visto que é o momento oportuno para que a mulher possa retirar todas as suas dúvidas com o profissional, adquirindo conhecimentos inerentes à doença, preparando-se para a gestação, momento do parto e pósparto, verbalizando seus sentimentos e possibilitando o reconhecimento, pelos profissionais, de sintomas que apontem uma possível depressão pós-parto. 6. REFERÊNCIAS (1) Nunes P, Bueno R. Psiquiatria e saúde Mental: conceitos clínicos e terapêuticos fundamentais. São Paulo: Atheneu; 2000. (2) Branden PF. Enfermagem materno-infantil: enfermagem prática. 2ª ed. Rio de Janeiro: Reichmann e Afonso; 2000. (3) De Azevedo AR, Navajas Filho E. Aspectos Comportamentais e emocionais na Puerperalidade. In: Camano L. Guia de obstetrícia: ambulatorial e hospitalar. São Paulo: Manole; 2003. (4) Gravidez: mês a mês gestação. Disponível em: <www.clubedobebe.com.br>. Acesso em: 09 out. 2007. (5) Estrada D. Constitui-se um sujeito. Anais da 1ª Jornada Clínica da Sociedade Pestalozi, Rio de Janeiro; 1998.

(6) Jugaib M. Teoria e prática do psiquiátrica. São Paulo: Atheneu; 1997. (7) Gasparini S. Depressão. Disponível em: <www.saudevidaonline.com.br>. Acesso em: 05 set. 2007. (8) Campos R. Depressão, um estigma feminino. Revista Viver, n.112, ano x, p.24-29, maio. São Paulo; 2002. (9) Studart GW, Laraia MT. Enfermagem Psiquiátrica: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed; 2001. (10) Towsend MC. Enfermagem Psiquiátrica: conceitos de cuidados. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 2002. (11) Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas; 2002. (12) Minayo MCS. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas; 1999. (13) Ballone GJ. Depressão Pós-Parto. Disponível em: <www.psiqwebmed.br/sexo>. Acesso em: 24 ago. 2007. 7. APÊNDICES APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Esta pesquisa é intitulada "Depressão pós-parto segundo a ótica de gestantes". Está sendo desenvolvida por ANDRÉA BORGES MACÊDO, CAMILA TEIXEIRA DE CARVALHO DIAS, CAMILINHA CHIANCA DE ALBUQUERQUE e ELENÍZIO ANDRADE DE OLIVEIRA, Enfermeira Assistencial do Hospital de Trauma Humberto Lucena, alunas do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ e Professor da disciplina Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem do Centro Universitário de João Pessoa, respectivamente, sob a orientação da professora Ms. KHIVIA KISS DE SILVA BARBOSA. A mesma apresenta o seguinte objetivo: verificar os fatores de risco para uma mulher desenvolver a depressão pós-parto. A finalidade desse trabalho é levar informações sobre depressão pós-parto à gestantes. A realização dessa pesquisa só será possível com a sua participação, por isso solicitamos sua contribuição no sentido de participar da mesma. Informamos que será garantido seu anonimato, bem como assegurada sua privacidade e o direito de desistir desta, não será efetuada nenhuma forma de gratificação a sua

participação. Ressaltamos que os dados serão coletados através de uma entrevista, onde a senhora responderá a algumas perguntas sobre dados pessoais, relacionadas à depressão pós-parto. Os mesmos farão parte de um Trabalho de Pesquisa, podendo ser divulgado em eventos científicos, periódicos e outro, a nível nacional ou internacional. Por ocasião da publicação dos resultados, o nome da senhora será mantido em sigilo. A sua participação na pesquisa é voluntária e, portanto, a senhora não é obrigada a fornecer as informações solicitadas pela pesquisadora. Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano, nem haverá modificação na assistência, caso esteja recebendo. As pesquisadoras estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. Diante do exposto, agradecemos a sua contribuição na realização desta pesquisa. Eu, RG:, concordo em participar dessa pesquisa, declarando que cedo os direitos do material coletado, que fui devidamente esclarecida, estando ciente dos objetivos da pesquisa, com a liberdade de retirar o consentimento, sem que isso me traga qualquer prejuízo. Estou ciente de que receberei uma cópia desse documento, assinado por mim e pelas pesquisadoras. João Pessoa, / /2008. Prof. Ms. Khivia Kiss da Silva Barbosa Pesquisadora responsável Andréa Borges Macedo Pesquisadora participante Camila Teixeira de Carvalho Dias Pesquisadora participante Camila Chianca de Albuquerque Pesquisadora participante Elenizio Andrade de Oliveira Pesquisador participante Participante da pesquisa Assinatura da testemunha Endereço profissional da orientadora: Rua Artífice Pedro Marcos de Souza, 12 Valentina de Figueiredo - João Pessoa Cep 58060-000 Fone (83) 3237-6666/3237-9999. APÊNDICE B INSTRUMENTO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS 1 Idade

2 Escolaridade 3 Estado civil 4 Renda familiar 5 Gravidez planejada? ( ) sim ( ) não 6 Gravidez desejada? ( ) sim ( ) não 7 O que você entende por depressão pós-parto? 8 Quais os sintomas da depressão pós-parto? ( ) dor de cabeça ( ) tristeza ( ) raiva ( ) angústia ( ) choro fácil ( ) vontade de morrer Outros: 9 Na sua opinião, quando uma mulher pode desenvolver a doença? Quais os fatores de risco? 10 Como deve ser o tratamento da depressão pós-parto?