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Fizeram parte da sessão de julgamento os Drs. Auditores:

Transcrição:

Processo n. 011/2016 Denunciada: SAMARA DA COSTA DE CAMARGO Sessão de julgamento: 08 de junho de 2017. Relato rio EMENTA: AUSÊNCIA PEDIDO JUSTIÇA GRATUITA AUSÊNCIA PAGAMENTO EMOLUMENTOS DESERÇÃO DOPING INFRAC A O A S NORMAS DA IAAF Artigo 32.2 (a), do Livro de Regras da IAAF e 2.1 do Código Mundial Antidoping Substancia proibida: Clembuterol e Gestrilona (esteroide anabólico androgênico) Aplicac a o do princi pio da Strict Liability - Infrac a o Configurada e Confessa Aplicac a o da pena de 24 meses de inelegibilidade, por unanimidade de votos, com fulcro no artigo 40.2 c.c 40.7.c e consequente devoluc a o de todos os eventuais pre mios conquistados desde a coleta da amostra, conforme prevê o 40.9. Aos 28 de agosto de 2016, em competic a o denominada 5 a Corrida em Movimento, a atleta denunciada foi submetida a coleta de urina e teve resultado anali tico adverso, ou seja, resultado positivo acusando a presenc a, em seu organismo, de substa ncias proibidas, quais sejam: Clembuterol e Gestrilona (esteroide anabólico androgênico EAA exógeno). Em 13 de setembro de 2016, fora emitido ofi cio por parte da ABCD para a denunciada, comunicando o recebimento do resultado anali tico adverso do laboratório, ao mesmo tempo em que fora solicitado à atleta suas explicac o es a respeito, facultando-lhe ainda o direito de solicitar a abertura da amostra B.. Em 14 de setembro e 06 de outubro respectivamente, a atleta apresentou explicac o es, alegando ter feito uso de suplemento alimentar e que na o tinha interesse na abertura da Amostra B.

A justificativa apresentada pela atleta na o foi aceita pela ABCD. Em 11 de outubro de 2016, a ABCD oficiou a Confederac a o Brasileira de Atletismo sobre o Resultado Anali tico Adverso da amosta da atleta denunciada para a presenc a da substa ncia acima destacada, substa ncia qui mica de natureza exo gena, sendo incompati vel com a produc a o endo gena em seres humanos. O processo fora remetido ao Presidente do STJD do Atletismo, para os tra mites processuais em decorre ncia da infrac a o a s normas da IAAF. Em 26 de outubro de 2016, a Procuradoria do STJD ofereceu a denu ncia requerendo a designac a o da data e hora para julgamento do caso, e ainda a condenac a o da atleta por infrac a o a regra 32.2.a e 32.2.a.i cumulada com as Regras 34.5 e 34.7 da IAAF por utilizac a o de substa ncia constante na Lista de Substa ncias Proibidas da WADA, devendo ser aplicada a pena de inelegibilidade, como previsto na regra 40.2, da IAAF. Foi designado o dia 10 de março de 2017, as 20h, para a Sessa o de Instrução e Julgamento, e sorteada a Dra. Solange Guerra Bueno como Auditora Relatora, tendo sido a atleta regularmente citada, com a confirmac a o do recebimento da citac a o. A denunciada solicitou Defensor Dativo, conforme consta dos autos e designado o Dr. Gerson Duarte, regularmente documentado para atuar como Defensor Dativo da denunciada. A relatoria do presente caso foi dirigida a Auditora Solange Guerra Bueno e a sessa o de Instruça o e Julgamento desta Comissa o Disciplinar Nacional do Atletismo realizada aos 10 de março de 2017, as 20h no qual a atleta prestou depoimento via skipe (on line). Iniciada a Sessa o de Instruça o e Julgamento, foi lido o relato rio e, ato conti nuo, foi colhido o depoimento pessoal da atleta, via skipe, que, em suma afirmou que na o pediu a abertura da amostra B em virtude do alto custo; que e atleta amadora, praticante de outras modalidades e que participa de corridas de rua; que não é vinculada a nenhum clube, nem a CBAT; que confirma a ingesta o de suplementos alimentares e que não sabia que o mesmo continha substa ncia proibida pela CBAT; que não sabia que a corrida que se inscreveu era oficial da CBAT, pois não consta nem no regulamento, nem no site; que o regulamento não previa a realização de exame antidoping; confessou o uso de suplementos; admitiu sua negligencia por ser amadora, sem vinculo clubístico e por entender que a corrida que participou era beneficente em prol de entidade filantropa para divulgação da esclerose múltipla. Foi constatado e saneado a qualificação da denunciada na Denuncia, por constatar-se que a mesma não possui inscrição junto a CBAT, Federação ou clube. Iniciou-se a fase de perguntas dos auditores e foi questionado se havia delegados da CBAT identificados no local da prova. Foi respondido que na o sabia

dizer, pois na o identificou nenhum. Vale ressaltar que o depoimento da atleta foi gravado e o arquivo foi arquivado junto a secretaria do STJD da CBAT. Apo s o depoimento, a palavra foi concedida a Procuradoria que reiterou os termos da denu ncia. Ato conti nuo, a defesa apresentou sua tese, justificando, em si ntese, que a atleta jamais se furtou a sua responsabilidade junto a Justic a Desportiva e que, diante da da Confissa o, de rigor a reduc a o da pena, pugnando pelo reconhecimento das circunsta ncias atenuantes e da retroac a o, pedindo afinal a aplicac a o da pena mi nima. Ao final, foram proferidos os votos, devidamente embasados atrave s das justificativas dos auditores, sendo que os Auditores Dr. Alexandre Miranda e Dra Mercia Polisel, acompanharam a Dra. Solange Guerra Bueno, relatora, e votaram pela aplicac a o da pena de inelegibilidade por 04 (quatro) anos, contados a partir da data da coleta do exame, com a redução da mesma pela a aplicac a o do artigo 40.7, do Livro de Regras do Atletismo, cumulado com a pena do 40.9, qual seja, a desqualificação dos resultados obtidos a partir da data da coleta da amostra e cancelamento de quaisquer títulos, premiações, medalhas, pontuações, prêmios e ou caches recebidos pela sua participação em competições no período. Foi interposto recurso por parte da atleta reiterando os fundamentos da defesa sem preparo. Contrarrazões apresentadas pela Procuradoria. Interposto, ainda, recurso por parte da ABCD requerendo aplicação de inelegibilidade por 24 meses para a atleta. Presentes o Presidente do Tribunal Dr. Pedro Alberto Campbell Alquéres e os auditores Dr. Alexandre Beck Monguilhott, Dr. Antonio Carlos Pereira, Dr. Gustavo Lopes de Souza e o Dr. Eduardo Galan Ferreira, convocado da Comissão Disciplinar para composição do Pleno. Estavam presentes, ainda, o Procurador-Geral Dr. Caio Pompeu Medauar de Souza e a secretária deste Tribunal Srta. Claudia Regina da Silva. A Vice-Presidente do Tribunal Dra. Solange Guerra Bueno e a Dra. Mércia Regina Polisel, embora presentes, não participaram do julgamento. Os demais membros justificaram a ausência, por compromissos profissionais assumidos previamente. E o relato rio.

Voto O recurso da atleta foi interposto sem pedido de Justiça Gratuita e comprovante de pagamento dos emolumentos devidos. Destarte, assim dispõe o art. 138, CBJD: Art. 138. O recurso voluntário será protocolado perante o órgão judicante que expediu a decisão recorrida, incumbindo ao recorrente: I oferecer razões no prazo de três dias, contados da proclama- ção do resultado do julgamento; II indicar o órgão judicante competente para o julgamento do recurso; III juntar, no momento do protocolo, a prova do pagamento dos emolumentos devidos, sob pena de deserção. Portanto, o recurso aviado pela atleta está deserto, razão pela qual, DEIXO DE CONHECÊ-LO. Passa-se à análise do recurso apresentado pela ABCD. Inicialmente, destaque-se que a aplicac a o do CMAD e incontroversa, eis que apo s a publicac a o do Decreto n. 6.653, de 18 de novembro de 2008, o qual promulgou sem nenhuma ressalva a Convenc a o Internacional contra o Doping nos Esportes (Unesco), celebrada em Paris, em 19 de outubro de 2005, apresentada ao Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 306, de 26 de outubro de 2007, e ratificada pelo governo Brasileiro em 18 de dezembro de 2007, as normas antidopagem passaram a ser consideradas como leis internas. Com relac a o a Lista de Substa ncias e Me todos proibidos, tambe m na o ha duvida de que as substa ncias sa o proibidas, pois ale m da previsa o contida na Convenc a o da Unesco, norma vigente no pai s, a norma expressa contida no art. 1, 1, da Lei Geral sobre o Desporto (Lei n.o 9.615/98), por si so ja permitiria a utilizac a o da lista publicada pela Age ncia Mundial Antidopagem. Portanto, du vida na o ha que as substa ncias utilizada e proibida, o que na o foi contestado em momento algum pela atleta denunciada. Em verdade, a atleta confessou expressamente o uso de suplemento alimentar, o qual alegou conter as substa ncias na sua justificativa, bem como durante seu depoimento pessoal na Sessa o de Instruça o e Julgamento. Houve, portanto infrac a o confirmada e consumada ao artigo. 2.1., do Código Mundial Antidopagem, sobretudo diante da obrigac o es contidas no artigo 2.1.1. No mérito, deflagra-se o uso de substa ncias proibidas, o que torna impossi vel se afastar a responsabilidade da atleta.

As substa ncias indicada como dopante e considerada pela WADA como substa ncia qui mica de natureza exo gena, sendo incompati vel com a produc a o endo gena em seres humanos. Logo, a sua constatac a o no organismo da atleta condiciona, inequivocamente, ao uso externo de medicamento que contenha tal substa ncia exo gena, como e caso dos autos. Assim, flagrante e o caso de violac a o a s normas antidopagem. REGRA 32 INFRAC O ES A REGRA ANTI-DOPING 1. O Doping e definido como a ocorre ncia de uma ou mais das infrac o es da regra antidoping estabelecidas na Regra 32.2 destas Regras Antidoping. 2. Atletas ou outras Pessoas sera o responsa veis por conhecer o que constitui uma infrac a o a regra antidoping e as substa ncias e me todos que fazem parte da Lista Proibida. O seguinte constitui violac o es a regra antidoping:1/15 RRS (a) presenc a de uma substa ncia proibida ou seus metabo litos ou marcadores na amostra de um Atleta. (i) e dever pessoal de cada atleta assegurar que nenhuma substa ncia proibida entre em seu corpo. Os atletas sa o responsa veis por qualquer Substa ncia Proibida ou Me todo Proibido ou Marcadores encontrados presentes em suas amostras. Consequentemente, na o e necessa rio que a intenc a o, culpa, neglige ncia ou uso conhecido por parte do atleta seja demonstrada de maneira a estabelecer uma infrac a o da regra antidoping sob a Regra 32.2(a). A responsabilidade do atleta quanto a s infrac o es a s normas antidopagem e objetiva. A infrac a o se configura com a presenc a da substa ncia proibida na amostra de urina do atleta, seja decorrente de dolo ou de culpa. O grau de culpa e fator relevante para a aplicac a o da penalidade, para o co mputo do peri odo de inelegibilidade. Apenas em circunsta ncias extremamente especiais a suspensa o e convertida em adverte ncia. Conforme a própria atleta afirma de forma incontroversa, trata-se de competidora contumaz e experiente que participou de diversas provas. Ora, não se pode esperar nenhuma inexperiência da atleta, acostumada às competições. Dessa forma, DOU PROVIMENTO ao recurso da ABCD para reformar a a decisão da Comissão Disciplinar para adequar a penalidade da Atleta à regra do item 10.2.1.1 do Código Mundial Antidopagem, sendo fixada em 24 (vinte e quatro) meses,

a contar da data da suspensão provisória, nos termos do artigo 10.11.3.1 do Código Mundial Antidopagem. Por fim, percebe-se que a atleta recebeu vultosa premiação, razão pela qual oficie-se os organizadores das corridas de rua sejam acerca da penalidade da Atleta para que informem a este Tribunal a devolução de toda e qualquer premiação que a Atleta tenha sido contemplada na prova objeto desta demanda e, também, durante a suspensão provisória. Dispositivo Portanto, diante de tudo o que dos Autos consta, DEIXO DE CONHECER o recurso da atleta, eis que deserto e DOU PROVIMENTO ao recurso da ABCD para reformar a a decisão da Comissão Disciplinar para adequar a penalidade da Atleta à regra do item 10.2.1.1 do Código Mundial Antidopagem, sendo fixada em 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da suspensão provisória, nos termos do artigo 10.11.3.1 do Código Mundial Antidopagem. Por derradeiro, restam anulados todos os resultados desportivos obtidos pela atleta a partir do dia 28 de agosto de 2016 (data da realização do exame antidoping), devendo a atleta, se for o caso, devolver às entidades competentes quaisquer medalhas, troféus e prêmios que tenha recebido. Oficie-se os organizadores das corridas de rua sejam acerca da penalidade da Atleta para que informem a este Tribunal a devolução de toda e qualquer premiação que a Atleta tenha sido contemplada na prova objeto desta demanda e, também, durante a suspensão provisória. Decisão acompanhada por unanimidade pelos demais auditores. Sa o Paulo/SP, 08 de junho de 2017. Gustavo Lopes Pires de Souza Auditor Relator Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo Brasileiro