Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão 1º Juízo Cível Processo nº 1305/12.3TJVNF V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº 206 013 876, Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como os respectivos anexos (lista provisória de créditos e inventário). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 18 de Junho de 2012 Página 1
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) I Identificação do Devedor João Paulo Fernandes da Silva Lopes, N.I.F. 230 543 952, residente na Rua António Sérgio, nº 39, Bloco A, 4º, hab. 2, freguesia de Calendário, concelho de Vila Nova de Famalicão, actualmente com 29 anos. II Actividade dos devedores nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) O devedor é casado, no regime de comunhão de adquiridos, com Raquel Maria Bessa de Oliveira Lopes desde 29 de Março de 2004. As dificuldades do devedor e da esposa advêm dos diminutos rendimentos de ambos e do numeroso agregado familiar que possuem, composto pelo casal e pelos quatro filhos menores (o mais velho possui apenas oito anos de idade). Com vista à aquisição de habitação própria os devedores realizaram um contrato de crédito com o Banco Comercial Português, S.A.. Com o nascimento do primeiro filho do casal em 2004 e com o nascimento do segundo filho em 2006 os encargos familiares do casal foram aumentando gradualmente, tornando-se cada dia mais complicado para o devedor o cumprimento das obrigações assumidas. Em 2006, fruto destas dificuldades, o devedor optou pela entrega do imóvel de sua propriedade e da esposa ao banco. Ainda na sequência deste contrato foi interposta a execução nº 1862/08.9TJVNF, em que foi penhorada e vendida a casa dos fiadores. Também desde 2006 que o devedor apresenta saldo negativo na conta à ordem que dispõe junto da instituição Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Sousa, Ave, Basto e Tâmega, CRL. Tal situação originou a interposição de acção executiva, que corre termos sob o nº 89/09.7TJVNF no Juízo de Execução do Tribunal Judicial de Guimarães. Contra o devedor foram ainda interpostas outras acções executivas. Vejamos: 1. Acção executiva nº 483/09.3TJVNF, que corre termos no 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão. Esta acção foi interposta pela Logicomer, Gestão e Recuperação de Crédito, S.A. e é fruto da utilização do cartão de crédito Citibank ; Página 1 de 3
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) 2. Acção executiva nº 615/12.4TJVNF, que corre termos no 4º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão. Depois de 2006 o devedor teve ainda mais dois filhos, tendo aumentado exponencialmente as despesas do agregado familiar. Com diminutos rendimentos e diminuto património, não restou outra solução ao devedor senão apresentar-se a tribunal, requerendo que fosse declarada a sua insolvência. O devedor trabalha actualmente na sociedade Percebes ou Não Café, Lda., N.I.P.C. 507427602, com sede na Rua Ernesto Carvalho, Edifício Turim, loja 6, freguesia e concelho de Vila Nova de Famalicão, onde exerce funções como ajudante de cozinha e aufere o rendimento mensal bruto de Euros 485,00. O devedor habita com a esposa e os quatro filhos do casal em casa arrendada, pagando uma renda mensal de Euros 350,00, acrescida de um valor mensal de Euros 25,00 a título de despesas de condomínio. Dada a situação precária do agregado familiar, o devedor e a esposa auferem ainda Euros 355,90 a título de rendimento social de inserção. III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Não aplicável. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) O devedor apresentou, com a petição inicial, o pedido de exoneração do passivo restante, nos termos do artigo 235º e seguintes do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Estabelece o nº 4 do artigo 236º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas que na assembleia de apreciação do relatório é dada aos credores e ao administrador da insolvência a possibilidade de se pronunciarem sobre o requerimento do pedido de exoneração do passivo. Por sua vez, o artigo 238º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas enumera as situações em que o pedido de exoneração do passivo é liminarmente indeferido. Página 2 de 3
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) A aceitação do pedido de exoneração do passivo determina que durante um período de 5 anos o rendimento disponível que os devedores venham a auferir se considere cedido a um fiduciário. Integram o rendimento disponível todos os rendimentos que advenham a qualquer título ao devedor com exclusão do que seja razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não podendo exceder três vezes o salário mínimo nacional (subalínea i da alínea b) do nº 3 do artigo 239º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas). Actualmente o salário mínimo nacional mensal é de Euros 485,00. Conforme atrás foi referido, o devedor aufere actualmente um rendimento mensal bruto de Euros 485,00 pelo que o seu rendimento disponível é nesta altura nulo. Não existem elementos, nem na minha posse, nem nos autos, que permitam concluir que o pedido de exoneração deve ser indeferido, nomeadamente por eventual violação do dever de apresentação à insolvência, conforme previsto na alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE. Nesta conformidade, sou de parecer que nada obsta a que seja deferido o pedido de exoneração do passivo apresentado pelo devedor, devendo fixar-se o rendimento disponível nos termos previsto na subalínea i da alínea b) do nº 3 do artigo 239º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Os credores deverão ainda deliberar no sentido do encerramento do processo por insuficiência da massa insolvente, nos termos do artigo 232º do CIRE. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 18 de Junho de 2012 Página 3 de 3
Lista Provisória de Credores (Artigo 154º do C.I.R.E.)
Insolvência de "João Paulo Fernandes da Silva Lopes" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Mandatário Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras do Sousa, Ave, Coutinho de Almeida, Dr. 1 Praça da República nº 228 2.982,39 2.982,39 59,5430% Av. dos Combatentes da Grande Guerra nº 244 1º 4610 116 Felgueiras 4900 544 Viana do Castelo NIF / NIPC: 501 603 719 Fazenda Nacional Magistrado do Ministério Público 2 225,90 225,90 Logicomer Gestão e Recuperação de Crédito, S.A. Leonel A. T. Silva, Dr. 3 Rua D. Pedro V, 410 1º 1.800,51 1.800,51 35,9469% Rua D. Pedro V, 410 Fracção D 4150 601 Porto 4150 601 Porto NIF / NIPC: 504 027 794 NIF: 219 477 710 4 4,5101% 5 Total 5.008,80 5.008,80 100,0000% O Administrador da Insolvência 18 de Junho de 2012 (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 1
Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)
() Inventário (artigo 153º do Código da Insolvência e da Recuperação das Empresas) Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a massa insolvente: Verba Espécie Localização Descrição Valor Veículo automóvel ligeiro de 1 Móvel FA passageiros, Renault Nevada, do Euros ano de 1995 e matrícula 24-49- 500,00 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 18 de Junho de 2012 Página 1 de 1 do Inventário