Revisão Mensal de Commodities

Documentos relacionados
Revisão Mensal de Commodities

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Revisão Mensal de Commodities

Revisão Mensal de Commodities

Análise Técnica Diário do Grafista

Milho: preços elevados mesmo com super-safra norte-americana

Superávit primário acima do previsto em junho

Panorama Econômico. Principais Fatos da Semana. 04 de Maio de Sumário. Acompanhamento De 27 de Abril a 01 de Maio

Açúcar: Informativo Quinzenal. Oferta se acentua e preços cedem. Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq Estado de São Paulo.

Riscos de racionamento de energia em 2015 se chuva repetir padrão recente

Cenário desfavorável no curto prazo deve reduzir o ritmo do setor

Revisão Mensal de Commodities


Milho Período: 11 a 15/05/2015

Macro Local 17 de maio de 2013

Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária RETROSPECTIVA DE 2012 E PERSPECTIVAS PARA 2013

A desaceleração no mercado imobiliário vem se aprofundando nos primeiros meses do ano. O nível de vacância segue elevado e os preços vêm recuando.

Desempenho de vendas do setor segue forte

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FEIJÃO OUTUBRO DE 2015

Revisão Mensal de Commodities

Integração ESG. Raquel Costa. 27/maio/2015 PUBLIC

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

Preços se fixam em baixa e o foco passa a ser o próximo ano

Relatório Executivo: 34ª Rodada Índice de Confiança do Produtor Rural Abril de AgroFEA Ribeirão Preto FEA-RP/USP

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

RELATÓRIO DE COMMODITIES BOI GORDO

Brasil: O desafio de cumprir a meta fiscal de 2,3% do PIB em 2013

Classificação da Informação: Uso Irrestrito

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

USDA REAFIRMA DÉFICIT INTERNACIONAL EM 2015/16 - MERCADO REAGE TIMIDAMENTE

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Após vendas mais fracas e redução de lançamentos em 2012, o setor brasileiro de imóveis residenciais espera uma melhora em 2013.

EconoWeek Relatório Semanal. EconoWeek 18/05/2015

Índice de Confiança do Agronegócio

Operações Crédito do SFN

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

RELATÓRIO DE COMMODITIES BOI GORDO PANORAMA. A informação é nossa, a decisão é sua! GR. Boi Gordo Mercado Físico RS Período Gráfico DIÁRIO

Material Explicativo sobre Títulos Públicos

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O VIDA FELIZ FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES CNPJ / OUTUBRO/2015

CONJUNTURA MENSAL JUNHO

Revisão Mensal de Commodities

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SPINELLI FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES CNPJ / SETEMBRO/2015

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Milho Período: 13 a 17/07/2015

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita)

Extrato de Fundos de Investimento

Operações Crédito do SFN

Extrato de Fundos de Investimento

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

DESTAQUES DO DIA. Sua opção de Renda Fixa na Bolsa. Belo Horizonte, 05 de Janeiro de 2011 INFLAÇÃO

Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Milho Período: 16 a 20/03/2015

AGOSTO DEVE SER MARCADO POR QUEDA ANUAL DE 33% EM NOVA YORK

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Mineração. Minério de ferro: Preços em queda e estoques crescendo. Análise de Investimentos Relatório Setorial. 22 de Maio de 2014

O que ocorreu com a distribuição de renda e a pobreza na América Latina?

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Chuvas no Brasil esfriam o mercado, enquanto estimativas da produção para 2014/15 são mais baixas

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

RELATÓRIO DE MERCADO JULHO DE 2015

Relatório Econômico Mensal Maio de Turim Family Office & Investment Management

NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Soja: elevação dos preços da convencional/transgênica deve dificultar incremento da orgânica

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Um novo paradigma para o mercado de óleo de soja

10º LEVANTAMENTO DE SAFRAS DA CONAB /2013 Julho/2013

Carta ao Cotista Abril Ambiente Macroeconômico. Internacional

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

03/10/2014. Roteiro da Apresentação FINANCEIRIZAÇÃO DO MERCADO ANÁLISE TÉCNICA E DE CICLOS OFERTA E DEMANDA

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

DELIBERAÇÃO CVM Nº 731, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2014

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

08/09/2015. Mundo Evolução da área (índice 100= safra 2000/01) Bolsa de Chicago Relação soja/milho no 1º contrato PROPHETX/AGRURAL

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Milho Perspectivas do mercado 2011/12

Volatilidade retorna e preços continuam baixos no mercado de café

Revisão Mensal de Commodities

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Cenário Econômico para 2014

Relatório Econômico Mensal Março de Turim Family Office & Investment Management

Desvalorização do petróleo compromete rentabilidade do hidratado e mina alta no açúcar

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Preços Administrados devem subir mais de 10% em projeção

Câmbio e capitais estrangeiros Destaques da semana

Extrato de Fundos de Investimento

Transcrição:

Revisão Mensal de Commodities sexta-feira, 1 de novembro de 2013 Projetamos queda adicional nos preços de açúcar Fundamentos explicam apenas parte da alta dos preços de açúcar, por isso projetamos a continuidade da reversão da alta à frente. Desconto do petróleo WTI em relação ao Brent deve ficar maior até o começo de 2014, devido à volta dos gargalos logísticos na região central dos EUA. O Índice de Commodities Itaú (ICI) ficou praticamente estável em outubro, caindo apenas 0,4% ao longo do mês. A abertura por componente mostra variações pequenas em todos os subíndices: agrícola (-1,8%), metais (0,5%) e energia (0,0%). Os destaques individuais foram à alta dos preços de açúcar e a queda dos preços de petróleo do tipo WTI. A incerteza sobre a situação fiscal nos EUA foi resolvida sem mudanças relevantes na perspectiva de crescimento global. Na China, a recuperação do crescimento no 3º trimestre foi confirmada pela divulgação do PIB, mas nós (e o consenso do mercado) continuamos acreditando que se trata de um movimento temporário. Por fim, a paralisação parcial do governo dos EUA atrasou a divulgação de dados por diversas agências do governo alguns dados estão sendo disponibilizados com atraso (e não mudam o cenário), ao passo que alguns relatórios relevantes não foram publicados. As commodities agrícolas foram as mais afetadas pela interrupção na divulgação dos dados de agências governamentais dos EUA. A ausência dos relatórios semanais do CFTC afetou commodities de todos os grupos. Grãos, soja e carne bovina foram ainda mais afetados pelos problemas na divulgação dos dados mensais e semanais pelo USDA, informações de suma importância para a análise dos fundamentos destas commodities. Em particular, o cancelamento do relatório mensal com estimativas de oferta e demanda de outubro (WASDE, no acrônimo em inglês) e incertezas quanto ao processo de recolhimento de dados para o próximo relatório podem ser uma fonte de volatilidade nos próximos meses, com o risco de um único relatório concentrar muitas mudanças de cenário. Forte alta nos preços de açúcar parcialmente explicada pelos fundamentos. Os contratos futuros de açúcar apresentaram forte alta até 21 de outubro, estendendo os ganhos observados em setembro. Parte da alta foi revertida desde então. O movimento de alta era consistente com a apreciação do real no mesmo período e com o déficit no balanço global que estimamos no 2º semestre de 2013. Contudo, a perspectiva de volta dos excedentes no 1º semestre de 2014 e de os produtores brasileiros aproveitarem os preços favoráveis para fixar os preços para entrega da próxima safra ajuda a explicar a reversão parcial no final do mês e alguma queda adicional à frente. O saldo dos fatores é uma revisão para cima na projeção para o fim de 2013, de US$ 17,65 para US$ 18,00 por libra-peso em dezembro de 2013. Melhora nas perspectivas para produção de milho e soja, com clima favorável para a colheita nos EUA e para o plantio no Brasil. A evolução do clima não alterou nossas projeções de preços para 2014, mas reduziu os riscos de preços em níveis mais elevados nas duas commodities. Energia: desconto maior do WTI em relação ao Brent no curto prazo. O ICI-Energia chegou ao fim de outubro no mesmo nível do final de setembro, com a alta do petróleo do tipo Brent sendo A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.

compensada pela queda dos preços do petróleo do tipo WTI o desconto deste em relação ao Brent subiu de um nível médio de US$ 4,5 por barril em setembro para US$ 12,0 no final de outubro. A queda do WTI é consistente com o retorno dos excedentes de petróleo na região central dos EUA, o que deve durar até o 1º trimestre de 2014. Enquanto o excedente se mantiver, o desconto deve permanecer acima de US$ 8,0 por barril. Já os preços do petróleo do tipo Brent se mantiveram entre US$ 106,0 e US$ 110,0 em outubro, em linha com os fundamentos. Devido ao desconto maior do WTI que projetamos para o resto de 2013 ajustamos nossas projeções de curto prazo para o ICI-Energia. Esperamos alta de 5,8% em 2013 (anterior: 6,6%) e queda de 0,1% em 2014 (anterior: -0,8%), o que leva a um nível mais baixo no curto prazo e ao mesmo nível no fim do próximo ano. Grãos: condições favoráveis para colheita nos EUA e plantio no Brasil Perspectiva da safra maior nos EUA. A colheita de milho e soja nos EUA está avançando sob condições climáticas favoráveis, e estimativas de qualidade feitas ao longo da colheita apontam para uma produtividade acima do indicado nas avaliações prévias. No milho, o aumento da produtividade pode compensar parcial ou totalmente o impacto de área plantada menor, de modo que a safra dos EUA deve ficar acima dos 340 milhões de toneladas que esperávamos anteriormente (cenário atual do USDA: 352). Já na soja, a melhora das condições remove o viés de baixa em relação ao cenário atual do USDA causado pelo tempo seco no final de agosto (cenário atual: 85,7 milhões de toneladas). Plantio do Brasil avança sob condições climáticas favoráveis. No geral, o plantio está adiantado em relação ao ano passado. A principal surpresa foi no estado do Mato Grosso (MT), principal produtor de soja. A previsão era de precipitações instáveis até o final de outubro, atrasando o plantio. Contudo, a frequência de precipitações foi maior do que o esperado, garantindo que o plantio avançasse muito na segunda metade do mês. Um plantio tardio de soja no MT prejudicaria também a safra de inverno do milho (plantada logo após a colheita da safra de verão), de modo que a surpresa do plantio de soja no MT melhora as perspectivas das safras de ambas as commodities. Atraso na divulgação de dados e clima favorável levam a pouca variação nos preços 1000 Preços correspondem 1750 ao primeiro 900 futuro do CBOT 1600 800 700 600 500 Milho Trigo Soja (direita) 400 jan-12 jun-12 nov-12 abr-13 set-13 Fonte: Bloomberg, Itaú 1450 1300 1150 1000 Atraso na divulgação de dados e clima favorável levam a pouca variação nos preços. O mês de outubro foi marcado pela interrupção de dados por diversos órgãos americanos. Das principais commodities, as mais afetadas foram milho, soja e trigo. O relatório mensal do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, no acrônimo em inglês) que seria divulgado em outubro foi cancelado e há dúvidas sobre a coleta de dados para o relatório de novembro. Diante do atraso da divulgação de dados e das boas condições para colheita nos EUA e plantio no Brasil, os preços não mostraram movimentos fortes no mês milho, soja e trigo caíram 3,0%, 1,6% e 0,2%, respectivamente. O atraso na atualização dos balanços pode ser uma fonte de volatilidade para os preços nos próximos meses, com o potencial de uma revisão mais intensa das estimativas de balanço do USDA em um único relatório. Manutenção de projeções e cenário para 2014. Mantemos as projeções para o fim de 2014 de milho a US$ 5,0, soja a US$ 12,2 e trigo a US$ 6,8 por bushel. As projeções se baseiam em um cenário de excedentes no milho e soja (principalmente no primeiro), equilíbrio no balanço global de trigo e ajustes entre preços relativos de milho e soja ficando para a próxima safra do hemisfério norte. Página2

Algodão: preços devem se manter estáveis, apesar do aumento nos estoques globais Preços caem em outubro com expectativa de produção maior na Índia e avanço na colheita nos EUA. Entre janeiro e setembro de 2013, os preços de algodão negociados na IntercontinentalExchange (ICE) apresentaram aumento de 7,9%. Contudo, os preços recuaram 10,4% no mês. Esta queda foi resultado de dois fatores. Primeiro, o recente anúncio do comitê de algodão da Índia (CCI), segundo maior produtor mundial, de que a safra 2013-14 deverá produzir 38,1 milhões de fardos, valor acima dos 37,5 milhões projetados anteriormente e dos 35,7 milhões produzidos na safra anterior. Segundo, as condições climáticas favoráveis nos EUA permitiram a aceleração da colheita no país. Estoques globais devem continuar subindo. De acordo com as estimativas do USDA, a safra global de 2013-14 deverá apresentar um novo aumento nos estoques. Após crescer 30% na safra anterior, a perspectiva do USDA é que os estoques finais cresçam 10% na safra 2013-14, chegando a 94,7 milhões de fardos. Tal resultado seria consequência do consumo global mais fraco. Em relação à produção, a expectativa é de que a safra seja de 116,4 milhões de fardos (representando uma queda de 3,8% em comparação à safra anterior), com destaque para a menor produção nos Estados Unidos e na China, principais produtores mundiais. Balanço global ex-china em equilíbrio enquanto políticas atuais forem mantidas 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Razão estoque-uso Total Ex-China 2005-06 2007-08 2009-10 2011-12 2013-14 Fonte: USDA, Itaú Política de estoques na China deve evitar maiores quedas nos preços. Nos últimos anos, um fator importante no mercado de algodão é a política econômica adotada pelo governo da China. Desde 2011, o país passou a implementar uma política agrícola de acúmulo de estoques, com o intuito de proteger o agricultor local. Como o governo chinês já anunciou que vai manter a política de compras ao longo desse ano, apesar do cenário de aumento de estoques globais, uma parte da produção mundial deverá ficar fora do mercado. Sendo assim, acreditamos que mesmo com o balanço mais folgado na safra 2013-14, a política agrícola chinesa deve ajudar a sustentar os preços do algodão, impedindo uma queda adicional nos próximos meses. Projetamos o preço entre 78 e 80 centavos de dólar por libra-peso no período. Brasil: aumento de área para a próxima safra. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a área plantada de algodão deve voltar a crescer na safra 2013-14. Este aumento ocorreria, principalmente, devido à maior rentabilidade do produto em relação à soja e milho. Diferentemente da safra anterior, onde os preços dos grãos foram mais favoráveis para o plantio de soja e milho, na safra 2013-14 o algodão volta a ganhar espaço. De acordo com o estudo de rentabilidade e substituição elaborado pela CONAB, no Mato Grosso, o algodão é a segunda cultura mais rentável, com uma taxa de retorno de 29% (perdendo apenas para a soja que apresenta um retorno igual a 81%). Já na região oeste da Bahia, o algodão aparece como a cultura mais rentável, com uma taxa de retorno de 87%. Sendo assim, a companhia espera que a área plantada de algodão na safra 2013-14 tenha um aumento de 23% em relação à safra anterior, o que deve levar a um aumento de 30% na produção. Açúcar: Brasil deve suavizar ciclos de preços internacionais Após um longo período em queda, os preços internacionais de açúcar apresentaram forte alta. Entre o começo de setembro e 21 de outubro os contratos futuros de açúcar bruto com vencimento em março de 2014 apresentaram alta de 15,5%. Página3

Alta dos preços pode ser explicada por desvalorização do real, balanço global apertado no 2º semestre e incêndio no Porto de Santos. A alta pode ser atribuída a: (i) desvalorização do dólar ante o real, indo de R$ 2,39 para R$ 2,18 no mesmo período; (ii) déficit no balanço global de açúcar no 2º semestre de 2013, de acordo com nossas estimativas de produção e consumo global dessazonalizadas; e (iii) o incêndio em armazéns de açúcar no Porto de Santos, inutilizando 180 mil toneladas de açúcar e com potencial impacto sobre a logística de exportação para os próximos meses. Os fundamentos explicam a reversão recente dos preços e sugerem um recuo adicional dos preços até o final de junho. Os preços de açúcar e etanol hidratado favorecem a produção de açúcar, o que deve levar a um mix de produção mais açucareiro no Brasil. A vantagem dos preços não seria afetada pelo efeito nos preços de etanol hidratado de um possível aumento da gasolina vendida no país neste ano, dado que a magnitude do aumento gira em torno de 5% e os preços açúcar-equivalente do etanol hidratado estão cerca de 15% mais baixos. Além disso, nosso cenário básico é de um real menos valorizado, o que aumenta a vantagem dos preços de açúcar. Com uma produção maior do Brasil e boas condições climáticas na Índia e Tailândia, o balanço global deve voltar a ficar folgado no 1º semestre de 2014, o que é consistente com uma queda dos preços. 50 45 40 Açúcar: volta do superávit no 1º semestre de 2014 milhões de toneladas Produção Consumo Saldo (direita) 35 mar-08 mar-10 mar-12 mar-14 Fonte: Itaú Ajustes na produção do Brasil suavizam transição de superávit para déficit no balanço global de açúcar. Em 2013, o Centro-Sul do Brasil deve destinar aproximadamente 45% da cana-deaçúcar para a produção de açúcar, porcentual muito abaixo do ano anterior (50%). Este ajuste reduziu o superávit global e evitou uma queda ainda maior nos preços internacionais. Já em 2014, o Centro-Sul deve aumentar o porcentual usado na produção de açúcar, o que evita um déficit ao longo do ano. Assim, a capacidade de o Brasil ajustar o uso da cana entre açúcar e etanol suaviza a transição entre os ciclos de superávit e déficit no balanço global de açúcar. O incêndio dos armazéns no Porto de Santos gera incertezas para 2014. Dado o incêndio, o Brasil será capaz de exportar até 2 milhões de toneladas de açúcar a mais do que em 2013? Acreditamos que pode haver uma concentração maior das exportações no 2º semestre, mas será possível aumentar as exportações. Segundo a empresa afetada, os equipamentos que carregam o açúcar nos navios não foram prejudicados, de modo que ela vai manter alguma capacidade de exportar pelo local. Além disso, com a perspectiva de uma safra de inverno de milho menor, haverá espaço para mais embarques de açúcar pelo porto de Paranaguá no 2º semestre. Projetamos a continuidade da queda os preços de açúcar no curto prazo e uma recuperação a partir a do 2º semestre de 2014. Refletindo a evolução recente dos preços, mudamos nossa projeção para os preços de açúcar (contrato futuro de açúcar Nº 11, 1º vencimento) no fim de 2013 de 17,65 para 18 centavos de dólar por libra-peso, o que representa uma queda de 1,7% em relação ao fim de outubro. Projetamos uma recuperação dos preços a partir do 2º semestre de 2014, chegando a 18,4 no fim do ano. Petróleo: volta das negociações com o Irã 7 5 3 1-1 -3-5 Desconto do WTI em relação ao Brent volta a crescer. Os preços de petróleo do tipo Brent permaneceram entre US$ 106,0 e US$ 110,0 por barril em outubro, sem ajustes relevantes nas condições correntes de oferta e demanda ex-eua. Já o petróleo do tipo WTI caiu 5,2% em relação ao final de setembro, refletindo a volta do excesso de oferta de petróleo na região central dos EUA. Com isso, o desconto do WTI para o Brent subiu de uma média de US$ 4,5 em Setembro para US$ Página4

12,0 por barril no fim de outubro. Revisão para baixo nas projeções de WTI para o fim de 2013. A queda dos preços do WTI é Desconto do WTI em relação ao Brent volta a crescer consistente com a volta do excesso de oferta na região central dos EUA. Isto é, o fluxo de entrada de 120 115 110 105 100 95 90 Preços, 1º vencimento petróleo voltou a ser maior do que a soma de uso local e transporte para as regiões costeiras, o que ocorre por limitações na infraestrutura de transporte. Esperamos que este cenário continue até o 1º trimestre de 2014, quando a capacidade de saída de petróleo da região deve voltar a aumentar, levando à queda dos estoques de petróleo na região. A volta do acúmulo de estoques no curto prazo é WTI consistente com um desconto mais elevado do que Brent em nosso cenário anterior, de modo que revisamos Fonte: Bloomberg, Itaú 85 jan-13 abr-13 jul-13 out-13 nossas projeções de WTI para o fim do ano de US$ 105,0 para US$ 102,0 por barril. Projeções de Brent mantidas; risco de baixa com retomada de negociações com o Irã. Diante da ausência de mudanças nos fundamentos, mantemos as projeções de preços para o petróleo do tipo Brent em US$ 110,0 por barril no fim de 2013 e US$ 108,0 no fim de 2014. Contudo, a retomada das negociações entre o P5+1 1 e o Irã gera um risco de baixa para os preços caso as sanções contra o país sejam reduzidas. Artur Manoel Passos Verena Paiva Projeções: Índice de Commodities Itaú (ICI) *- por grupo Agrícola Metais Energia * Preços mensais médios 150 130 110 90 jan-10 jul-10 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 70 Fonte: Itaú 1 O termo se refere aos cinco integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha. Página5

Commodities Índice CRB Índice de Commodities Itaú (ICI)* Agrícolas Energia Metais ICI - Inflação ** 2013P 2014P Atual Anterior Atual Anterior a/a - % -5,6-5,1-0,6-0,7 var. média anual - % -3,1-2,8-3,5-3,2 a/a - % -6,3-6,1-1,4-1,6 var. média anual - % -3,7-3,7-3,4-3,2 a/a - % -19,0-19,3 1,2 1,2 var. média anual - % -11,0-11,0-7,3-7,6 a/a - % 5,8 6,6-0,1-0,8 var. média anual - % 1,2 1,3 2,9 3,2 a/a - % -9,4-9,7-7,2-6,9 var. média anual - % -2,0-2,3-10,1-9,6 a/a - % -9,8-10,1-0,3-0,2 var. média anual - % -7,0-7,1-3,3-3,3 * O Índice de Commodities Itaú é um índice proprietário composto pelos preços das commodities, medidas em dólares e transacionadas nas bolsas internacionais que são relevantes para a produção global. O índice é formado pelos sub-índices de Metais, Energia e Agrícolas. **O ICI-Inflação é um índice proprietário composto pelos preços das commodities, medidas em dólares e transacionadas nas bolsas internacionais que são relevantes para a inflação no Brasil (IPCA). O índice é formado pelos sub-índices de Alimentação, Industrial e Energia. Pesquisa macroeconômica no Itaú Ilan Goldfajn Economista-Chefe Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: http://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/ Informação relevante 1. Este relatório foi preparado e publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú Unibanco S.A. ( Itaú Unibanco ). Este relatório não é um produto do Departamento de Análise de Ações do Itaú Unibanco ou da Itaú Corretora de Valores S.A. e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 483, de 6 de Julho de 2010. 2. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra ou venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que o relatório foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. O Grupo Itaú Unibanco não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do analista responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio.] O Grupo Itaú Unibanco não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. 3. O analista responsável pela elaboração deste relatório, destacado em negrito, certifica, por meio desta que as opiniões expressas neste relatório refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação ao Itaú Unibanco, à Itaú Corretora de Valores S.A. e demais empresas do Grupo. 4. Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer outra pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito do Itaú Unibanco. Informações adicionais sobre os instrumentos financeiros discutidos neste relatório se encontram disponíveis mediante solicitação. O Itaú Unibanco e/ou qualquer outra empresa de seu grupo econômico não se responsabiliza, e tampouco se responsabilizará por quaisquer decisões, de investimento ou de outra forma, que forem tomadas com base nos dados aqui divulgados. Observação Adicional nos relatórios distribuídos no (i) Reino Unido e Europa: O ItaúBBA UK SecuritiesLimited, sujeito à regulamentação limitada da Financial Services Authority (FSA), está distribuindo este relatório aos investidores que são Contraparte Elegível e Clientes Profissionais, de acordo com as normas e os regulamentos da FSA. Se você não se enquadrar, ou deixar de se enquadrar na definição de Contraparte Elegível ou Cliente Profissional intermediário, você não deve se basear nas informações contidas neste relatório e deve notificar imediatamente a Itau BBA UK SecuritiesLimited. As informações contidas neste relatório não se aplicam e não devem ser utilizadas por clientes de varejo. Investidores que desejem adquirir ou negociar os ativos cobertos neste relatório devem entrar em contato com a Itau BBA UK SecuritiesLimited, no endereço Level 20 The Broadgate Tower, 20 Primrose Street, London EC2A 2EW, UK; (ii) EUA: A Itaú BBA USA Securities Inc., uma empresa membro da FINRA/SIPC, está distribuindo este relatório e aceita a responsabilidade pelo conteúdo do mesmo. O investidor americano que receber este relatório e desejar realizar uma operação com um dos valores mobiliários analisados neste relatório, deverá fazê-lo através da Itaú USA Securities Inc., localizada na 767FifthAvenue, 50th Floor, New York, NY 10153; (iii) Ásia: Este relatório é distribuído em Hong Kong pela Itaú AsiaSecuritiesLimited, autorizada a operar em Hong Kong nas atividades reguladas do Tipo 1 (operações com títulos e valores mobiliários) pela Securitiesand Futures Commission. A Itaú AsiaSecuritiesLimited aceita toda a responsabilidade legal pelo conteúdo deste relatório. Em Hong Kong, um investidor que desejar adquirir ou negociar os valores mobiliários abrangidos por este relatório deverá entrar em contato com a Itaú AsiaSecuritiesLimited, no endereço 29th Floor, Two IFC, 8Finance Street - Central, Hong Kong; (iv) Japão: Este relatório é distribuído no Japão pela Itaú AsiaSecuritiesLimited - Filial de Tóquio, Número de Registro (FIEO) 2154, Diretor, Kanto Local Finance Bureau, Associação: Associação dos Operadores de Títulos Mobiliários do Japão; (v) Oriente Médio: Este relatório foi distribuído pela Itaú MiddleEastLimited. Os produtos ou serviços financeiros relacionados apenas estão disponíveis para clientes com ativos líquidos superiores a US$ 1 milhão, e que tenham experiência e conhecimento financeiro suficiente para participar em mercados financeiros em uma jurisdição de negócios no atacado. As informações aqui contidas não são destinadas a clientes de varejo. A Itaú MiddleEastLimited é regulada pela Dubai Financial Services Authority (DFSA). No Oriente Médio, os investidores que desejem adquirir ou negociar os ativos cobertos neste relatório devem entrar em contato com a Itaú MiddleEastLimited, no endereçoal FattanCurrencyHouse, Suite 305, Level 3, DIFC, PO Box 482034, Dubai, Emirados Árabes Unidos; (vi) Brasil: A Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiaria do Itaú Unibanco S.A., autorizada pelo Banco Central do Brasil e aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários brasileira, está distribuindo este relatório. Caso haja necessidade, entre em contato com o Serviço de Atendimento a Clientes, telefones nº. 4004-3131* (capital e áreas metropolitanas) ou 0800-722-3131 (outras localidades) durante o expediente comercial, das 09h00 às 20h00. Se desejar reavaliar a solução apresentada, após a utilização destes canais, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú, telefone nº. 0800 570 0011 (em dias úteis das 9h00 às 18h00), ou entre em contato por meio da Caixa Postal 67.600, São Paulo-SP, CEP 03162-971. * Custo de uma Chamada Local Página6