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Transcrição:

Plantio direto de alface sobre cobertura viva e morta Leandro Batista da Silva¹; Santino Seabra Júnior¹; Jucimar Ferreira Neves¹; Leonardo Diogo Ehle Dias¹; Ivan David Ehle Nodari¹; Willian Augusto Peres Lourenção¹. 1 UNEMAT/Cáceres Depto de Agronomia, Av. São João, Sn, Bairro Cavalhadas, CEP.78200-000; e-mail: leandrobastista@hotmail.com, santinoseabra@hotmail.com, jucimarferreira@globo.com, leoehledias@hotmail.com, ivandavidehle@hotmail.com, will-pl@hotmail.com RESUMO O experimento foi conduzido, na área experimental da UNEMAT/Cáceres-MT. A aplicação de tecnologias que contribuam para sustentabilidade do sistema de produção e produtos de maior qualidade favorece a competitividade dos produtores regionais, com isso o objetivo foi avaliar a produção de alface em diferentes sistemas de cultivo sobre coberturas do solo. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro tratamentos (palhada de grama esmeralda, plantio direto sob milheto, plantio sob amendoim forrageiro e solo sem cobertura) e quatro repetições. Foram avaliados os dados de produção e temperatura. As temperatura do solo e do ar foram avaliadas as 12 horas. Para as condições em que foi avaliado, conclui-se que as coberturas não diferiram estatisticamente do plantio em solo sem cobertura para a característica de produção, porém a cobertura com amendoim forrageiro se mostrou mais efetiva na redução da temperatura do solo. PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa, Arachis pintoi, cobertura do solo, temperatura do solo ABSTRACT Direct planting of lettuce on coverage live and dead The experiment was conducted at the site of UNEMAT/Cáceres-MT. The application of technologies that contribute to sustainability of production and higher quality products favors the competitiveness of regional producers, thus the objective was to evaluate the production of lettuce in different cropping systems on soil covers. The experimental design was randomized blocks with four treatments (straw emerald grass, tillage on millet, and peanut planting in bare soil) and four replications. We evaluated the production data and temperature. The soil temperature and air were evaluated 12 hours. For the conditions in which it was assessed, it is concluded that the coverage did not differ statistically from planting in soil without production for the feature, but the cover with peanut was more effective in reducing soil temperature. Keywords: Lactuca sativa, Arachis pintoi, ground cover, soil temperature A alface (Lactuca sativa) é a hortaliça folhosa mais cultivada no Mato Grosso, produzindo 7.939 toneladas (IBGE, 2006), com expressiva importância econômica e social para agricultura familiar. A aplicação de tecnologias que contribuam para sustentabilidade do sistema de produção e produtos de maior qualidade favorece a competitividade dos produtores regionais. A falta de adubos orgânicos de origem animal devido a contaminação por agrotóxicos tem levado os produtores a buscar novas alternativas de sistemas de cultivo, o uso de coberturas do solo. E a utilização da cobertura do solo no cultivo da alface tem se mostrado fator determinante no aumento da produção e na qualidade do produto (Machado et al., 2008). S2231

Essa a utilização de cobertura além do controle da temperatura, promove grande aporte de biomassa, o aumento atividade biológica, proteção contra chuvas intensas, favorece a reciclagem de nutrientes e maior incorporação de matéria orgânica no solo (Oliveira et al., 2006). A proteção do solo através de cobertura morta e viva é uma alternativa a promoção de um ambiente mais propicio ao desenvolvimento da alface. E o uso de coberturas vivas podem aumentar a eficiência deste tipo de cultivo, além de terem função como adubação verde por fixarem nitrogênio e redução da incidência de plantas invasoras (Solino et al., 2010). O presente trabalho tem por objetivo avaliar a produção de alface em diferentes sistemas de cultivo sobre cobertura de solo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período do dia 15 de novembro à 13 de Dezembro de 2011, na área experimental de horticultura da UNEMAT/Cáceres-MT. Essa esta localizada na altitude 118,0 metros, latitude de 16 04 33 W e longitude de 57 39 10 S. Durante o desenvolvimento do experimento a média máxima de temperatura registrada foi de 35,4ºC e a média mínima registrada de 23,1ºC. Apresentando temperaturas de 40ºC. O Solo é do tipo Plintosolo Pétrico Concrecionário Distrófico (EMBRAPA, 1999) e apresenta as seguintes características (0-20 cm) de: ph (CaCl2) = 6,00; H+Al = 2,25 cmolc.dm -3 ; Al = 0,0 cmolc.dm -3 ; Mg = 1,53 cmolc.dm -3 ; Ca = 4,73 cmolc.dm -3 ; K = 0,28 cmolc.dm -3 ; P = 78,1 mg.dm 3 ; CTC = 8,8 cmolc.dm -3 ; V = 74,40%; M.O. = 18,0 g.dm -3. A adubação foi realizada de acordo com a analise de solo e recomendação de Trani et al. (1997). O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com quatro tratamentos (palhada de grama, plantio direto sob milheto, plantio sob amendoim forrageiro e solo sem cobertura) e quatro repetições. As parcelas foram constituídas de 1,20 m de largura, 2,5 m de comprimento em canteiros com 0,2 m de altura. O plantio do amendoim forrageiro (Arachis pintoi) foi realizado 60 dias antes do transplante da alface, através de estolões, em sulcos com espaçamento de 0,20 m. Após cinco dias foram semeadas nas densidades de 20 kg ha -1 as sementes de milheto (cultivar ADR300) sobre canteiro em sulcos também no espaçamento de 0,20 m. O corte do milheto foi realizado na altura 0,05 m do solo. A palhada de grama esmeralda (Zoysia japônica) foi inserida sobre canteiro 5 dias antes do transplantio formando uma camada de 0,05 m de altura. Quanto às parcelas de amendoim forrageiro não foram realizados nenhum tipo de corte mantendo sua altura normal de 0,07 m de altura antes do transplante. S2232

A adubação de plantio foi realizada em todas as parcelas, porém com incorporação do adubo somente na testemunha e cobertura com palhada de grama esmeralda. A alface foi semeada em bandejas de poliestireno expandido de 128 células, com transplante quando as mudas atingiram cerca de 4 a 5 folhas, no espaçamento de 0,3 m x 0,3 m, totalizando 24 plantas por parcela. A irrigação foi realizada por microaspersão através de mangueira microfurada a laser tipo santeno, sendo realizadas duas regas diárias. Os dados de temperatura do solo foram coletados diariamente às 12 horas durante todo o ciclo da cultura, para isso foram utilizados termômetros de solo tipo espeto, com haste de 0,20 m, onde eram instalados simultaneamente e deixados 5 minutos para estabilizar. Para avaliação da produção foram coletadas as seis plantas centrais de cada parcela. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5% de nível de probabilidade, através do aplicativo SASM-Agri (Canteri et al., 2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o ciclo da cultura, observou-se uma forte oscilação de temperatura entre as coberturas, na qual as parcelas constituídas pelo amendoim forrageiro mostraram-se mais efetivas na redução da temperatura do solo apresentando uma média mensal de 28,64 C, seguido pelo plantio direto sobre milheto com 29,51 C, o plantio sob palhada de grama esmeralda com 29,99ºC e o solo sem cobertura (convencional) foi o que apresentou a maior media com 30,23ºC (Figura 1). Segundo Sampaio et al. (2001) o aumento da temperatura do solo é resultado de um balanço de energia positivo entre a quantidade de energia que atinge a superfície e a quantidade perdida na forma de calor por convecção, radiação e evaporação. Derpsch et al. (1985) ressalta que os efeitos das coberturas sobre as flutuações de temperatura e umidade do solo dependem da quantidade, qualidade e distribuição dos resíduos sobre o solo. Em sua avaliação de redução de temperatura por sistema de culturas em plantio direto, Conceição et al. (1999) constatou que a cobertura do solo influencia positivamente na temperatura do solo, sendo uma sistema que obtém-se uma menor variação da mesma, portanto menores prejuízos ao desenvolvimento da cultura. Portanto fica evidente a importância da cobertura na redução da temperatura do solo, fazendo com que haja maior aproveitamento dos nutrientes e água pela cultura. Em relação à produção não houve diferença significativa entre os tratamentos, porém a maior média é em solo sem cobertura com 304 g planta -1 e amendoim forrageiro com 276 g planta -1, seguindo do plantio direto sob milheto com 254 g planta -1 e palhada de grama com 204 g planta -1 que apresentou S2233

a menor média (Figura 2). Esta mesma situação foi observado por Silva et al. (2004) não encontraram diferença entre a testemunha (solo sem cobertura) e as coberturas mortas com casca de café, palha de capim, bagaço de cana quanto a produção de alface. Oliveira et al. (2006) verificaram que a produção de alface no sistema de plantio convencional, plantio direto sobre cobertura viva de amendoim forrageiro e grama batatais com diferentes doses com cama de aviário, não apresentaram diferença significativa entre as coberturas. Já Machado et al. (2008), que avaliaram o efeito de diferentes tipos de cobertura morta sobre a produção de alface crespa de abril a junho em Várzea Grande MT, período em que as temperaturas são mais amenas, constatou que a serragem de madeira foi a que proporcionou a produção de plantas com maior peso, 531,78 g planta -1 seguido pela palha de milho com 499,58 g planta -1, sendo superior as demais, inclusive ao solo sem cobertura. Estes da dos de produção superiores aos obtidos neste experimento pode ser explicado pelo fato das plantas serem conduzidas em períodos diferentes, onde em novembro as temperaturas estão acima da variação ótima para a alface. Para as condições em que foi avaliado, conclui-se que as coberturas não diferiram estatisticamente do plantio em solo sem cobertura para a característica de produção, porém a cobertura com amendoim forrageiro se mostrou mais efetiva na redução da temperatura do solo. AGRADECIMENTOS Agradecemos o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Mato Grosso (FAPEMAT) pelo financiamento do projeto (Processo 366678/2011) e a bolsa de iniciação científica do primeiro autor. REFERÊNCIAS CANTERI MG; ALTHAUS RA; VIRGENS FILHO JS; GIGLIOTI EA; GODOY CV. 2001. SASM - Agri : Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scoft - Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação 1:18-24. CONCEIÇÃO MJ; REICHERT JM; REINERT DJ. 1999. Redução da temperatura do solo por sistemas de cultura em plantio direto. Revista Plantio Direto 1, Santa Maria-RS, p. 10-12 DERPSCH R; SIDIRAS N; HEIZMANN FX. 1985. Manejo do solo com coberturas verdes de inverno. Pesquisa Agropecuária Brasileira 20: 761-773. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 1999. Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 412p. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2006. Censo Agropecuário: Agricultura Familiar. IBGE: Rio de Janeiro, p. 1-267. S2234

SOLINO AJS; FERREIRA RO; FERREIRA RLF; NETO SEA; NEGREIRO JRS. 2010. Cultivo orgânico de rúcula em plantio direto sob diferentes tipos de coberturas e doses de composto. Revista Caatinga, vol. 23, núm. 2, p. 18-24. MACHADO AQ; PESQUALOTTI ME; FERRONATO A; CAVENAGHI AL. 2008. Efeito da cobertura morta sobre a produção de alface crespa, cultivar Cinderela, em Várzea Grande-MT. Horticultura Brasileira 26: S1029-S1033. OLIVEIRA NG; DE-POLLI H; ALMEIDA DL; GUERRA JGM. 2006. Plantio direto de alface adubada com cama de aviário sobre coberturas vivas de grama e amendoim forrageiro. Horticultura Brasileira 24: 112-117. SAMPAIO RA; ARAUJO WF. 2001. Importância da cobertura plástica sobre o cultivo de hortaliças. Agropecuária Técnica 22:1-12. SILVA JCG; REBOUÇAS TNH; TORRES CAS; DIAS NO; SOUZA IVB. 2004. Influência da cobertura morta em duas cultivares de alface em Vitória da Conquista-BA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 44. Anais... Campo Grande: SOB (CD-ROM). TRANI PE; PASSOS FA; AZEVEDO AA; TAVARES M. 1997. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC. 258p. (Boletim técnico 100). S2235

Figura 1. Temperaturas do solo avaliadas no cultivo de alface, cultivada sobre solo sem cobertura, coberto com palhada de grama esmeralda e plantio direto sob milheto e amendoim forrageiro [Soil temperatures measured in the cultivation of lettuce grown on bare soil, covered with straw emerald grass and tillage on millet and peanut], em Cáceres-MT, 2012. Figura 2. Médias de produção de alface cultivada sobre solo sem cobertura, coberto com palhada de grama esmeralda e plantio direto sob milheto e amendoim forrageiro, com Coeficiente de Variação de 23,19% [Average production of lettuce grown on bare soil, covered with straw emerald grass and tillage on millet and peanut, with coefficient of variation of 23.19%], em Cáceres-MT, 2012 S2236