CARACTERIZAÇÃO DAS APP S DOS CÓRREGOS INSERIDOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE GURUPI TO

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Transcrição:

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas CARACTERIZAÇÃO DAS APP S DOS CÓRREGOS INSERIDOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE GURUPI TO Horrana Ferreira Ribeiro¹; Jacinto Pereira Santos²; ¹Aluno(a) do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail: ranaribeiro@hotmail.com; PIBIC/CNPq; ²Orientador(a) do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail: santosjp@mail.uft.edu.br; RESUMO O constante crescimento diário da paisagem urbana é um produto da habilidade e agilidade criativa e construtiva do homem e, por conseguinte, um produto gerador de impactos. O aumento da população urbana implicou na necessidade de novos lugares para moradia, tendendo para a descentralização e o surgimento de setores residenciais seletivos, formação de periferias e novos territórios (LOBATO, 1994). No Brasil, dentre os produtos disponíveis atualmente para monitoramento de áreas, destacase o satélite WorldView-2. Este se junta aos satélites já existentes da DigitalGlobe em órbita, QuickBird e WorldView-1 para viabilizar uma capacidade anual de imagens, sendo uma novidade do setor como o primeiro satélite comercial de alta resolução de oito bandas de multiespectro. A hipótese desse trabalho parte da premissa de que o uso de imagens espaciais do Satélite WorldView-2 permite a caracterização visual das Áreas de Preservação Permanente dos córregos inseridos na área urbana do município de Gurupi - TO. INTRODUÇÃO A partir de dados demográficos do Brasil, observa-se um aumento na taxa da população urbana. Em Gurupi, cidade situada a 223 km de Palmas, capital do Estado do Tocantins, no decorrer de 10 anos (2000-2010), houve um acréscimo populacional de mais de 10.000 habitantes. Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Gurupi comporta 76.225 habitantes. Na área urbana do município de Gurupi passam quatro córregos principais: Mutuca, Água Franca, Pouso do Meio e Dois Irmãos. Os impactos causados por diversos fatores relacionados à produção e, por consequência, a produção do espaço, como o crescimento desordenado das cidades e a expansão do agronegócio,

prejudicam e reduzem as áreas de cobertura florestal, incluindo as APP s. Estas podem ser consideradas um dos principais componentes de proteção aos recursos hídricos, onde sua ausência pode ocasionar erosão, esgotamento do solo, poluição dos rios e mananciais e perda da biodiversidade local. Historicamente, há descaso e degradação dos recursos hídricos em Gurupi-TO desde as primeiras ocupações até a atualidade, onde muitas vezes o Ministério Público Estadual teve de intervir para que indústrias não despejassem dejetos sólidos ou líquidos nos leitos e também para coibir o desmatamento de áreas de preservação permanente (APP) por loteamentos e extração clandestina de areia por oleiros. (SALERA JÚNIOR, 2008). O monitoramento da evolução espacial e temporal das mudanças na cobertura da superfície terrestre por meio das imagens de satélite é mais rápido e em muitos casos mais eficiente, principalmente quando comparado aos métodos tradicionais que incluem levantamento de campo. Outro ponto positivo no uso de imagens de satélites para a caracterização da cobertura vegetal é o valor econômico, visto que em relação aos demais métodos utilizados têm seu custo operacional relativamente baixo. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado em Gurupi, município do sul do Estado do Tocantins. A cidade conta com uma área de 1.836 km². A escolha da área analisada deu-se pela necessidade de se ter dados reais das APP s dos córregos presentes no perímetro urbano da cidade de Gurupi TO, a fim de subsidiar politicas futuras de intervenção na realidade local. Primeiramente foi obtida a imagem do Satélite WorldView-2 referente ao perímetro urbano de Gurupi. Para análise das imagens foi utilizado o software Sistemas de Processamentos de Informações Georreferenciadas SPRING, versão 5.2.3, disponibilizado para download gratuito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE. O banco de dados criado para a realização do trabalho recebeu o nome de GPI_2, sigla de Gurupi. O projeto foi denominado URB, referente à área urbana. O banco de dados contém as categorias Imagem, para onde foram importadas as imagens do Satélite WorldView-2, e Temática, onde foram incluídas as classes temáticas utilizadas na classificação. Na identificação das Áreas de Preservação Permanente (APP) e áreas degradadas, levou-se em consideração a Lei n 12.651/2012 do novo Código Florestal Brasileiro, referente aos cursos d água. Os córregos do município de Gurupi (Água Franca, Dois Irmãos, Mutuca e Pouso do Meio) devem ter uma faixa de nata (vegetação nativa ou não) de 30 metros de largura para cada lado do leito, uma vez que todos os córregos analisados possuem largura inferior a 10 metros. Além disso, como a nascente do córrego Mutuca se encontra dentro do perímetro urbano de Gurupi, em torno desta considera-se 50 metros de APP, de acordo com o art. 2º do Código Florestal Brasileiro.

O georreferenciamento das imagens foi realizado pelo modo Teclado com contraste melhorado. Este procedimento foi realizado a partir de imagens já referenciadas por GPS. Com o intuito de identificar o limite das APP s, foram criados buffers de 30 metros em torno do córrego Água Franca e seus principais afluentes: os córregos Dois Irmãos, Mutuca e Pouso do Meio. Um buffer de 50 metros também foi criado em torno da nascente do córrego Mutuca. Para caracterizar a área, fez-se a quantificação das áreas degradadas dentro da APP e relacionou-as com a área que deveria ser composta completamente por vegetação. A classificação utilizada para analisar as áreas degradadas (sem vegetação) foi a Visual. A classificação visual, comparada às classificações digitais Supervisionada e Não-Supervisionada, é o método mais recomendado para interpretar áreas de pequenas dimensões, como afirma ALMEIDA, T.; MENEZES, P.R. (2012). Dessa forma, para classificar a imagem visualmente, fez-se uma edição vetorial em cada Plano de Informação - PI criado (PI AGUAFRANCA, PI DOISIRMAOS, PI MUTUCA e PI POUSODOMEIO ). Após a marcação dos polígonos, sabe-se a dimensão das áreas desmatadas, em ha, através do Modelo de Classes. RESULTADOS E DISCUSSÃO A figura 01, a seguir, representa um esboço da Classificação Visual realizada no PI AGUAFRANCA referente à área desmatada da APP do córrego Água Franca. Figura 01: Área degradada da APP do córrego Água Franca segundo a Classificação Visual. A figura 02, a seguir, representa um esboço da Classificação Visual realizada no PI DOISIRMAOS referente à área desmatada da APP do córrego Dois Irmãos.

Figura 02: Área degradada da APP do córrego Dois Irmãos segundo a Classificação Visual. A figura 03, a seguir, representa um esboço da Classificação Visual realizada no PI MUTUCA referente à área desmatada da APP do córrego Mutuca. Figura 03: Área degradada da APP do córrego Mutuca segundo a Classificação Visual. A figura 04, a seguir, representa um esboço da Classificação Visual realizada no PI POUSODOMEIO referente à área desmatada da APP do córrego Pouso do Meio. Figura 04: Área degradada da APP do córrego Pouso do Meio segundo a Classificação Visual. Os dados de cada córrego de área degradada nas áreas de preservação permanente e de área total que deveria estar completamente composta por vegetação podem ser observados na Tabela 01. Tabela 01: Valores de área degradada (em ha e em porcentagem) e área total da APP (em ha) dos córregos Água Franca, Dois Irmãos, Mutuca e Pouso do Meio através da Classificação Visual. Córregos Área da APP Área degradada Área degradada (ha) (ha) (%) Água Franca 88,04 28,56 32,44 Dois Irmãos 38 7,34 19,31 Mutuca 41,04 21,48 52,34 Pouso do Meio 28 6,9 24,64 Ao analisar os valores de áreas degradadas das APP s dos córregos inseridos no perímetro urbano do município de Gurupi, ressalta-se a elevada degradação do córrego Mutuca (52,34%).

Esse resultado já era esperado, uma vez que o curso natural deste córrego atravessa a região central da cidade, onde o adensamento populacional é elevado. Através do diagnóstico ambiental realizado na visita presencial das áreas analisadas, foi possível identificar os fatores de degradação ambiental das APP s dos córregos. Dentre eles, podese citar: esgoto, instabilidade de encostas, erosão, assoreamento, resíduos sólidos, fauna e flora. Estes fatores contribuem negativamente para a preservação da vegetação local e são potencializados pela ação humana, que acontece de maneira contínua e desordenada. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, T.; MENEZES, P.R. Introdução ao Processamento de Imagens de Sensoriamento Remoto. (2012). Disponível em: <http://www.cnpq.br/documents/10157/56b578c4-0fd5-4b9f-b82a-e9693e4f69d8>. Acesso em: 29/julho/2013 ARAÚJO, S. M. V.G. As áreas de preservação permanente e a questão urbana. Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, Brasília, ago. 2002. INCRA instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/portal/arquivos/servicos/0275400229.pdf> Acesso em: 03/12/2012 EMBRAPA monitoramento por satélite. Disponível em: <http://www.sat.cnpm.embrapa.br/worldview.htm> Acesso em: 03/12/2012 IBGE Instituto Brasileiro Geográfico. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em: 14/01/2013 INPE -Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Departamento de Sensoriamento Remoto. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.html> Acesso em: 15/01/2013 SALERA JUNIOR, G. 2008. Recursos hídricos de Gurupi. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1325204> Acesso em: 27/02/2013 AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil.