O PIBID NA PRÁTICA DIÁRIA DA SALA DE AULA 1

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Transcrição:

O PIBID NA PRÁTICA DIÁRIA DA SALA DE AULA 1 Clarice Pires Trindade 2 Lídia Inês Allebrandt 3 Ângela Dallafávera da Rosa 4 Este relato traz apontamentos da experiência vivenciada por meio do PIBID/UNIJUI/CAPES (cujo programa completou, no ano de dois mil e dezessete, quatro anos de parceria com uma escola municipal da cidade de Ijuí), por uma bolsista do curso de Pedagogia, na turma do terceiro ano B, composta por vinte e quatro estudantes, residentes em bairros próximos à escola. São crianças de oito e nove anos que frequentam regularmente a escola, sendo que alguns fazem parte da jornada estendida oferecida no contra turno. Como o programa prevê a formação docente em contexto que exige o exercício da docência e constantes reflexões, a acadêmica foi desafiada, juntamente com a professora regente e a coordenadora do subprojeto, a elaborar um projeto e desenvolver em sala de aula durante dez dias, e garantir a participação das crianças na sua aprendizagem. Para tanto, o ano dividiu-se em dois momentos: no primeiro semestre, a bolsista pode conhecer a turma onde atuaria por intermédio da convivência e monitoria e também estabelecer vínculo com a professora, fortalecendo o relacionamento no grupo e contribuindo com sugestões que ajudam a enriquecer e potencializar a aprendizagem das crianças, sendo esse o maior objetivo na escola. No segundo momento, o desenvolvimento e análise dos resultados do projeto. É essencial salientar que a vivência e a experiência proporcionadas na realização do projeto e do acompanhamento da turma, por meio da inserção na escola e na participação dentro programa, permitiram o aprofundamento da prática pedagógica e a constituição de saberes a partir da mediação da aprendizagem. A partir do segundo semestre, a pibidiana, que já havia feito sua sondagem e conhecimento da realidade da turma, suas dificuldades, seus anseios, pode, juntamente 1 Relato de experiência em escola pública de Ijuí, pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência/UNIJUI, subprojeto Pedagogia, mantido pelo Ministério da Educação, com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, edital Nº 061/2013, no ano de 2017. 2 Acadêmica do Curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e bolsista do PIBID/UNIJUI, subprojeto Pedagogia, clariceartes08@gmail.com 3 Professora Mestre do Departamento de Humanidades e Educação, da Universidade da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, coordenadora do PIBID/UNIJUI, subprojeto Pedagogia, orientadora, lidia@unijui.edu.br 4 Professora da rede municipal de ensino, supervisora do PIBID/UNIJUI, subprojeto Pedagogia, angela_ijui@hotmail.com

com a professora regente, estabelecer os conteúdos e critérios que poderia utilizar no desenvolvimento do projeto. O conteúdo escolhido para o trabalho foi sobre grandezas e medidas e, após a escolha do tema, o desafio estava lançado. Foram inúmeras discussões, participação em planejamento da professora, reuniões com a supervisora e coordenadora de área para elaboração do projeto, pesquisa de literaturas que pudessem auxiliar e enriquecer o trabalho. O processo de planejamento nesse coletivo reafirmou a importância e a riqueza do diálogo em prol de um mesmo objetivo que é o desenvolvimento e a formação da criança na produção de significações. [...] ninguém ensina sozinho por que se ensina em equipe, numa inteligência coletiva a situação que se deve gerir. Por dividirem suas observações, suas invenções, suas orientações, por confrontarem seus pontos de vista, os educadores constroem essa inteligência coletiva (FRANÇOISE PLATONE, MARIANNE HARDY, 2004, p. 16). Sendo a aprendizagem de grandezas e medidas parte importante da matemática, a metodologia de ensino foi baseada na resolução de problema, a partir da pergunta problematizadora: O que são grandezas e medidas?, a maioria respondeu imediatamente e relacionaram o tema com o trabalho com a régua. Foi, então, que se iniciou com a medição do material escolar, os quais os mesmos tinham acesso. Após a abordagem, foi introduzida a leitura e a interpretação do poema de Jaqueline Garcia A régua. Na sequência, socializaram saberes sobre grandezas e medidas. E, com o auxílio do livro didático, foi realizada a composição da fita métrica, a qual, posteriormente, foi utilizada para a medição das alturas dos alunos, a partir da pergunta resolução de problemas, Que altura eu tenho?. Assim, por ordem do menor ao maior, colaram-se na parede os tamanhos de cada um, em continuidade foram feitos questionamentos problematizadores, como por exemplo: Qual a diferença entre o mais alto e o mais baixo? Os alunos também levaram atividades para a casa, para junto de sua família responder que instrumentos eram utilizados para as grandezas e medidas nos tempos antigos?. No retorno da pesquisa com a família, as crianças responderam que no tempo antigo, utilizava-se de outras formas para obter resultados de pesos e medidas, como o polegar, os pés, a palma da mão. Foram, então, trabalhadas atividade de multiplicação, adição e subtração, com instrumentos de medidas, etc. Em outro momento, visitaram uma marcenaria, para observar o trabalho de um marceneiro e quais os instrumentos de medidas utilizados pelo mesmo. Observaram, anotaram e realizaram perguntas sobre a atividade do marceneiro, de modo a compreenderem o seu trabalho e de como o mesmo

utilizava os instrumentos de medidas. A partir disso, socializaram as observações em uma roda de conversa em sala de aula e, na continuidade realizaram muitas outras medições. O projeto foi elaborado baseado na análise feita na turma que apresenta uma grande defasagem em relação à matemática. É imprescindível compreender a matemática a partir das vivências dos alunos, bem como entender que é essencial ligar o ensino desta com as linguagens e demais áreas do conhecimento. O resultado da visita à marcenaria foi de aprendizagens. O proprietário da mesma recebeu o grupo e explicou para as crianças como ela funciona e evidenciou a impossibilidade em trabalhar sem saber as medidas. Descreveu o processo, desde a chegada das chapas de MDF, até o produto final que é um móvel pronto. Apresentou a eles todas as ferramentas que são necessárias para seu trabalho e qual a função de cada uma delas. As crianças perguntaram, questionaram, fizeram comparações, anotações, tiraram dúvidas. Assim, retornaram para a escola com seus cadernos repletos de escritas e discutiram em grupo sobre o que aprenderam naquela visita. Possibilitar às crianças a vivência experiências mais amplas, como a visita à marcenaria para conhecer o processo de trabalho de um marceneiro e usar esse conhecimento nas atividades realizadas em sala de aula, considerando os seus saberes, configurou-se fundamental para a construção de conhecimentos, não transformando os conteúdos somente em transmissão e recepção de informações. As crianças mergulharam no universo das grandezas e medidas por completo e a todo o momento queriam medir os mais diversos objetos, pois a fita métrica, confeccionada por elas, passou a fazer parte do seu material escolar. Nas palavras da bolsista, o projeto foi muito gratificante para o conhecimento das crianças como também para a sua formação docente, pois proporcionaram momentos ricos de interação e convivência e aprendizagens que potencializaram aprendizagens. Essa percepção foi confirmada pela professora da turma: O projeto realizado veio de encontro às necessidades da turma, que apresentavam grande dificuldade em relação à matemática, mas diante das atividades propostas ela conseguiu fazer com que a turma em sua totalidade estivesse envolvida nas mesmas (ROSA, 2017). Em todas as atividades propostas às crianças participaram ativamente alcançando desta forma o objetivo proposto de integrar as áreas do conhecimento. No que se refere às questões das dificuldades matemáticas, observou-se que houve avanço significativo, porque muitos conseguiram se apropriar do que foi proporcionado em sala de aula. Foram

dez dias de muitas aprendizagens. A professora regente destacou a importância em ter alguém a mais na sala de aula para trocar ideias e tornar a aula mais envolvente e agradável ao aluno, priorizando sempre o que vai potencializar em seu conhecimento. (ROSA, 2017) Podemos afirmar que a realização desse breve projeto reforçou a importância do planejamento que contempla ações de prever, refletir e avaliar. Uma vez que planejar é poder vislumbrar caminho, definir intencionalidades e saber contornar imprevistos com novos encaminhamentos, pois ele não é estanque, fechado e imutável, ao contrário, é dinâmico e aberto, o mesmo contempla ações de prever, refletir e avaliar para continuar planejando. As aprendizagens resultaram da interação das crianças com a comunidade no uso de medidas e grandezas, bem como das práticas realizadas no contexto da escola. Aprender o que são e para que servem as medidas e as grandezas colaborou para brincassem de medir e aprender com isso. O uso da metodologia de resoluções de problemas gerou aprendizagens, porque propiciou o contexto para compreender conceitos e desenvolver procedimentos e atitudes matemáticas. A proposta contribuiu para que pensassem matematicamente e usassem estratégias distintas para aprender e utilizar os conceitos em seu cotidiano e, assim, a avançar em sua aprendizagem de modo interdisciplinar. Ao tentar resolver problemas as crianças analisam o problema, buscam compreendê-lo, fazem tentativas de solucioná-lo e verificam seus resultados. Concluímos que os resultados com a elaboração e o desenvolvimento do projeto foram significativos para os alunos e para a bolsista de pedagogia em relação a sua própria autonomia na constituição profissional, pois está vivenciando o exercício da docência e que se faz necessário planejamento e estudos para proporcionar e mediar a aprendizagem e a produção de conhecimentos das crianças. Quando ocorre este tipo de ligação e parceria entre escola e universidade (através do PIBID/UNIJUI) todos ganham, principalmente os estudantes. Essa inserção da acadêmica-bolsista oportuniza viver e entender os conflitos diários que uma escola encontra e que na sala de aula se materializam nas relações pedagógicas que envolvem o ensino-aprendizagem e até mesmo na disponibilidade de materiais pedagógicos para realização dos estudos. Nessa vivência, aprende a encontrar soluções que são urgentes e necessárias para sanar os obstáculos emergentes na aprendizagem escolar e na formação humana das crianças. Palavras-chave: PIBID; Aprendizagem; Projetos; Grandezas e medidas.

REFERÊNCIAS PLATONE, Françoise, HARDY Marianne, Ninguém ensina sozinho Porto Alegre: Artmed, 2004. ROSA, Angela. Depoimento da professora do 3º ano B da Escola Municipal de Ensino Fundamental [...]. Ijuí, outubro de 2017.