Políticas Ambientais Além de reforçar os quadros e aumentar os recursos da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, toda a Administração deve estar comprometida com as políticas ambientais e também atenta às questões ligadas à qualidade do ar e água, uso e conservação do solo, áreas verdes, clima, animais, gestão de resíduos (p.ex.: para onde vai o lodo resultante do tratamento de água e esgoto nas estações da Sabesp). Em outras palavras: promover a gestão ambiental integrada e compartilhada. O recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas lançado em 2007 Pela ONU apresenta um panorama óbvio e preocupante: as ações humanas têm provocado aceleração do aquecimento do planeta, e conseqüentes mudanças no clima planetário para os próximos anos. As principais fontes emissoras de gases de efeito estufa em São Paulo são combustíveis fósseis e decomposição do lixo (o gás metano é 21 vezes mais nocivo que o carbono). Em 2006, as estações da Cetesb registraram, na cidade, 72 casos de qualidade inadequada do ar e 17 de má qualidade. É preciso, sem dúvida, melhorar o trânsito, priorizar o transporte coletivo, promover mudança de matriz energética do transporte e da frota da prefeitura (adotando, tanto quanto possível, combustíveis menos poluentes e de menor impacto para a saúde e o aquecimento global), incentivar e favorecer o uso de bicicletas. Ser mais exigente quanto a licenças (pólos geradores de tráfego, p.ex.) e compensações ambientais. Diminuir a impermeabilidade do solo, arborizando a cidade; ampliar a coleta seletiva a Limpurb calcula que só 0,4% do lixo é reciclado na cidade e investir em novas tecnologias para decomposição do material orgânico; recuperar várzeas, córregos e áreas de manancial. Enfim, continuar algumas ações em andamento e ampliálas, sempre tendo como objetivo a necessidade de diminuir as emissões poluentes e desenvolver ações não apenas de curto o longo prazo, mas também medidas contínuas que devem prevalecer independentemente da bandeira, legenda, partido ou ideologia do gestor municipal. A Prefeitura tem de adotar procedimentos ambientalmente corretos dentro da própria administração como, por exemplo, desburocratizar e informatizar processos, economizar e adotar fontes alternativas de energia e estipular novas regras para o setor privado. Por meio de política fiscal, é preciso desestimular e/ou punir comportamentos ecologicamente nocivos e incentivar e/ou premiar o equilíbrio na direção da sustentabilidade (por exemplo: com novas normas para a construção civil). Os Conselhos Regionais de Meio Ambiente em cada subprefeitura são importantes. A articulação com a universidade, a produção científica e tecnológica e a sociedade em geral é fundamental. E, além de educação sanitária e ambiental na escola, é preciso que toda a cidade de São Paulo seja educadora, combatendo o desperdício e a
irresponsabilidade ambiental, segundo os princípios da Carta da Terra e da Agenda 21. Ar Propor instrumentos econômicos e fiscais para o desenvolvimento e aquisição de veículos que utilizam combustíveis limpos, incentivando a substituição dos veículos antigos, priorizando a utilização de uso coletivo de maior eficiência energética, com taxação sobre veículos de passeio de alta potência e alto consumo e para já, exigir a melhoria da qualidade do diesel, conforme a resolução 315/2002 do CONAMA Controle da poluição veicular desde a produção, com a inspeção anual e promoção da obrigatoriedade de equipamentos antipoluição e de programas de manutenção preventiva para veículos automotores e equipamentos (vide Mobilidade, Trânsito e Transporte) Promover o inventário de emissões do Aeroporto de Congonhas assim como da frota de helicópteros no município. Projeto de Lei 01-0671/2007 Art. 44 - São ações estratégicas da Política de Urbanização e Uso do Solo: (...) XV - estabelecer medidas de caráter mitigador dos impactos ambientais gerados pelas operações dos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, principalmente nas respectivas áreas de influência direta. Água Melhorar e ampliar as ações do Programa Defesa das Águas para os quatro extremos do município, aumentando a participação popular, a divulgação das informações e os trabalhos de educação ambiental e controle de novas ocupações Ampliar o Programa de Mananciais e o Programa Córrego Limpo, melhorando a divulgação das informações envolvendo a população local através de ações de manejo e educação ambiental Promover acesso às informações técnicas produzidas sobre os mananciais, em vocabulário acessível para divulgação nos fóruns socioambientais e para populção. Implantar a Zeladoria Urbana nas represas Fortalecer, reconhecer e popularizar os comitês de microbacias no âmbito da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê
Tornar obrigatória a utilização das bacias hidrográficas como unidades de planejamento para a gestão e o ordenamento territorial, principalmente no âmbito dos núcleos de gestão descentralizada (NGD) Estabelecimento de contrato de concessão dos serviços de saneamento entre a SABESP e o município Promover estudos para reúso de efluentes das estações de tratamento de esgotos Fortalecer programas de recuperação e conservação dos recursos hídricos em parceria com a Sabesp e através da aplicação dos princípios do poluidorpagador e consumidor-pagador, sendo os recursos adquiridos revertidos para o Fundo Especial do Meio Ambiente Continuar a implantação de Parques Lineares e criar comitê intersecretarial para acelerar o Programa de Parques Lineares, garantindo atenção especial a população a ser removida Estudar a coleta e o tratamento de esgoto com técnicas alternativas e a utilização de mini-estações de tratamento Promover e incentivar o uso de alagados (wetlands) para o tratamento de esgoto doméstico Criar programas de incentivo fiscal para implantação sistemas de captação de água de chuvas e reúso de água em prédios públicos e empresas privadas Maior atenção ao problema dos lençóis freáticos e poços artesianos por meio de levantamento da situação do uso da água. Solo Iniciar programas de descontaminação - elaborar um mapa da contaminação, com o levantamento e identificação das áreas contaminadas, com a classificação do tipo e nível de contaminação, a situação dos processos penais de compensação ambiental, divulgação dos dados e dos possíveis responsáveis para a sociedade Efetivar um programa efetivo de descontaminação em parceria com órgãos estaduais e internacionais (cerca de 60 a 80% do município está relacionado a alguma área contaminada) Criar o núcleo de permeabilização urbana, responsável por programas de calçamento permeável, calçadas e tetos verdes, criação, ampliação e
manutenção de canteiros centrais e implantação dos caminhos verdes, previstos no Plano Diretor. Áreas verdes É necessário reverter o processo de desvalorização do espaço verde na cidade, com a garantia da manutenção de áreas verdes e a criação de novas unidades de conservação, praças, parques lineares e caminhos verdes. É necessário também estabelecer um novo conceito de espaço público e privado onde a permeabilidade e a área verde passem a fazer parte da paisagem, como em calçadas e tetos verdes, canteiros centrais de avenidas e aumento da arborização púbica e privada. Promover o levantamento e possível congelamento de áreas sub-utilizadas, utilizando critérios previstos no Plano Diretor na implantação de parques e áreas verdes wampliar a participação popular no programa de arborização e aderir ao projeto mundial da ONU de plantio de 7 bilhões de árvores winiciar o projeto de construção de bosques urbanos wpreservar e fiscalizar as áreas de proteção no município, aumentando e treinando o efetivo da polícia ambiental e ampliando o cumprimento das leis de preservação e recuperação de áreas degradadas Criar sistema de benefício fiscal para áreas privadas preservadas Criar a Rede Municipal de Unidades de Conservação, integrando os conselhos e as gerências dos parques municipais, estaduais, das APAs e da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde num único programa de estruturação, fiscalização e educação ambiental Estabelecer parcerias com municípios da Região Metropolitana para a preservação de áreas verdes no entorno da cidade Incentivar e implantar, no âmbito da Administração Pública, os Terraços Verdes. Ampliar o PAMPA (Programa de Aproveitamento de Poda de Árvore). Gestão de resíduos A gestão dos resíduos na cidade de São Paulo é desde sempre alvo de disputas políticas, econômicas e ideológicas que têm prejudicado muito o estabelecimento de uma política municipal. Também contribuiu para esse fato a demora na regulamentação de marcos legais tanto no âmbito nacional como estadual para definir os parâmetros para as políticas públicas municipais. O lixo passou a ser alvo de disputa entre os grandes poderes econômicos e as entidades de geração de trabalho, renda e justiça social, permitida pela atuação passiva e às vezes omissa do poder público local. Os aterros no município já ultrapassaram sua capacidade de recebimento dos resíduos e
estão fechados para a produção de biogás atualmente são Paulo já exporta lixo para o aterro de Caieiras, município vizinho. Estão em andamento dois importantes processos: a revisão dos contratos de concessão pela Limpurb, sob responsabilidade de dois consórcios municipais, e a implantação do Programa Sócio-Ambiental Cooperativa de Catadores de Material Reciclável, de responsabilidade do departamento de limpeza urbana Limpurb. Gestão do sistema Reorganizar o Sistema de Limpeza Urbana no município, acelerando o cumprimento dos prazos e metas de investimentos previstos nos contratos de concessão. Retomar o debate e a reformulação do orçamento para os resíduos e do Fundo de Limpeza Pública Modificar sistema de coleta domiciliar - acabar com a remuneração por peso para facilitar a implantação do sistema de coleta seletiva. Coleta Seletiva Aumentar a cobertura do programa de coleta seletiva com a participação do poder público, da sociedade civil e do setor produtivo Estabelecer um programa de divulgação e informação sobre como participar do programa coleta seletiva. Continuar com a implantação das centrais de triagem e ecopontos previstos nos contratos de concessão estabelecendo plano de metas com programa de ecoeficiência para as centrais de triagem Criar o programa de acompanhamento e gestão para as centrais de triagem com apoio de incubadoras de cooperativas e programa locais de economia solidária Recadastrar e firmar convênios com núcleos de catadores organizados Distribuir lixeiras duplas por toda a cidade. Resíduos perigosos Criar centros especiais para coleta, armazenamento e reciclagem de produtos perigosos como resíduos de saúde, pilhas e baterias, lâmpadas, óleos em geral Combater a compra de pilhas falsificadas (combate e conscientização). Garantir o fluxo de resíduos sólidos gerados seja direcionando para sua cadeia produtiva ou outras cadeias associadas.
Criar programa de descontaminação para o resíduo úmido, para que possa ser enviado para sistemas de compostagem Estudar programas de recuperação energética para os resíduos úmidos através de biodigestão ou incineração Criar programa de meta-reciclagem e de reciclagem e reaproveitamento de resíduos eletrônicos Atividade econômica (licenças, compensações, incentivos e punições) Usar o poder de compra da Prefeitura para estabelecer critérios ambientais. Incentivar a criação de fábricas de reciclagem (em especial as que reciclam lâmpadas). Incentivar a empresa eco-responsável e sustentável, onerando a insustentável e punindo a irresponsável. Incentivar a fabricação de veículos elétricos, bicicletas dobráveis e materiais reciclados. Instituir mecanismos econômicos, financeiros, fiscais ou outras formas de incentivo, visando remunerar mensalmente propriedades com remanescentes de florestas nativas além da área de Reserva Legal e os serviços ambientais associados à preservação, recuperação de áreas degradadas, conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Incentivar e fomentar a recuperação de áreas degradadas e restauração de ecossistemas com espécies nativas, através de projetos agroecológicos em parcerias com empresas nacionais ou internacionais, visando os pequenos produtores, com a implementação de viveiros de mata nativa. Incentivar elaboração e concretização de projetos experimentais de construção Ampliar a fiscalização sobre o comércio de madeira ilegal no município. Redução de desperdício Novos critérios de eficiência ambiental para consumo energia, água, iluminação, ventilação e controle térmico, resíduos, materiais e acabamentos.
Estabelecimento de linhas de crédito para o financiamento de edificações que contemplem o uso de materiais de construção alternativos e que utilizem de forma ambientalmente correta a água, a energia e a luz solar Incentivo à produção e aquisição de equipamentos de energia e aquecimento solar, viabilizando a implantação destes sistemas para o uso doméstico, em pequenas propriedades e em empresas, possibilitando o acesso Estabelecer critérios ambientais nos prédios públicos e no atual sistema de habitação Código de obras: definir critérios ambientais como o estabelecimento da obrigatoriedade de criação e manutenção de área verde proporcional à área construída em condomínios e conjuntos habitacionais. Implantar plano de desperdício zero, incentivando a redução e responsabilizando o causador economicamente. Elaborar, de imediato, projeto de lei dispondo sobre a adoção de programa em eficiência energética em toda a cadeia produtiva, como a iluminação e o controle térmico eficiente em prédios públicos, residenciais e comerciais, a troca de equipamentos obsoletos por mais eficientes, adaptação de sistema de resfriamento para transferência de energia. Implantar campanha de sensibilização para adoção de válvulas de descargas que tenham controle de vazão, de torneiras, de chuveiros e outros equipamentos economizadores de água e energia. Trocar vasos sanitários por vasos com caixas economizadoras no âmbito da Prefeitura Criar linhas de crédito para financiamentos e incentivos fiscais ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e mitigação de gases causadores de efeito estufa. Fomentar e incentivar a parceria público-privada para o desenvolvimento de tecnologias alternativas e inovadoras, com fontes renováveis sustentáveis eólica, fotovoltaica, termosolar e biológica (como óleo usado) priorizando sua implantação nas comunidades de maior índice de exclusão social Instalação de biodigestores. Gestão e participação popular
Estabelecer o programa Cidade Sustentável: implantar sistema de critérios e diretrizes para análise dos impactos ambientais de todas as atividades governamentais e desenvolver programas prioritários de redução desses impactos - elevação das questões ambientais ao nível de política estratégica do município. Melhorar a gestão municipal considerando a bacia hidrográfica do Alto Tietê e suas microbacias, fortalecendo as ações dos subcomitês e a Agência da Bacia. Fortalecer a Secretaria do Verde e Meio Ambiente na relação intersecretarial no âmbito municipal, estadual e federal. Descentralizar a administração e o orçamento das questões ambientais utilizando os núcleos de gestão descentralizada (NGD), com aumento do número dos núcleos, dos funcionários e do orçamento de cada um deles. Fortalecimento dos Conselhos Regionais de Meio Ambiente. Reestruturação do Conselho Municipal de Meio Ambiente com a implementação dos conselhos municipais em cada subprefeitura. Fortalecimento das atividades dos conselhos dos parques e das APAs em áreas do município. Fortalecer a Umapaz como centro de informação e educação ambiental, levando suas atividades para escolas, associações de bairro e parques municipais. Institucionalizar a Conferência Municipal, bem como as Regionais de Meio Ambiente. Fortalecer, garantir e intensificar a fiscalização com aparelhamento e capacitação, através do aumento do quadro de fiscais e a inclusão de pessoas da comunidade para atuarem como agentes ambientais, visando proibir atividades ilegais relacionadas desmatamentos, deposição irregular de lixo e entulho, poluição de rios e ocupações irregulares, revendo o atual quadro de impunidade. Fomentar atividades e projetos direcionados à identificação de indicadores ambientais regionais e determinação de padrões e parâmetros que possibilitem estabelecer estratégias de monitoramento da mudança do clima e implementar medidas mitigadoras e de adaptação que respeitem a vocação ambiental da área Aumentar a fiscalização e a capacitação, desenvolvendo cursos para os moradores da região.
Melhorar e avaliar a concessão de licenças e compensações ambientais. Promover programas de educação ambiental - PAVS, escolas, empresas. Criar o Sismea Sistema municipal de Educação Ambiental para articular a gestão compartilhada e a capilaridade da educação ambiental Dar acesso às escolas, universidades e telecentros a uma rede de informações sobre as atividades de educação ambiental no município, criando instrumentos de fomento para este sistema Instalar o programa de consultoria ambiental para empresas e cooperativas Instituir um Prêmio para inovações na área ambiental. Estimular a implementação da A3P (Agenda Ambiental da Administração Pública) e que a iniciativa privada adote os mesmos princípios, sendo todos comprometidos com seu mapeamento e divulgação. Estabelecer parcerias com outros órgãos públicos, empresas, universidades e ONGs.