Local nº: 12 Zona Histórica: Escadaria e Igreja de São Pedro Rua do Castelo Coordenadas GPS: 38º53 59.733 ; 9º2 19.614 38.899901, -9.038814 Fig. 1 Igreja de São Pedro Fig. 2 Quadro de azulejos da Igreja de São Pedro Fig. 3 Mapa do percurso para a Igreja de São Pedro (12)
Aspetos históricos: Igreja de são Pedro A igreja de São Pedro está localizada em Alverca do Ribatejo, Concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa. Esta igreja é uma invocação a São Pedro, padroeiro da cidade. Não se sabe quando a sua formação, sabe-se sim que já estava fundada em 1449, quando se deu a batalha de Alfarrobeira, tendo sido reedificada várias vezes. O terramoto de 1755 afetou a igreja de São Pedro, fazendo com que o telhado abatesse, a torre sineira caísse e parte das paredes laterais também. As poucas partes que se mantiveram intactas foram, a fachada, a sacristia e o batistério, onde se continuam a fazer batismos. Durante a reconstrução da igreja Matriz (igreja de São Pedro), as Imagens dos Santos, o Santíssimo Sacramento e outros valores foram transferidos para a Igreja da Misericórdia. Dos séculos XVI e XVII poucas peças sobraram. Do século XVII temos, por exemplo, o portal seiscentista, a pia batismal, três pias de água benta em mármore rosa, as duas telas, de autor desconhecido, que ladeiam a capela-mor. Dos azulejos do século XVII é notável o painel que apresenta a libertação de S. Pedro pelo Anjo. Do século XVIII, para além de outros elementos, encontramos, os azulejos de albarradas e figurativos alusivos à vida de São Pedro e, na sacristia, pode ver-se um lavabo em pedra mármore com embutidos, assim como as colunas que formam a nave, o retábulo da capela-mor, o estuque do teto e as pinturas. No largo da igreja realizam-se todos os anos em Junho as festas de São Pedro. Numa lápide originalmente colocada por baixo de uma janela brasonada, do palácio da quinta do Galvão, hoje desaparecido, a inscrição revela que D. Pedro II e seus filhos estavam em Alverca por ocasião das festas, em Julho de 1699. Na primeira metade do século XIX, entre 23 e 25 de Junho de 1840 e de novo de 23 a 26 de Junho de 1842 D. Maria II e D. Fernando visitaram Alverca, coincidindo estas datas com os festejos dedicados ao santo padroeiro. Estas festas marcavam uma data de extrema importância, envolvendo toda a comunidade de Alverca e para a qual contribuíam, os diversos poderes locais. Atualmente nesse mesmo adro existe um coreto fixo, edificado em 1926 para a banda da Sociedade Filarmónica de Recreio Alverquense, uma das mais antigas do concelho de Vila Franca de Xira. Aspetos geológicos: A zona histórica de Alverca do Ribatejo está muito alterada em comparação ao que era quando foi construída. Tal como já foi referido acima, a Igreja de São Pedro sofreu com o abalo sísmico datado de 1 de Novembro de 1755.
O primeiro local a visitar são as escadinhas do adro, junto à igreja de São Pedro. Essas mesmas escadas têm presença de fósseis de Turritellas, que são moluscos da classe dos gastrópodes que se distribuiu pelos mares Mediterrâneo e do Norte, pelo oceano Atlântico e pelo canal da Mancha, do Cretácico (145 65 M.a.) à atualidade. Estes gastrópodes, bentónicos, pouco profundos (infralitoral), de substrato móvel, possuem concha enrolada com forma de cone alongado que podem ter um tamanho até 15 cm, turriculada. Estes organismos filtradores viviam em ambientes marinhos Fig. 4 Turritela com salinidade normal e temperatura variável. Nas escadas em calcário existe um degrau que foi remendado posteriormente e colocaram um calcário de lioz (cor-de-rosa), também com inúmeros exemplares de fósseis turritelas.. Fig. 5 Fósseis de Turritela nas escadinhas do Adro Fig. 6 Fósseis das Escadinhas do Adro - Turritelas
Fig. 7 Fósseis no calcário de lioz Fig. 8 Igreja de São Pedro e o seu átrio com padrões típicos da calçada portuguesa. O chão da entrada da igreja também calcário contém rudistas radiolários. Os rudistas são um grupo extinto de lamelibrânquios marinhos, contemporâneos dos dinossauros. Eram organismos bentónicos (viviam sobre o substrato, cimentados a este ou não). Possuíam uma concha da parede espessa (viviam em ambientes marinhos de alta energia), de forma cónica e estrutura interna compacta (Radiolários) ou de forma geralmente enrolada e estrutura interna alveolar (Caprinídeos). Os Rudistas eram organismos coloniais viviam em associações recifais bioedificadas, à semelhança dos biohermes recifais construídos pelos atuais Corais. Fig. 9 Rudista Radiolário À volta da igreja, no átrio, o chão é composto por calçada feita de calcários, mas como essa construção é muito recente, não apresenta fósseis de tipo algum. As paredes da igreja e circundantes estão danificadas pela mão humana, com grafitis. O coreto é feito com cimento, construído após o terremoto, tal como a maioria da igreja. A rocha utilizada na Matriz supõe-se que venha de Pero Pinheiro, local originário das rochas do Convento de Mafra. A Calçada de João Mantas, localizada ao lado da junta de freguesia, tem uma casa que não danificou a sua parede original, podendo por isso, ver as rochas com que foi construída
na altura, pois era uma casa antiga que foi remodelada e preservou-se o seu património Fig. 10 Coreto da Igreja de São Pedro Fig. 11 Danificação das paredes da Igreja Fig. 12 Casa da Calçada João Mantas Bibliografia Livro: Fragmentos de Alverca, História e Património, Anabela Ferreira Wikipédia: http://en.wikipwdia.org/wiki/turritella Guião Ciência Viva: http://www.cienciaviva.pt/veraocv/2011/downloads/paleomemorial(1).pdf Sítio da Junta de Freguesia: http://jf-alverca.pt/ Google Maps: https://maps.google.com