ANO 6 NÚMERO 71 JUNHO DE 2018 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

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Transcrição:

ANO 6 NÚMERO 71 JUNHO DE 2018 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS O avanço da seleção brasileira no campeonato mundial de futebol além de trazer um resquício de alegria ao povo brasileiro serve, ainda, para encobrir momentaneamente os diversos desafios políticos, econômicos e sociais que caracterizam o país. Na calada da noite o Congresso aprova medidas importantes que vão na contramão dos anseios da sociedade, como por exemplo reajustes salariais de classes dominantes no setor publico, enquanto indicadores de desempenho fiscal deterioram-se a cada dia. A inflação mostra sinais de elevação com expectativas de que alcance índices maiores em 2018, aproximando-se da meta inflacionária estabelecida pelo governo e a taxa de desemprego apurada pelos órgãos oficiais revelam índices elevados e menores do que ocorrem na realidade devido à desistência da procura de empregos por grande parte da população desempregada. O setor externo apresenta ainda saldos expressivos na Balança Comercial, mas teve uma queda em Maio em parte devido à greve doa caminhoneiros mas também por outros fatores internos e externos. O setor externo no seu conjunto apresenta deficiências estruturais, e também volta a sofrer problemas como evasão de capitais, particularmente na Conta Financeira tudo isso gerando uma desvalorização do real contida até agora com muitos custos para o governo. 2 - INFLAÇÃO PÕE GOVERNO EM ALERTA Prof. Flávio Riani Uma das grandes conquistas da sociedade brasileira nesses últimos anos foi a manutenção de baixas taxas de inflação, cada mais distantes da meta inflacionária estabelecida pelo governo. Porém, devido em parte à greve dos caminhoneiros ocorrida recentemente, o índice alcançado em maio deixou o governo em alerta e colocou dúvidas sobre a possibilidade de que o país consiga mantê-lo abaixo da meta de 4,5% em 2018. As variações ocorridas nos preços em maio de 2018, destacadas no gráfico 1, (pág. 2) resultaram numa inflação mensal de 0,40%, mais do que o dobro da alcançada no mês anterior ( 0,18%) e superior à obtida no mesmo mês do ano anterior que registrou 0,31%. EXPEDIENTE Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Grão-Chanceler Dom Walmor Oliveira de Azevedo Reitor Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Vice-Reitora Professora Patrícia Bernardes Assessor Especial da Reitoria Professor José Tarcísio Amorim Chefe de Gabinete do Reitor Professor Paulo Roberto Souza Chefia do Departamento de Economia Professora Ana Maria Botelho Coordenação do Curso de Ciências Econômicas Professora Ana Maria Botelho Coordenação Geral Professor Flávio Riani e Professor Ricardo F. Rabelo Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais: Prédio 14, sala 103 Avenida Dom José Gaspar, 500 Bairro Coração Eucarístico CEP: 30535-901 Tel: 3319.4309 www.pucminas.br/paginas/conjuntura-economica.aspx icegdigital@pucminas.br

Gráfico 1 -Taxa Mensal de Inflação IPCA % Brasil 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 0,40 0,31 0,18 Indice de maio 2018 Ìndice de maio de 2017 Índice de aril de 2018 Em termos acumulados, a inflação registrada até maio de 2018 ainda permaneceu abaixo da alcançada no mesmo período do ano anterior. Porém, considerando o acumulado nos últimos 12 meses, conforme mostra o gráfico 2, observa-se uma ligeira elevação no acumulado de 2018 comparativamente ao mesmo período em 2017. Gráfico 2 -Taxa de Inflação Acumulada IPCA Brasil 3,00 2,86 2,76 2,50 2,00 1,50 1,33 1,42 1,00 0,50 0,00 Acumulado até maio 2018 Acumulado até maio 2017 Acumulado últimos 12 meses até maio 2018 Acumulado últimos 12 meses até maio 2017 3 - TAXA OFICIAL DE DESEMPREGO NO PAÍS NÃO ALTERA E ESCONDE QUEDA A taxa de desocupação apurada no último trimestre revela índice de 12,7% equivalentes a aproximadamente 13,5 milhões de desempregados no país. A trajetória descrita no gráfico 3 mostra uma certa manutenção desse patamar nos últimos anos, com índices elevados a partir de meados de 2016, agravados ainda mais após o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tal menção faz-se necessário para que não se esqueça de que o governo que assumira a administração do país à época colocou o combate ao desemprego como meta principal. Porém, o que se tem visto, é uma administração sem rumo em todos os campos: políticos, sociais e econômicos e que perdeu a credibilidade pela forma que assumiu o

governo e principalmente pela desconfiança que se abateu sobre toda cúpula desse governo, através de suspeitas de diversas irregularidades cometidas por seus principais membros. Gráfico 3 - Taxa de desocupação - Trimestres - 2012-2018 - % Fonte : IBGE Uma avaliação anual sobre a trajetória da taxa de desemprego no país pode ser visualizada através do gráfico 4, que registra a grande elevação nessas taxas ocorridas, sobretudo a partir de 2016, agravando-se em 2017 e 2018, após a mudança na administração governamental. Gráfico 4 - Taxa de desocupação anual - Brasil - % Fonte : IBGE Finalmente o gráfico 5 destaca a trajetória do número de desempregados no país que alcançou 13.236 mil pessoas registrados no último levantamento trimestral realizada pelo IBGE em 2018.

Gráfico 5 - Número de desempregados - Brasil - % Fonte: IBGE 4- O SETOR EXTERNO EM CRISE Prof. Ricardo F. Rabelo O setor externo brasileiro apresentou um desempenho contraditório a partir de maio, com queda do saldo da Balança Comercial, evasão de capitais e crescente desvalorização do real. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em maio a balança comercial brasileira acusou superávit de US$ 5,981 bilhões. No mês passado, as exportações somaram US$ 19,241 bilhões (alta de 1,9% comparado com maio de 2017), e as importações US$ 13,260 bilhões (alta de 14,5%). A queda do saldo é atribuída pelo governo à greve dos caminhoneiros que teria influenciado os embarques e compras do exterior. Na terceira semana de maio (entre os dias 14 e 20), o valor exportado foi em média de R$ 1,047 bilhão. Na quarta semana (entre os dias 21 e 27), com o início da greve, o valor ficou em R$ 699 milhões (-33,23%) e, na quinta semana (28 a 31 de maio) ficou em R$ 642 milhões (- 38,68%). Embora haja essa influência da greve, não podemos subestimar outros fatores como a perda de competividade das exportações brasileiras no mercado internacional que tem impulsionado a exportação de produtos de baixo valor agregado, como as commodities agrícolas e há também a possibilidade de uma influência das medidas protecionistas do Governo dos EUA sobre nossas exportações de aço, por exemplo.

Gráfico 6 Balança Comercial Brasil 2018 (US$ Bilhões) 25 20 20,23 19,725 19,241 17,018 17,41 US$ Bilhões 15 10 14,202 12,408 13,81 13,79 13,26 exportações importações saldo 5 5,002 6,42 5,935 5,981 2,816 0 janeiro fevereiro março abril maio Meses Fonte: MDIC Apesar de se culpar apenas os caminhoneiros na queda do saldo em maio, deve-se levar em conta que o processo de reprimarização da pauta de exportações volta a se manifestar em maio. Na comparação com maio de 2017, cresceram as exportações de Produtos básicos (18,4%), enquanto houve queda expressiva das exportações de Manufaturados (-17,3%) e Semimanufaturados (-9,5%). Outro resultado importante é que o superávit em Transações Correntes foi de US$ 0,7 bilhão, número inferior ao registrado em maio de 2017 (US$ 2,8 bilhões). No acumulado dos últimos doze meses, o déficit está em US$ 13 bilhões, equivalente a 0,6% do PIB. Esse resultado se deve, além do saldo da Balança Comercial de US$ 5,6 bilhões, 0 déficit da conta de Serviços de US$ 2,7 bilhões (US$ -2,5 bilhões em maio/17), a conta de Renda Primária teve déficit de 2,3 bilhões (ante US$ -2,4 bilhões em maio/17); as Rendas Secundárias apresentaram ingressos líquidos de US$ 239 milhões. Já a Conta Financeira registrou superávit (concessões líquidas) de US$ 1,2 bilhão, comparado a superávit de US$ 2,8 bilhões em maio/17. Outro fator relevante é o fato de que os Investimentos Diretos no País (IDP) apresentaram ingressos líquidos de US$ 3,0

bilhões no mês (US$ 2,9 bilhões em maio/17), sendo entradas de US$ 1,9 bilhão em Participação no Capital e de US$ 1,1 bilhão em Operações Intercompanhia. No acumulado em doze meses, os ingressos líquidos de IDP somam US$ 61,8 bilhões (3,1% do PIB). A mudança mais expressiva do setor externo se relaciona com os passivos em Investimentos em Carteira que apresentaram saídas líquidas de US$ 5,4 bilhões no mês (US$ -1,4 bilhão em maio/17), sendo saídas de US$ 2,8 bilhões em Fundos de Investimento, US$ 1,6 bilhão em Ações e US$ 1 bilhão em Títulos de Renda Fixa. Esse quadro se explica pela grande instabilidade do mercado financeiro brasileiro, extremamente afetado pelos movimentos especulativos internos, bem como por mudanças no mercado internacional. O Banco Central dos EUA, após um grande período de cerca de dez anos de juros baixos, têm optado por elevar a a taxa de juros básica: as taxas para títulos de dez anos, por exemplo, quase dobraram no último período, chegando a quase 3% ao ano. Já no Brasil, isso tem resultado em ações especulativas apostando na desvalorização do real. No mês de maio, por exemplo, os contratos de dólar a termo (NDFs, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores cresceram 36%, atingindo R$ 14,4 bilhões. Isso significa que, no curto prazo, no quadro da total abertura que não limita os ingressos de capital especulativo e as operações no mercado futuro, o único instrumento que tem o Banco Central é oferecer swaps cambiais para atender à demanda de hedge, o que leva a pesados custos fiscais e reforça os problemas existentes nessa área. O que garante uma certa tranqüilidade ao governo para o uso destes instrumentos são as Reservas Internacionais acumuladas no período anterior e que em maio somaram US$ 382,5 bilhões. Por outro lado, a Dívida Externa Bruta está estimada em US$ 322,1 bilhões (16% do PIB).