Título: EXPERIÊNCIA DO EMPREGO DE FOSSAS SÉPTICAS NA DESTINAÇÃO DE EFLUENTES DE CANIL: ESTUDO DE CASO

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Transcrição:

Título: EXPERIÊNCIA DO EMPREGO DE FOSSAS SÉPTICAS NA DESTINAÇÃO DE EFLUENTES DE CANIL: ESTUDO DE CASO Cássio Henrique Araújo Siega (1) ; Amilton Dinis e Souza (2) ; (1) Estudante de Pós Graduação em Gestão Ambiental do Instituto Federal do Triângulo Mineiro IFTM Uberaba / MG; cassiosiega@yahoo.com. (2) Professor do Instituto Federal do Triângulo Mineiro IFTM Uberaba / MG; Doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos; amilton@iftm.edu.br RESUMO: As deficiências dos serviços de saneamento básico em locais desprovidos de rede de esgoto precisam de implantação de um sistema alternativo para disposição dos efluentes, com o objetivo de evitar a contaminação do solo e da água, obrigando assim a criar seus próprios meios de disposição dos efluentes. A Associação Uberabense de Proteção Animal (SUPRA) é uma Organização não governamental que tem por objetivo principal, acolher, auxiliar e tratar os animais que foram abandonados e atualmente encontra-se aproximadamente 500 animais que foram retirados das ruas. Existem várias técnicas para a destinação dos efluentes gerados em um canil público. Uma proposta sugerida como melhoria seria a associação de Fossa Séptica e Sumidouro, para a correta destinação dos efluentes gerados pelos animais acolhidos existentes. Palavras-chave: tanque séptico, fossa séptica, canil público, sumidouro. INTRODUÇÃO A disposição sobre o solo, maneira inadequada de destinar efluentes gerados em um canil, sem critério técnico, traz sérios problemas ao ser humano, aos cães, à sociedade e ao meio ambiente. Dentre muitos incômodos pode-se destacar: a proliferação de vetores e diversas doenças, a exalação de fortes odores e a contaminação do solo e das águas subterrâneas e superficiais. Para a destinação dos efluentes, a fossa séptica em conjunto com sumidouro é uma das técnicas existentes de gestão ambiental. Nessas fossas, os efluentes sofrem a ação das bactérias e, durante o processo, onde a parte sólida (lodo) é depositada no fundo da fossa, enquanto na superfície forma-se uma camada de escuma, constituída de substâncias insolúveis mais leves. A fase líquida segue para o sumidouro e os sólidos ficam retidos no fundo da fossa. Após passar pela fossa, o efluente líquido, isento de materiais sedimentáveis e flutuantes (retidos na fossa) é disposto no sumidouro. Os sumidouros têm a função de poços absorventes, recebendo os efluentes diretamente das fossas sépticas e permitindo sua infiltração no solo. Para essa quantidade de animais é importante um sistema eficiente de destinação dos efluentes gerados no canil. Através de estudo de caso, o objetivo do presente trabalho é apresentar sugestões e oportunidades de melhorias para a destinação dos efluentes gerados no canil público da SUPRA. MATERIAL E MÉTODOS O canil público encontra-se instalado na Rua Francisco Alves Pereira, 1064 - Bairro: Loteamento de Chácaras Bouganville Uberaba Minas Gerais. Conforme a lei municipal de Uberaba, o imóvel está localizado na Zona Residencial 2 e não conta com sistema de rede coletora de água e esgoto. Segundo Pereira (2003), o número expressivo de municípios que não dispõem de coleta e tratamento de esgotos ocorre em razão de o saneamento não ser encarado como prioridade e, portanto, faltar política eficaz para direcionar as ações nesse setor. Isso faz com que os programas de saneamento acabem tendo caráter individual e localizado em municípios específicos.

Para a parte sólida dos dejetos fecais dos animais, a SUPRA adota a disposição através de valas sanitárias, cobrindo os resíduos sólidos com uma camada de solo na conclusão de cada jornada de trabalho conforme estabelece a Norma NBR 15849. Após o recolhimento dos resíduos sólidos, é realizada a limpeza, assepsia, desinfecção e higienização do pátio e canis através de água, detergente, sabão e hipoclorito de sódio. Os efluentes gerados nessa atividade (águas imundas com excrementos) são direcionados para a galeria e consequentemente são destinados para a fossa. Quando a fossa está próxima de seu enchimento, é solicitada a presença de empresa para promover a retirada dos efluentes, minimizando assim os impactos ambientais gerados. Seguem abaixo as imagens que melhor descrevem a forma atual de disposição dos efluentes gerados no canil público. Figura 1 Pátio onde é realizada a limpeza, desinfecção e higienização, com periodicidade de duas vezes ao dia. Figura 2 Canis existentes em uma das alas da SUPRA Figura 3 Fossa existente no estabelecimento.

Figura 4 Recolhimento dos efluentes realizado por empresa especializada Para a quantidade de 500 cães, é importante um sistema eficiente de destinação dos efluentes (águas imundas com excrementos) gerados no canil. Neste estudo de caso, serão apresentadas sugestões para melhor destinação dos efluentes gerados no canil público, para uma possível aplicação nas instalações já existentes na SUPRA. Para escolha do processo mais adequado devem ser considerados: Natureza e utilização do solo, profundidade do lençol freático, grau de permeabilidade do solo, utilização e localização da fonte de água de subsolo, utilizada para consumo humano e volume e taxa de renovação das águas de superfície. Uma das diversas técnicas existente de gestão dos efluentes é através da fossa séptica em conjunto com sumidouro, conforme visto na figura abaixo: Figura 5 Esquema do sistema integrado, fossa séptica + sumidouro O processo de funcionamento da fossa séptica inicia com a retenção dos efluentes que fica detido na fossa durante um período de 24horas, aproximadamente. Simultaneamente, acontece uma sedimentação do material sólido presente nos efluentes. Esse se deposita no fundo da fossa, formando um material pastoso, denominado lodo, enquanto a outra parte, constituída basicamente por substâncias insolúveis mais leves, mantém-se imersa. Esse composto é chamado escuma. Seguindo a essa etapa, apresenta-se a de digestão anaeróbia do lodo, que consiste num ataque forte de bactérias anaeróbicas ao lodo, anulando parcial ou totalmente a ação das substâncias voláteis e dos micro-organismos patogênicos. Com isso, ocorre grande redução de sólidos, líquidos e

estabilização dos gases, o que permite que seus efluentes líquidos sejam dispostos com maior segurança para o sumidouro. Segundo Sperling (1996) os principais organismos envolvidos no tratamento dos esgotos são as bactérias, protozoários, fungos, algas e vermes. Dentre estes organismos destacam-se as bactérias, pois é através delas que a matéria orgânica é estabilizada. As bactérias são organismos unicelulares procariotas (ausência de núcleo definido), podendo apresentar-se isoladamente ou em agregados, formando colônias de aspecto característico, como filamentosas, em formas de cacho de uva e outros. A classificação das bactérias quanto á forma inclui as seguintes principais categorias: esférica, bastonete e espiralada. Após passar pela fossa, o efluente líquido, isento de materiais sedimentáveis e flutuantes (retidos na fossa) é disposto no sumidouro. Os sumidouros têm a função de poços absorventes, recebendo os efluentes diretamente das fossas sépticas e permitindo sua infiltração no solo. O dimensionamento da fossa séptica e do sumidouro é estabelecido pela ABNT - NBR n 7.229/1993 Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Para dimensionamento da fossa séptica e do sumidouro, faz-se necessário a quantificação do volume de contribuição de efluentes (litros por dia). As paredes das fossas devem ter 10 cm de espessura se construídas em concreto, ou 20 cm no caso de alvenaria, com o fundo devendo ser de concreto com 15 cm de espessura. Quando construídas em alvenaria as paredes devem ser revestidas com argamassa de cimento-areia com aplicação de material impermeabilizante. A saída da fossa deve situar-se no mínimo a 5 cm abaixo da tubulação de entrada, devendo esta ter diâmetro mínimo de 100m. Seguem algumas considerações no que tange a construção das fossas sépticas: Possuir retentores de escuma na entrada e na saída. Instalação de tampões, igual ou maior que 60 cm, para eventual remoção do lodo e vistoria do sistema. Construção de caixa antes da fossa, para fins de inspeção. A face inferior da laje de cobertura deve ter 30 cm de altura em relação ao nível da água no interior da fossa séptica (volume destinado a escuma). Para ventilar a fossa séptica, utiliza-se a própria tubulação de entrada e o sistema de ventilação da instalação. Os sumidouros consistem em escavações, cilíndricas ou prismáticas, tendo as paredes revestidas por tijolos, pedras ou outros materiais e ter enchimento no fundo de cascalho, pedra britada e coque de pelo menos 0,50 m de espessura. A disposição desses materiais deve ser tal que permita fácil infiltração do líquido no terreno. As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade de absorção do terreno, calculada segundo prescritos na norma NBR-7229/1993: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. As lajes de cobertura dos sumidouros devem ficar ao nível do terreno, ser de concreto armado e dotado de aberturas de inspeção com tampão de fechamento hermético, cuja menor dimensão em seção seja de 0,60 m. A Inspeção nos sumidouros deve ocorrer diariamente. Observadas a redução da capacidade de absorção do solo, novas unidades devem ser construídas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para uma melhor eficiência do conjunto fossa séptica e sumidouro, somente devem ser direcionadas as águas imundas (com excrementos). Vale destacar a extrema importância do reaproveitamento da água da chuva. Essa prática diminuirá bastante a quantidade de efluentes no sistema, e consequentemente contribuirá entre outros aspectos para o aumento da sua vida útil. Faz parte da rotina do canil público da SUPRA a realização de 2 (duas) vezes ao dia de limpeza, assepsia, desinfecção e higienização do pátio e canis fazendo uso de detergente, sabão e hipoclorito de sódio. O problema é que esses produtos são necessários para essas atividades e que destroem a capacidade de matar as bactérias que contribuem para a limpeza. Detergente e hipoclorito de sódio estão entre os principais responsáveis por essas mortes. Os sabões naturais permitem a proliferação destas bactérias que auxiliam na decomposição de detritos no esgoto. Diante desse fato, sugere-se a instalação de bactérias no sistema de fossa séptica no sentido de auxiliar seu correto funcionamento.

Os sumidouros têm a função de poços absorventes, recebendo os efluentes diretamente das fossas sépticas e permitindo sua infiltração no solo. Possuem vida útil longa, devido à facilidade de infiltração do líquido praticamente isento dos sólidos causadores da colmatação. CONSIDERAÇÕES FINAIS De forma geral, os aspectos que foram levantados, analisados e produzidos, permitem afirmar a total importância e a necessidade da existência de um tratamento adequado aos efluentes no canil público da SUPRA que é desprovida de rede coletora de esgoto. O sistema de tratamento de efluentes proposto pode representar uma excelente alternativa para o tratamento, e também, dar uma maior percepção da problemática ambiental causada pela falta investimento em saneamento, além de trazer ganhos relevantes para a comunidade. Um correto dimensionamento da fossa séptica e do sumidouro é essencial para o sucesso desse tipo de aterro. Nada adianta um bom projeto com a obtenção de todas as licenças ambientais necessárias e, ainda, a existência de equipamentos e infraestrutura, se a operação do o sistema não for desenvolvida de forma ambientalmente correta. Através de estudo de caso, foi apresentado sugestões e oportunidades de melhorias para a destinação dos efluentes gerados no canil público da SUPRA, para uma possível análise e aplicação. O sistema adotado não apresenta nenhuma dificuldade quanto à execução. Isto demonstra a viabilidade de reprodução do sistema sem necessidades de investimentos com treinamento da mão de obra ou equipamentos especiais, tornando o sistema adequado para o fim a que se propõe. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Professor e Doutor Amilton Diniz e Souza, pelos ensinamentos e orientações sobre a pesquisa. Às queridas Ana Maria Siega e Denise Max, cuidadoras de cães! Deus as acompanhe sempre! Aos meus queridos pais, Aguinaldo Siega (in Memorian) e Teresinha de Araújo Siega, pelo exemplo de casal e pela força que nos dão. À minha irmã, Alessandra Cristina de Araújo Siega, pelo apoio dispensado neste trabalho. Aos professores do curso de pós-graduação, pelos ensinamentos. REFERÊNCIAS ABNT. NBR 15849: Resíduos sólidos urbanos: aterros sanitários de pequeno porte diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e encerramento. Rio de Janeiro, 2010. 24 p. ABNT. NBR 7229: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de janeiro, 1993. PEREIRA, J.A.R. (Org.). Saneamento Ambiental em áreas urbanas. Belém: UFPA/NUMA, EDUFPA, 2003. 205p.. VON SPERLING, Marcos. Introdução á qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2005. 452p.