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Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais II.4. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS INDICADORES Os resultados e indicadores apresentados nos capítulos anteriores permitem efectuar uma análise do Estado dos Sistemas Públicos Urbanos de Abastecimento de Água e de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais em Portugal, não apenas no que se refere aos aspectos físicos e de funcionamento dos sistemas, como também aos aspectos económico-financeiros. Neste ponto, faz-se uma síntese dos principais indicadores que caracterizam o Abastecimento de Água (AA) e a Drenagem e Tratamento de Águas Residuais (DTAR) em Portugal, comparando, sempre que possível, os resultados da campanha INSAAR 2010 com os resultados de campanhas anteriores. Indicadores sobre Entidades Gestoras Quanto ao tipo de entidades que prestam os serviços públicos de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais, continua a verificar-se ainda uma predominância, em termos numéricos, dos municípios. No Continente, os municípios representam 70% das entidades, seguindo-se os serviços municipalizados e as concessionárias de sistemas municipais ou intermunicipais ambas com 8%. Nas R.A. dos Açores (RH 9) e da Madeira (RH 10) os Municípios representam 80% e 91%, respectivamente, do número total de entidades gestoras (EG). Efectuando uma análise focada na representatividade das EG em termos de população servida, o cenário altera-se, verificando-se as empresas concessionárias de sistemas multimunicipais têm uma maior representatividade nos denominados serviços em alta de captação de água (60%), de tratamento de água para abastecimento (65%) e de tratamento de águas residuais (50%). No que se refere aos serviços ditos em baixa relativos à distribuição de água e à drenagem de águas residuais são os municípios e os serviços municipalizados que têm uma maior representatividade, verificando-se 36% e 29% para a distribuição de água e 42% e 30% para a drenagem de águas residuais, respectivamente. Estes resultados confirmam as mudanças significativas que têm ocorrido nos serviços da água, verificando-se que progressivamente os municípios deixam de ter a seu cargo os serviços em alta, o que permite em muitos casos economias de escala significativas e aumentos visíveis na eficiência e eficácia dos serviços para o consumidor final. Indicadores físicos e de funcionamento Para o ano de 2009, a população coberta por sistemas públicos de abastecimento de água no Continente corresponde a 97% da população residente, na R.A. dos Açores a 98% e na R.A. da Madeira a 100%. O índice nacional de cobertura da população com sistemas de abastecimento não sofre alterações relativamente ao do Continente, ou seja, cifra-se nos 97%, 186

Índice de abastecimento Sistemas Públicos Urbanos o que corresponde a um acréscimo de cerca de 3% em relação ao ano de 2008 (Figura 98). Relativamente ao índice de atendimento, ou seja à percentagem de população efectivamente ligada à redes públicas de abastecimento de água, este cifra-se ainda nos 90%, verificando-se que nas regiões a norte do Tejo as diferenças entre o nível de cobertura e o de atendimento é por vezes muito significativo, como é o caso da RH3 (Douro) onde se regista um diferencial de 18% (93% de cobertura para 75% de atendimento). População servida por Sistemas de Abastecimento de Água 100% 95% 99% 98% 95% 90% 85% 80% 75% 70% Nacional Continente Açores (RH9) Madeira (RH10) 2006 2007 2008 2009 Meta do PEAASAR II Meta do PRAM Meta do PRAA Figura 98. Índices de Abastecimento (cobertura) comparação entre os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. A RH do Continente que apresenta o índice de cobertura com sistemas de abastecimento de água mais baixo é a região do Douro (RH 1) com 93%. As regiões com índices mais elevados continuam a ser, à semelhança de 2008, a Tejo (RH 5) e Guadiana (RH 7) com índices de abastecimento de água de 100%. A análise comparativa dos dados permite verificar uma evolução crescente do nível de abastecimento da população em todo o país, verificando-se que a meta estabelecida pelo PEAASAR para o continente foi já atingida no ano 2009 e as metas dos Planos Regionais de Água dos Açores e da Madeira estão já ultrapassadas. A Figura 99 apresenta a relação dos volumes captados por tipo de origem de água para os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. 187

Perdas Volume captado (%) Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais 70% 60% 60,6% 58,6% 65,5% 66% 50% 40% 39,4% 41,4% 34,5% 34% 30% 20% 10% 0% 2006 2007 2008 2009 Águas de superfície Águas subterrâneas Figura 99. Volume captado (%) por tipo de origem para os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. Verifica-se que ao longo dos últimos anos uma tendência para o aumento gradual da percentagem de água captada de origem superficial, em detrimento das águas subterrâneas. A Figura 100 apresenta as perdas que se verificaram nos sistemas de abastecimento de água para os anos de 2006, 2007, 2008 e 2009. Perdas de Água nos Sistemas de Abastecimento 40% 35% 30% 25% 20% 37% 32% 27% 25% Perdas (%) 15% 10% 5% 0% 2006 2007 2008 2009 Figura 100. Perdas no abastecimento para os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. A análise comparativa dos últimos quatro anos permite depreender um esforço considerável a nível nacional para um uso mais eficiente da água por parte das EG, verificando-se uma redução de perdas de 12% entre 2006 e 2009. 188

Índice de drenagem Sistemas Públicos Urbanos A Figura 101 e a Figura 102 mostram a percentagem da população coberta por redes de drenagem e atendida por sistemas de tratamento de águas residuais, respectivamente. Verifica-se que 83% da população do Continente está coberta por sistemas públicos de drenagem mas apenas 72 % está efectivamente ligada a sistemas de tratamento de águas residuais. Nas R.A. os índices de drenagem e de tratamento de águas residuais são bastante mais baixos quando comparados com os do continente. A R.A. Açores (RH 9) apresenta um índice de cobertura com sistemas de drenagem de 36% e um índice de tratamento de 28% e a R.A. Madeira (RH 10) apresenta índices de 59% e de 57%, respectivamente. População servida por Sistemas de Drenagem de Águas Residuais 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 90% 85% 75% Nacional Continente Açores (RH9) Madeira (RH10) 2006 2007 2008 2009 Meta do PEAASAR II Meta do PRAM Meta do PRAA Figura 101. Índices de Drenagem (cobertura) comparação entre os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. 189

Índice de tratamento Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% População servida por Sistemas de Tratamento de Águas Residuais 95% 90% 75% 2006 2007 2008 2009 Meta do PEAASAR II Meta do PRAM Nacional Continente Açores (RH9) Madeira (RH10) Meta do PRAA Figura 102. Índices de Tratamento (atendimento) comparação entre os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. Comparando o ano de 2009 com os dados registados em 2008, verifica-se que o índice de cobertura com sistemas de drenagem para o Continente aumentou 3% sendo que no índice de atendimento da população com sistemas de tratamento teve um acréscimo de 1%. A percentagem de população abrangida por sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais está ainda aquém das metas estabelecidas nos vários Planos para o sector, sendo que nos Açores a diferença entre o valor real e as metas estabelecidas é ainda muito significativa. O gráfico da Figura 103 apresenta os índices de cobertura e de atendimento da população do Continente com sistemas de abastecimento de água e com sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais, para o ano 2009. 190

Volume rejeitado (%) Sistemas Públicos Urbanos 100% 90% 80% 70% 97% 90% 83% 77% 72% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Abastecimento (P.coberta/P.Atendida) Drenagem (P.coberta/P.Atendida) Tratamento (P.Atendida) Figura 103. Comparação dos Índices de Abastecimento, Drenagem e Tratamento para 2009 (Continente). Pela análise do gráfico verifica-se que existem ainda diferenças significativas entre a população com serviço de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais disponível e a população efectivamente ligada, ou seja, com usufruto real dos serviços (entre 7% e 6% da população, respectivamente, não é atendida embora tenha serviço disponível). Quanto às metas preconizada pelo PEAASAR, verifica-se que para o abastecimento de água as infraestruturas existentes já têm capacidade para servir os 95% de população mas, no que respeita à drenagem e tratamento de águas residuais, os valores registados estão ainda aquém dos 90% do PEAASAR. O gráfico da Figura 104 apresenta a relação, em termos percentuais, dos volumes de águas residuais rejeitados após tratamento e por descarga directa no meio sem tratamento, para os últimos quatro anos de campanha. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2006 2007 2008 2009 Descarga após tratamento (DAT) Descarga directa no meio sem tratamento (DD) Figura 104. Volume rejeitado (%) por tipo de descarga para os anos 2006, 2007, 2008 e 2009. 191

Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais O gráfico da Figura 104 demonstra uma diminuição constante do volume rejeitado no meio por descargas directas, sem tratamento, com uma redução de 13 972 x 10 3 m 3 de 2006 para 2009. Esta tendência é um bom indicador para a melhoria da qualidade dos meios receptores, quer sejam massas de água quer o próprio solo. Indicadores económico-financeiros A análise dos aspectos económicos e financeiros dos serviços prestados pelas EG abrange a factura média anual para uma dada procura associada aos serviços, os proveitos resultantes da aplicação de tarifas de abastecimento de água e da drenagem / tratamento de águas residuais, os custos operacionais e ambientais da prestação dos serviços e o investimento anual realizado. Através dos custos totais e dos proveitos totais é aferido o nível de recuperação de custos dos serviços públicos urbanos de abastecimento de água e de drenagem/tratamento de águas residuais. A factura média paga pelos serviços de águas para utilizações médias anuais de 120 m 3 /ano e de 200 m 3 /ano nas diferentes RH do território nacional está apresentada na Tabela 80. Tabela 80. Factura média ponderada dos serviços de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais. Para utilização anual de anual de 120 m 3 Para utilização anual de anual de 200 m 3 Para utilização anual de anual de 120 m 3 Para utilização anual de anual de 200 m 3 Regiões Hidrográficas ( /mês) ( /ano) ( /mês) ( /ano) ( /mês) ( /ano) ( /mês) ( /ano) Continente 9,3 112 17,1 205 4,8 58 7,9 95 Açores (RH 9) 8,0 96 14,8 177 2,5 30 5,2 62 Madeira (RH 10) 7,0 84 11,3 135 2,2 27 3,1 37 Nacional 9,2 111 16,9 203 4,7 57 7,8 94 A factura média mensal no Continente (Tabela 80) varia entre os 9,3 /m 3 e os 17,1 /m 3 para o abastecimento de água e entre os 4,8 /m 3 e os 7,9 /m 3 para a drenagem e tratamento de águas residuais. Nas R.A. a factura média mensal é inferior à factura média no Continente tanto para o serviço de abastecimento de água com para a drenagem e tratamento de águas residuais. 192

Proveitos totais (EUR/m3) Proveitos totais (EUR/m3) Factura mensal do Abastecimento (EUR) Factura mensal do Saneamento (EUR) Sistemas Públicos Urbanos 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Continente RH9 - Açores RH10 - Madeira 2007 2008 2009 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Continente RH9 - Açores RH10 - Madeira 2007 2008 Figura 105. Comparativo da factura média para uma utilização de 120m 3, entre 2007 e 2009. Por cada metro cúbico fornecido e facturado nos serviços de abastecimento de água, os proveitos totais gerados (Figura 106) são da ordem dos 1,28 /m 3 no Continente, dos 1,05 /m 3 nos Açores (RH 9) e de 0,89 /m 3 na Madeira (RH 10). Tal como se verifica na factura média, os proveitos gerados no Continente por metro cúbico de água fornecido são superiores aos gerados nas R.A.. No que respeita aos serviços de drenagem e tratamento de águas residuais os proveitos totais gerados (Figura 106) por metro cúbico drenado são substancialmente inferiores aos proveitos obtidos pelo abastecimento de água. Verificam-se neste caso proveitos da ordem dos 0,65 /m 3 para o Continente, dos 0,46 /m 3 para os Açores (RH 9) e de 0,32 /m 3 para a Madeira (RH 10). Abastecimento de água Drenagem e tratamento de águas residuais 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Continente RH9 - Açores RH10 - Madeira 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Continente RH9 - Açores RH10 - Madeira 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Figura 106.Comparativo dos proveitos totais por volume entre 2007 e 2009. 193

Custos totais (EUR/m3) Custos totais (EUR/m3) Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais Os custos totais dos serviços de abastecimento de água Figura 107, incluindo os custos de investimento, os custos gerais e os custos de exploração e gestão, por unidade de volume fornecido, são de 1,46 /m 3 para o Continente, de 1,77 /m 3 para os Açores (RH 9) e de 1,12 /m 3 para a Madeira (RH 10). Abastecimento de água Drenagem e tratamento de águas residuais 2,4 2 1,6 1,2 0,8 0,4 0 Continente RH9 - Açores RH10 - Madeira 2,4 2 1,6 1,2 0,8 0,4 0 Continente RH9 - Açores RH10 - Madeira 2007 2008 2009 2007 2008 2009 Figura 107. Comparativo dos custos totais por volume entre 2007 e 2009. Em complemento aos indicadores apresentados acima, foi realizado um estudo adicional, de forma a ter uma melhor percepção da evolução de determinados indicadores ao longo dos últimos anos. Deste modo, foi seleccionado um universo comum de entidades gestoras com informação disponível relativamente a custos de exploração e gestão, proveitos de tarifário e volumes para os anos de 2007, 2008 e 2009, tendo como objectivo identificar a tendência nos últimos anos no que diz respeito aos custos totais unitários e proveitos totais unitários. No valor dos custos totais, além dos custos de exploração e gestão foram incluídos os valores disponibilizados pelas entidades gestoras relativos aos custos gerais, investimento e custos de transacção pelo serviço prestado pelas entidades em alta. No valor dos proveitos totais, além dos proveitos de tarifário foram incluídos igualmente os outros proveitos. Para a presente análise foram considerados apenas dados registados pelas EG no ano de campanha, ou seja, dados com origem em estimativa INSAAR não foram tidos em conta. Esta opção metodológica assenta no facto de a estimativa INSAAR resultar de uma transposição do ano n-1 para o ano n, mantendo a variável o mesmo valor, o que não responde os objectivos da análise, na qual se pretende ter a noção da evolução dos custos e proveitos associados ao serviço. Em suma, são consideradas para a análise todas as EG, que em 2007, 2008 e 2009 apresentem os seguintes dados económicos, 194

Sistemas Públicos Urbanos Custos de exploração e gestão; Investimentos realizados, pelo menos um valor de investimento nos anos de 1987 a 2009; Proveitos de tarifário; Custos/Proveitos de transacção de serviço entre EG; Custos Gerais; Outros Proveitos. Sendo que a ausência de dados sobre custos gerais e outros proveitos não excluem, por si só, a EG da análise. Todos os dados económicos referidos têm, obrigatoriamente, que ser dados registados pelas EG no ano da campanha respectiva. Atendendo ao facto de que o universo de EG que prestam serviço em abastecimento de água é diferente do de drenagem e tratamento de águas residuais, como verificado no capítulo referente à caracterização geral das entidades gestoras, o universo em análise é a partida diferente. Contudo, como se verificará mais à frente, as EG tendem a preencher com maior efectividade os dados relativos ao sistema de abastecimento de água, o que resulta necessariamente uma amostra menos representativa no caso do serviço de DTAR. É igualmente importante salientar, no que diz respeito ao tipo de entidades gestoras, que do conjunto de EG consideradas nesta análise que prestam serviço em abastecimento de água, 60% são Municípios e Associações de Municípios, sendo que no caso do universo de EG que prestam serviço de drenagem e tratamento de águas residuais esta percentagem é de 53%. Em termos gerais esta análise permite inferir o nível de recuperação de custos, para os diferentes anos em análise para um universo restrito de EG, igual entre anos. Permitindo desta forma uma análise interanual do NRC, limitada evidentemente pela representatividade da amostra em questão. Na Figura 108 apresentam-se os valores nacionais de custos totais unitários e proveitos totais unitários relativos ao serviço de abastecimento de água. 195

Volume fornecido (10 3 m 3 ) (EUR/m 3 ) Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais 452.000 1,450 450.000 448.000 1,387 1,400 1,350 446.000 444.000 442.000 440.000 438.000 1,209 1,184 1,287 1,290 1,305 1,300 1,250 1,200 1,150 436.000 1,100 2006 2007 2008 2009 2010 Volume fornecido (m3) Custos Totais Unitários (EUR/m3) Proveitos Totais Unitários (EUR/m3) Figura 108. Evolução de custos totais unitários, proveitos totais unitários e volumes fornecidos, nacionais, para o serviço abastecimento de água, para os anos 2007, 2008 e 2009. Tabela 81. Origem dos dados da Figura 108. Universo de EG EG consideradas População servida (n.º) (%)* (%) RH 1 13 38% 53% RH 2 22 41% 43% RH 3 67 37% 63% RH 4 71 45% 62% RH 5 85 47% 70% RH 6 24 46% 61% RH 7 24 42% 44% RH 8 19 58% 76% RH 9 19 47% 69% RH 10 11 55% 86% Nacional 308 43% 63% * Como percentagem do universo de EG deste indicador (EG que prestam serviço a clientes finais) Da análise da Tabela 81 podemos verificar a representatividade do conjunto das EG consideradas na Figura 108, que em termos nacionais correspondem a cerca de 43% das entidades que em 2009 prestaram serviço a clientes finais. No que diz respeito à representatividade da amostra considerada por RH, a RH Douro (RH 3) é aquela com menor representatividade (37%) enquanto a RH Ribeiras do Algarve (RH 8) tem uma maior representatividade (58%). De uma maneira geral, as RH têm uma representatividade na amostra considerada entre 40% a 50%. 196

Sistemas Públicos Urbanos Tendo em conta que as EG apresentam necessariamente populações servidas diferentes, podendo a sua representatividade ser bastante díspar, calculou-se a representatividade da amostra em termos de população total servida. Desta forma é possível ter uma percepção mais fidedigna da representatividade da amostra analisada. Na análise da Tabela 81, é possível verificar que apesar da representatividade das EG consideradas, em termos nacionais, ser de 43% estas representam 63% da população servida em abastecimento de água. É importante ainda verificar que as representatividades mais baixas em termos de EG consideradas não correspondem necessariamente a percentagens de população servida mais baixas, como no caso da RH Douro (RH 3), por exemplo. Tal como é possível verificar na Figura 108, o valor dos custos totais unitários e dos proveitos totais unitários têm vindo a aumentar desde 2007, embora a um ritmo diferente. No que diz respeito aos proveitos unitários, o seu valor passou de 1,21 /m 3 em 2007 para 1,29 /m 3 em 2008. No entanto, de 2008 para 2009 o seu acréscimo foi apenas de 1 cêntimo para 1,30 /m 3. Relativamente aos custos unitários, o seu acréscimo ao longo dos 3 anos considerados foi mais significativo, passando de 1,18 /m 3 para 1,29 /m 3 de 2007 para 2008, sendo o seu valor em 2009 de 1,39 /m 3, superior em 9 cêntimos relativamente ao valor dos custos unitários. O volume fornecido durante os 3 anos considerados tem vindo a diminuir, sendo o seu decréscimo mais significativo sobretudo de 2007 para 2008, embora em termos percentuais represente apenas 2,5%. Esta diminuição anual tem um impacto nos valores unitários, sendo que os custos totais por m 3 aumentaram 9,3% enquanto os proveitos totais por m 3 aumentaram 6,6%. Tal situação reflecte um aumento dos custos totais superior ao aumento dos proveitos totais, e que poderá ser explicada pelo peso dos custos fixos assim como pelo aumento dos investimentos realizados pelas EG. A análise da Figura 108 reflecte ainda uma diminuição do nível de recuperação de custos para as EG consideradas. Tal como podemos ver, em 2007 os custos suportados por essas entidades eram recuperados pelas tarifas praticadas, correspondendo a um nível de recuperação de custos superior a 100%, situação que se inverteu em 2009. Embora neste ano o nível de recuperação de custos seja inferior a 100%, não deixa de ser significativo, sendo que cerca de 94% das receitas geradas cobrem os custos suportados por estas entidades gestoras. Na Figura 109 apresentam-se os resultados em termos nacionais respeitantes ao serviço de drenagem e tratamento de águas residuais. 197

Volumedrenado (10 3 m 3 ) (EUR/m 3 ) Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais 250.000 248.000 246.000 244.000 242.000,862,604 1,043 1,111,710,709 1,200 1,000,800,600 240.000,400 238.000,200 236.000,000 2006 2007 2008 2009 2010 Volume drenado (m3) Custos Totais Unitários (EUR/M3) Proveitos Totais Unitários (EUR/M3) Figura 109. Evolução de custos totais unitários, proveitos de totais unitários e volumes drenados, nacionais, para o serviço de drenagem e tratamento de águas residuais, para os anos 2007, 2008 e 2009. Tabela 82. Origem dos dados da Figura 109. Universo de EG EG consideradas População servida (n.º) (%)* (%) RH 1 11 18% 57% RH 2 20 45% 41% RH 3 68 26% 55% RH 4 71 30% 46% RH 5 82 22% 39% RH 6 23 17% 44% RH 7 25 12% 6% RH 8 18 33% 53% RH 9 14 29% 54% RH 10 11 27% 88% Nacional 310 25% 45% * Como percentagem do universo de EG deste indicador (EG que prestam serviço a clientes finais) Da análise da Tabela 82 podemos verificar a representatividade do conjunto das EG consideradas na Figura 109, que em termos nacionais correspondem a cerca de 25% das entidades que em 2009 prestaram serviço a clientes finais. Este valor é inferior em relação ao conjunto de entidades que fazem serviço de abastecimento de água, o que pode ser explicado pelo facto de muitas das entidades do universos considerado não terem dados disponíveis para os campos de preenchimento obrigatório da amostra. Tal reflecte-se também na representatividade por RH, que varia sensivelmente entre 20% a 40%, sendo que a RH Guadiana (RH 7) tem uma representatividade de apenas 12%. No entanto, as 25% de EG consideradas correspondem a 45% da população servida no serviço de DTAR, o que corresponde a uma maior representatividade da amostra. 198

Sistemas Públicos Urbanos Tal como é possível verificar na Figura 109, o valor dos custos totais unitários e dos proveitos totais unitários apresentam um acréscimo ao longo dos anos, embora a um ritmo diferente. No que diz respeito aos proveitos unitários, o seu valor passou de 0,60 /m 3 em 2007 para 0,71 /m 3 em 2008, sendo que em 2009 registou um valor igual ao ano anterior. Relativamente aos custos unitários, o seu acréscimo ao longo dos 3 anos considerados foi mais significativo, passando de 0,86 /m 3 para 1,04 /m 3 de 2007 para 2008, sendo o seu valor em 2009 de 1,11 /m 3, superior em 40 cêntimos relativamente ao valor dos custos unitários. Este crescimento reflecte o aumento gradual das tarifas praticadas no serviço de drenagem e tratamento de águas residuais, que como já foi analisado, são inferiores às praticadas no serviço de abastecimento de água. É importante referir que existem ainda EG que não cobram tarifas relativas a drenagem e tratamento de águas residuais, contudo a tendência é para a cobrança deste serviço, com o consequente aumento gradual das tarifas praticadas, com vista à recuperação de custos inerentes ao serviço prestado. O volume drenado durante os 3 anos considerados tem vindo a aumentar, sendo o seu acréscimo mais significativo sobretudo de 2008 para 2009. No entanto, é importante ressalvar que a estimativa do volume drenado não é feito da mesma forma por todas as entidades. Por impossibilidade de quantificar o volume drenado, este poderá resultar de uma estimativa em função do volume fornecido ou poderá corresponder ao volume que afluente à ETAR, sendo que neste caso o valor é sobreavaliado uma vez que inclui, por exemplo, águas pluviais e infiltrações. Comparativamente com o universo de entidades consideradas que fazem serviço de abastecimento de água apresentado acima, podemos também verificar que tanto os valores unitários, como os valores de volume são consideravelmente inferiores no caso do serviço de drenagem e tratamento de águas residuais A análise da Figura 109 reflecte ainda uma diminuição ao longo dos anos considerados do nível de recuperação de custos para as EG consideradas. Em 2007 o nível de recuperação de custos era 70%, tendo diminuído para 64% em 2009. Tal situação reflecte um aumento dos custos unitários superior à variação ocorrida em termos de proveitos unitários. 199

Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais 200 Estação de tratamento de águas residuais Freixo (AdPorto)

Sistemas Públicos Urbanos CONSIDERAÇÕES FINAIS 201

Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais III. CONSIDERAÇÕES FINAIS O INSAAR 2010 foi a quinta campanha consecutiva para as entidades gestoras do Continente e da R.A. Madeira em que a actualização dos dados foi efectuada directamente online pelos próprios técnicos. Para a R.A. Açores foi a quarta realizada directamente pelas EG. Após cinco anos consecutivos de campanha, verifica-se uma adesão crescente das entidades gestoras, fruto do esforço conjunto das EG e do próprio INAG, enquanto promotor e responsável pelo INSAAR. Com efeito, apesar do carácter voluntário desta base de dados, os resultados alcançados quer em termos de adesão das EG quer em termos da qualidade e da fiabilidade dos dados recompensam o investimento que tem vindo a ser efectuado ao longo destes anos, por todos os intervenientes. Em termos práticos, verificou-se um aumento significativo do nº de EG participantes nesta campanha relativamente à anterior: cerca de 5 pontos percentuais na vertente física (de 81% para 86%), 4 pontos percentuais na vertente económica (de 78% para 82%) e de 10 pontos percentuais no cadastro geográfico (de 28% para 38%). Pela terceira vez consecutiva vez o INAG irá atribuir distinções de mérito às entidades que se destacaram no preenchimento do INSAAR na campanha de 2010, considerando três intervalos de distinção: EG com mais de 400 componentes geridas, EG com total de componentes geridas compreendido entre 150 e 400 componentes e EG com menos de 150 componentes geridas. A atribuição das distinções de mérito resultou da aplicação às EG compreendidas nestes intervalos dos seguintes critérios: i) a percentagem de preenchimento nas vertentes física e económica, ii) a actualização da informação geográfica. A Tabela 83 mostra as EG que se destacaram nos critérios acima referidos, sendo as distinguidas: Águas do Centro, S.A., Águas do Centro Alentejo, S.A. e a Câmara Municipal do Penedono Tabela 83. Entidades Gestoras em destaque na Campanha INSAAR 2010. Intervalos de componentes Número de Entidades Gestoras Entidades Gestoras em destaque Superior a 400 65 ÁGUAS DO CENTRO, S.A. ÁGUAS DO OESTE, S.A. ÁGUAS DO ALGARVE. S.A. 150 a 400 138 ÁGUAS DO CENTRO ALENTEJO, S.A. S.M.A.S. DE ANADIA ÁGUAS DO DOURO E PAIVA, S.A. Inferior a 150 148 C.M. DO PENEDONO ÁGUAS DE PAREDES, S.A. C.M. ANSIÃO 202

Sistemas Públicos Urbanos As responsabilidades assumidas pelo INSAAR no que respeita à produção de resultados e indicadores para as Estatísticas do Ambiente, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística, o Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, o Relatório do Estado do Ambiente, a OCDE, o Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, o Inventário Nacional de Emissões Antropogénicas por fontes e remoção por sumidouros de Poluentes Atmosféricos (INERPA), entre outras solicitações, tornam essencial a manutenção de um nível de actualização que garanta a qualidade dos dados. O INSAAR é o instrumento de monitorização e avaliação do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais PEASAAR II (2007-2013), sendo a prossecução dos objectivos e orientações deste Plano possível através da correcta aplicação dos financiamentos disponíveis no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional e cuja tipologia de acções necessárias estão consubstanciadas no Eixo II Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento do Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT). Para as R.A. as estratégias para o abastecimento de água e saneamento de águas residuais estão consagradas nos Planos Regionais da Água. O Plano Regional da Água da R.A. dos Açores (PRAA) foi aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 19/2003/A. De 23 de Abril e o Plano Regional da Água da R.A. da Madeira (PRAM) foi aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 38/2008/A de 20 de Agosto, e constituem os instrumentos de planeamento dos recursos hídricos, de natureza estratégica e operacional, que consagram os fundamentos e as grandes opções da política dos recursos hídricos para as Regiões. Deste modo, o INSAAR poderá também servir de instrumento de monitorização e avaliação do PRAA e do PRAM nas matérias de abastecimento de água e saneamento de águas residuais. As estatísticas de preenchimento da BD pelas EG mostram que na sua maioria só fazem o preenchimento dos campos prioritários. No entanto, é necessário um esforço acrescido para as próximas campanhas, quer por parte da equipa técnica do INSAAR quer por parte das EG, no sentido de haver o preenchimento da máxima informação possível para que possam ser dadas respostas às recomendações do PEAASAR II, nomeadamente no que ser refere à gestão das lamas e das águas residuais industriais, agro-industriais e agro-pecuárias. Deste modo poderse-á tentar perceber os problemas associados a essas matérias numa perspectiva de se tomarem medidas visando o cumprimento dos objectivos delineados na DQA. Ao nível institucional a campanha INSAAR 2010 foi garante da parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE, I.P.), com a inclusão dos dados do INSAAR mais uma vez na publicação das Estatísticas do Ambiente 2009. Com esta colaboração o INE suprimiu dois inquéritos em papel: Inquérito à Caracterização do Saneamento Básico e ao Inquérito ao Financiamento do Saneamento Básico, permitindo assim uma optimização de recursos por 203

Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais parte da Administração Central ao aglutinar numa única instituição a recolha de dados comuns. Por outro lado, reduz-se o número de solicitações às Entidades Gestoras ao eliminar questionários da mesma natureza, o que para estas se traduz numa redução dos seus custos no fornecimento de dados e informação a que estão obrigadas pela natureza do serviço que prestam. No plano técnico, o INSAAR é uma ferramenta dinâmica que vai sendo adaptada às necessidades, quer das entidades gestoras quer da própria coordenação, numa procura constante em agilizar todos os procedimentos, em particular os processos de recolha e validação de dados. Importa realçar que existe a percepção clara por parte do INAG de que a qualidade dos dados apurados nesta campanha é melhor, fruto do refinamento e uniformização das metodologias de validação e do esforço das próprias entidades gestoras. Em termos gerais, conclui-se que a cobertura urbana com equipamentos e serviços de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais, que é sintetizada no final do capítulo II deste relatório, para o qual se remete, vai fazendo o seu caminho progressivamente registando ano após ano uma aproximação às metas nacionais estabelecidas no PEAASAR. Para concluir este Relatório do Estado do Abastecimento de Água e Drenagem e Tratamento de Águas Residuais 2010, atentos ao facto da qualidade das decisões técnicas e políticas, para além da capacidade fora do comum do decisor, dependerem sobretudo da qualidade e da quantidade suficiente de dados que suportam os diagnósticos que as antecedem, cabe referir que é por isso que se aposta fortemente no INSAAR, entre muitas outras razões, cujos resultados são o produto de um esforço colectivo que exige ser destacado. Neste esforço tem um papel de relevo, que é merecedor de todo o apreço pelos promotores do INSAAR, as Entidades Gestoras, quer de natureza pública, quer de natureza privada. Claro que o objectivo final só será atingido quando o preenchimento do INSAAR for muito próximo dos 100%. Relativamente à campanha de 2010, o INAG, I.P. deseja terminar este Relatório expressando o seu reconhecimento a todas as Entidades Gestoras que com mais ou menos esforço trabalharam para o sucesso do INSAAR e atribuir-lhes o mérito da melhoria deste inventário. 204