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ASPECTOS FLORíSTICOS E SíNDROMES DE DISPERSÃO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS DO MORRO DE SANTO ANT ÃO, SANTA MARIA-RS Luis Fernando Alberti, José Augusto Nunes Hirt; Décio Brasil Flores Machado Junior, Maurício Steckel e Cleandro Stevão Tombini Acadêmicos do Curso de Engenharia Florestal -CCR UFSM -Santa Maria, RS Solon Jonas Longhi Departamento de Ciências Florestais -CCR UFSM -Santa Maria, RS RESUMO o Morro de Santo Antão, localizado em Caturrita, no município de Santa Maria, além de ser um ponto turístico da região, abriga uma vegetação rica em espécies botânicas, pertencente à Floresta Estacional Decidual da Fralda da Serra Geral do Rio Grande do Sul. Obter informações sobre a composição florístlca e a síndrome de dispersão das espécies arbóreas foi o objetivo deste trabalho. A caracterização florístlca da floresta foi feita com detalhada identificação botânica de suas espécies. A síndrome de dispersão de sementes foi determinada através de observações no campo e revisão bibliográfica, seguindo os conceitos e categorias propostos por Van Pesquisa executada com Bolsa do CNPq/PIBIC Rev. Ciência e Natura, Santa Mana, : 45-60,000. 45

Der Pijl, Howe & Westley e Fisher & Chapman e utilizados por NASCIMENTO & LONGHI (996). Foram encontradas 5 espécies arbóreas, distribuídas em 47 gêneros e 8 famílias botânicas. indicando considerável diversidade florística. As famílias Leguminosae.. Sapindaceae e Moraceae foram as mais freqüentes da floresta. Entre as espécies. destacaram-se: Sorocea bonplandii (cincho). Cupania vernalis (camboatá-vermelho). Actinostemon concolor (laranjeira-da-mato). Schinus molle (aroeira-piriquita) e Nectandra megapotamica (canela-preta). 69 % das espécies apresentaram dispersão zoocóríca, confirmando a citação de vários autores que a consideram como a síndrome mais importante na disseminação das espécies arbóreas. bem como na manutenção do equilíbrio entre a flora e a fauna. Palavras-chave: Composição flortstica, Floresta Estacional Decidual. Síndrome de dispersão de sementes. ABSTRACT The Santo Antão HiIIlocated at Caturrita Village in the county of Santa Maria is an expressive tourist place in the region and also a rich forest in terms of botanic species from the lower montane Seasonal Deciduous Forests of the Serra Geral. Rio Grande do Sul. The objectives of the study were to get information about the floristic composition and seed dispersion syndromes of tree species. The floristic characterization of the Santo Antão hill forest was made with detailed taxonomic identification of the species found there. The seed dispersion was studied by field observations and bibliographical reviews using the categories and concepts proposed by Van Der Pl]l, Howe & Westley and Fisher & Chapman and used by NASCIMENTO & LONGHI (996). There were 5 tree species classified in 47 genera and 8 families. indicating a relevant floristic diversity. Leguminosae.. Sapindaceae and Moraceae were the most frequent families. Among the specles, Sorocea bomplandii (cincho). Cupania vernalis (camboatá- 46 Rev. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60,000.

vermelho), Actinostemon concolor (Iaranjeira-do-mato), Schinus molle (aroeira-mansa), Nectandra megapotamica (canela-preta), were the most conspicuous. 69% of the studied species presented zoochoric dispersion, which is in agreement with severals authors that put this syndrome as one of the most important in the dissemination of tree species, as well as in the balance between the flora and fauna in the ecosystem. Key words: Floristic composition, Seasonal Deciduous Forest, Seed Dispersal syndromes. INTRODUÇÃO A vegetação do Morro de Santo Antão, localizada na Fralda da Serra Geral do Rio Grande do Sul, pertence à Floresta Estacional Decidual (KLEIN, 984; VELOSO et ai., 99), também conhecida como Floresta Subtropical Latifoliada (HUECK, 97; RAMBO, 956). A floresta Estacional Decidual ocorre na forma de disjunções florestais, apresentando o estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável (VELOSO et ai., 99). O Morro de Santo Antão está situado na localidade de Caturrita, no município de Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul. É considerado ponto turístico da região, por abrigar procissões religiosas (Festa de Santo Antão). Além disso, abriga uma floresta rica em espécies botânicas, importante para a manutenção da fauna local e constitui importante patrimônio genético natural. O fato de existirem cultivos anuais nas encostas do Morro, bem como a ausência de algumas espécies de madeira nobre indica histórico de intervenção antrópica no local. Atualmente, o Morro de Santo Antão faz parte de uma área pertencente à Igreja Católica, sendo que grande parte de sua floresta ainda mantém-se relativamente preservada. Rev. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60,000. 47

Segundo MONTOYA MAQUIN & MATOS (967) a vegetação natural é uma comunidade muito complexa, que está relacionada com os diversos fatores do meio, como climáticos, edáficos e biológicos. Pode-se descrevê-ia por diversos parâmetros, entre os quais destacam-se aqueles baseados no estudo dos diversos elementos da vegetação. Para RIZZINI (963), a caracterização de um tipo florestal pode ser fundamentada em caracteres florísticos, fisionômicos e ecológicos. O critério florístico identifica as espécies da floresta, o fisionômico descreve a sua aparência ou considera as características da paisagem que podem definir e diferenciar os diversos tipos de vegetação e o ecológico relaciona a vegetação com fatores do meio. Segundo KLEIN (984) a Floresta da Fralda da Serra Geral tem altura de 0 a 30 metros e apresenta grande densidade de vegetação, lianas e epífitas. É muito heterogênea e rica em espécies de importância florestal (HUECK, 97). Alguns trabalhos florísticos e fitossociológicos da vegetação da Fralda da Serra Geral podem ser encontrados em SILVA & LONGHI (989), MACHADO & LONGHI (990) e LONGHI (993), e servem de parâmetros comparativos para a floresta a ser estudada. O estudo das síndromes de dispersão de sementes é prérequisito obrigatório para estudos na biologia evolutiva como por exemplo: competição entre espécies por dispersores, fuga de diásporas, dentre outros estudos. Para maiores esclarecimentos veja PIRES-O'BRIEN & O'BRIEN (995) e STEBBINS (97). TABARELLI et ai. (99) estudando a Floresta Estacional Decidual Baixo-montana (mata ciliar) no município de Santa Maria, encontrou mais de 70% das espécies arbóreas com síndrome de dispersão zoocórica, o mesmo acontecendo com NASCIMENTO & LONGHI (996), estudando um fragmento florestal no município de Candelária, Rio Grande do Sul. As espécies com síndrome anemocórica e autocórica estavam, principalmente, entre os grupos das pioneiras e secundárias iniciais. 48 Rcv. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60,000.

MORELLATO (99), estudando uma floresta semidecídua no Sudeste do Brasil discute a interação entre a fenologia e a produção de frutos e sementes. Segundo a autora, os frutos de dispersão anemocórica e autocórica dispersam suas sementes na estação seca e os frutos de dispersão zoocórica são dispersos geralmente na estação chuvosa. O número de espécies zoocóricas tende a crescer com a quantidade de chuva precipitada na estação chuvosa, ainda que espécies com frutos secos deiscentes de dispersão zoocórica, estejam competindo por dispersores, frutificando em diferentes épocas do ano. 57% das árvores e arvoretas apresentaram zoocoria naquele estudo. O presente trabalho tem como objetivo obter informações sobre a composição florística e a síndrome de dispersão de sementes das espécies arbóreas visando fomecer subsídios a futuros estudos ecológicos e silviculturais na região. MATERIAS E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado no Morro de Santo Antão, localizado no município de Santa Maria, a aproximadamente 480 metros altitude, 53 50' de longitude W e 9 37' de latitude S. O clima na região de estudos é do tipo Cfa (clima temperado úmido), de acordo com a classificação Climática de Kõppen. O Estado do Rio Grande do Sul apresenta regime de chuvas variando de 86 a 468 mm anuais e a Depressão Central do Estado apresenta os menores valores tanto de precipitação como insolação anual quando comparada as outras regiões (LEMOS et alii, 973). Segundo o mesmo autor Santa Maria possui solos do tipo Podzólico vermelho-amarelo, Latossolo vermelho-escuro distrófico e Brunizem hidromórfico, sendo que o morro em estudo possui afloramentos rochosos, solos litólitos distróficos de matriz basáltica e inclinação acentuada. Para o estudo da composição florística foi realizado um Rev. Ciência e Natura, Santa Mana, : 45-60,000. 49

trabalho de identificação botânica detalhada de suas espécies arbóreas componentes. As coletas de material botânico foram feitas mensalmente visando obter as fases de foração e frutificação. O material coletado no morro foi prensado, secado e identificado no laboratório de Dendrologia do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria. Este material encontra-se incorporado ao acervo do Herbário do Departamento de Ciências Florestais (HDCF). Para determinar a síndrome de dispersão das especres arbóreas, analisou-se detalhadamente a constituição dos frutos e sementes das mesmas, além de informações contidas em literaturas especializadas no assunto. Para sua determinação adotou-se a metodologia proposta por Van Der Pijl, Howe & Westley, Fisher & Chapman e NASCIMENTO & LONGHI (996), que classificaram as sementes em três grupos básicos de dispersão: anemocóricas, dispersas pelo vento; zoocóricas, dispersas por animais; e autocóricas, que não possuem morfologia própria para a dispersão em relação as categorias anteriores. Estas últimas diferenciam-se em espécies barocóricas e espécies de dispersão explosiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela, podem ser observadas as espécies encontradas no local de estudo, com seus respectivos nomes científicos, nomes vulgares e famílias botânicas. Foram encontradas 5 espécies distribuídas em 47 gêneros e 8 famílias botânicas (Tabela ). Esse elevado número de espécies e gêneros é um indicativo da diversidade florística da floresta, confirmando a opinião de diversos pesquisadores, que citam a Floresta Estacional Decidual da Fralda da Serra Geral, como detentora de considerável diversidade, entre eles HUECK (97), KLEIN (984), SILVA & LONGHI (989), MACHADO & LONGHI (990) e LONGHI (993). DIAS et ai. (996) encontraram em morros 50 Rcv. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60.000.

testemunha da Floresta da Fralda da Serra Geral em Santa Maria no Rio Grande do Sul, semelhante ao local estudado, uma alta diversidade florística, cujo valor do índice de Shanon foi de 3,60. É necessário salientar, por outro lado, que estudos em áreas subtropicais (Mata Atlântica), na Floresta Estacional da Bacia do Alto Uruguai e na própria Floresta Estacional Decidual apresentaram diversidade superior. Desta forma, qualquer consideração mais incisiva sobre as comparações entre diversidade são muito particulares e passíveis de serem influenciadas por diversos fatores. Pode-se observar, pela Tabela, que as famílias, Fabaceae, Sapindaceae e Moraceae foram as mais destacadas na comunidade analisada. Destacam-se, também, as famílias Meliaceae, Euphorbiaceae, Flacourtiaceae, Boraginaceae, Mimosaceae, Rutaceae, Anacardiaceae, Lauraceae, Rosaceae e Bignoniaceae. As demais 4 famílias (50% do total) estão representadas por apenas gênero e espécie. Trichilia, foi o gênero que apresentou maior número de espécies, sendo muito característico desse tipo de floresta e típico dos estratos inferiores. Allophylus e Eugenia também merecem destaque. Os demais 44 gêneros estão representados por apenas uma única espécie, comprovando a heterogeneidade de espécies no local estudado, com pouco domínio de alguns. Os resultados da síndrome de dispersão das espécies arbóreas na floresta podem ser vistos na Tabela 3, onde consta, também, a família botânica das mesmas. Nota-se, pela referida tabela, que a forma mais freqüente de dispersão de sementes foi a zoocórica, com aproximadamente 69 % das espécies, o que confirma os resultados apresentados por vários autores que consideram-na como a mais importante síndrome de dispersão das espécies arbóreas na região, entre eles TABARELLI et ai. (99) e NASCIMENTO & LONGHI (996). Rev. Ciência 'e Natura, Santa Maria, : 45-60,000. 5

TABELA : Nomes científicos. nomes vulgares e famílias botânicas das espécies arbóreas encontradas na floresta do Morro de Santo Antão: NOME CIÊNTíFICO Acnistus breviflorus Sendtn. Actinostemon conc%r(spreng.) Müll. Arg. A/lophy/us edu/is (St. HiII.) Radlk. A/lophy/us guaraniticus (St. HiII.) Radlk. Bauhinia forficata Benth. Carica quercifo/ia (St. Hill. ) Hieron. Campomanesia xantocarpa Berg Casearia sy/vestris Sw. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Chome/ia obtusa Chamo Et Schlecht. Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Chrysophy/lum gonocarpum (Mart. & Eich.) Engl. Cupania verna/is Camb. Da/bergia frutescens (Vell.) Britt. Diospyros inconstans Jacq. Emerotobiutn contortisiliquum (Vell.) Morong Eryfhrina fa/cata Benth. Eugenia invo/ucrata DC. Eugenia uniflora L. Ficus /uschnathiana Miq. He/ietta apicu/ata Benth. Hybanthus biggibosus (St. Hil.) Hassler Lithraea molleoides (Vell.) Engler Luehea divaricata Mart. NOME VULGAR Esporão Laranjeira-do-mato Chal-chal Vacum Pata-de-vaca Mamoeiro-do-mato Guabiroba-do-mato Carvalinho Esporão-de-galo Viuvinha Louro Aguaí-da-serra Camboatá-vermelho Rabo-de-bugio Maria-preta Timbaúva Corticeira-da-serra Cerejeira-do-mato Pitangueira Figueira-do-mato Canela-de-veado Fel-da-terra Aroeira-brava Açoita-cavalo FAMILlA So/anaceae Euphorbiaceae Sapindaceae Sapindaceae Caesa/piniaceae Caricaceae F/acourtiaceae Ulmaceae Rubiaceae Boraginaceae Sapotaceae Sapindaceae Fabaceae Ebenaceae Mimosaceae Fabaceae Moraceae Rutaceae Vio/aceae Anacardiaceae Ti/iaceae Continua...

TABELA : Conclusão Machaerium stipitatum Vogel Mac/ura tinctoria (L. ) Don ex Steudel Matayba elaeagnoides Radlk. Maytenus aquifoliium Mart. Myrcianthes pungens (Berg) Legr. Myrocarpus frondosus Aliem. Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Ocotea puberula Nees Parapiptadenia rigida (Benth.)Brenan Patagonula americana L. Phytolacca dioica L. Plinia rivularis (Camb. ) Rotman Prunus se/lowii Koehne Qui/laja brasi/iensis Mart. Rol/inia rugulosa Schlecht. Schinus mo/le L. Sebastiania commersoniana (Bail!.) Smith & Downs Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanjow & Boer Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Tabebuia heptaphy/la Mart. Tecoma stans (L.) Kunth Trichilia catigua A. Juss. Trichi/ia claussenii C. DC. Trichlia elegans A. Juss. Vitex megapotamica (Spreng.) Mold. Xylosma pseudosalzmannii Sleumer Zanthoxylum rhoifolium L. Canela-do-brejo Tajuva Camboatá-branco Cancorosa Guabijú Cabriúva Canela-preta Canela-guaicá Angico-vennelho Guajuvira Umbú Guapuriti Pessegueiro-do-mato Pau-sabão Araticum Aroeira-piriquita Branquilho Cincho Jerivá Ipê-roxo Caroba-Iouca Catiguá-verdadeiro Catiguá-vennelho Catiguá-de-ervilha Tarumâ Espinho-judeu Mamica-de-cadela Fabaceae Moraceae Sapindaceae Celastraceae Fabaceae Lauraceae Lauraceae Mimosaceae Boraginaceae Phytolaccaceae Rosaceae Rosaceae Annonaceae Anacardiaceae Euphorbiaceae Moraceae Arecaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Verbenaceae Flacourtiaceae Rutaceae

TABELA : Número de gêneros e espécies das diferentes famílias botânicas encontradas na floresta do Morro de Santo Antão: FAMILlA N DE GÊNEROS N" DE ESPECIES Anacardiaceae Annonaceae Arecaceae Bignoniaceae Boraginaceae Caesalpiniaceae Caricaceae Celastraceae Ebenaceae Euphorbiaceae Fabaceae Flacourtiaceae Lauraceae Meliaceae Mimosaceae Moraceae Phytolaccaceae Rosaceae Rubiaceae Rutaceae Sapindaceae Sapotaceae Solanaceae Tiliaceae Ulmaceae Verbenaceae Violaceae 4 3 4 3 4 3 3 5 4 TOTAL 8 47 5 o número crescente de espécies com dispersão zoocórica relacionado ao aumento de precipitação em diferentes florestas parece ser uma tendência em regiões tropicais e subtropicais como consta nos trabalhos de Gentry, Frankie et ai. e Matthes apud MORELLATO (99). Comparandose os resultados encontrados no Morro de Santo Antão com os de outros 54 Rev. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60,000.

trabalhos: SILVA & LONGHI (989), MACHADO & LONGHI (990), BEARZI et ai. (99), VACCARO et ai. (99) e LONGHI (993), realizados na Floresta Estacional Decidual percebe-se que a composição florístlca dos morros ao redor da cidade de Santa Maria é semelhante. TABELA 3: Nome científico, família e dispersão das espécies arb6reas encontradas na floresta do Morro de Santo Antão: NOME CIENTIFICO FAMíLIA DISPERSÃO Acnístus brevíflorus Solanaceae Actinostemon concotor Euphorbiaceae Autocórica Allophy/us edulís Sapindaceae Allophy/us guaranítícus Sapindaceae Bauhinia forficata Caesalpiniaceae Anemocórica Carica quercifolía Caricaceae Campomanesia xanthocarpa Casearia sy/vestris Flacourtiaceae Celtis iguanaea Ulmaceae Chomelía obtusa Rubiaceae Cordia trichotoma Boraginaceae Anemocórica Chrysophyllum gonocarpum Sapotaceae Cupania vernalís Sapindaceae Da/bergía frutescens Fabaceae Anemocórica Díospyros ínconstans Ebenaceae Enterotobium contortisí/íquum Mimosaceae Autocórica Eryfhrina fa/cata Fabaceae Autocórica Eugenia involucrata Eugenia uníflora Ficus /uschnathiana He/ietta apicu/ata Moraceae Rutaceae Anemocórica Hybanthus biggibosus Violaceae Lithraea molleoides Anacardiaceae Luehea divaricata Tiliaceae Anemocórica Machaerium stipitatum Fabaceae Anemocórica Maclura tinctoria Moraceae Matayba e/aeagnoides Sapindaceae Maytenus aquifolíum Celastraceae Myrcianthes pungens Myrocarpus frondosus Fabaceae Anemocórica Nectandra megapotamica Lauraceae Ocotea puberula Parapiptadenia rigida Lauraceae Mimosaceae Anemocórica Continua... Rev. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60,000. 55

TABELA 3: Conclusão... Patagonula americana Phytolacca díoíca Plinia rivularis Prunus sellowii Quillaja brasiliensis Rollinia rugulosa Schínus molle Sebastíanía commersoníana Sorocea bonplandii Syagrus romanzoffiana Tabebuia heptaphylla Tecoma stans Trichilía catigua Trichília clausseníí Trichi/a elegans Vítex megapotamíca Xylosma pseudosa/zmannii Zanthoxy/um rhoífolium Boraginaceae Phytolaccaceae Rosaceae Rosaceae Annonaceae Anacardiaceae Euphorbiaceae Moraceae Arecaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Verbenaceae Flacourtiaceae Rutaceae Anemocórica Zooc6rica Zooc6rica Anemoc6rica Zooc6rica Zooc6rica Autocórica Zooc6rica Anemocórica Anemocórica Zooc6rica Autocórica Autocórica Zooc6rica Pode-se observar que as famílias mais importantes de todos os locais estudados são, praticamente, as mesmas. Leguminosae e são sempre as mais presentes em todos os locais da Floresta Estacional Oecidual da Serra Geral. São também importantes deste tipo florestal, as famílias Lauraceae, Meliaceae, Sapindaceae, Euphorbiaceae e Moraceae. Estas cinco famílias sempre compõe mais de 50 % do número total de espécies encontradas na floresta. Em quase todos os locais já estudados da Floresta Estacional Oecidual da Serra Geral predominam os gêneros Trichi/ia, Eugenia, Nectandra, Allophy/us, Rapanea e Zanthoxy/um. Embora todas as regiões da Floresta Estacional Oecidual apresentam grande semelhança forística, principalmente, com relação às famílias botânicas ocorrentes, constata-se Para fins comparativos com trabalhos mais antigos Caesalpiniaceae, Fabaceae e Mimosaceae foram consideradas Leguminosae. 56 Rcv. Ciência c Natura, Santa Maria, : 45-60,000.

sempre, que a composição de espécies ganha aspectos particulares a cada local estudado. Isso deve-se as características peculiares das diferentes regiões, como proximidade dos centros urbanos, grau de exploração madeireira, aspectos físicos e químicos do solo, entre outros. No Morro de Santo Antão, analisado no presente trabalho, não foram encontradas as espécies Cedrela fissilis (cedro), Apuleia leiocarpa (grápia) e Cabralea canjerana (cangerana), e muito raramente alguns indivíduos de Ipê-roxo e Guajuvira, o que pode ser uma confirmação da ação predatória do homem, retirando estas madeiras de valor econômico madeireiro. CONSIDERAÇÕES FINAIS As famílias Leguminosae,, Sapindaceae e Moraceae foram as mais importantes da comunidade. Da mesma fo~ma, os gêneros Trichilia, Eugenia e Allophylus foram os mais bem representados em número de espécies. Os resultados do presente trabalho, revelaram que as espécies Sorocea bonplandii (cincho), Cupania vernalis (camboatá-vermelho), Matayba elaeagnoides (camboatá-branco), Actinostemon concolor (laranjeira-do mato), Schinus molle (aroeira-piriquita), Nectandra megapotamica (canela-preta), Trichilia claussenii (catiguá-vermelho), Allophylus edulis (chal-chal), entre outras, foram as mais freqüentes e características da floresta do Morro de Santo Antão. A maioria das especies apresentou síndrome de dispersão zoocórica, o que confirma a importância ecológica deste tipo de dispersão de sementes, para a manutenção da maioria das espécies arbóreas, bem como do equilíbrio entre a flora e a fauna da região. Rev. Ciência e Natura, Santa Maria, : 45-60,000. 57

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