- AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRODUTOS DA LBE LTDA. RELATÓRIO TÉCNICO- CIENTÍFICO CONCLUSIVO SOBRE A EFICIÊNCIA DO BIOFERTILIZANTE AVE-O ASSOCIADO AO HERBICIDA PYRAZOSULFURON NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO(Oryza sativa L.) Universidade Federal de Santa Catarina Colégio Agrícola de Camboriú Relatório Conclusivo Julho, 2005.
RELATÓRIO TÉCNICO- CIENTÍFICO CONCLUSIVO SOBRE A EFICIÊNCIA DO BIOFERTILIZANTE AVE-O ASSOCIADO AO HERBICIDA PYRAZOSULFURON NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO(Oryza sativa L.) Machado R. A. F,-Dr.Professor /UFSC; Nunes N. -Professor/UFSC-C.A.C INTRODUÇÃO A cultura do arroz desempenha um papel fundamental na nutrição humana, sendo responsável pela alimentação de mais de dois terços da população mundial, distribuída desde o Nordeste da China até o Sul da Austrália (Souza & Alcântara, 1984). A produtividade do arroz irrigado brasileiro é média baixa, quando comparado a outros paises asiáticos. Tal fato pode ser debitado a vários fatores, sobretudo a interferência imposta pelas plantas daninhas (Furlani Jr et all, 1997). Na presença de recursos do ambiente em níveis satisfatórios, o estabelecimento e crescimento de diversas espécies daninhas são muito favorecidos. Isso torna estas plantas responsáveis pelos maiores problemas agronômicos da cultura, especialmente devido à interferência que ocasionam ao arroz cultivado, reduzindo de modo significativo à produtividade de grãos, além de outros efeitos indiretos que elas causam ao sistema produtivo do cereal (Fleck, 2000). As perdas causadas pelas plantas daninhas na cultura do arroz variam em função da espécie infestante, da intensidade de infestação, da variedade de arroz e do período crítico de competição com a cultura, que vai de 30 a 60 dias após a emergência (Alcântara et all, 1982; Oliveira & Almeida, 1982). A tecnologia da cultura do arroz irrigado já adotou como prática de controle de plantas invasoras o uso de herbicidas.. Nos últimos anos as industrias tem desenvolvido produtos que melhoram a eficiência dos herbicidas, possibilitando assim uma redução na dosagem dos mesmos, sem a perda da eficiência. Oferecendo aos orizicultores opções alternativas de controle. O biofertilizante AVE-O e uma destas substâncias,
desenvolvida através de biotecnologia, que permite a redução das dosagens sem perdas no controle das invasoras e com ganho de produtividade (Catalogo de produtos LBE Ltda). Este trabalho foi realizado com o objetivo de testar a eficiência do biofertilzante AVE-O no controle de plantas daninhas associado ao herbicida pyrazosulfuron, no aumento da produtividade do cereal. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em campo, na Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, no Colégio Agrícola de Camboriú, no município de Camboriú (SC), em solos planos hidromórficos Gleissolos (Gleis) (ICEPA,2003). O clima regional segundo a classificação de Köppen, como Cfa, mesotérmico úmido, sem estação de seca definida, com verões quentes. Apresenta uma temperatura média anual de 20,01 º C, precipitação média anual de 1500 mm, com umidade relativa de 84 a 86% (ICEPA,2003). O arroz cultivado foi plantado com sementes da variedade EPAGRI 113, pré-germinada, adquirida em casa agropecuária da região de Araranguá -SC. O plantio foi realizado no dia 23 de setembro de 2004, as sementes foram plantadas com uma semeadeira de lanço, na densidade de 140 kg/ha As quadras foram preparadas conforme a recomendação técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil (SOSBAI, 2003).A adubação básica constituiu da aplicação de 300 Kg ha -1 da formulação 00:20:20 com adubação nitrogenada de cobertura 90 Kg ha 1 de N. O delineamento experimental foi definido como sendo em blocos ao acaso, com 3 repetições por tratamento. O experimento constitui-se em quatro
dosagens diferentes do herbicida Pyrazosulfuron formulação SC 250 : denominados de Tratamentos, como mostra a Tabela 1. irrigado. Tabela 1. Dosagens de Pyrazosulfuron e de AVE-O no cultivo do arroz Tratamentos Produtos Pyrazosulfuron AVE-O Tratamento 1 80ml ha -1 0 ml ha -1 Tratamento 2 50 ml ha -1 0 ml ha -1 Tratamento 3 50 ml ha -1 250 ml ha -1 Tratamento 4 0 ml ha -1 0 ml ha -1 O herbicida foi aplicado como recebido e diluído em 200 litros de água. O tratamento em que foi adicionada AVE-O, este foi misturado, exatamente como recebido do fabricante, ao herbicida (na dosagem reduzida) no tanque do pulverizador, na hora da aplicação.as pulverizações com os herbicidas foram realizadas, em todos os tratamentos, no dia 15 de outubro de 2004, no período da manhã. As condições ambientais eram ideais para aplicação do herbicida. Foi utilizado um pulverizador autopropelido articulado de barra com bicos leque 110-02. Durante todo o tempo do cultivo o campo permaneceu de acordo com as condições recomendadas para esta variedade de arroz. Também não ocorreram condições adversas ou ambientais que pudessem influenciar nos resultados. Para avaliação comparativa dos resultados utilizou-se a massa das sementes de arroz produzida por metro quadrado. A colheita foi realizada no dia 07 de março de 2005, em três pontos aleatórios dentro da área tratada, sendo que cada coleta correspondia a uma área plantada de 1m 2. As plantas colhidas nestes pontos foram trilhadas e pesadas em balança eletrônica. Do peso obtido descontou-se a umidade e as impurezas presentes. RESULTADOS
A tabela 2 mostra os resultados das colheitas para cada tratamento. O resultado apresentado é a média aritmética simples de 3 amostras em g/1m 2. A Figura 1 mostra os resultados em gráfico de barras. Tabela 2. Resultados da colheita para cada Tratamento. Tratamento Resultado da colheita g. Tratamento 1 1260,85 Tratamento 2 1254,48 Tratamento 3 1361,72 Tratamento 4 934,14 1600 P E S O D O S G R Ã O S (g ) 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 Tra t a m e n t o 1 Tra t a m e n t o 2 Tra t a m e n t o 3 Tra t a m e n t o 4 T R A T A M E N T O S Figura 1- Produtividade do arroz irrigado com aplicação de diferentes tratamentos conforme tabela 1. Analisando-se os resultados pode-se concluir que o AVE-O interferiu positivamente na ação do herbicida pyrazosulfuron, nas condições em que este experimento foi conduzido. Cabe ressaltar que a maior produtividade foi alcançada quando o AVE-O foi utilizado, mesmo com a redução da dosagem de pyrazosulfuron. Quando utilizado a dosagem reduzida sem a adição do AVE-O o peso das parcelas foi menor do que o tratamento com a dosagem cheia, o que comprova que o biofertilizante aqui testado, age de alguma forma, aumentando a eficiência do herbicida, proporcionando um controle eficiente com uma menor quantidade de herbicida aplicado à lavoura.
O biofertilizante AVE-O e capaz de reduzir, entre 30 a 50% o volume normal de defensivos agrícolas. O produto é de natureza orgânica, composto por aminoácidos (Farfan & Guerra,1999).e possui certificação organica ECOCERT. Debortoloi et all, 2004, concluíram que o herbicida pyrazosulfuron não foi eficiênte no controle de plantas daninhas na dosagem de 72 ml/ha, estes resultados corroboram com os encontrados nesta pesquisa. Pois, no tratamento 2 onde se usou a dosagem reduzida sem o biofertilizante a produtividade foi menor que o tratamento 3, com AVE-O, e o Tratamento 1. Noldim et all (2004) constatou que a molécula de pyrazosulfuron pode permanecer na água por mais de 32 dias, contrário do que citado na literatura do herbicida que afirma que ele se degrada em 7 a 15 dias. Esta comprovação reafirma a importância da redução nas dosagens deste herbicida, pois, a contaminação dos mananciais torna-se menor. CONCLUSÃO Dentro das condições deste experimento conclui-se que a redução de dosagem do herbicida pyrazosulfuron para 50 ml.ha -1 + 250 ml ha -1 de AVE-O (Tratamento 3), apresentou um rendimento superior à dosagem recomendada pelo fabricante, sem a injuria da fitotoxicidade nas plantas. BIBILOGRAFIA ALCANTARA,E.N.; CARVALHO,D.A.; SOUZA,A.T. Épocas críticas de competição das plantas daninhas com o arroz de sequeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERBICIDAS E ERVAS DANINHAS, 14. Y CONGRESSO LA ASSOCIACION LATINO AMERICANA DE MALEZAS,6. Campinas, 1982, Resumos. Campinas, SBHED/ALAM. DEBORTOLI, M. ; DORNELLES,S.H.B; SANCHOTE,N.E.; BORTOLOTO, R.P.; HATSCHBACH,N; CAPITANIO,JR.; MEZZOMO,R. Eficiência do herbicida bispirybac sodium em combinação com pyrazosulfuron no controle de Echinocloa crusgalli var. crusgalli. E Cyperus iria na cultura do arroz. Anais do III Congresso Brasileiro De arroz Irrigado. Camboriú. 2004.
FARFAN,J.A.; GUERRA, J. Estudo Analítico e avaliação biológica do produto AVE. 12p. 1999. Documento Interno, LBE Ltda. FLECK, N.G. Controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado através da aplicação de herbicida com ação seletiva, Porto Alegre. 2000.31p. FURLANI JUNIOR E.; MACHADO, J.R.; VILLELA, O.M.; VELINI,E.D. Manejo da água e utilização de oxyfluorfen no controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado no sistema pré-germinado. Bragantian.vol.56.n.2.Campinas. 1997. Instituto Cepa/SC.Caracterização Regional- Itajaí- Florianópolis. p.01-37,2003. NOLDIN,J.A.; DESCHAMPS,F.C; EDERHARDT,D.S. Dissipação do herbicida Sirius, aplicado em benzedura em lâmina de água na cultura do arroz irrigado, sistema pré-germinado. Anais do III Congresso Brasileiro De arroz Irrigado. Camboriú. 2004. OLIVEIRA,V.F.; ALMEIDA,F.S. Suscetibilidade do arroz de sequeiro (Oryza sativa L)á competição de plantas daninhas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERBICIDAS E ERVAS DANINHAS, 14. Y CONGRESSO LA ASSOCIACION LATINO AMERICANA DE MALEZAS,6. Campinas, 1982, Resumos. Campinas, SBHED/ALAM. P.34-35. SOSBAI - Sociedade Sul Brasileira De Arroz Irrigado. Recomendações Técnicas para o Sul do Brasil.Disponível em: htpp://www.sosbai.com.br/recpesq.pdf. Acessado em 21 de julho de 2004. SOUZA, J.F. de & ALCÂNTARA, E.N. de. Plantas daninhas em arroz e seu controle. Informativo Agropecuário. Belo Horizonte, 10(114):20-23, 1984.