ILMO. SR. DR. PREGOEIRO DO PREGÃO ELETRÔNICO N. 79/2012 DA FUNDAÇÃO DE APOIO A PESQUISA E A EXTENSAO - FAPEX Pregão Eletrônico nº 79/2012 WEGH ASSESSORIA E LOGISTICA INTERNACIONAL LTDA, com sede na Rua Manoel de Paiva, n. 145, Vila Mariana, São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o número 65.494.742/0001-66, por seu representante legal, conforme Contrato Social anexo, vem, com fulcro no item 4.1 do Edital Convocatório, apresentar sua IMPUGNAÇÃO, consoante as razões insertas. Requer sejam as razões de impugnação encaminhadas à autoridade superior para apreciação e julgamento. Termos em que P. Deferimento. São Paulo, 16 de outubro de 2012. WEGH ASSESSORIA E LOGISTICA INTERNACIONAL LTDA.
Da previsão legal da presente impugnação: A presente impugnação ao edital tem fundamento no art. 41, 2º da Lei 8.666/93: Art. 41 A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. [...] 2º - Decairá o direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a Administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concursos, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. Isso quer dizer ressalvado interesse na preservação do erário público, a licitação deve ser conduzida de modo a ampliar a participação do particular, oportunizando de forma igualitária que aqueles detentores de capacitação elementar à execução do objeto licitado, possam concorrer para a satisfação daquele interesse público. Ainda, o art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010).
E por fim: 1o É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) Conforme lição do ilustre jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, devemos citar o descabimento de rigorismos inúteis na habilitação: Na fase de habilitação a promotora do certame deve se abster de exigências ou rigorismos inúteis. Isto bem se entende à vista das considerações enunciadas em acórdão que, no dizer do eminente Adílson Dallari, já se tornou clássico: Visa a concorrência pública fazer com que o maior número de licitantes se habilitem para o objetivo de facilitar aos órgãos públicos a obtenção das coisas e serviços mais convenientes a seus interesses. Em razão deste escopo, exigências demasiadas e rigorismos inconsentâneos com a boa exegese da lei deve ser arredados. Não deve haver nos trabalhos nenhum rigorismo e na primeira fase da habilitação deve ser de absoluta singeleza o processo licitatório
RAZÕES DE IMPUGNAÇÃO AO EDITAL A Impugnante empresa especializada na execução do objeto licitado e interessada em participar do certame se deparou com exigências que não se coadunam com os princípios constitucionais aplicáveis às compras públicas. Isso porque foram inseridas no bojo do edital, cláusulas que na intenção de garantir a boa execução dos serviços licitados, não atendem os princípios que norteiam a legislação de regência. I Da documentação de habilitação: O item 8.1 do edital traz uma relação de documentos a serem apresentados pela licitante, entre eles exige alguns documentos desnecessários para execução do objeto da licitação. A alínea b exige a comprovação de autorização para transporte de produtos farmacêuticos e laboratoriais, reagentes químicos e material perecível, emitida e valida pela agencia nacional de vigilância sanitária.
Ora Sr. Pregoeiro, tal exigência não se coaduna com objeto do edital, pois em nenhum momento consta que a licitante deverá transportar medicamentos. Vale lembrar que o objeto da licitação é a realização de fretes internacionais, despachos aduaneiros e desembaraço alfandegário. Da mesma maneira a exigência da alínea e também se faz absurda, pois requer a comprovação de certificado junto ao registro nacional de transporte rodoviário de cargas. Mais uma vez vale relembrar que o objeto da licitação não é o transporte rodoviário de cargas, mas sim a realização de fretes internacionais, despachos aduaneiros e desembaraço alfandegário. De igual sorte, não merece prosperar as exigências da alínea f, que requer a comprovação de habilitação para transporte de mercadoria em regime de transito aduaneiro expedido pela receita federal. Tal exigência não encontra sentido, considerando que o objeto da licitação é exclusivamente os fretes internacionais, despachos aduaneiros e desembaraço alfandegário.
As exigências das alíneas b, e, e f contrariam o objeto da licitação e acabam trazendo exigências impraticáveis, por exemplo, a exigência de autorização da ANVISA para transportar material farmacêutico e reagentes químicos cai por terra quando falamos de frete internacional. A ANVISA tão somente regulamenta os transportes nacionais, até mesmo porque os transportes internacionais são regulamentados pelas respectivas autoridades competentes de cada território. E ainda que assim não fosse, novamente vale destacar que o transporte nacional não é objeto da presente licitação. Do anexo III Do termo de referencia O próprio edital e seus anexos não trazem o transporte como objeto da presente licitação, tanto assim é que no anexo III, especificamente na descrição do serviço não encontramos campo para o transporte interno.
Do objeto da licitação Da mesma maneira, o item 1.1 do edital especifica os objetos, são eles: 1- Frete internacional 2- Despacho aduaneiro, incluindo ainda desembaraço para atender as necessidades de importação da FAPEX. Sr. Pregoeiro cadê dentro do objeto da presente licitação a atividade de transporte interno?! A resposta é clara: o transporte interno não faz parte do objeto. Do item 7.1.2. No desembaraço aduaneiro A alínea k do referido item traz que a licitante deverá providenciar a entrega dos documentos e bens liberados a transportadora, sempre que solicitados pelo setor de importação da FAPEX. Da leitura do item acima fica claro que a licitante não realizará o transporte interno, mas sim fornecerá os documentos e bens a uma transportadora indicada pela FAPEX.
Concluímos que se o transporte interno não faz parte do edital, logo não se deve exigir dos licitantes documentos, como autorização da ANVISA, certificados do registro nacional de transportes rodoviário de cargas e habilitações expedidas pela Receita Federal para transporte de mercadorias, pois são documentos relacionados a um objeto que não existe no edital! Por consequência, há efetivo prejuízo ao interesse público, na medida em que, impedindo a franca participação de licitantes, estar-se-á minorando a possibilidade de se chegar à intenção da disputa, que seria a contratação de empresa capaz de realizar o objeto licitado conciliado com menor preço. DO PEDIDO Isto posto, requer seja as suas razões conhecidas pela autoridade superior, para que as cláusulas impugnadas sejam retiradas do edital sob pena de o macularem de ilegalidade, pois só assim, se permitirá a obtenção da melhor proposta. Termos em que P. Deferimento. WEGH ASSESSORIA E LOGISTICA INTERNACIONAL LTDA. WALTER LINHARES CPF: 845.598.538-00 RG.: 7.781.411-3