O que é atenção psicossocial? 1. antagônica ao isolamento hospitalar, um lugar de cuidado, disponível à circulação de pessoas e acontecimentos (visitantes, alunos, professores, políticos, voluntários, artistas, usuários de outros serviços) um lugar fácil e bonito, limpo, elegante; 2. antagônica à centralidade diagnóstica, centralidade das ações para a elaboração de um plano terapêutico atento às potências e dons escondidos das pessoas e nos seus familiares; em parceira, em acordo, em consensos mínimos, arduamente pactuados e acompanhados, para que fizessem sentido para suas vidas; 3. antagônica à medicalização, oferta de múltiplas e surpreendentes respostas às conseqüências da experiência do sofrimento psíquico intenso nos campos das relações sociais, familiares, de estudo, de trabalho, de lazer; 4. antagônica à centralidade do trabalho médico, horizontalidade e compartilhamento das ações dos trabalhadores de todos os níveis de formação para a elaboração e responsabilização do plano terapêutico, apropriação processual do trabalho interdisciplinar, aposta e sustentação da diferença e não da assimetria de saberes; 5. antagônica à invalidação, uma aliança irredutível com as pessoas, com sua forma de viver sua experiência particular, sustentada por discussões clínicas, supervisões, produção de conhecimentos científicos, conceituais, teóricos, mas fundamentalmente, éticos; 6. antagônica à banalização da violência institucional, física ou moral, espaço coletivos de discussão, assembleias, arenas de disputas acirradas de projetos, com envolvimento ativo de todos os atores; 7. antagônica à culpabilização de familiares, criação de Associações de familiares, usuários e técnicos; 8. antagônica à ideia da exclusão e segregação, do tratamento como confinamento e higiene social, a afirmação e opção institucional pela luta ao direito à saúde; 9. antagônica à ideia do trabalho como exploração, ocupação, alienação, a construção do campo de discussão e prática do trabalho como direito. (aranha e silva, 2012)
políticas de saúde mental no contexto do sistema único de saúde brasileiro ana luisa aranha e silva anaranha@usp.br departamento de enfermagem materno-infantil e psiquiátrica escola de enfermagem universidade de são paulo
fluxo de financiamento do sus MS SES SMS fundo nacional fundo estadual fundo municipal unidades de saúde orçamento nacional orçamento estadual orçamento municipal pagamento a prestadores transferências inter-governamentais orçamentos próprios
a reforma psiquiátrica brasileira Íntima e orgânica articulação com a Reforma Sanitária Processo participativo que envolve trabalhadores, usuários, familiares, sociedade civil organizada, aparelho jurídico, poder legislativo, ministério público É uma produção coletiva de engajamento político e ético Sustenta-se em bases teórico-práticas de cunho crítico, humanístico e inovadoras
marcos da reforma psiquiátrica brasileira A visita do psiquiatra italiano Franco Basaglia (1979) I Encontro de Trabalhadores em Saúde Mental de São Paulo (1985) VIII Conferência Nacional de Saúde, Brasília, 1986 I Conferência Nacional de Saúde Mental, Brasília, 1987. II Encontro Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, Bauru, 1987 Declaração de Caracas, 1991 II Conferência Nacional de Saúde Mental, Brasília, 1992 III Conferência Nacional de Saúde Mental, Brasília, 2001 IV Conferência Nacional de Saúde Mental, Brasília, 2010
marcos da reforma psiquiátrica brasileira Projeto de Lei da Câmara dos Deputados N.º 008 de 1991-3.657/89 do deputado federal Paulo Delgado aprovado pela Câmara dos Deputados em pouco menos de dois anos, ficou paralisado no Senado por mais oito, recebendo cinco substitutivos, apresentados seqüencialmente pelos senadores Pedro Bisol, Beni Veras, Lúcio Alcântara, Lucídio Portella e, finalmente, pelo do senador Sebastião Rocha. Este foi finalmente aprovado em 06 de abril de 2001 Lei nº 10.216
marcos da reforma psiquiátrica brasileira Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental Portaria GM/MS 336, 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
marcos da reforma psiquiátrica brasileira Portaria GM/MS Nº 816, de 30 de abril de 2002, que instituiu, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas Lei 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o auxílio-reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações Portaria GM/MS 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
marcos da reforma psiquiátrica brasileira Portaria GM/MS 1.600, de 7 de julho de 2011, que reformula a Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS) Portaria GM/MS No- 2.488, de 21 de outubro de 2011, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
O que é a rede de atenção de base comunitária? centros de atenção psicossocial I, II, III AD, INF residências terapêuticas ambulatórios de saúde mental centros de convivência e cultura Saúde mental na atenção básica: ESF Núcleo de Apoio às ESF http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=925
Estratégias para a reestruturação do modelo de atenção à saúde mental no contexto do SUS Redução gradual e planejada de leitos e expansão de serviços comunitários - PNASH leitos de atenção integral em saúde mental pactuação entre gestores municipais e estaduais O Programa De Volta para Casa Economia Solidária: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=865 SRT: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29803&janela=1 Atenção básica: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29816&janela=1
Dimensão estrutural 1. consolidar o conceito de política pública 2. qualificar a força de trabalho (Pró-saúde, supervisão, avaliação) 3. controle do financiamento srt SUS CECCO CAPS AD ESF NASF escola t.o. a.e. ecosol psi ONG s aparelho jurídico enf a.l. a. s. adm Dimensão particular PS pvc enfermaria em hospital geral CAPS i usuário cop CAPS I,II,III conselho psiq vig t.e. responder às necessidades sócio-políticas locais Dimensão singular 1. organização do processo de trabalho 2. produção de ações substitutivas 3. produção de protagonismo