Disciplina: Direito Internacional Público



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Transcrição:

Disciplina: Direito Internacional Público Tema: Nacionalidade, condição jurídica dos estrangeiros, formas de saída compulsória (extradição, expulsão e deportação, asilo e refúgio Prof. Rodrigo de Victor

Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Isonomia entre brasileiros natos e naturalizados. São condições para a concessão da naturalização (Art. 112, Lei 6.815/80): I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ser registrado como permanente no Brasil; III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; VI - bom procedimento; VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e VIII - boa saúde.

Tratamento diferenciado dos cidadãos portugueses: Art. 12 (...) 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

É vedado ao estrangeiro: (Art. 106 da Lei 6815/80) I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre; II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas de televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas empresas; III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das empresas mencionadas no item anterior; IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção, exploração e aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos minerais e dos potenciais de energia hidráulica; V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na legislação específica; VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro; VII - participar da administração ou representação de sindicato ou associação profissional, bem como de entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada; VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais; IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de radiodifusão, de radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de tratamento; e X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também aos estabelecimentos de internação coletiva.

A nacionalidade brasileira pode ser perdida nos seguintes casos (art. 12, 4º da CF): 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

Cada Estado disciplina as formas de ingresso e permanência de estrangeiros em seu território. Normalmente se exige prévia anuência do Estado que receberá o não-nacional. Esta autorização se materializa por meio de um visto. Existem várias modalidades de visto, a depender do objetivo da estadia. No Brasil a matéria é regulada pela Lei nº 6.815/80, que assim dispõe: - Visto permanente: concedido ao estrangeiro que pretende fixar-se definitivamente no país; - Visto diplomático: conferido ao pessoal diplomático acreditado no país; - Visto temporário: fornecido aos estrangeiros que fazem viagens de negócios ou culturais, que são desportistas, estudantes, religiosos; - Visto de turista: dado para fins recreativos e de visita; - Visto de trânsito: próprio para situações em que na travessia do destino final, o estrangeiro precisa adentrar em território nacional.

1.Extradi Extradição 2.Deportação 3.Expulsão

É a entrega de pessoa por um Estado a outro, a pedido deste. APESAR DE PASSAR PELO CRIVO DO STF, CABE AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AUTORIZAR A EXTRADIÇÃO. Identidade de pena e criminalização no Brasil; limites da pena; prescrição. A extradição demanda acordo bilateral entre os Estados envolvidos ou compromisso de reciprocidade. Não há extradição de nacionais natos.

1. A deportação ão: : tem lugar quando detectada irregularidade na entrada ou permanência (destinação do visto concedido). 2. A expulsão ocorre quando o estrangeiro é condenado por delito penal ou quando sua presença é vista como atentatória aos interesses nacionais. Dá-se D mediante decreto presidencial.

O O asilo é mecanismo de proteção de um nacional por outro Estado. Pode ser político ou territorial e diplomático. O territorial ou político é aquele concedido aos indivíduos duos estrangeiros perseguidos dentro de seu respectivo Estado, por motivos raciais, religiosos ou políticos. No asilo diplomático o indivíduo duo refugia-se dentro das dependências de missão diplomática, nas legações, ou em navios, aeronaves e acampamentos militares. É inovação dos países latino-americanos, americanos, não sendo reconhecido por outros Estados.

MODALIDADE DE SAÍDA Deportação CAUSA PROCESSO EFEITO Entrada ou permanência irregular no país. Expulsão a) ofensa à dignidade nacional; b) a mendicância e a vagabundagem; c) os atos de devassidão; d) os atos de propaganda subversiva; e) a provocação de desordens; f) as conspirações; g) a espionagem; h) as intrigas contra países amigos Extradição Princípio da cooperação internacional na repressão criminal. Possibilitar o julgamento ou execução de pena em outro Estado. Extrajudicial (administrativo). Realizado no âmbito da Polícia Federal. Extrajudicial (administrativo). Realizado no âmbito do Ministério da Justiça. A expulsão é ordenada por meio de decreto presidencial. 1ª Fase (administrativa) - recebimento do pedido pelo Min. Rel. Ext. e retransmissão ao Min. da Justiça. 2ª Fase (judicial) - análise legalidade pelo STF. 3ª Fase (administrativa) - Min. da Justiça. Admite o reingresso regular do deportado. O estrangeiro só poderá voltar se o decreto de expulsão for revogado, sob pena de crime (art. 338 do CP). Não impede o retorno ao Brasil depois de sanadas as pendências no Estado de extradição.

Responsável pelo Conteúdo: Prof. Rodrigo de Victor Lattes: http://lattes.cnpq.br/5318038897844682 Obrigado! www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade R. Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000