Mudanças climáticas globais e recursos hídricos com enfoque para as bacias hidrográficas



Documentos relacionados
Uma Síntese do Quarto Relatório do IPCC

Como as alterações climáticas podem afetar as cidades, as organizações e as empresas

Aquecimento Global, Mudanças Climáticas e impactos no Brasil Jose A. Marengo CPTEC/INPE

A Importância de Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em Governos Locais

Francis Lacerda MUDANÇAS CLIMÁTICAS E IMPACTOS NO ARARIPE

Reflexões sobre o Quinto relatório de avaliação do IPCC constatações e complexidades Natal outubro CAROLINA DUBEUX carolina@ppe.ufrj.

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO PADRÃO DE CHUVAS NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO NO ÂMBITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

INCT-Mudanças Climáticas Sub-Componente 3.2.1: Cenários Climáticos, Adaptação e Vulnerabilidade Jose A. Marengo CCST INPE jose.marengo@inpe.

Gestão da Sustentabilidade: Políticas Publicas e Mudanças Climáticas no Estado de São Paulo

Mudança do clima: Principais conclusões do 5º Relatório do IPCC

Mudança do Clima. Luiz Gylvan Meira Filho

Trabalho, Mudanças Climáticas e as Conferências do Clima: subsídios para as negociações da UGT na COP-21 Resumo Executivo

Vulnerabilidade Regional às Mudanças do Clima

Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos. Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Seminário Risco e Gestão do Seguro Rural no Brasil

Maria Helena Del Grande

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA AGRICULTURA ANALISE DA CULTURA DO ALGODOEIRO

UMA ANÁLISE DO ESTADO DA ARTE RESULTANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

MUDANÇAS DO CLIMA E OS RECURSOS HÍDRICOS. São Carlos, 25 de fevereiro de 2010

Climatologia GEOGRAFIA DAVI PAULINO

GIRH como Ferramenta de Adaptação às Mudanças Climáticas. Adaptação em Gestão das Águas

Fenômenos e mudanças climáticos

Instituto de Educação infantil e juvenil Inverno, Londrina, de. Nome: Ano: Tempo Início: término: total:

VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BAIXA UMIDADE DO AR EM ALGUMAS LOCALIDADES: Centro e Sudeste do Brasil.

Clima, tempo e a influência nas atividades humanas

PROGRAMA DA DISCIPLINA

AMAZALERT AMAZALERT. Um projeto de pesquisa sobre impactos das mudanças climáticas e do uso da terra na Amazônia.

Projeto Facilita. Queiroz foi levado para o Pinel porque estaria muito exaltado

CAPÍTULO 8 O FENÔMENO EL NIÑO -LA NIÑA E SUA INFLUENCIA NA COSTA BRASILEIRA

Incertezas nas projeções de variáveis hidrológicas em cenários de mudanças climáticas

Geografia QUESTÕES de 01 a 06 INSTRUÇÕES: Questão 01 (Valor: 15 pontos)

Fenômeno El Niño influenciará clima nos próximos meses

Introdução a Mudanças Climáticas e Inventários de Emissões de GEE

Mudanças Cimáticas Globais e Biodiversidade Aquática. Odete Rocha. Departamento de Ecologia Universidade Federal de São Carlos

INFORMATIVO CLIMÁTICO

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

MÓDULO I: Mudança do Clima e Acordos Internacionais. Efeito Estufa. Fontes de Emissões. Impactos. Acordos Internacionais

07/05/2015. Introdução a Sustentabilidade: A questão das Mudanças Climáticas OBJETIVOS DA AULA INTRODUÇÃO. Parte I Introdução a Sustentabilidade

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID ESCOLA ESTADUAL FLORIANO CAVALCANTI FLOCA DISCIPLINA: GEOGRAFIA DOCENTE: SERGIO VIDAL

O futuro clima do Brasil. Marcos César Alvarez. José A. Marengo

Mudanças Climáticas Ações em SC SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL

AQUECIMENTO GLOBAL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS. João Paulo Nardin Tavares

GIRH como Instrumento de Adaptação às Mudanças Climáticas. Instrumentos e Medidas de Adaptação

Seminário Soluções Técnicas e Financeiras para Cidades Sustentáveis Banco Mundial Brasília. 08 e 09 de Junho 2010

Grandes Problemas Ambientais

MATÉRIA 6º 2º Dez/13 NOTA

O Plano Nacional de Recursos Hídricos e as Mudanças climáticas

DATA: 17/11/ (ENEM) Discutindo sobre a intensificação do efeito estufa, Francisco Mendonça afirmava:

O Aquecimento Global se caracteriza pela modificação, intensificação do efeito estufa.

Diagnóstico, Monitoramento de Desastres Naturais com foco na Seca no Semiárido Nordestino

a elevação do nível dos oceanos devido ao derretimento das calotas polares.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS E OS EFEITOS À AGRICULTURA BRASILEIRA. Ana Maria H. de Avila

Padrões de produção e consumo

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

Secretaria dos Recursos Hídricos

8º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 14 de agosto de 2014 Campinas, São Paulo

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DA EDITORA MODERNA

A mudança climática: Kyoto e cenários de aquecimento global

Capítulo 21 Meio Ambiente Global. Geografia - 1ª Série. O Tratado de Kyoto

Análise e interpretação crítica: Política Nacional sobre Mudança Climática. Metodologia geral: Descritiva, Analítica, Interpretativa e Comparativa

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA O ENFRENTAMENTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM ÁREAS URBANAS: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE BELÉM, PARÁ, BRASIL

PROJEÇÕES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL PARA CENÁRIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ - PB

CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO

Clima e mudanças climáticas na Amazônia

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO DA ESTAÇÃO DA EMBRAPA SEMIARIDO, PROJETO BEBEDOURO PRETOLINA/PE, ATRAVÉS DA TÉCNICA DE QUANTIS

Impacto do Fenômeno El Niño na Captação de Chuva no Semi-árido do Nordeste do Brasil

Mudanças Socioambientais Globais, Clima e Desastres Naturais

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL. Válida para os acadêmicos ingressantes a partir de 2010/1

PROJETO DE LEI. III - emissões: liberação de gases de efeito estufa ou seus precursores na atmosfera numa área específica e num período determinado;

Recursos Hídricos. Clima e Recursos Hídricos. Anexo III-e. Prospecção Tecnológica. Síntese de Painel de Especialistas

RESUMO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

reverse speed, results that it showed an increase of precipitations in the rainy

Geografia. Professor: Jonas Rocha

Jus>fica>va. Obje>vos

VARIABILIDADE, ANOMALIA E MUDANÇA CLIMÁTICA

Influência das mudanças climáticas na distribuição espacial da Mycosphaerella fijiensis no mundo

Taxa de ocupação e. no consumo per capita. As cidades representam demandas. Conexão

PROJECTO DE RESOLUÇÃO SOBRE O CLIMA E A QUALIDADE DO AR NOS AÇORES

SEGURANÇA HÍDRICA EM UM MUNDO EM MUDANÇA FRANCISCO DE ASSIS DE SOUZA FILHO

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: VULNERABILIDADES NA AGRICULTURA

OS CLIMAS DO BRASIL Clima é o conjunto de variações do tempo de um determinado local da superfície terrestre.

A WaterAid e as mudanças climáticas

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Resumo. O caminho da sustentabilidade

Colégio Santa Dorotéia

POSSÍVEIS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO LITORAL ORIENTAL DO RN

Mudança do clima, Qual a importância? Martin Hedberg meteorologista do Centro Meteorológico Sueco

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CONCEITOS INICIAIS. Professor: Emerson Galvani

Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21

A Água da Amazônia irriga o Sudeste? Reflexões para políticas públicas. Carlos Rittl Observatório do Clima Março, 2015

Economia de Baixo de Carbono, onde estamos? para onde vamos?

3º Congresso Científico do Projeto SWITCH. Belo Horizonte, MG, Brasil 30 de novembro a 04 de dezembro

Como o efeito estufa pode render dinheiro para o Brasil. A Amazônia e o seqüestro de carbono e o protocolo de kyoto

EVOLUÇÃO DA TEMPERATURA NA REGIÃO DE GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO - BRASIL

PLAEJAMENTO DA DISCIPLINA GEOGRAFIA

Exercícios Tipos de Chuvas e Circulação Atmosférica

Conteúdos Referenciais Para o Ensino Médio

POLITICAS PARA AS MUDANÇAS CLIMATICAS

PLANO DE TRABALHO, CONTENDO A DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES, OS RECURSOS TECNOLÓGICOS NECESSÁRIOS PARA EXECUÇÃO E OS PRAZOS

Transcrição:

Mudanças climáticas globais e recursos hídricos com enfoque para as bacias hidrográficas Emília Hamada Pesquisador, Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna - SP A mudança climática global começou a ser discutida em finais da década de 1980, no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da Organização Meteorológica Mundial, com o apoio dos estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, conhecido pela sua sigla em inglês, IPCC. No Terceiro Relatório de Avaliação (TAR), o IPCC (2001) concluiu que a temperatura média da atmosfera aumentou em 0,6 C ± 0,2 C durante o século XX. Projeta-se um aumento provável na temperatura global entre 2 C e 4,5 C a mais do que os níveis registrados antes da era Pré-Industrial, segundo o Quarto Relatório de Avaliação (AR4) (IPCC, 2007). Há um razoável consenso (até 90% de chance) que essas alterações no clima global são em conseqüência do aumento da concentração de gases de efeito estufa nas últimas décadas ocasionadas pelas atividades antrópicas e não por eventual variabilidade natural do clima (IPCC, 2007). Dentre as diversas manifestações da mudança global do planeta destacam-se não 1

somente o aquecimento global, mas também significativas alterações no clima pela maior freqüência e intensidade de eventos extremos na forma de enchentes, ondas de calor, secas, furacões e tempestades, etc. Seus impactos nos sistemas naturais e humanos apresentam, no entanto, efeitos diferentes, dependendo do nível de vulnerabilidade do sistema. Neste sentido, os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis a essas mudanças do clima, podendo ser duramente atingidos pelos seus efeitos adversos. Para o Brasil, isso é reforçado pela sua economia fortemente dependente de recursos naturais diretamente ligados ao clima na agricultura, na geração de energia hidroelétrica, entre outros setores (MUDANÇA DO CLIMA, 2005). Essa característica do país evidencia a premente necessidade de se estudar a vulnerabilidade e risco, conhecendo profundamente suas causas, a fim de subsidiar políticas públicas de mitigação e de adaptação. Para projetar cenários prováveis de alterações climáticas para o futuro, o IPCC tem adotado modelos matemáticos do sistema climático global, denominados de modelos climáticos globais. Esses modelos são considerados pela maioria da comunidade científica como a melhor ferramenta, pois levam em conta de forma quantitativa (numérica) o comportamento 2

dos compartimentos climáticos (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação, solos, etc.) e suas interações, permitindo que se simulem prováveis cenários de evolução do clima para vários cenários de emissões dos gases de efeito estufa (MUDANÇA DO CLIMA, 2005). Os cenários climáticos do IPCC, conhecidos como cenários SRES ( Special Report on Emissions Scenarios ) são baseados em quatro projeções diferentes de emissões de gases de efeito estufa para o futuro, relacionados com aspectos de desenvolvimento social, econômico e tecnológico, crescimento populacional, preocupação com o meio ambiente e diferenças regionais, definidos nas quatro famílias de cenários, denominadas A1, A2, B1 e B2 (IPCC, 2001) (Figura 1). Os resultados desses modelos são disponibilizados pelo Centro de Distribuição de Dados (DDC, na sigla em inglês) do IPCC. No Brasil, estima-se pelos cenários futuros do IPCC que haverá tendência de aumento da temperatura média da superfície (Figura 2). A análise dos cenários mostra uma variação da temperatura entre os diferentes modelos climáticos e entre o cenário de altas emissões (A2) e o cenário de baixas emissões (B2). No entanto, na média, haverá um clima substancialmente mais quente no futuro, com maiores valores no cenário A2. 3

Figura 1. Ilustração esquemática dos cenários SRES, representando as quatro famílias de cenários (A1, A2, B1 e B2) de forma simplificada. Fonte: Adaptado de IPCC (2005). Ao contrário dos padrões de temperatura, onde todas as projeções indicam aquecimento, diferentes modelos climáticos mostram diferenças significativas de padrões pluviométricos, às vezes com projeções quase que diametralmente opostas (MUDANÇA DO CLIMA, 2005). Desta forma, as projeções de mudança nos regimes e distribuição de chuva, derivadas dos modelos globais do TAR e AR4 do IPCC para climas mais quentes no futuro não são conclusivas e as incertezas são ainda grandes, pois dependem dos modelos e das regiões consideradas 4

(MARENGO et al., 2007). Ainda assim, a média de todos os modelos (Figura 3), é indicativa de alterações nos padrões de precipitação no Brasil, com reduções nas regiões Norte e Nordeste, sendo a redução da precipitação mais intensa no cenário pessimista A2. O IPCC (2007) alerta também para possíveis aumentos na freqüência de eventos intensos de precipitação sobre a maioria das áreas continentais, o que é consistente com aquecimento e aumento do vapor d água na atmosfera e secas mais intensas e mais longas, particularmente nos trópicos e subtrópicos. 2020 2050 2080 A2a B2a A2a B2a A2a B2a Agosto Julho Figura 2. Temperatura média ( C) de Julho e Agosto para os anos de 2020, 2050 e 2080, dos cenários A2 e B2, representada pela média de 6 modelos climáticos globais do Terceiro Relatório de Avaliação (TAR) do IPCC. 5

2020 2050 2080 A2a B2a A2a B2a A2a B2a Dezembro Novembro Figura 5.6 Precipitação mensal (mm/dia) de Novembro e Dezembro para os cenários A2a e B2a e anos de 2020, 2050 e 2080. Figura 3. Precipitação média diária (mm/dia) de Novembro e Dezembro para os anos de 2020, 2050 e 2080, dos cenários A2 e B2, representada pela média de 6 modelos climáticos globais do Terceiro Relatório de Avaliação (TAR) do IPCC. Os dados ou saídas disponibilizados por esses modelos possuem entre suas características, a baixa resolução espacial (escala global) e baixa resolução temporal (médias mensais representando média de intervalo de décadas), mesmo apesar dos avanços alcançados desde 1990 até recentemente (Figura 4). Por outro lado, muitos dos temas de estudo necessitam de uma escala mais detalhada, como o regional e local e, algumas vezes, também em intervalos de tempo maiores. Neste sentido, a fim de se obter cenários mais confiáveis em escala espacial e escala 6

temporal mais detalhadas, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vem trabalhando com modelos regionalizados para o Brasil, com boa expectativa que logo esses dados estarão disponíveis para os estudos. Figura 4. Ilustração esquemática das características de resolução geográfica das gerações de modelos climáticos utilizados nos relatórios do IPCC: Primeiro Relatório de Avaliação (FAR), Segundo Relatório de Avaliação (SAR), Terceiro Relatório de Avaliação (TAR) e Quarto Relatório de Avaliação (AR4). Fonte: Adaptado de IPCC (2007). 7

Ao longo das últimas décadas, a crescente consciência da água como recurso limitado e a preocupação com os problemas resultantes da rápida urbanização e com os riscos de escassez hídrica, conduziram a uma reformulação do modelo tradicional de gestão de recursos hídricos (VIEIRA & RIBEIRO, 2005). Os conflitos pelo uso da água podem se alterar como conseqüência das alterações das mudanças do clima, por exemplo, pela alteração da demanda de água, exigindo o levantamento das questões de gerenciamento hídrico. Em estudos com bacias hidrográficas, além das limitações dadas pelas características dos modelos climáticos globais, considere-se também a dificuldade ao analisar potenciais impactos neste nível de planejamento territorial advinda da incerteza sobre o comportamento futuro do regime de chuvas. BOUWER et al. (2004) em estudo de impacto hidrológico em uma microbacia hidrográfica, propuseram downscaling aplicado aos dados dos modelos de mudança climática, utilizando métodos de interpolação e estatísticos, com validação para cada caso, em particular, exigindo uma grande quantidade de dados locais. Estudar a vulnerabilidade e os impactos da potencial modificação climática sobre os recursos hídricos no Brasil, 8

tendo como base a unidade da bacia hidrográfica é um assunto estratégico para o país, permitindo, segundo TUCCI (2002), planejar potencias medidas mitigadoras em associação com as ações existentes de gerenciamento dos recursos hídricos. Referências BOUWER, L. M.; AERTS, J. C. J. H.; COTERLET, G. M. van de; GIESEN, N. van de; GIESKE, A.; MANNAERTS, C. Evaluating downscaling methods for preparing global circulation model (GCM) data for hydrological impact modelling. In: AERTS, J. C. J. H.; DROOGERS, P. (Ed.). Climate change in contrasting river basins: adaptation strategies for water, food and environment. Wallingford: CABI, 2004, p. 25-47. IPCC. Climate change 2001: the scientific basis: summary for policymakers. Geneva: IPCC, 2001. 20 p. Disponível em: <http://www.ipcc.ch/pub/spm22-01.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2006. IPCC. Climate change 2007: the physical science basis: summary for policymakers. Geneva: IPCC, 2007. 18 p. 9

Disponível em: <http://www.ipcc.ch/spm2feb07,pdf>. Acesso em: 3 maio 2007. IPCC. The SRES emission scenarios: the IPCC Data Distribution Centre. Disponível em: <http://sedac.ciesin. columbia.edu/ddc/sres/index.html>. Acesso em: 1 mar. 2005. MARENGO, J. A.; NOBRE, C. A.; SALATI, E.; AMBRIZZI, T. Caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007. 50 p. Sumário Técnico. Disponível em: <http://www.cptec.inpe.br/ mudancas_climaticas/>. Acesso em: 28 set. 2007. MUDANÇA DO CLIMA: volume I: Negociações internacionais sobre a mudança do clima: vulnerabilidade, impactos e adaptação à mudança do clima. Brasília: Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. 2005. 250 p. (Cadernos NAE, 3). TUCCI, C. E. M. Impactos da variabilidade climática e uso do solo sobre os recursos hídricos. Brasília: Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, 2002. 150 p. 10

VIEIRA, Z. M. C. L.; RIBEIRO, M. M. R. Análise de conflitos: apoio à decisão no gerenciamento da demanda urbana de água. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 10, n. 3, p. 23-35, 2005. 11