INFLUÊNCIA DOS FATORES BIOLÓGICOS E SOCIOECONÔMICOS NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE PRÉ-ESCOLARES

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Transcrição:

INFLUÊNCIA DOS FATORES BIOLÓGICOS E SOCIOECONÔMICOS NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE PRÉ-ESCOLARES Caroline Silva Pedrosa 1 (IC)*, Rafaela Silva Nascimento 1 (IC), Katarine Souza Costa 1 (IC), Juliana Fernandes Pereira (IC), Martina Estevam Brom Vieira 2 (PQ), Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga 3 (PQ). E-mail: carolinefisio94@hotmail.com 1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET). 2 Fisioterapeuta, Professora do Curso de Fisioterapia da UEG, Doutoranda em Ciências (Saúde Mental) pela FMRP/USP. 3 Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Médicas (Saúde Mental) pela FMRP/USP, Professora do Curso de Fisioterapia da UEG. RESUMO O ambiente em que a criança vive ocasiona impacto no crescimento e desenvolvimento. Diversos fatores de risco podem influenciar negativamente no desenvolvimento neuropsicomotor. O objetivo deste estudo foi caracterizar as variáveis socioeconômicas e psicossociais de crianças que participam creches públicas e avaliar a influência destes fatores no desenvolvimento neuropsicomotor. Realizouse um estudo analítico-observacional transversal com 61 crianças, de ambos os sexos, com idade de 4 a 6 anos frequentam as creches públicas na cidade de Goiânia (GO). O desenvolvimento infantil foi avaliado pelo Teste de Triagem de Denver II e foi aplicado questionário socioeconômico, classificação ABEP e questionários sobre os dados biológicos e clínicos da criança com os pais. Verificou-se que 77% das crianças avaliadas apresentaram risco na classificação global do teste de Denver II, sendo normais nas áreas psicossociais, motor fino, motor amplo e linguagem. Observou-se que a renda familiar esteve associada com maior porcentagem de risco no desenvolvimento da linguagem (64%). Os demais fatores não tiveram diferença estatisticamente significativas. Conclui-se que crianças aparentemente normais possam apresentar risco em seu desenvolvimento e a necessidade de novos estudos que apontem a influência significativa dos fatores socioeconômicos e psicossociais sobre o desenvolvimento neuropsicomotor. Palavras-chave: desenvolvimento infantil. Pré-escolares. Creches. Neuropsicomotor. Introdução O desenvolvimento é definido como o conjunto de alterações físicas e neurológicas, cognitivas e comportamentais que acompanham o indivíduo desde sua concepção até a morte. (GALLAHUE; OZMUN, 2005). Segundo Berger (2003) o desenvolvimento é divido em três domínios: biossocial incluindo a maturação neurológica e o crescimento corporal; cognitivo que

abrange os processos do pensamento, percepção e linguagem; e psicossocial que engloba as emoções, personalidade e as relações interpessoais. Frankerburg et., 1992, propuseram uma divisão do desenvolvimento em quatro áreas: motor amplo, motor fino, linguagem e comportamento pessoal-social. O ambiente em que a criança vive ocasiona impacto tanto no crescimento como no desenvolvimento, vários fatores podem influenciar no desenvolvimento normal de crianças (PILZ; SCHERMANN, 2007). As creches ou pré-escolas constituem uma importante instituição que podem influenciar no desenvolvimento infantil de acordo com os estudos de Baltieri et al. O presente estudo tem por objetivo principal avaliar a influência de fatores socioeconômicos e biológicos sobre o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças pré-escolares matriculados na rede de ensino municipal em Goiânia (GO). Material e Métodos O presente estudo é caráter analítico-observacional transversal. Participaram do estudo uma amostra de 61 crianças, de ambos os gêneros, em idade pré-escolar (quatro a seis anos) frequentadoras de CMEIs da cidade de Goiânia (GO). Os critérios de inclusão do estudo foram: crianças de quatro a seis anos de idade cronológica; crianças devidamente matriculadas e que frequentavam o CMEI; as crianças cujos pais ou responsáveis autorizaram a participação no projeto por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Os critérios de exclusão do estudo foram os seguintes: crianças que apresentavam patologias infecto-contagiosas; anomalias cromossômicas, patologias neurológicas, problemas ortopédicos e malformações congênitas; aquelas que se recusaram a participar da avaliação após pelo menos três tentativas dos examinadores em dias diferentes; aquelas que faltaram nos dias das avaliações; A presente pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás. Os pais e/ou responsáveis pelos bebês autorizaram a participação das crianças assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada em uma sala que os CMEIs disponibilizaram e posteriormente a coleta de dados com os pais ou responsáveis foi realizada no

próprio CMEI ou na residência das famílias após um agendamento prévio e segundo a disponibilidade destes. E a fase de análise dos dados foi realizada no Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa da ESEFFEGO (NIPE), que é uma sala na Universidade do Estado de Goiás (Câmpus Goiânia) disponibilizada para pesquisa. Para a realização do registro dos dados coletados foram utilizados os seguintes materiais e instrumentos: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; Fichas de registro do Teste de Triagem do Desenvolvimento de Denver II; Questionário Socioeconômico; Critério da Classificação Econômica da Associação Brasileiras de Empresas e Pesquisa (ABEP, 2009); Roteiro de Caracterização Biológica da Criança em Idade Pré-escolar. Resultados e Discussão Participaram da pesquisa 61 crianças da fase pré-escolar onde predominaram as crianças a termo 92%, mães com seis ou mais consultas no pré-natal 92%, tipo de parto cesárea 66%, crianças com peso e altura adequadas ao nascimento. Quanto aos dados socioeconômicos, verifica-se que 58% das famílias não possuíam plano de saúde, 54% dos pais das crianças encontravam-se em união estável, 63% das mães apresentaram nível médio ou superior de escolaridade em relação aos pais que apresentaram apenas 54%, 90% das mães trabalhavam fora do lar. A classe econômica prevalente na amostra foram as classes E a C1. Em relação aos dados psicossociais, a média da idade das mães foi 32 anos, 43% das famílias não planejaram a gravidez de seus filhos e apenas 5% não amamentaram, o sexo predominante foi o masculino e a cor parda mais prevalente. Verificou-se a correlação positiva entre o parto normal e risco na área da linguagem. A menor altura ao nascimento esteve associada ao risco na área motora fina. Crianças com menor altura na idade pré-escolar apresentaram risco na área pessoal-social. Os resultados revelaram que 77% das crianças apresentaram risco no desenvolvimento global pelo Teste de Denver II e nas áreas avaliadas as crianças apresentaram mais atraso na área motora fina (48%), seguido da área da linguagem (44%), pessoal-social (33%) e motora ampla (18%). Os fatores biológicos e socioeconômicos associados à alteração no desenvolvimento no atual estudo foram:

parto normal e menor renda familiar com risco na área da linguagem, menor altura da criança com risco nas áreas pessoal-social e motora fina. Em nosso estudo a maioria das crianças avaliadas apresentaram-se normais ou não risco nas áreas de linguagem, pessoal-social, motor amplo e motor fino, porém foram classificadas como risco no item classificação total do Teste de Denver II, o que configura que, crianças aparentemente saudáveis possam estar propensas a apresentar risco em seu desenvolvimento. Na análise de associação de fatores, verificou-se que menor renda familiar se correlacionou com o risco de atraso na área da linguagem corroborando com o estudo de Costa, Cavalcante e Dell Aglio (2015). Em nosso estudo, 80% das crianças apresentavam peso saudável de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC) na fase pré-escolar, sendo apenas 7% com baixo peso e 7% com sobrepeso. Loosli et al. (2012) relacionou os dados do crescimento e desenvolvimento com o IMC em crianças institucionalizadas em creche, observou-se que o valor do IMC/idade não influenciou em nenhuma das áreas do Teste de Denver II, concordando com nosso estudo. Podem ser observadas no presente estudo as seguintes limitações: o fato do de o Teste de Denver II ser um teste de triagem e não de diagnóstico, o fato de os pais ou responsáveis não responderem todas as perguntas referentes a crianças e ao perfil socioeconômico, o que pode ter ocasionado déficit de informações, comprometendo o resultado do estudo. Considerações Finais Os resultados evidenciaram que a maioria das crianças eram saudáveis em relação, embora fossem classificadas como risco na avaliação global do teste. Foi identificado asociação de fatores biológicos (parto normal, altura ao nascimento e altura na idade pré-escolar) e socioeconômicos (renda familiar mensal) desfavoráveis sobre o desenvolvimento neuropsicomotor dos pré-escolares, sendo a área da linguagem com maior influência. A escola constitui importante instutuição que permite aos alunos experiências novas, diferentes das que são experimentadas no ambiente domiciliar, fato que possa ter contribuido no desempenho dos préescolares.

Referências BALTIERI, L.; SANTOS, D. C. C.; GIBIM, N. C.; SOUZA, C. T.; BATISTELA, A. C. T.; TOLOCKA, R. E. Desempenho motor de lactentes frequentadores de berçários em creches públicas. Revista Paulista de Pediatria, v. 28, n. 3, 2010, p. 283-289. BERGER, K. S. O desenvolvimento da pessoa: do nascimento à terceira idade. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. COSTA, E. F.; CAVALCANTE, L. I. C.; DELL AGLIO, D. D. Language development profile of children in Belen, according to Denver Developmental Screening Test. Revista CEFAC, v. 17, n.4, 2015, p.1090-1102. FRANKENBURG, W. K.; DODDS, J.; ARCHER, P.; SHAPIRO, H.; BRESNICK, B. The Denver II: A major revision and restandartization of the Denver development screening Test. Pediatrics, Illinois, v. 89, n. 1, 1992, p. 91-97. LOOSLI, N. S.; SOUZA, C. C. S.; UZELOTO, J. S.; OLIVEIRA, E. V.; SANTOS, D. F.; MARCELINO, L. S.; GENARO, S. C.; PACAGNELLI, F. L.; SILVA, R. C. R.; FERNANI, D. C. G. L. Análise de crianças de creche através do Índice de Massa Corporal e Teste de Denver II. Colloquiun Vitae, v. 4, 2012, p.97-105. PILZ, E. M. L.; SCHERMANN, L. B. Determinantes biológicos e ambientais no desenvolvimento neuropsicomotor em uma amostra de crianças de Canoas/RS. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio Grande do Sul, v. 12, n. 1, 2007, p.181-190.