CALOR ISOSTÉRICO DE SORÇÃO DA SEMENTE DE GERGELIM BRS SEDA

Documentos relacionados
DETERMINAÇÃO DO CALOR ISOSTÉRICO DE SORÇÃO E DA ENTROPIA DIFERENCIAL DO CAJÀ EM PÓ MICROENCAPSULADO COM DIFERENTES FORMULAÇÕES RESUMO

ENTROPIA DIFERENCIAL DO PÓ DO MIX DE BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO - CALOR ISOSTÉRICO DE SORÇÃO

XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2017 Hotel Ritz Lagoa da Anta - Maceió - AL 30 de julho a 03 de agosto de 2017

CALOR ISOSTÉRICO DA POLPA DE BANANA VARIEDADES MAÇÃ E NANICA

RESUMO. Palavras-chave: equilíbrio higroscópico, modelagem matemática, Oryza Sativa.

Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes Aula 04

COMPORTAMENTO HIGROSCÓPICO DA SEMENTES DE LINHAÇA (Linum usitatissimum L.). G.Z. Campos e J.A.G. Vieira* RESUMO

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS PARÂMETROS DE MODELOS BI- PARAMÉTRICOS QUE PREDIZEM ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE UMIDADE DO GUARANÁ

DESSORÇÃO E CALOR ISOSTÉRICO DE AMÊNDOAS DE BARU DESORPTION AND ISOSTERIC HEAT OF BARU ALMONDS

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

Determinação do equilíbrio higroscópico e do calor isostérico da polpa e da casca do abacaxi (Ananas comosus) 1

Isotermas de sorção de tâmaras: determinação experimental e avaliação de modelos matemáticos 1

ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR VERDE (Vigna unguiculata (L.) Walpers), VARIEDADE SEMPRE-VERDE.

ESTUDO DAS ISOTERMAS E CALOR ISOSTÉRICO DE ADSORÇÃO DA FARINHA DA COROA DE FRADE

Isotermas e Calor Isostérico de Sorção do Feijão 1

ATIVIDADE DE ÁGUA DO CAJÁ EM PÓ MICROENCAPSULADO COM DIFERENTES MATERIAIS DE PAREDE RESUMO

CINÉTICA DE SECAGEM DA TORTA DE MAMONA

OBTENÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DAS FARINHAS DAS SEMENTES DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA L.)

DETERMINAÇÃO DA CURVA DE EQUILÍBRIO HIGROSCÓPICO DO URUCUM

ISOTERMAS E CALOR ISOSTÉRICO DAS SEMENTES DE ALGODÃO COM LÍNTER E SEM LÍNTER

PALAVRAS-CHAVE: bagaço de cana-de-açúcar; equilíbrio higroscópico; calor isostérico. HYGROCOPIC EQUILIBRIUM AND ISOSTERIC HEAT OF SUGARCANE BAGASS

DEMANDA ENERGÉTICA ENVOLVIDA NO PROCESSO DE DESSORÇÃO DE UMIDADE EM POLPA DE MANGA

Modelos matemáticos na secagem intermitente de arroz

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

Aplicação de modelos matemáticos bi e triparamétricos na predição de isotermas de adsorção de umidade do guaraná (Paullinia cupana) em pó 1

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES DE PINHÃO MANSO INTRODUÇÃO

EQUILÍBRIO DE SORÇÃO DE ÁGUA NA MANGABA (HANCORNIA speciosa)

OBTENÇÃO E MODELAGEM DAS ISOTERMAS DE DESSORÇÃO E DO CALOR ISOSTÉRICO DE DESSORÇÃO PARA GRÃOS DE TRIGO

CINÉTICA DE SECAGEM DE DIFERENTES FRUTAS COMUNS EM FEIRAS ORGÂNICAS

Obtenção e modelagem das isotermas de dessorção e do calor isostérico para sementes de arroz em casca

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

CINÉTICA DE SECAGEM E MODELAGEM MATEMÁTICA DO FRUTO DE BURITI (Mauritia flexuosa)

Sorption isotherms of pepper seeds variety Cabacinha

DETERMINAÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE ARROZ AROMÁTICO

DETERMINAÇÃO DAS ISOTERMAS DE EQUILÍBRIO DAS SEMENTES DE UVA DAS VARIEDADES CABERNET SAUVIGNON E BORDÔ

Isotermas de dessorção e calor isostérico dos frutos de crambe

DETERMINAÇÃO DAS ISOTERMAS DE EQUILÍBRIO HIGROSCÓPICO DE FRUTOS DE CRAMBE PELO MÉTODO DINÂMICO

Determinação das Propriedades Físicas de Grãos de Girassol BRS G57.

CINÉTICA DE SECAGEM DE ABACAXI CV PÉROLA EM FATIAS RESUMO

Isotermas e calor latente DE DESSORÇÃO dos grãos de milho da cultivar ag Isotherms AND latent heat of desorption of corn

INFLUÊNCIA DO TEOR DE ÁGUA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE ARROZ VERMELHO EM CASCA

Modelagem Matemática da Secagem de Café Natural Beneficiado com Alto Teor de Água

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) VARIEDADE EMGOPA OURO

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

CINÉTICA DE SECAGEM DO ESPINAFRE (Tetragonia tetragonoides)

ISOTERMAS DE SORÇÃO DAS ESPIGAS DE MILHO: OBTENÇÃO E MODELAGEM

aula EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE REGRESSÃO Análise do desempenho do modelo em regressões

SELETIVIDADE DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

MODELOS MATEMÁTICOS PARA AJUSTE DAS ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DA POLPA DE BANANA DA VARIEDADE PRATA 1

Higroscopicidade das sementes de pimenta (Capsicum chinense L.)

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS ESTÁTICO E DINÂMICO NA DETERMINAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIGROSCÓPICO DAS ESPÍGAS DE MILHO

AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUO ORGÂNICO E ADUBAÇÃO FOSFATADA NO CULTIVO DE GERGELIM (Sesamum indicum L. cv. Trhébua)

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO PARA DESCASCAMENTO DE MAMONA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

CINÉTICA DE SECAGEM DE MASSA ALIMENTÍCIA INTEGRAL. Rebeca de L. Dantas 1, Ana Paula T. Rocha 2, Gilmar Trindade 3, Gabriela dos Santos Silva 4

ANÁLISE ENERGÉTICA DA SECAGEM DE CAFÉ EM SECADORES HORIZONTAL E VERTICAL DE FLUXOS CRUZADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS VITOR GONÇALVES FIGUEIRA

EXTRATO SECO DE URUCUM (Bixa Orellana L)

ADUBAÇÃO NITROGENADA EM NABO FORRAGEIRO PARA BIOMASSA NITROGEN IN TURNIP FORAGE FOR BIOMASS

Isotermas de dessorção de resíduos de abacaxi

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO, CULTIVAR BRS 201

AVALIAÇÃO HIGROSCÓPICA DA FIBRA RESIDUAL DO ABACAXI HYGROSCOPIC EVALUATION OF PINEAPPLE RESIDUAL FIBER

EFEITO DA RADIAÇÃO SOLAR DIRETA NA QUALIDADE DE GRÃOS DO MILHO

INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE NA VELOCIDADE TERMINAL DE GRÃOS DE SORGO E MILHETO

UTILIZAÇÃO DE CASCA, TORTA DE MAMONA E FOSFATO NATURAL NA FERTILIZAÇÃO DE PLANTAS DE MAMONEIRA. Souza Carvalho Júnior

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

CINÉTICA DE SECAGEM DE RESÍDUOS DE Artocarpus heterophyllus Lam

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE GRÃOS DE FEIJÃO- CAUPI

ESTUDO DA SOLUBILIDADE DO PARACETAMOL EM ALGUNS SOLVENTES UTILIZANDO O MODELO NRTL

DETERMINAÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO E DO CALOR DE SORÇÃO DA FARINHA DE BABAÇU COMERCIAL

EFEITO DO GRAU DE UMIDADE DOS FRUTOS DE MAMONEIRA SOBRE A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE DESCASCAMENTO MECÂNICO

Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA COM E SEM CASCA

ANÁLISE DOS PARÂMETROS DO MODELO DE ADSORÇÃO EM MULTICAMADA, CALOR ISOSTÉRICO E ENTROPIA DE DESSORÇÃO PARA ISOTERMAS DE CEVADA RESUMO

Análise de trilha para componentes da produção de álcool em híbridos de sorgo sacarino 1

PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DAS SEMENTES DE PINHÃO- MANSO THERMODYNAMIC PROPERTIES OF SEEDS JATROPHA

PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) VARIEDADE EMGOPA 201 OURO

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE GERGELIM SOB ADUBAÇÃO NITROGENADA EM DUAS SAFRAS AGRÍCOLAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DO PROCESSO DE SECAGEM DOS GRÃOS DE CANOLA (Brassicanapus L) RESUMO

Determinação do calor de dessorção para materiais têxteis

FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

Calcule o valor mínimo de M para permitir o degelo (e recongelação) do bloco à medida que é atravessado pela barra.

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 616

Isoterma de dessorção e calor latente de vaporização da semente de pimenta Cumari Amarela (Capsicum chinense L.)

AVALIAÇÃO DE ISOTERMAS DE SORÇÃO DE BANANA DESIDRATADA

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA PREDIÇÃO DE UMIDADE DE EQUILÍBRIO DE PLANTAS MEDICINAIS

Análise e Determinação da Umidade de Equilíbrio Higroscópico de Grãos e da Farinha de Trigo na Temperatura de 50 ºC

AVALIAÇÃO TÉRMICA DO PROCESSO DE SECAGEM DE MISTURAS DE GRAVIOLA E LEITE EM SECADOR DE LEITO DE JORRO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

PSICROMETRIA PSICROMETRIA PSICRÔMETRO 15/10/2018 PROPRIEDADES DAS MISTURAS AR SECO-VAPOR 1. COMPOSIÇÃO AR ÚMIDO VAPOR D ÁGUA AR SECO.

AVA LIA ÇÃO D A CIN ÉTICA D E SECAGEM D O TIJO LO CERÂM ICO

Calibração e validação da produtividade agrícola municipal para cultura da soja na região sul do Brasil simuladas através do modelo sarrazon

Transcrição:

Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2017 Hangar Convenções e Feiras da Amazônia - Belém - PA 8 a 11 de agosto de 2017 CALOR ISOSTÉRICO DE SORÇÃO DA SEMENTE DE GERGELIM BRS SEDA RENATO COSTA DA SILVA 1, KAROLINE THAYS ANDRADE ARAÚJO 1 * FRANKLIN GOMES CORREIA 1 ; FRANCISLAINE SUELIA DOS SANTOS 1 JOSIVANDA PALMEIRA GOMES 2 1 Mestrando em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande-PB, renatinocosta@gmail.com,karoline_thays@hotmail.com, franklincorreiaufcg@yahoo.com.br, suelia_santos@hotmail.com 2 Docente/pesquisador do Depto de Engenharia agrícola-uaea-ufcg; E-mail: josivanda@gmail.com Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2017 8 a 11 de agosto de 2017 Belém-PA, Brasil RESUMO: O gergelim (Sesamum indicum L.) é uma espécie de planta herbácea com produção anual, sua semente tem uma elevada qualidade nutricional e é composta em média de 50% de óleo, muito contemplada como um alimento energético. É possível estimar a quantidade mínima de calor requerido para remover uma dada quantidade de água, calculando-se o calor isostérico, ajudando a compreender o processo de secagem de determinado produto. Objetivou-se nesse trabalho calcular o calor isostérico para a semente de gergelim da variedade BRS Seda. Para a realização do cálculo, a atividade de agua e a umidade de equilíbrio foram determinadas em laboratório. Com o uso destes valores foi determinado o calor isostérico, utilizando a equação de Clausius-Clapeyron. Os valores do calor isostérico do gergelim BRS Seda para os teores de umidade de equilíbrio, de 3,9 a 5,97 % (b.s.), variaram de 2562,11 a 3200,17 kj/kg. Concluiu-se que quanto menor a quantidade de água na semente, mais energia foi necessário para a evaporação da mesma no produto. PALAVRAS-CHAVE: Sesamum indicum L., atividade de água, energia SORPTION ISOSTERIC HEAT GERGELIM SEED BRS SEDA ABSTRACT: The sesame (Sesamum indicum L.) is a species of herbaceous plant with annual production, its seed has a high nutritional quality and is composed on average 50% of oil, much contemplated as an energetic food. It is possible to estimate the minimum amount of heat required to remove a given amount of water by calculating the isosteric heat, helping to understand the drying process of a given product. The objective of this work was to calculate the isosteric heat for the sesame seed of the BRS Sed a variety. For the calculation, the water activity and the equilibrium moisture were determined in the laboratory, and the Clausius-Clapeyron equation was used for the calculation. The isosteric heat values of BRS Seda sesame for equilibrium moisture contents of 3.9 to 5.97% (b.s.) ranged from 2562.11 to 3200.17 kj / kg. It is concluded that the smaller the amount of water in the seed, the more energy is needed for the evaporation of the same in the product. KEYWORDS: Sesamum indicum L., water activity, energy INTRODUÇÃO O gergelim (Sesamum indicum L.), é uma oleaginosa que pertence à família Pedaliaceae, tem uma ampla relevância socioeconômica, é cultivada em muitos países de clima tropical e subtropical com o intuito principal da extração do seu óleo, devido seu grande potencial na indústria, na medicina e na alimentação (Arriel et al., 2014). Com isso, a fim de se analisar a efetividade e preparar a produção, carência e capacidade energética, faz-se conveniente a compreensão das características caloríficas da semente de gergelim, particularmente a respeito de seu calor isostérico. Estudar calor isostérico em função da umidade de equilíbrio é fundamental para os estudos de secagem com o intuito do armazenamento dos produtos agrícolas, sendo capaz de deduzir as necessidades energéticas do procedimento da secagem. Com o calor isostérico é possível se estimar a quantidade mínima de calor necessária para retirar um volume de água e se obter algumas suposições

sobre a microestrutura e as modificações físicas que ocorrem nos alimentos. Pode-se dizer que o calor isostérico é uma característica termodinâmica de sorção de água fundamental no estudo do fenômeno de transferência de calor e de massa (Campos et al., 2009; Lima et al., 2008). Devido ao pressuposto apresentado, este trabalho foi realizado com o objetivo de se calcular o calor isostérico de sorção da semente de gergelim BRS Seda. MATERIAIS E MÉTODOS Os dados experimentais deste trabalho foram realizados no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA), da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola (UAEA), do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais (CTRN) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em Campina Grande, PB. Foi utilizado como matéria-prima sementes de gergelim adquiridas na Embrapa Algodão de Campina Grande, PB. As sementes foram separadas manualmente de grãos imaturos, rachados ou partidos; sementes de ervas daninhas, material inerte e pedaço de plantas, como precaução contra a possível influencia na leitura da atividade de água. O cálculo do calor isostérico foi realizado utilizando as leituras de atividade de água (a w) da semente do gergelim obtidas no higrômetro AquaLab 3TE (Decagon) nas temperaturas de 30, 35 e 40 C, e as umidades de equilíbrio (%, b. s.) foram determinadas pelo método da estufa (105 ºC durante 24hs), de acordo com a metodologia descrita em Brasil (2005). Para a realização do cálculo do calor isostérico líquido (Qst), foi-se aplicado o modelo exponencial de Sopade e Ajisegiri (1994) mostrada na Eq. 1, onde representa o comportamento do calor isostérico de sorção em função apenas do teor de umidade de equilíbrio (Oliveira et al., 2013; Teixeira et al., 2012), e a equação de Clausius-Clapeyron (Eq. 2), modificada por Wang & Brennan (1991), que considerou além do teor de umidade de equilíbrio também a temperatura. qst A. exp( B. Ueq ) (1) qst 1 ln (aw) ( ). C (2) R T a Em que: qst - o calor isostérico líquido de sorção (kj/kg), A e B - coeficientes do modelo, aw - é a atividade de água (decimal), Ta - temperatura em absoluta (K), e R - constante universal dos gases (8,314 kj.kmol1/k) sendo para o vapor d água 0,4619 kj/kg K, C - constante de integração, adimensional. Para a equação de Clausius-Clapeyron, o calor isostérico líquido de sorção (qst) foi determinado a partir das inclinações das retas do gráfico ln (aw) x (1/Tabs) para os diversos teores de umidade de equilíbrio (Eq. 3). qst coeficient e angular x R (3) Foi calculado o calor isostérico integral de sorção (Qst), que além do calor isostérico líquido de sorção, também considera o calor latente de vaporização da água livre (L = kj/kg), de acordo com a (Eq. 4). L 2502, 2 2, 39. T (4) Em que: T temperatura média (ºC). E obtido o calor isostérico integral de sorção (Qst = kj/kg) adicionando aos valores de calor isostérico líquido de sorção (qst = kj/kg) e o valor do calor latente de vaporização da água livre (L = kj/kg) representada pela Eq. 5. Qst qst L A. exp( B. Ueq ) L (5) Em que: A e B - coeficientes do modelo. Os cálculos de inclinação das retas e curva do calor isostérico foram realizados utilizando-se de programa computacional Statistica 7. Na análise de representatividade dos dados, os dados experimentais foram comparados com os valores preditos pela (Eq. 5), verificando-se a porcentagem de erro médio relativo (P) e o coeficiente de determinação (R²). RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para se obter os valores de calor isostérico integral de sorção Qst (kj/kg), foi-se incluído aos valores de calor isostérico líquido de sorção qst (kj/kg) o valor do calor latente de vaporização (L), que indica a menor quantidade de energia para que ocorra a evaporação da água, calculado para a temperatura média de 35 ºC, que resultou no valor de 2418,55 kj/kg. A partir da obtenção dos valores de ln (aw), estão representadas na Figura 1 as curvas do logaritmo neperiano da atividade de água da semente de gergelim BRS seda em função do inverso da temperatura absoluta (1/T, 1/K) para diferentes teores de umidade de equilíbrio (%, b.s.) e suas respectivas equações lineares. Figura 1. Valores de ln (aw) para diferentes teores de umidade de equilíbrio (%, b.s.), em função da atividade de água (aw) e da temperatura para semente de gergelim BRS Seda. -0,4-0,5-0,6-0,7 ln (aw) -0,8-0,9-1,0-1,1-1,2-1,3 0,00318 0,00320 0,00322 0,00324 1/T 0,00326 0,00328 0,00330 0,00332 Ueq (%, b. s.) 3,9 4,01 4,13 4,28 4,33 4,53 4,77 4,98 5,1 5,21 5,37 5,72 5,97 Os valores do calor isostérico líquido e integral de sorção obtidos, respectivamente, a partir do coeficiente angular e do calor latente de vaporização, estão expostos na Tabela 1. A partir dos dados, é possível verificar que os valores de calor isostérico integral de sorção, para a semente de gergelim na faixa de teor de umidade de 3,9 a 5,97 % (b.s.), variaram de 2562,11 a 3200,17 kj/kg. Oliveira et al. (2014), estudando o calor isostérico da semente do arroz em casca encontraram valores de calor isostérico integral de dessorção, na faixa de teor de umidade de 3,2 a 13,8 (% b.s.), de 2.514,26 a 2.572,45 kj/kg, já Chaves et al. (2013), estudando o calor isostérico das sementes de pinhão-manso relataram valores na faixa de teor de umidade de 5,6 a 13,4 % (% b.s.), de 2631,89 a 3035,61 kj/kg. Com os dados relatados é possível afirmar que o gergelim apresentou uma aproximação nos valores da energia em relação ao o pinhão-manso e maior variação quando comparado ao arroz em casca; a aproximação em relação ao pinhão-manso pode ser explicado devido as duas serem oleaginosas, requerendo assim, mais energia para a remoção da água contida nas mesmas.

Tabela 1. Valores do calor isostérico líquido e integral de sorção para diferentes teores de umidade de equilíbrio (% b. s.). Teor de Calor isostérico Calor isostérico umidade de Coeficiente líquido integral Equação da reta equilíbrio angular (kj/kg) (kj/kg) (%, b.s.) 5,97 y = -1,5028 + 310,9572*x 310,95 143,55 2562,11 5,72 y = -1,5864 + 318,7022*x 318,7 147,13 2565,68 5,37 y = -1,8018 + 374,7921*x 374,79 173,02 2591,57 5,21 y = -1,9937 + 376,4373*x 376,43 173,78 2592,33 5,10 y = -2,1179 + 453,3542*x 453,35 209,29 2627,84 4,98 y = -2,1859 + 466,8489*x 466,84 215,52 2634,07 4,77 y = -2,4692 + 497,9333*x 497,93 229,87 2648,42 4,53 y = -3,2106 + 715,0782*x 715,07 330,12 2748,67 4,33 y = -4,1258 + 981,0515*x 981,05 452,92 2871,47 4,28 y = -4,6757 + 1096,1525*x 1096,15 506,05 2924,61 4,13 y = -5,3868 + 1332,1527*x 1332,15 615,01 3033,56 4,01 y = -5,4428 + 1375,9656*x 1375,96 635,23 3053,78 3,90 y = -6,5226 + 1693,0374*x 1693,03 781,62 3200,17 Tem-se na Figura 2, os valores do calor isostérico integral de sorção Qst (kj/kg) da semente de gergelim BRS Seda em função do teor de umidade de equilíbrio (% b.s.). Os valores dos parâmetros estimados e coeficiente de determinação foram, respectivamente, A = 55372,4, B = 1,102 e R2 = 0,97. A partir da análise dos resultados da Figura 2, assim como o mencionado por Oliveira et al. (2013) e por Teixeira et al. (2012) foi possível verificar que à medida que o teor de umidade do produto diminui, mais energia é necessária para a remoção de água. Figura 2 - Valores experimentais e preditos do calor isostérico integral de dessorção Qst (kj/kg) estimados em função do teor de umidade de equilíbrio (% b. s.) da semente de gergelim BRS Seda. 3300 3200 3100 3000 Qst = (55372,4)*exp(-(1,102)*x)+2418,55 R² = 97 P = 1,07 % Qst (kj/kg) 2900 2800 2700 2600 2500 2400 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 5,6 5,8 6,0 6,2 Umidade de equilibrio (%, b. s.)

Observando a Figura 2, pode-se afirmar que quanto menor a quantidade de água contida no produto, mais necessária é a quantidade de energia para retirar essa água do produto. Sendo também relatado para diversos produtos agrícolas, como crambe (Costa et al., 2013), pimenta-malagueta (Silva & Rodovalho, 2012) e pinhão (Ullmann et al., 2016). O coeficiente de determinação (R²) foi de 0,97, valor este que varia entre 0 e 1, indicado em decimal, e indica o quanto a equação é capaz de explicar os valores observados. Com isso, quanto mais próximo a 1 o (R²) melhor ela se ajusta à os dados experimentais. O desvio médio relativo P (%) foi de 1,07%, apresentando um ajuste satisfatório aos dados experimentais. CONCLUSÕES A solicitação energética essencial para a retirada de água presente na semente de gergelim BRS Seda é relatada através do calor isostérico de sorção, para os teores de umidade de equilíbrio, de 3,9 a 5,97 % (b.s.), que variaram de 2562,11 a 3200,17 kj/kg, relacionando-se que, quanto mais baixo o teor de umidade de equilíbrio, maior será a quantidade de energia necessária para a remoção da água contida no produto. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Métodos químicos e físicoquímicos para análise de alimentos, Brasília: Ministério da Saúde, 1017f, 2005. IGLESIAS, H.; CHIRIFE, J. Prediction of the effect of temperature on water sorption isotherms of food material. Journal of Food Technology, Oxford, v.11, p.109-116, 1976. ARRIEL, N. H. C.; BEZERRA, B. B.; MOTA, J. V. F.; FARIAS, A. L.; LUCENA, A. M. A.; ARAÚJO, M. C. F.; ALBUQUERQUE, F. A.; SOUSA, S. L. Produtividade da cultivar BRS Seda em diferentes configurações de plantio. In: VI Congresso Brasileiro de Mamona, 6, e III Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, 3., 2014, Fortaleza. Anais...Campina Grande: Embrapa Algodão, 205p. 2014. CAMPOS, A. R. N.; SILVA, F. L. H. da; GOMES, J. P.; OLIVEIRA, L. S. C.; OLIVEIRA, M. M. de. Isotermas de adsorção e calor isostérico da palma forrageira enriquecida proteicamente. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.13, n.6, p.734-740, 2009. LIMA, E. E. de; SILVA, A. S. A.; FIGUEIREDO, R. M. F. de; QUEIROZ, A. J. de M. Estudo das isotermas e calor isostérico de adsorção da farinha da coroa de frade. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.2, p. 163-170, 2008. SOPADE, P. A.; AJISEGIRI, E. S. Moisture sorption study on nigerian foods: maize and sorghum. Journal of Food Engineering, Lleida, v.17, n.1, p.33-56, 1994. OLIVEIRA, D. E. C.; RESENDE, O.; SMANIOTTO, T. A. S.; SOUSA, K. A.; CAMPOS, R. C. Propriedades termodinâmicas de grãos de milho para diferentes teores de água de equilíbrio. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.43, n.1, p.50-56, 2013. TEIXEIRA, L. P.; ANDRADE, E. T.; SILVA, P. G. L. Determinação do equilíbrio higroscópico e do calor isostérico da polpa e da casca do abacaxi (Ananas comosus). Engevista, Niterói, v. 14, p. 172-184, 2012. WANG, N.; BRENNAN, J. G. Moisture sorption isotherm characteristics of potatoes at four temperatures. Journal of Food Engineering, New York, v.14, n.1, p.269-287, 1991. OLIVEIRA, D. E. C.; RESENDE, O.; CAMPOS, R. C.; DONADON, J. R. Obtenção e modelagem das isotermas de dessorção e do calor isostérico para sementes de arroz em casca, Científica, Jaboticabal, v.42, n.3, p.203-210, 2014. ULLMANN, R.; RESENDE, O.; OLIVEIRA, D. E. C.; COSTA, L. M.; CHAVES, T. H. Higroscopicidade das sementes de sorgo-sacarino, Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.36, n.3, p.515-524, 2016. COSTA, L. M.; RESENDE, O.; OLIVEIRA, D. E. C. Isotermas de dessorção e calor isostérico dos frutos de crambe. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.17, n.4, p.412-418, 2013. SILVA, H. W.; RODOVALHO, R. S. Isotermas de dessorção das sementes de pimenta malagueta. Global Science and Technology, Rio Verde, v.5, n.1, p.32-39, 2012.