DIREITOS HUMANOS Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Instrumentos Normativos Convenção Americana sobre Direitos Humanos Parte 2 Profª. Liz Rodrigues
- Garantias judiciais (art. 8º): todos tem o direito de serem ouvidos por um tribunal competente, independente e imparcial, toda pessoa tem o direito de ser presumida inocente, enquanto não for legalmente provada culpada, tem o direito de ser assistido por um intérprete ou tradutor, caso não compreenda o idioma do juízo, temo direito de defender-se ou de ter um defensor, de conhecer sua acusação, de ter um defensor provido pelo Estado, se não puder fazê-lo por conta própria, dentre outros.
- É assegurado a todos o direito de inquirir testemunhas, de não ser obrigado a depor contra si mesma e nem se declarar culpada e, ainda, o direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. - Ampla defesa e duplo grau de jurisdição. O processo deve ser público, a pessoa deve ser julgada por seu juiz natural e, não necessariamente, terá que ser julgada por um tribunal do júri.
- Irretroatividade da lei penal maléfica: ninguém pode ser condenado por atos ou omissões que, quando foram cometidos, não constituíam delito. - Não poderá ser aplicada uma pena mais grave que aquela prevista em lei no momento em que o delito houver sido praticado. Se, após praticado o delito, a lei for alterada e a ele vier a ser aplicada pena mais leve, o condenado pode ser beneficiado.
- Prisão civil: como regra geral, as pessoas só devem perder a sua liberdade em razão da imposição de uma sanção pela prática de um crime. - Porém, em determinados casos, uma pessoa pode ser presa por ter praticado um ato ilícito de caráter civil.
- Art. 5º, LXVII, CF/88: não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. - Art. 7º, 7, CADH: ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
- Recurso Extraordinário n. 466.343. - Duas consequências importantíssimas: - Status dos tratados internacionais de direitos humanos que não haviam sido ratificados nos termos do art. 5º, 3º da CF/88 e que, por isso, não eram equivalentes às emendas constitucionais.
- Os tratados de direitos humanos aprovados pelo Congresso Nacional em quórum de maioria simples passam a ser considerados normas infraconstitucionais e supralegais. - Consequentemente, a legislação contrária, inferior ao tratado, foi excluída do ordenamento - inclusive normas que regulamentavam a prisão civil do depositário infiel (art. 652, CC/02 e DL n. 911/69).
- A segunda consequência é a expedição da Súmula Vinculante n. 25: é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. - Em resumo, após o julgamento do RE 466.343, a única modalidade de prisão civil admitida no direito brasileiro é a do devedor voluntário e inescusável de obrigações alimentícias.
- Proibição da escravidão e da servidão: ninguém poderá ser submetido à escravidão, ninguém poderá ser submetido à servidão, a escravidão, a servidão, o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres devem ser proibidos em todas as suas formas.
- Ninguém deve ser constrangido a executar trabalhos forçados ou obrigatórios. - Trabalhos forçados: se houver a previsão de pena privativa de liberdade acompanhada de trabalhos forçados, a vedação prevista no art. 6º do tratado não poderá ser utilizada para evitar a imposição desta pena, desde que este tipo de sanção tenha sido aplicada por um juiz ou tribunal competente.
- O trabalho forçado não deve afetar a dignidade do preso, a capacidade física e a capacidade intelectual do recluso. - Algumas atividades não são consideradas trabalhos forçados: a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente.
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consciência, qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que ameacem a existência ou o bem-estar da comunidade; d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.
- Liberdade de consciência e religião (art. 12): liberdade de conservar ou mudar de religião ou crença, e de professar/divulgar de modo coletivo ou individual, em público ou de modo privado. - É proibido submeter pessoas a medidas que restrinjam a sua liberdade de manter sua religião ou crenças ou de muda-las, se lhes convier. Os pais tem direito de assegurar a seus filhos a educação moral ou religiosa conveniente.