8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

Documentos relacionados
CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO COM FUNGICIDAS NO CONTROLE DE PATÓGENOS CAUSADORES DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

EFEITO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE PATÓGENOS EM SEMENTES DE ALGODÃO *

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE)

TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO VISANDO O CONTROLE DE PATÓGENOS ASSOCIADOS ÀS SEMENTES E PROTEÇÃO CONTRA Rhizoctonia solani PRESENTE NO SOLO

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DE INÓCULO DE Rhizoctonia Solani NA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO COM FUNGICIDAS NO CONTROLE DO TOMBAMENTO *

Tratamento de Sementes de Cevada, Cultivar BR 2, com Fungicidas, no Ano de 1998

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DA MANCHA DE RAMULARIA (Ramularia areola) NA REGIÃO DE CAMPO VERDE MT *

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 392

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Palavras-chave: Algodão, Doença, Patógeno, Fungo INTRODUÇÃO

Palavras-chave: algodão, ramulose, mancha de ramularia, fungicidas. INTRODUÇÃO

Palavras-chave: algodão, ramulose, mancha de ramularia, fungicidas. INTRODUÇÃO

EFiCÁCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELAS SEMENTES DE TRIGO. Resumo

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

CONTROLE DA COCHONILHA ATRAVÉS DE DIFERENTES INSETICIDAS, APLICADOS VIA FOLIAR, NA CULTURA DO ALGODÃO ADENSADO. Daniele Romano 1

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

EFEITO DA SEQÜÊNCIA (ORDEM) DE GRUPOS QUÍMICOS APLICADOS NO CONTROLE DE RAMULARIA SAFRA (*)

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

AVALIAÇÃO DO FUNGICIDA METOMINOSTROBIN NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. INTRODUÇÃO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO INTRODUÇÃO

SUSCETIBILIDADE DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO A Rhizoctonia solani E BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DE SEMENTES COM FUNGICIDAS (*)

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO COM FUNGICIDAS NO CONTROLE DE PATÓGENOS CAUSADORES DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS 1

CONTROLE DE DOENÇAS POR MEIO DE VARIEDADES RESISTENTES E MANEJO CULTURAL. Nelson Dias Suassuna EMBRAPA - Algodão

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Feksa, H. 1, Antoniazzi, N. 1, Domit, R. P. 2, Duhatschek, B. 3. Guarapuava PR. Palavras-chave: aviação agrícola, fungicida, rendimento, FAPA OBJETIVO

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE TRATAMENTO DE SEMENTES COM CLORETO DE MEPIQUAT, SOBRE O CRESCIMENTO DAS PLANTAS DE ALGODOEIRO

o custo elevado dos fertilizantes fosfatados solúveis em água

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

COMPORTAMENTO VARIETAL DE ALGODOEIROS À RAMULOSE CAUSADA POR Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

SELETIVIDADE DE THIAMETHOXAM + PROFENOFÓS, EM TRÊS DOSES, AOS PRINCIPAIS PREDADORES DAS PRAGAS QUE OCORREM EM SOJA

COMPRIMENTO E MATÉRIA SECA DE PLÂNTULAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO COLORIDO SEMEADAS COM E SEM LÍNTER

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

UTILIZAÇÃO DE ÓLEO DE NEGRAMINA (Siparuna guianensis Aublet) E EUCALIPTO (Eucalyptus spp) NO CONTROLE DA MELA EM CULTIVARES DE FEIJÃO COMUM E CAUPI

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1122

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO.

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1550

Princípios ativos via tratamento de sementes industrial na cultura do milho após armazenamento

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 869

CONTROLE QUÍMICO DA MANCHA DE RAMULÁRIA (Ramularia areola) NO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE- MT

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

ENSAIO NACIONAL DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE GOIAS SAFRA 2001/2002 *

AVALIAÇÃO E MANEJO DE DOENÇAS EM Brachiaria brizantha cv. BRS PIATÃ. Área Temática da Extensão: Tecnologia.

Impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE UM POLIFOSFATO SULFORADO (PTC) NO ALGODOEIRO EM SOLO DE GOIÂNIA-GO *

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

SEVERIDADE DA MANCHA DE RAMULÁRIA E RAMULOSE EM FUNÇÃO DO SISTEMA DE MANEJO DO SOLO EM CULTIVARES DE ALGODOEIRO 1

ÍNDICE 1. TÍTULO RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA MATERIAIS E MÉTODOS...

CONTROLE QUíMICO DE OíDIO, Microsphaera diffusa, EM TRÊS CUL TIVARES DE SOJA NA SAFRA 1998/1999

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

REAÇÃO À BRUSONE DE GENÓTIPOS DE TRIGO NO ESTÁDIO DE PLÂNTULA

CONTROLE DA LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)

DIFERENTES PROGRAMAS DE MANEJO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA (Zea mays L.), NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO.


AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 971

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS COM PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste Ministério da Agricultura e do Abastecimento

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

Desempenho Operacional de Máquinas Agrícolas na Implantação da Cultura do Sorgo Forrageiro

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1326

EFEITO DA DENSIDADE DE PLANTAS E MODO DE APLICAÇÃO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO NO ALGODOEIRO IPR 95 EM CULTIVO ULTRA-ESTREITO

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

Ensaio de tratamento de sementes de algodoeiro visando o controle das pragas iniciais (pulgão Aphis gossypii e tripes Frankliniella spp.).

PRODUÇÃO DE MILHO VERDE NA SAFRA E NA SAFRINHA EM SETE LAGOAS MG

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

RESPOSTA DO ALGODOEIRO A CLORETO DE MEPIQUAT E CLORETO DE MEPIQUAT + CICLANILIDA (*)

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIAS EM ESPAÇAMENTO NORMAL E REDUZIDO

EFICÁCIA E PRATICABILIDADE AGRONÔMICA DO PRODUTO CELEIRO (TIOFANATO METÍLICO + FLUTRIAFOL), NO CONTROLE DA FERRUGEM DO CAFEEIRO,

ENSAIO DE ALGODÃO COLORIDO NO NORDESTE. Aldo Arnaldo de Medeiros¹; José Expedito Pereira Filho²; Marcelo Gurgel Medeiros³

Transcrição:

Página 300 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO TRATAMENTO QUÍMICO NO CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO SISTEMA DE CULTIVO NA PALHA Luiz Gonzaga Chitarra 1 ; Cleiton Antônio da Silva Barbosa 2; Benedito de Oliveira Santana Filho 2 ; Pedro Brugnera 2. 1 Embrapa Algodão; e-mail: chitarra@cnpa.embrapa.br; 2 Círculo Verde Assessoria Agronômica & Pesquisa RESUMO O tombamento de plântulas de algodoeiro é causado principalmente pelos fungos Rhizoctonia solani Khun, Colletotrichum gossypii South var. cephalosporioides Costa (causador da ramulose) e Colletotrichum gossypii South (causador da antracnose), seguidos de Fusarium spp. e Pythium sp.. Observa-se também alta ocorrência da mela foliar, causada por Thanatephorus cucumeris, agente etiológico que ataca principalmente na fase inicial de desenvolvimento da cultura do algodoeiro, resultando em perdas econômicas. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a eficácia do tratamento químico no controle do tombamento de plântulas e mela no sistema de cultivo do algodoeiro na palha (Brachiaria ruziziensis), bem como avaliar os possíveis efeitos fitotóxicos advindos da utilização desses fungicidas. Nas condições que esse estudo foi conduzido, no sistema de cultivo do algodoeiro na palha, o tratamento de sementes com fungicidas proporcionou melhor emergência das plântulas e, consequentemente, estande mais uniforme. O tratamento de sementes com Dynasty + Cruiser proporcionou menor porcentagem de plantas com tombamento e sintomas de mela. A menor incidência de mela ocorreu em plantas que foram pulverizadas com fungicidas preventivamente. Não foi observado nenhum efeito fitotóxico nas plantas provenientes do tratamento de sementes com fungicidas ou dos tratamentos foliares no sistema de cultivo do algodoeiro na palha. Palavras-chave: Gossypium hirsutum L.; Rhizoctonia solani; Thanatephorus cucumeris; Fungicidas. INTRODUÇÃO Nos últimos anos no Estado da Bahia tem-se observado uma incidência elevada do tombamento de plântulas de algodoeiro causada pelo fungo Rhizoctonia solani, levando muitas vezes, à necessidade da ressemeadura, resultando em elevação no custo de produção. Outro fator importante e que deve ser levado em consideração é a elevada ocorrência da mela foliar, doença fúngica causada por Thanatephorus cucumeris, agente etiológico que ataca principalmente na fase inicial de desenvolvimento da cultura do algodoeiro no Oeste da Bahia, ocasionando perdas econômicas. Devido a estes fatores, um conjunto de medidas deve ser adotado para diminuir estas perdas. Dentre estas medidas, o tratamento de sementes adequado, o plantio na palha e o tratamento químico foliar

Página 301 podem contribuir para minimizar a incidência de tombamento e da mela foliar em algodoeiro como também assegurar maior rentabilidade e sustentabilidade da cultura do algodoeiro no Oeste da Bahia. Este trabalho teve como objetivos avaliar a eficácia do tratamento químico no controle do tombamento de plântulas e mela no sistema de plantio do algodoeiro na palha (Brachiaria ruziziensis), bem como avaliar os possíveis efeitos fitotóxicos (atraso na emergência, plântulas com folhas retorcidas, espessas e alargadas e redução da altura das plântulas) advindos da utilização dos fungicidas. METODOLOGIA O experimento foi instalado no Campo Experimental da Círculo Verde, em Luís Eduardo Magalhães BA. Foram utilizadas sementes de algodoeiro da cultivar Delta Opal semeadas em área dessecada contendo uma camada de 5 cm de palha proveniente de Brachiaria ruziziensis. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com os tratamentos dispostos no arranjo fatorial de 3 ( 2 tratamentos químicos de sementes + 1 testemunha) x 5 (2 tratamentos químicos foliares logo após a emergência das plântulas sem sintomas de mela + 2 tratamentos químicos foliares no início dos primeiros sintomas de mela + 1 testemunha), com quatro repetições, totalizando 60 parcelas experimentais, sendo cada parcela constituída por quatro linhas de plantio, espaçadas de 0,76 m e medindo 6 m de comprimento considerando-se como parcela útil as duas linhas centrais. Foram semeadas 12 sementes por metro, sendo as avaliações da emergência (tombamento de plântulas) realizadas no 4º e 10º dias. Foram avaliados os possíveis efeitos fitotóxicos (atraso na emergência, plântulas com folhas retorcidas, espessas e alargadas e redução da altura das plântulas) advindos da utilização dos fungicidas. Os tratamentos químicos de sementes para o controle do tombamento e os tratamentos foliares para o controle da mela estão descritos nas Tabelas 1 e 2. Os quatro tratamentos químicos foliares para o controle da mela no sistema de cultivo do algodoeiro na palha foram realizados em duas épocas, sendo dois tratamentos quando as plântulas atingiram 2 a 3 cm, aplicações preventivas sem sintomas de mela; e dois tratamentos no aparecimento dos primeiros sintomas de mela. A Tabela 3 sumariza os tratamentos utilizados. A avaliação das plântulas com sintomas de mela foi feita pela incidência, quantificando-se o número de plântulas que apresentaram sintomas característicos da doença.

Página 302 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados obtidos neste experimento foram submetidos à análise de variância e verificou-se efeito significativo somente para os fatores isolados. Em nenhuma das avaliações realizadas a interação entre os fatores estudados foi significativa. Os resultados provenientes da avaliação do estande de plântulas da cultivar Delta Opal submetida ou não ao tratamento de sementes no sistema de plantio na palha estão apresentados nas Tabelas 4 e 5. Na Tabela 4 observa-se que houve diferença significativa entre os tratamentos de sementes e a testemunha, segundo o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Na primeira avaliação não houve diferença significativa entre os tratamentos Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho e Dynasty + Cruiser, com 9.34 e 9.64 plântulas por metro linear, respectivamente, porém, estes tratamentos diferiram significativamente do tratamento testemunha, que apresentou 7.04 plântulas por metro linear. Estudos conduzidos em diferentes regiões do país têm demonstrado que os fungicidas atualmente disponíveis para tratamento de sementes de algodoeiro (pertencentes ao grupo dos protetores e dos sistêmicos) têm controlado de forma variável o complexo de fungos associados às sementes desta cultura, bem como o tombamento que causam em condições de campo (GOULART, 1988, 1992). Na segunda avaliação o tratamento de sementes com Dynasty + Cruiser proporcionou o maior número de plântulas por metro linear, com estande de 9.63 plântulas, diferindo significativamente do tratamento Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho com 9.27 plântulas. Nessa avaliação, ambos os tratamentos de sementes com fungicidas diferiram significativamente da testemunha que apresentou um estande de 6.25 plântulas. Segundo Goulart (2006), a ação combinada de fungicidas com diferentes modos de ação tem sido uma estratégia eficaz no controle de patógenos presentes nas sementes e/ou solo, além de evitar o surgimento de populações resistentes entre os patógenos. Em relação à terceira avaliação, Tabela 5, observa-se que os tratamentos de sementes com fungicidas (A1/A2/A4 e A5) diferiram significativamente do tratamento sem fungicidas (Testemunha = A3). O tratamento que proporcionou o maior número de plantas por metro foi o Dynasty + Cruiser com 9.25 plântulas por metro linear, diferindo significativamente do tratamento Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho e da Testemunha, com 9.03 e 6.76 plântulas por metro, respectivamente. A diferença significativa entre os tratamentos reflete e demonstra a eficiência de alguns produtos avaliados nesse experimento na manutenção da emergência de plântulas e no controle do tombamento causado por R. Solani, o que está de acordo com resultados obtidos por Goulart (1992, 2006).

Página 303 A primeira avaliação para verificar a ocorrência de mela nas plantas de algodoeiro foi realizada aos nove dias após a emergência (DAE) e observou-se que não houve plantas com sintomas de mela em nenhuma das parcelas avaliadas. Os resultados da incidência (%) de mela estão apresentados na Tabela 6. Na segunda avaliação, 15 DAE, observou-se que houve diferença significativa entre os tratamentos segundo o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O tratamento que recebeu aplicação foliar preventiva com Priori apresentou menor incidência de mela diferindo significativamente dos tratamentos testemunha (A3), A4 e A5, com aplicações efetuadas no aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Não houve diferença significativa entre as plantas das parcelas que receberam aplicação foliar preventiva, independentemente do fungicida utilizado. Em relação aos tratamentos de sementes, o tratamento com Dynasty + Cruiser proporcionou a menor incidência de mela, 1.00%, diferindo significativamente do tratamento Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho, com 2.45%, o qual diferiu significativamente do tratamento testemunha, com 3.40%. Na terceira avaliação observou-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos que receberam as aplicações foliares preventivas (A1 e A2) ou no aparecimento dos primeiros sintomas (A4 e A5) e o tratamento testemunha (A3). Nessa avaliação houve diferença significativa entre os tratamentos de sementes. As plantas que receberam o tratamento com Dynasty + Cruiser apresentaram menor porcentagem de sintomas de mela, 2.89%, diferindo significativamente do tratamento com Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho, com 4.60% e da testemunha com 5.25%. Na quarta avaliação houve diferença significativa entre os tratamentos que receberam as aplicações preventivas (A1 e A2) e os tratamentos que receberam as aplicações nos primeiros sintomas da doença (A4 e A5) e a testemunha (A3). Os tratamentos que receberam as aplicações preventivas, independente do fungicida foliar, proporcionaram o menor número de plantas com sintomas de mela. O tratamento testemunha apresentou o maior número de plantas com sintomas de mela, 28.50%. O tratamento de sementes com Dynasty + Cruiser proporcionou o menor número de plantas com sintomas de mela nesta avaliação, com 5.80%, diferindo significativamente dos tratamentos com Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho e testemunha, os quais apresentaram 25.70 e 40.15 % das plantas com sintomas da doença, respectivamente, diferindo significativamente. CONCLUSÕES Nas condições que esse estudo foi conduzido, no sistema de plantio na palha com Brachiaria ruziziensis, o tratamento de sementes com fungicidas proporcionou maior número de plântulas no campo e estande mais uniforme.

Página 304 O tratamento de sementes com Dynasty + Cruiser proporcionou menor porcentagem de plantas com tombamento e sintomas de mela. As aplicações de fungicidas foliares preventivas foram mais eficazes no controle da mela do algodoeiro. Não foi observado nenhum efeito fitotóxico nas plantas provenientes do tratamento de sementes com fungicidas ou dos tratamentos foliares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOULART, A.C.P. Efeito do tratamento químico de sementes de algodão (Gossypium hirsutum L.) no controle de fungos causadores de tombamento. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 13, n. 2, p. 110, 1988. Resumo, ref. 83. GOULART, A.C.P. Efeito de fungicidas no controle de patógenos em sementes de algodão (Gossypium hirsutum L.). Summa Phytopathologica, Jaguariúna, v. 18, n. 2, p. 173-177, 1992. GOULART, A.C.P. Efeito do tratamento de sementes de algodoeiro com fungicidas no controle do tombamento em relação à densidade de inóculo de Rhizoctonia solani. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 32, n.4, p.360-366, 2006. Tabela 1. Relação dos tratamentos químicos de sementes utilizados no controle de mela na cultivar Delta Opal no sistema de cultivo do algodoeiro na palha no Campo Experimental da Círculo Verde. Luís Eduardo Magalhães BA. Safra 2008 / 2009. Tratamento de Sementes (TS) Nome Comercial Nome técnico Modo de ação Dose/100kg de sementes do P.C. 1 Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho Carbendazim/Thiram + Pencycuron + Triadimenol + Imidacloprid Sistêmico/Contato + Contato + Sistêmico 600ml + 300 + 200 + 500 2 Dynasty + Cruiser Mefenoxam/Fludioxonil/ Contato + 300 + 600 Azoxystrobin/Myclobutanil + Thiamethoxam Sistêmico Testemunha - - - -

Página 305 Tabela 2. Relação dos tratamentos químicos foliares utilizados no controle de mela na cultivar Delta Opal no sistema de cultivo do algodoeiro na palha no Campo Experimental da Círculo Verde. Luís Edu Nome Comercial Nome técnico Modo de ação Dose (ml)/ha de do P.C. Priori Azoxystrobin Contato 200 Aproach Picoxistrobina Mesostêmico 600 Testemunha - - - a 2008 / 2009 ardo Mag alhã es BA. Safr Tabela 3. Tratamentos químicos de sementes e foliar utilizados no controle de mela na cultivar Delta Opal no sistema de cultivo do algodoeiro na palha no Campo Experimental da Círculo Verde. Luís Eduardo Magalhães BA. Safra 2008 / 2009 Tratamentos Tratamentos Sementes (TS) Foliar 1 1* Priori Preventivo plântulas com 2 a 3 cm 2 1 Aproach - Preventivo plântulas com 2 a 3 cm 3 1 Testemunha - Água 4 1 Priori Aparecimento primeiros sintomas de mela 5 1 Aproach - Aparecimento primeiros sintomas de mela 6 2** Priori Preventivo plântulas com 2 a 3 cm 7 2 Aproach - Preventivo plântulas com 2 a 3 cm 8 2 Testemunha - Água 9 2 Priori Aparecimento primeiros sintomas de mela 10 2 Aproach - Aparecimento primeiros sintomas de mela 11 Testemunha Priori Preventivo plântulas com 2 a 3 cm 12 Testemunha Aproach - Preventivo plântulas com 2 a 3 cm 13 Testemunha Testemunha - Água 14 Testemunha Priori Aparecimento primeiros sintomas de mela 15 Testemunha Aproach - Aparecimento primeiros sintomas de mela *1= Derosal Plus + Monceren +Baytan + Gaucho **2= Dynasty + Cruiser

Página 306 Tabela 4. Avaliação do estande de plântulas da cultivar Delta Opal submetida ou não ao tratamento químico de sementes para o controle da mela do algodoeiro no sistema de plantio na palha no Campo Experimental da Círculo Verde. Luís Eduardo Magalhães - BA. Safra 2008 / 2009. Tratamento Sementes* Avaliações (plantas / metro linear) 1ª (4 DAE**) 2ª (10 DAE) 1 9.34 a 9.27 b 2 9.64 a 9.63 a Testemunha 7.04 b 6.85 c C.V 1.89 1.71 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si, segundo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. * 1= Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho; 2= Dynasty + Cruiser; Testemunha = Água. **DAE = Dias após emergência. Tabela 5. Avaliação do estande final da cultivar Delta Opal submetida ou não a diferentes tratamentos de sementes e tratamentos foliares para o controle da mela do algodoeiro no sistema de plantio na palha no Campo Experimental da Círculo Verde. Luís Eduardo Magalhães - BA. Safra 2008 / 2009. Tratamento sementes de Tratamentos Foliares** Terceira Avaliação (Estande Final plantas/metro linear) A1 A2 A3 A4 A5 Média 1 9.15 9.10 8.83 9.03 9.05 9.03 B 2 9.35 9.38 9.03 9.20 9.30 9.25 A Testemunha 6.80 6.85 6.38 6.93 6.88 6.76 C Média 8.43 a 8.44 a 8.08 b 8.38 a 8.41 a Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna na coluna não diferem estatisticamente entre si, segundo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. *1= Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho; 2= Dynasty + Cruiser; Testemunha = Água. ** A1 = Priori Preventivo plântulas com 2 a 3 cm; A2 = Aproach - Preventivo plântulas com 2 a 3 cm; A3 = Testemunha Água; A4 = Priori Aparecimento primeiros sintomas de mela; A5 = Aproach - Aparecimento primeiros sintomas de mela.

Página 307 Tabela 6. Incidência (%) de mela na cultivar Delta Opal submetida ou não a diferentes tratamentos de sementes e tratamentos foliares para o controle da mela do algodoeiro no sistema de plantio na palha no Campo Experimental da Círculo Verde. Luís Eduardo Magalhães - BA. Safra 2008 / 2009. Tratamento de Tratamentos Foliares** Sementes* % de plantas com sintomas de mela Segunda Avaliação (15 DAE***) A1 A2 A3 A4 A5 Média 1 1.50 1.50 3.50 3.00 2.75 2.45 B 2 0.50 0.50 1.50 1.25 1.25 1.00 C Testemunha 2.50 2.75 4.25 3.75 3.75 3.40 A Média 1.50 c 1.58 bc 3.08 a 2.66 a 2.58 ab Terceira Avaliação (22 DAE) A1 A2 A3 A4 A5 Média 1 4.25 4.25 5.50 4.50 4.50 4.60 A 2 2.50 2.50 3.50 2.75 2.75 2.80 B Testemunha 4.50 4.75 6.00 5.50 5.50 5.25 A Média 3.75 a 3.83 a 5.00 a 4.25 a 4.25 a Quarta Avaliação (29 DAE) A1 A2 A3 A4 A5 Média 1 21.00 21.25 32.75 28.00 25.50 25.70 B 2 4.75 3.75 7.50 6.25 6.75 5.80 C Testemunha 37.75 36.75 45.25 40.25 40.75 40.15 A Média 21.16 c 20.58 c 28.50 a 24.83 b 24.33 b Médias de tratamentos seguidas pela mesma letra minúscula na linha e pela mesma letra maiúscula na coluna não diferem estatisticamente entre si, segundo teste de Tukey (5%). *1= Derosal Plus + Monceren + Baytan + Gaucho; 2= Dynasty + Cruiser; Testemunha = Água. ** A1 = Priori Preventivo plântulas com 2 a 3 cm; A2 = Aproach - Preventivo plântulas com 2 a 3 cm; A3 = Testemunha Água; A4 = Priori Aparecimento primeiros sintomas de mela; A5 = Aproach - Aparecimento primeiros sintomas de mela. ***DAE = Dias após a emergência.