PROJECTO DE LEI Nº 513/X

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Transcrição:

PROJECTO DE LEI Nº 513/X Alteração ao Decreto-Lei Nº 176/2003, de 2 de Agosto, no que diz respeito à consideração dos rendimentos de referência, no âmbito do subsistema de protecção familiar Exposição de motivos O reforço da justiça social deve nortear sempre a legislação do Sistema de Segurança Social para que o primado da Justiça se concretize. A Lei de Bases da Segurança Social,. Lei nº 4/2007, de 16 de Janeiro,vem instituir o subsistema de protecção familiar para acolher as eventualidades dos encargos familiares. A evolução da sociedade portuguesa determina que o legislador vá progressivamente melhorando a legislação existente, adequando-a, tornando-a mais justa e eficaz. Tendo Portugal um evidente problema com o envelhecimento da sua população e com uma taxa de natalidade baixa, a que acresce a pobreza, em especial entre as crianças e os jovens, de forma inaceitável para os padrões modernos europeus, importa dotar o subsistema de protecção familiar nas eventualidades dos encargos familiares de instrumentos correctores das desigualdades, através de uma diferenciação positiva, que combata a pobreza, alargando o acesso às prestações e que sejam ainda incentivadores de uma taxa de natalidade mais elevada. Trata-se de melhorar e aumentar a redistribuição da riqueza, com incidência em particular no subsistema de protecção familiar, melhorando a eficácia das transferências sociais, uma vez que é consabida a sua importância no combate à pobreza.

Constituindo o abono de família para crianças e jovens um direito próprio, desde que os beneficiários sejam residentes em território nacional e que satisfaçam as condições de atribuição previstas na Lei, importa que se clarifiquem as suas regras de acesso e que elas sejam justas, respeitem a equidade social e abranjam um maior número de famílias, permitindo um combate eficaz à pobreza e à exclusão, e aumentando o rendimento e o bem estar das famílias. O alargamento no acesso e a eficácia na atribuição do abono de família favorece o combate à pobreza, incentiva a natalidade, apoia as famílias, melhora a sociedade. Atentas as necessidades sociais e a capacidade financeira do sistema da segurança social em geral e do subsistema de protecção familiar em particular, preconiza-se a adopção do conceito de rendimento colectável, constante nos códigos de IRS e IRC, afastando o conceito actual de rendimento ilíquido, para alargar de forma eficaz, justa, transparente e muito mais equitativa o acesso ao abono de família. Melhora-se desta forma o subsistema de protecção família r e a sua eficácia social, com ganhos evidentes no apoio das famílias e no combate da pobreza. Por outro lado, o princípio da diferenciação positiva ao estabelecer vários escalões tendo como referencial o Indexante dos Apoios Sociais, em substituição da actual Remuneração Mínima Mensal Garantida, para determinação, cálculo e actualização das prestações em função dos rendimentos da família, garante que a modulação dos escalões tenha uma correspondência directa com o rendimento efectivamente disponível das famílias. Assim, nos termos constitucionais e regimentais aplicáveis, os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, abaixo assinados, apresentam o seguinte projecto de lei: Artigo 1º Os artigos 9º, 14º, 57º, 60º e 61º do Decreto-Lei nº 176/2003, de 2 de Agosto, passam a ter a seguinte redacção:

Artigo 9º (Rendimentos de referência) 2. Na determinação total de rendimentos dos elementos do agregado familiar nos termos do número anterior são tidos em consideração os seguintes rendimentos anuais líquidos, para efeitos de determinação do rendimento e matéria colectável em termos fiscais: a) b) c) d) e) f) g) 3. 4. Artigo 14º (Determinação dos montantes do abono de família para crianças e jovens) 2. Para efeito da determinação do montante do abono de família para crianças e jovens são estabelecidos os seguintes escalões de rendimentos, estabelecidos com base no Indexante de Apoios Sociais, em vigor à data a que se reportam os rendimentos apurados: 1º escalão - rendimentos iguais ou inferiores a 0,5; 2º escalão rendimentos superiores a 0,5 e iguais ou inferiores a 1; 3º escalão rendimentos superiores a 1 e iguais ou inferiores a 1,5; 4º escalão rendimentos superiores a 1,5 e iguais ou inferiores a 2,5; 5º escalão rendimentos superiores a 2,5 e iguais ou inferiores a 5; 6º escalão rendimentos superiores a 5. 3. O valor anual do IAS referido no número anterior integra os montantes dos subsídios de férias e de Natal. 4. 5. 6.

Artigo 57º (Conversão) 2. 3. 4. A gestão das prestações convertidas nos termos do nº 1, nos casos em que não seja o mesmo Centro Distrital de Segurança Social competente por forma do estabelecido na alínea a) do artigo 28º, mantém-se, transitoriamente, no âmbito dos Centros Distritais de Segurança Social competentes, ao abrigo da legislação anterior, devendo as instituições desencadear os procedimentos necessários à concretização da transferência de competências. Artigo 60º (Montante adicional) Por referência ao mês de Outubro de cada ano é atribuído aos titulares de abono de família para crianças e jovens um montante adicional nas condições previstas no artigo 15º. Artigo 61º (Procedimentos transitórios) 2. Para efeitos do disposto no número anterior as entidades gestoras das prestações devem remeter, às pessoas a quem o subsídio familiar a crianças e jovens era pago ao abrigo da legislação anterior o formulário adequado à obtenção dos elementos relativos à composição do agregado familiar e respectivos montantes anuais de rendimentos líquidos relativos ao ano transacto, nos termos dos artigos 8º e 9º, bem como indicar os números de identificação da segurança social e fiscal, se os houver, e, ainda, o número de titulares com direito à prestação inseridos no agregado familiar.

3. As declarações constantes do formulário a que se refere o número anterior produzem efeitos relativamente aos montantes das prestações a pagar a partir do início de vigência do presente diploma. Artigo2º (Entrada em vigor) O presente diploma entra em vigor na data de entrada em vigor do Orçamento do Estado de 2009. Palácio S. Bento, 16 de Abril de 2008 Os Deputados,