CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (15/10/2018). Embargos de Terceiro. Conceito: embargos de terceiro são instrumento utilizado por quem teve o bem apreendido judicialmente e não faz parte da relação jurídico-processual. Objetivo o principal objetivo dos embargos é proteger a posse de terceiro. Reintegração de posse Manutenção da posse esbulho. turbação. Interdito proibitório ameaça de esbulho ou turbação. Requisitos. Não pode ser parte na relação jurídica processual, não pode ter sido parte no processo principal. Tem que ter um bem apreendido (penhora), contudo, e neste caso que a penhora recai sobre bens de terceiro. Penhora Apreensão judicial de bens do devedor, quando já houve a citação. Arresto Apreensão de bens antes da citação do devedor. 1
Ameaça de ser penhorado (algo que ainda vai acontecer). A penhora pode acontecer em três momentos distintos: Primeiro no processo de conhecimento. A penhora pode acontecer no processo de conhecimento, exemplo, numa ação de danos morais de erro médico com tutela provisória cautelar de arresto do artigo 301, porque a pessoa está alienando bens. Segundo na fase de execução (que é o cumprimento da sentença). Modo de ser feito: Requer Vossa Excelência que de digne-se a intimar o executado para pagamento voluntário em 15 dias úteis (219 CPC). Se não pagar em 15 dias sofre a penhora e abre prazo para impugnação. Para que a intimação na fase de execução seja feita na pessoa do advogado, este precisa ter procuração especial, inclusive para receber citação, conforme estabelece o artigo 105 CPC. Terceiro momento, no processo de execução (título executivo extrajudicial). Neste caso, o executado precisa ser citado para pagar em três dias sob pena de penhora. Quando um fiador der como garantia um imóvel num contrato de locação, precisa averbar o contrato de fiança na matrícula do imóvel dado em garantia, sendo está responsabilidade da imobiliária ou do locador, contudo pode o valor ser cobrado do inquilino locatário. Esta averbação serve para dar ciência a terceiros de boa-fé. Ë comum ser opor embargos de terceiro, quando terceiro de boa-fé adquire um imóvel sobre o qual recai este tipo de contrato do qual não tinha ciência. 2
Com a revogação do artigo 3º e 4º da lei 1.060/50 deixou de ser requisito a declaração de pobreza para requerimento da gratuidade de justiça nos termos dos artigos 98 e 99 do CPC. Petição inicial. A petição inicial deve seguir os requisitos dos artigos 319 e 677 do CPC, como segue: Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal. 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial. Posse exemplo, contrato de compra e venda não registrado. A audiência preliminar tratada no parágrafo 1º, serve para provar a posse. Na petição inicial pode arrolar até 10 testemunhas para provar a posse e deve ser requerida a audiência preliminar quando precisar provar. Domínio propriedade, escritura pública registrada na matrícula do imóvel. O verbo que deve ser utilizado nos embargos é OPOR e não propor. Os embargos precisa ser oposto antes da carta de arrematação do bem ser assinada pelo escrevente. 3
Carta de arrematação é o documento hábil para regulamentar o arrematante como novo titular do bem arrematado. Competência. A competência será do juiz da causa principal que ordenou a constrição do bem, por dependência, apartado conforme estabelece o artigo 676. Partes. Embargante Partes Embargado As pessoas quem podem figurar como parte num processo de embargos de terceiro, estão elencadas no parágrafo 2º do artigo 674. No caso do inciso I, se tiver a outorga uxória do cônjuge não cabe embargos. Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor. 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; 4
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. A inicial deve conter: Procuração Valor da causa Pedido de suspensão da penhora e a restituição do bem. Condenação da sucumbência. Valor da causa será o valor da dívida. Pode ser determinada emenda da inicial (art. 321). A convalidação do processo se dará com a citação do embargado-exequente. Prazo da contestação será de 15 dias. Pode ser alegada as preliminares do art. 337 e defesa de mérito Saneamento e organizar do processo com a fixação dos pontos controvertidos. Na réplica pode ser alegada a boa-fé, prova contratual, comprovação do valor pago (entrada e saída). Depois da réplica pode o juiz: 1- Extinguir o processo sem resolução de mérito, artigo 485 2- Extinção do processo com resolução de mérito, quando tiver prescrição, decadência ou transação, artigo 487 3- Julgamento antecipado do mérito (se for matéria de direito). Terá audiência de instrução se tiver ponto controvertido de matéria de fato 5
Na contestação pode ser alegada a má-fé do embargante, por exemplo, que esta de coluio com o vendedor, contudo, neste caso precisa provar (ônus da prova artigo 373, II). Na audiência de instrução pode pedir a oitiva da parte contrária, sob pena da confissão. As alegações finais (memoriais) prazo de 15 dias (comum). Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 6