7. Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos

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7. Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos Nesse capítulo serão apresentados os dados extraídos da análise e síntese dos levantamentos quantitativos realizados. O banco de dados levantado com relação à ocorrência de tipografia pós-moderna no corpus investigado foi processado e, por fim, os dados serão apresentados em forma de gráficos, e eventualmente quadros e tabelas, quando for mais apropriado. As análises numéricas e estatísticas serão confrontadas com dados qualitativos para proporcionar uma interpretação mais aprofundada. Os dados qualitativos aqui referidos estão contidos no referencial teórico da tese, abordado no capítulo 3: Pós-modernidade e a Tipografia Pósmoderna: Referencial teórico, e nas entrevistas concedidas pelos designers, sob a forma de impressões obtidas e analisadas no capítulo 6: Tipografia Pós-moderna nas Bienais da ADG: As Entrevistas. 7.1. Análise Quantitativa A análise dos dados quantitativos teve por objetivo responder às questões levantadas anteriormente, no capítulo 5. As questões referem-se apenas ao recorte feito do corpus, ou seja, às três categorias selecionadas, a saber: Editorial; Impressos corporativos efêmeros e Cartaz. As questões levantadas foram as seguintes: 1. Dentre os trabalhos observados na 1ª década estudada 1990 a 1999 que proporção possui tipografia pós-moderna? 2. Qual é a progressão de trabalhos que possuem tipografia pós-moderna na 1ª década estudada 1990 a 1999? 3. Comparar a proporção de trabalhos que possuem tipografia pós-moderna encontrada na década inicial de estudo 1990 a 1999 com o final da segunda década o biênio 2007-2008, representado no livro Anatomia do Design (que vem a ser considerado aqui como catálogo 9 ). E então responder:

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 161 a. A proporção de trabalhos com tipografia pósmoderna aumentou? Diminuiu? Ficou estagnada? b. A quantidade absoluta de trabalhos com tipografia pós-moderna aumentou? Diminuiu? Ficou estagnada? 4. Como se dá a progressão de trabalhos que possuem tipografia pós-moderna por categoria na 1ª década estudada 1990 a 1999? E em comparação ao biênio 2007-2008, representado no catálogo 9? 5. Observando-se as 11 estratégias (variáveis) pósmodernas elencadas: a. Qual é a proporção de incidência de cada variável por catálogo? b. Quais são as variáveis mais recorrentes? c. Quais são as variáveis menos recorrentes? d. Alguma variável nunca ocorre? e. Em que categoria incidem mais variáveis (Teor de pós-modernidade)? f. As variáveis mais incidentes no catálogo 9 continuam a ser as mesmas de outrora? 7.2. Análises Macro Todas as Categorias Juntas A Tabela 7.1 Proporções de Todos os Catálogos 1 forneceu os dados para algumas das respostas buscadas. Sendo assim, considerando-se os cinco catálogos iniciais estudados correspondentes ao período de uma década, compreendido entre 1990 e 1999 foi possível fazer uma análise-macro. Observou-se, então, que 46,86% do total de trabalhos, observados nas categorias Editorial, Impressos corporativos efêmeros e Cartaz, possuem estratégias pósmodernas aplicadas à tipografia. Pode-se afirmar que é uma proporção muito expressiva, que corresponde quase à metade dos trabalhos observados. Não pode ser ignorada, portanto. Isso vem a comprovar que as estratégias pós-modernas elencadas neste trabalho foram muito utilizadas nos tratamentos dispensados aos elementos textuais em impressos na década estudada, constituindo uma vertente muito presente no Brasil já na década de 90. 1990-1999: 46,86% dos TRABALHOS possuem TIPOGRAFIA PÓS-MODERNA Ainda a partir dessa mesma Tabela 7.1, foi possível avaliar qual a progressão de trabalhos que possuem 1 A Tabela 7.1 encontra-se no Apêndice 10.4.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 162 estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, somando-se as três categorias observadas. Ou seja, é possível observar como se deu a evolução do objeto observado nesta primeira década estudada. As porcentagens relativas aos catálogos 1, 2, 3, 4 e 5 são, respectivamente: 24%; 28,57%; 58,57%; 46,58% e 50,48% e estão representadas no Gráfico 7.1. Gráfico 7.1 Progressão de ocorrências de tipografia pós-moderna em trabalhos das Bienais na primeira década investigada. Identificou-se um aumento nos seis primeiros anos, tendo ocorrido um pico de incidências no catálogo 3, em 1996. No catálogo 4, de 1998, houve uma leve queda e depois, comparando-o ao catálogo 5, foi atingida uma estabilidade aparente e que se aproxima dos 50%. O biênio 1994-1995, representado no catálogo 3, denunciou um entusiasmo excessivo com as estratégias pós-modernas, pois foi o único período em que a incidência dessas soluções se deu em mais da metade dos trabalhos observados nesta tese, considerando-se apenas as três categorias estudadas. A mesma Tabela 7.1 Proporções de Todos os Catálogos, apresentada anteriormente, também mostra dados numéricos relativos ao catálogo 9, correspondente ao biênio 2007-2008. Foi possível, desta forma, confrontar os números da primeira década estudada com os números do final da 2ª década estudada. Ou seja, comparar a década de 90 com a seguinte. Conforme relatado acima, 46,86% do total de trabalhos observados na primeira década possuem estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, enquanto o catálogo 9 apresentou 48,48% de trabalhos com este mesmo perfil. Observa-se ainda que o catálogo 5, correspondente ao final dos anos 90, apresentou 50,48% de trabalhos com o perfil desejado, contra os 48,48% do catálogo 9, final da década seguinte. Daí foi possível deduzir que a porcentagem de trabalhos com incidência de estratégias pós-modernas sobre a tipografia, nas três categorias observadas neste trabalho, praticamente se estabilizou, pois a variação foi irrelevante. A

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 163 porcentagem manteve-se igualmente expressiva neste último catálogo avaliado, o catálogo 9. 2007-2008: 48,48% dos TRABALHOS possuem TIPOGRAFIA PÓS-MODERNA Ao serem verificados os números absolutos nos catálogos avaliados, tem-se a tabela seguinte: Número de trabalhos com tipografia pós-moderna Porcentagem de trabalhos com tipografia pósmoderna Catálogo 1-1992 6 24% Catálogo 2-1994 12 28,57% Catálogo 3-1996 41 58,57% Catálogo 4-1998 34 46,58% Catálogo 5-2000 53 50,48% Catálogo 9-2009 48 48,48% Tabela 7.2 Trabalhos com tipografia pós-moderna: números absolutos e porcentagens. Verificou-se que o número absoluto de trabalhos que possuem tipografia pós-moderna, encontrado no final da 1ª década estudada correspondente ao catálogo 5, é apenas ligeiramente superior ao número absoluto encontrado nove anos depois no livro Anatomia do Design, ou catálogo 9. Não é uma diferença relevante, o que mais uma vez aponta para uma estabilização do espectro de influência da pósmodernidade para o recorte considerado. 7.3. Análise por Catálogo A seguir serão apresentadas análise e síntese dos levantamentos quantitativos realizados em cada um dos catálogos considerados. Serão apresentadas em ordem cronológica, ou seja, começando no catálogo 1 relativo ao biênio 1990-1991, indo até o catálogo 9, relativo ao biênio 2007-2008. 7.3.1. Teor de Pós-Modernidade Entenda-se que teor de pós-modernidade é um conceito proposto por esta tese, o qual diz respeito à variedade e quantidade de ocorrências de estratégias pós-modernas (variáveis) que recaem sobre uma mesma peça, categoria ou catálogo. Desta forma, quanto maior for a quantidade de

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 164 estratégias pós-modernas incidentes sobre um impresso, maior será seu teor de pós-modernidade. O mesmo conceito poderá ser aplicado para comparar categorias ou mesmo catálogos, neste trabalho. Houve a necessidade de se estabelecer tal conceito, pois em dado momento do presente trabalho, observou-se que uma peça poderá ser considerada pós-moderna por apresentar somente uma das estratégias elencadas aqui. Por outro lado, uma outra peça poderá apresentar todas as onze estratégias aqui identificadas, e será igualmente considerada como pósmoderna. Por isso, a emergência de se fazer uma distinção entre os casos, e daí surgiu essa ideia de medição da quantidade de pós-modernidade imbuída em um trabalho. 7.3.2. Mensurando o Teor de Pós-Modernidade Os gráficos inseridos abaixo apresentam a incidência do fator teor de pós-modernidade por categoria. O método desenvolvido consistiu na verificação do número total de ocorrências de estratégias pós-modernas sobre a tipografia por catálogo. Ou seja, a quantidade de estratégias pósmodernas aplicadas à tipografia, verificando-se o conjunto dos trabalhos que apresentam pelo menos uma estratégia, em cada catálogo. Verificou-se também a distribuição desse número total de estratégias, por categoria. Conclui-se que categoria possuía maior incidência de estratégias pós-modernas sobre a tipografia e desta forma comparar o teor de pós-modernidade entre as categorias, num dado catálogo. 7.3.3. Catálogo 1 Expo ADG 90-92 Na etapa de levantamento de dados, foi realizada uma contagem para determinar o total de projetos encontrados no catálogo 1, que apresentam estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, por categoria considerando-se apenas as três incluídas neste trabalho. Sendo assim, coincidentemente, no catálogo 1 foram encontrados dois projetos com o perfil desejado em cada uma das três categorias, num total de seis projetos. Em uma tabela, foi feito o cruzamento de cada um destes seis projetos com cada uma das 11 estratégias pós-modernas elencadas (definidas Gráfico 7.2 No catálogo 1 a categoria Impressos corporativos efêmeros apresentou o maior teor de pós-modernidade, seguida da categoria Editorial e por fim a categoria Cartaz.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 165 como variáveis na tabela). Este procedimento gerou um total de 66 investigações para o catálogo 1 2. Destas 66 investigações, há um total de 15 incidências de estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia. Ou seja, 23% das 66 investigações revelaram as características procuradas. Dentre estas 15 incidências, 5 (ou 33%) ocorrem na categoria Editorial; 6 (ou 40%) das ocorrências incidem sobre a categoria Impressos corporativos efêmeros; E finalmente 4 (ou 27%) das ocorrências recaem sobre a categoria Cartaz. Isso significa que, no catálogo 1, a categoria Impressos corporativos efêmeros é a que possui o mais alto teor de pósmodernidade. Porém, esta estatística pode ter sido prejudicada pela curta extensão deste catálogo, no qual cada categoria possui apenas 2 trabalhos. Este resultado pode ter apresentado distorção em função da quantidade apresentada. Catálogo 1: CATEGORIA IMPRESSOS CORPORATIVOS EFÊMEROS possui o maior Teor de pós-modernidade 7.3.4. Catálogo 2 2ª Bienal de Design Gráfico ADG 94 Repetindo-se o procedimento descrito anteriormente: na etapa de levantamento de dados, foi realizada uma contagem para determinar o total de projetos encontrados no catálogo 2, que apresentam estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, por categoria considerando-se apenas as três incluídas neste trabalho. Sendo assim, foi feita uma tabela com o total de projetos encontrados no catálogo 2, conforme a mesma metodologia apresentada no parágrafo anterior para o catálogo 1. Ao final da contagem, foram encontrados neste 2º catálogo um total de 12 projetos com o perfil desejado, somando-se as três categorias Editorial; Impressos corporativos efêmeros e Cartaz. Foi gerado um total de 143 investigações no catálogo 2 3. Destas 143 investigações, há um total de 29 incidências de tipografia pós-moderna. Ou seja, 20,27% destas 143 investigações apresentaram as estratégias procuradas. Dentre as 29 investigações que apresentaram características pósmodernas, 17 incidências (ou 59%) ocorrem na categoria Gráfico 7.3 No catálogo 2 a categoria Editorial apresentou o maior teor de pós-modernidade, seguida da categoria Cartaz e por fim a categoria Impressos corporativos efêmeros. 2 A referida tabela (Tabela de referência: CATÁLOGO 1) faz parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta Tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição. 3 A referida tabela (Tabela de referência: CATÁLOGO 2) faz parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 166 Editorial; 3 (ou 10%) das ocorrências incidem sobre a categoria Impressos corporativos efêmeros. E finalmente 9 (ou 31%) das ocorrências recaem sobre a categoria Cartaz. Portanto, tomando-se o catálogo 2, a categoria Editorial é a que possui o mais alto teor de pós-modernidade. Em seguida vem a categoria Cartaz, e na terceira colocação, a categoria Impressos corporativos efêmeros. Com relação ao catálogo 1, o catálogo 2 apresenta-se como fonte mais homogênea por possuir maior quantidade de trabalhos. Catálogo 2: CATEGORIA EDITORIAL possui o maior Teor de pós-modernidade 7.3.5. Catálogo 3 3ª Bienal de Design Gráfico ADG 1996 Adotando-se a mesma metodologia apresentada nos parágrafos anteriores, chegou-se à formulação de uma tabela que mostra o total de projetos encontrados no catálogo 3, que apresentam estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, por categoria considerada. Ao final do processo de contagem deste 3º catálogo, foram identificados 41 projetos com o perfil desejado, somando-se as três categorias. Foi gerado um total de 418 investigações neste 3º catálogo 4. Destas 418 investigações, há um total de 87 incidências de tipografia pós-moderna. Ou seja, 20,81% destas 418 investigações revelaram as estratégias procuradas. Dentre as 87 investigações que apresentaram características pósmodernas, 34 incidências (ou 39%) ocorrem na categoria Editorial; 39 (ou 45%) das ocorrências incidem sobre a categoria Impressos corporativos efêmeros. E finalmente 14 (ou 16%) das ocorrências recaem sobre a categoria Cartaz. Portanto, tomando-se o catálogo 3, a categoria Impressos corporativos efêmeros é, mais uma vez conforme ocorreu no catálogo 1, a que possui o mais alto teor de pósmodernidade. Em seguida vem a categoria Editorial, e na terceira colocação, a categoria Cartaz. Com relação ao catálogo 1, o catálogo 3 apresenta-se como fonte mais homogênea por possuir maior quantidade de trabalhos, embora tenha apontado resultado semelhante. Gráfico 7.4 No catálogo 3 a categoria Impressos corporativos efêmeros apresentou o maior teor de pós-modernidade, seguida da categoria Editorial e por fim a categoria Cartaz. Catálogo 3: CATEGORIA IMPRESSOS CORPORATIVOS EFÊMEROS possui o maior Teor de pós-modernidade 4 A referida tabela (Tabela de referência: CATÁLOGO 3) faz parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 167 7.3.6. Catálogo 4 4ª Bienal de Design Gráfico ADG 1998 Adotando-se a mesma metodologia descrita nos parágrafos anteriores, chegou-se ao total de projetos do catálogo 4 que apresentam estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, por categoria considerada. É relevante enfatizar que, neste 4º catálogo, foram encontrados 34 projetos com o perfil buscado somando-se as três categorias. O cruzamento na tabela de cada um dos projetos com cada uma das 11 estratégias pós-modernas elencadas gerou um total de 374 investigações no catálogo 4 5. Destas 374 investigações, há um total de 93 ocorrências de estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia. Ou seja, 25% das 374 investigações revelaram as características em pauta. Dentre estas 93 incidências, 56 (ou 60%) ocorrem na categoria Editorial; 16 (ou 17%) das ocorrências incidem sobre a categoria Impressos Corporativos Efêmeros; E finalmente 21 (ou 23%) das ocorrências recaem sobre a categoria Cartaz. Isso significa que, no catálogo 4, a categoria Editorial é a que possui o mais alto teor de pós-modernidade, assim como ocorreu no catálogo 2. Em seguida vem a categoria Cartaz, e depois a categoria Impressos corporativos efêmeros. Gráfico 7.5 No catálogo 4 a categoria Editorial apresentou o maior teor de pósmodernidade, seguida da categoria Cartaz e por fim a categoria Impressos corporativos efêmeros. Catálogo 4: CATEGORIA EDITORIAL possui o maior Teor de pós-modernidade 7.3.7. Catálogo 5 V Bienal de Design Gráfico ADG Aplicou-se, uma vez mais, a mesma metodologia apresentada nos parágrafos anteriores para chegar-se ao total de projetos do catálogo 5 que apresentam estratégias pósmodernas aplicadas à tipografia, por categoria considerada. Desta forma, neste 5º catálogo foram identificados 53 projetos com o perfil desejado, somando-se as três categorias. Foi geradas um total de 583 investigações no 5º catálogo compiladas numa tabela 6. Destas 583 investigações, há um total de 169 incidências de tipografia pós-moderna. Ou seja, 29,98% Gráfico 7.6 No catálogo 5 a categoria Editorial apresentou o maior teor de pósmodernidade, seguida da categoria Impressos corporativos efêmeros e por fim a categoria Cartaz. 5 A referida tabela (Tabela de referência: CATÁLOGO 4) faz parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição. 6 A referida tabela (Tabela de referência: CATÁLOGO 5) faz parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 168 destas 583 investigações apresentaram as estratégias pósmodernas elencadas. Destes 29,98%, há 100 incidências, (ou 59%) na categoria Editorial; 35 (ou 21%) das ocorrências incidem sobre a categoria Impressos corporativos efêmeros. E 34 (ou 20%) das ocorrências recaem sobre a categoria Cartaz. E ainda, com relação ao catálogo 5, a categoria Editorial é, pela primeira vez consecutiva, a que possui o mais alto teor de pós-modernidade. Em seguida vem a categoria Impressos corporativos efêmeros, e na terceira colocação, a categoria Cartaz. Catálogo 5: CATEGORIA EDITORIAL possui o maior Teor de pós-modernidade 7.3.8. Catálogo 9 Anatomia do Design Na contagem do catálogo 9 foi adotada a mesma metodologia exposta nos parágrafos anteriores para todos os demais catálogos precedentes. Assim tem-se que, neste 9º catálogo, foram encontrados 48 projetos que apresentam estratégias pós-modernas aplicadas à tipografia, por categoria considerada. Somando-se todas as três categorias Editorial; Impressos corporativos efêmeros e Cartaz, foi gerado um total de 517 investigações neste 9º catálogo, compiladas numa tabela 7. Destas 517 investigações, há um total de 136 incidências de tipografia pós-moderna. Ou seja, 26,30% destas 517 investigações apresentaram as estratégias procuradas. Dentre as 136 investigações que apresentaram características pós-modernas, 89 incidências, (ou 65%) ocorrem na categoria Editorial; 6 (ou 4%) das ocorrências incidem sobre a categoria Impressos corporativos efêmeros. E 41 (ou 30%) das ocorrências recaem sobre a categoria Cartaz. Desta forma, ao fim desta avaliação do catálogo 9, constatou-se que a categoria Editorial é a que possui o mais alto teor de pós-modernidade. Em seguida vem a categoria Cartaz, e na terceira colocação, a categoria Impressos corporativos efêmeros. Com relação à década anteriormente analisada e que compreende os catálogos numerados de 1 a 5, percebe-se que o final desta 2ª década aponta para uma decadência no número de projetos de Impressos corporativos efêmeros, tornando essa categoria mais incipiente dentro do Gráfico 7.7 No catálogo 9 a categoria Editorial apresentou o maior teor de pós-modernidade, seguida da categoria Cartaz e por fim a categoria Impressos corporativos efêmeros. 7 A referida tabela (Tabela de referência: CATÁLOGO 9 ) faz parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 169 contexto dos catálogos das bienais da ADG. Acredita-se que isso possa ter ocorrido em função da seleção prévia realizada pelo júri de acordo com critérios estabelecidos. Por outro lado, as categorias Editorial e Cartaz tornam-se ainda mais fortes e representativas. Catálogo 9 : CATEGORIA EDITORIAL possui o maior Teor de pós-modernidade 7.4. Resumo Comparativo dos Gráficos Representativos de Teor de Pós-modernidade A partir dos gráficos e respectivas análises apresentados acima, tem-se que: Nos catálogos das Bienais 1 e 5, a categoria Impressos corporativos efêmeros foi a que apresentou maior Teor de pós-modernidade. Nos catálogos 2, 4, 5 e 9, a categoria Editorial foi a que apresentou maior Teor de pós-modernidade. Portanto, a categoria Editorial apresentou maior Teor de pós-modernidade em quatro edições da Bienal, ou seja, duas vezes mais que a categoria Impressos corporativos efêmeros que foi recordista por duas vezes. Conclui-se que, dentre as categorias investigadas nesta pesquisa, a categoria Editorial foi aquela que apresentou o maior Teor de pósmodernidade considerando-se a primeira década representada nos catálogos de 1 a 5 e o final da segunda década representada no catálogo 9. Tendo-se isso em vista, também é possível afirmar que ao final da segunda década, o biênio 2007-2008, representado no catalogo 9, a categoria Editorial permaneceu como a que apresenta maior Teor de pós-modernidade, confirmando uma tendência que aparecia nos anos 90. 7.5. Análise por Categoria Isolada Observando-se os Gráficos 7.7, 7.8 e 7.9, nas páginas seguintes, construídos a partir dos dados estatísticos coletados os quais facilitaram em muito a visualização e análise dos dados compilados foi possível observar a forma como se deu a progressão de trabalhos que possuem tipografia pós-moderna, por categoria, na 1ª década estudada e em comparação ao biênio 2007-2008, representado no catálogo 9.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 170 7.5.1. Editorial Observando-se o Gráfico 7.8 Progressão da Categoria Editorial, pode-se afirmar em relação à categoria Editorial: no catálogo 1, a proporção de trabalhos com tipografia pós-moderna começou timidamente, com a marca de 13,33% apenas. No catálogo 2, essa proporção dobrou, passando a 26,09%, e demonstrou um nítido crescimento da tipografia pós-moderna. O catálogo 3 apresentou um salto muito grande em relação ao anterior, com a marca de 48,57% de trabalhos com o perfil procurado, tendo atingido um apogeu nesta publicação. Com o início da segunda fase da Bienal (De La Rosa Uchuari, 2010), uma leve queda foi sentida a partir do catálogo 4 42,31% de trabalhos da categoria Editorial apresentaram tipografia contendo estratégias pós-modernas. Porém, o número tendeu à estabilização no catálogo 5 45,07%. Ao confrontar-se o catálogo 5 (ano 2000) com o catálogo 9 (ano 2009), foi possível fazer a leitura de que neste intervalo de nove anos manteve-se uma estabilidade na proporção de trabalhos editoriais contendo tipografia pósmoderna. A proporção alterou-se infimamente: de 45,07% para 45,71%. Considerando-se os números absolutos, obteve-se o seguinte: 266 projetos editoriais estão presentes nos seis catálogos analisados. Destes, 111, ou 41,72%, apresentaram soluções pós-modernas para a tipografia. Categoria Editorial: 41,72% possuem tipografia pós-moderna

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 171 Gráfico 7.8 Progressão da categoria Editorial ao longo do tempo. 7.5.2. Impressos Corporativos Efêmeros Com relação à categoria Impressos corporativos efêmeros, observou-se uma incidência de tipografia pósmoderna muito alta já no catálogo 1, tendo atingido a marca de 50%. No catálogo 2, essa marca caiu para 25%. No catálogo 3, subiu novamente, tendo alcançado seu apogeu com 69,23%. Nos catálogos 4 e 5, pertencentes à segunda fase da Bienal (De la Rosa Uchuari, 2010), caiu ligeiramente, para 62,50% e 61,11% respectivamente, a proporção de trabalhos contendo tipografia pós-moderna nessa categoria. No catálogo 9, decresceu novamente, caindo para 50%. Diante desses números, o gráfico aponta uma irregularidade da presença de trabalhos com tipografia pósmoderna nesta categoria de Impressos corporativos efêmeros. Especula-se que esse fato possivelmente tenha ocorrido devido aos seguintes fatores: essa categoria jamais foi constituída nos catálogos das bienais da ADG e encontravase pulverizada entre outras categorias, tendo sido criada pela autora deste trabalho, devido a um interesse específico desta pesquisa: o de avaliar se as experimentações tipográficas no design são compatíveis com os objetivos de marketing pretendidos neste tipo de peça de comunicação corporativa.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 172 Gráfico 7.9 Progressão da categoria Impressos corporativos efêmeros ao longo do tempo. Um outro fator, decorrente do primeiro, é a oscilação na quantidade absoluta de trabalhos desta categoria ao longo dos catálogos avaliados, o que pode ter acarretado em uma distorção desta parcela do corpus. Apesar disso, diante da quantidade total de trabalhos que compuseram esta categoria foram 70 trabalhos observados 41 deles, ou 58,57%, apresentaram soluções pós-modernas para a tipografia. Portanto, percebe-se que há um amplo espaço na comunicação corporativa aquela voltada a objetivos de marketing para as soluções pouco ortodoxas com relação à disposição visual do texto, e que esse tipo de estratégia visual não pode mais ser considerada como alternativa ou poucousual, já que ela ocorre de forma equivalente às soluções canônicas (Villas-Boas, 1994), ou seja, integra o chamado mainstream. Impressos Corporativos Efêmeros: 58,57% possuem tipografia pós-moderna 7.5.3. Cartaz A categoria Cartaz foi a mais homogênea no que tange à progressão de trabalhos com uso de tipografia pós-moderna, observados em todos os seis catálogos que compõem o

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 173 corpus desta pesquisa. No catálogo 1, houve incidência da tipografia pós-moderna em 33,33% dos cartazes. No catálogo 2, a porcentagem subiu ligeiramente para 36,36%, subindo vertiginosamente para 66,67% no catálogo 3 no qual atinge sua porcentagem máxima. Gráfico 7.10 Progressão da categoria Cartaz ao longo do tempo. Na segunda fase da Bienal, no catálogo 4, observa-se que a porcentagem caiu para 53,85% e daí adiante pouco se alterou: atingiu 62,50% no catálogo 5. Olhando-se nove anos adiante, para o catálogo 9, a proporção estava em 56,52%. Confrontando-se o catálogo 5 (ano 2000) com o catálogo 9 (ano 2009) que representa o final da 2ª década estudada percebeu-se uma estabilização na ocorrência de tipografia pós-moderna aplicada a cartazes. Considerando-se os números absolutos, obteve-se o seguinte: 78 cartazes estão presentes nos seis catálogos analisados. Destes, 42, ou 53,84%, apresentaram soluções pós-modernas para a tipografia. Cartaz: 53,84% possuem tipografia pós-moderna

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 174 7.6. Análise das Variáveis Nesta pesquisa foram identificadas 11 diferentes estratégias pós-modernas, tidas nesse trabalho como variáveis. A incidência delas foi averiguada em cada uma das peças submetidas à análise, em cada um dos catálogos, através de tabelas 8. Desta forma, foi possível realizar, com a ajuda de gráficos, uma avaliação quantitativa destas chamadas variáveis de pós-modernidade. As variáveis foram descritas no capítulo 5 o de metodologia mas cabe lembrar quais são elas: 1. Presença de ornamentos 2. Uso de fontes experimentais 3. Uso de referências vernaculares 4. Tipografia eclética 5. Múltiplas camadas de texto 6. Distorção visual do texto 7. Ruptura com caminhos convencionais de leitura 8. Tipografia deteriorada 9. Formas flutuantes 10. Colagens 11. Elementos tecnológicos techno Sendo assim, tendo em vista o universo de trabalhos que possuem pelo menos uma estratégia pós-moderna, incidindo sobre a tipografia, foi possível observar o comportamento destas estratégias por catálogo. Esse fator é interessante por proporcionar uma relação entre estratégia pós-moderna, conceito ou Escola à qual está relacionada e período. 7.7. A Primeira Década No catálogo 1, observou-se que 100% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna possuíam a variável Tipografia eclética. Metade dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, ou 50%, apresentavam Múltiplas camadas de texto. E a terça parte dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, ou 33%, tinha Ruptura com caminhos convencionais de leitura. 8 As referidas tabelas (Tabelas de referência: CATÁLOGO 1, CATÁLOGO 2, CATÁLOGO 3, CATÁLOGO 4, CATÁLOGO 5, CATÁLOGO 9 ) fazem parte do banco de dados levantado na etapa de pesquisa desta tese, o qual faz parte do acervo da autora e poderá ser consultado sob requisição.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 175 Gráfico 7.11 Ocorrência das Estratégias Pós-modernas no Catálogo 1. As estratégias Presença de ornamentos; Distorção visual do texto; Formas flutuantes; Elementos tecnológicostechno aparecem em 17% dos trabalhos. Não consta neste catálogo nenhuma incidência das estratégias Uso de fontes experimentais; Uso de referências vernaculares; Tipografia deteriorada; e Colagens. No catálogo 2, observou-se que 2 terços dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, ou 77% deles, possuíam Tipografia eclética. Sobre 38% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, recaiu a estratégia Ruptura com caminhos convencionais de leitura. As estratégias Uso de referências vernaculares; Múltiplas camadas de texto; e Formas flutuantes recaíram sobre 23% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna. A estratégia Presença de ornamentos manteve-se no mesmo patamar, incidindo sobre 15% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna. Com uma incidência sobre 8% dos trabalhos dentre aqueles com ocorrência de tipografia pós-moderna, encontravam-se as estratégias Tipografia deteriorada; Colagens; e Elementos tecnológicos-techno. Não houve nenhuma ocorrência das estratégias Uso de fontes experimentais; e Distorção visual do texto. Comparando-o ao catálogo 1, notou-se que as estratégias Presença de ornamentos; Tipografia eclética; Ruptura com caminhos convencionais de leitura; e Formas flutuantes mantiveram seus índices de ocorrência bem semelhantes.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 176 Gráfico 7.12 Ocorrência das Estratégias Pós-modernas no Catálogo 2. O catálogo 3 apresentou, pela 1ª vez, incidência de todas as estratégias elencadas sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna embora não simultaneamente. Neste catálogo, 55% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna apresentam a variável Tipografia eclética. A variável Uso de fontes experimentais aparece pela primeira vez, com incidência de 5% sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, enquanto a estratégia Colagens atinge 3% deste universo. Em relação aos catálogos anteriores houve coerência nas incidências de Presença de ornamentos; Tipografia eclética; e Formas flutuantes. O catálogo 4 também apresentou incidência de todas as estratégias sobre a tipografia dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna embora também não tenham ocorrido simultaneamente. Mais uma vez, a estratégia mais incidente foi Tipografia eclética, tendo recaído sobre 71% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, seguida da estratégia Ruptura com caminhos convencionais de leitura, com 53% de ocorrência sobre os trabalhos contendo tipografia pós-moderna. Novamente Colagens foi a estratégia de menor incidência, com 6%. Os índices apresentaram menor regularidade do que no catálogo anterior.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 177 Gráfico 7.13 Ocorrência das Estratégias Pós-modernas no Catálogo 3. O catálogo 5 apresentou coerência relativa aos índices de incidência das variáveis do catálogo 4. Desta forma, a estratégia Tipografia eclética incidiu sobre 60% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna seguida de Presença de ornamentos com 57%. As estratégias Ruptura com caminhos convencionais de leitura; e Múltiplas camadas de texto ficaram com 47% e 40%, respectivamente, de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna. Um índice de 30% obteve a estratégia Uso de fontes experimentais. Formas flutuantes atingiu 23% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna; Elementos tecnológicos-techno atingiu 21%; e Uso de referências vernaculares atingiu 19%. A incidência de Tipografia deteriorada foi de 13%. Em último lugar ficaram Distorção visual do texto com 6% e Colagens com 4%. O desenho do topo deste gráfico é semelhante ao do catálogo 4. Tomando o conjunto de gráficos relativos aos 5 primeiros catálogos, tem-se que a estratégia Tipografia eclética é sempre a mais incidente, embora tenha oscilado entre 100% no catálogo 1 e 55% no catálogo 3, considerandose o total de trabalhos com ocorrência de tipografia pósmoderna naqueles catálogos.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 178 Gráfico 7.14 Ocorrência das Estratégias Pós-modernas no Catálogo 4 A estratégia Presença de ornamentos teve início com 17% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna no catálogo 1. Manteve crescimento consistente e chegou a 57% no catálogo 5, no qual foi a 2ª mais incidente. O Uso de fontes experimentais foi uma estratégia que só começou a ocorrer a partir do catálogo 3, foi crescendo e atingiu 30% das peças com ocorrência de tipografia pósmoderna no catálogo 5, tendo alcançado ali seu apogeu. A estratégia Referências vernaculares inexistia no catálogo 1 e teve incidência irregular, sobre 9% e 23% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, oscilando a cada catálogo. Com relação à estratégia Múltiplas camadas de texto, verificou-se que ela manteve uma incidência sempre acima de 21% sobre as peças com ocorrência de tipografia pósmoderna, tendo atingido 50% no catálogo 1 o que foi um desvio de padrão. A estratégia Distorção visual do texto não apresenta qualquer regularidade de incidência, oscilando entre 0% e 32% dos trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna contabilizados. Já a estratégia Ruptura com caminhos convencionais de leitura esteve sempre bem representada nos catálogos, ficando entre 33% e 53% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, com um desvio para 16% no catálogo 3 aquele que apresenta o maior universo de trabalhos observados.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 179 Gráfico 7.15 Ocorrência das Estratégias Pós-modernas no Catálogo 5 Tipografia deteriorada apresentou-se como estratégia pouquíssimo incidente, tendo ficado entre 0% e 13% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, assim como a estratégia Colagens, que ficou entre 0% e 8%. Tendo em vista a estratégia Formas flutuantes, foi a que apresentou a maior regularidade esteve presente em todos os catálogos, começando com 17% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna no catálogo 1, chegando a 26% no catálogo 4. A estratégia Elementos tecnológicos-techno oscilou demais, indo de 8% a 34% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna. Foi, portanto, inconclusiva. Fica patente nesta análise que o destaque de quantidade e consistência recai sobre as estratégias Tipografia eclética; Múltiplas camadas de texto; e Ruptura com caminhos convencionais de leitura. Esses fatores foram interpretados como indicativos fortes da influência do New Wave Americano sobre os designers autores destas peças. Movimento cujo maior expoente foi a designer californiana April Greiman, que fora pupila do precursor Wolfgang Weingart. A estratégia Múltiplas camadas de texto está ainda mais relacionada com a Desconstrução no design gráfico por sua vez muito associada aos trabalhos e abordagens desenvolvidos pelos alunos de design gráfico da Cranbrook Academy, sob orientação da professora Katherine McCoy.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 180 Conforme visto anteriormente, esses alunos da Cranbrook Academy estiveram em contato e sob influência direta da teoria da Desconstrução, elaborada por Jacques Derrida. 7.7.1. A Segunda Década Comparando-se o catálogo 9 com a 1ª década avaliada nos catálogos numerados de 1 a 5, observou-se que no espaço de nove anos, que os separa, ocorreu um aumento sensível na incidência das estratégias Uso de referências vernaculares; e Presença de ornamentos. Em ambos os casos, chegou à marca de 43% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna, equiparando-se à Tipografia eclética (que obteve 45%) e à Ruptura com caminhos convencionais de leitura (que obteve 43%). A maior incidência continua sendo, nove anos depois, a da estratégia Tipografia eclética. O gráfico relativo ao catálogo 9 apresenta maior homogeneidade, pois suas barras não têm tanta disparidade de altura. Fator esse que indica maior incidência simultânea de estratégias sobre as peças. Os índices oscilam entre 9% e 45% de incidência sobre os trabalhos com ocorrência de tipografia pós-moderna. A análise acima aponta para uma tendência ao uso de elementos vernaculares. Com frequência, essa ocorrência vem junto com os referidos ornamentos. Ou seja, o vernacular é ornamental na maioria das vezes. Essa tendência representa a própria valorização de um repertório mais regional e particular da cultura brasileira, relacionada a diversos cantões da imensidão deste país. Está intimamente relacionada à busca por uma identidade no design gráfico nacional.

Quantificando a Pós-modernidade: Dados Estatísticos 181 Gráfico 7.16 Ocorrência das Estratégias Pós-modernas no catálogo 9.