PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

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Transcrição:

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL) Maria Bárbara Galdino Silva barbaragaldiino@gmail.com Karine Maria Moreira Almeida kariinealmeida@hotmail.com Rosielle Batista Ferreira rosielle.fb@gmail.com Raphaela Costa Ferreira raphinhacosta2010@hotmail.com Sandra Mary Lima Vasconcelos sandra-mary@hotmail.com 139

Tipo de Apresentação: Pôster Resumo: Nos últimos anos a sociedade tem mudado seus hábitos e estilo de vida, como também o comportamento alimentar. A mudança nos hábitos alimentares é um grande desafio, tanto para os indivíduos como para a nutrição. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil dos indivíduos atendidos em um ambulatório de nutrição do Hospital Universitário. O atendimento nutricional no ambulatório tem um papel muito importante na qualidade de vida dos indivíduos atendidos, visto que estes melhoram seus hábitos alimentares. As informações da pesquisa foram coletadas do protocolo aplicado durante consulta dos pacientes atendidos pelo Ambulatório de Nutrição do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes em Maceió, Alagoas, no período de agosto de 2016 a maio de 2017. A amostra estudada foi composta por 141 indivíduos, sendo 73,76% (n=104) do sexo feminino, com idade média de 44,28 anos. Quanto aos achados, o estado nutricional da amostra, analisado de acordo com o IMC, revelou excesso de peso, e as DCNTs mais encontradas foram HAS, dislipidemias e DM, porém, algumas outras patologias também se mostraram frequentes. Além da obesidade, aspectos como o tabagismo, o consumo de gorduras saturadas, o álcool e o sedentarismo contribuem para o aumento da mortalidade por DCNTs. A dietoterapia aliada a (re) educação alimentar são indispensáveis no tratamento destes fatores e para redução dessas taxas. Vê-se a importância da nutrição na busca da promoção da saúde, no auxílio a redução do desenvolvimento de doenças e por uma melhor qualidade de vida. Palavras-chave: Ambulatório Nutrição Qualidade de Vida 1. Introdução Nos últimos anos a sociedade tem mudado seus hábitos e estilo de vida, como também o comportamento alimentar. A mudança nos hábitos alimentares é um grande desafio, tanto para os indivíduos como para a nutrição, e a melhora desses hábitos associada a prática de atividade física contribuem para redução dos riscos de doenças crônicas e beneficiam a qualidade de vida (TEIXEIRA et al, 2013; CERVATO-MANCUSO et al, 2016). A busca por orientações nutricionais tem sido crescente nos últimos anos e o acompanhamento nutricional ambulatorial constitui-se de uma importante ferramenta de intervenção, para se promover saúde e, enfim, auxiliar os indivíduos em suas tomadas de decisões (SACCON et al, 2015; TEIXEIRA et al, 2013). 140

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi analisar o perfil dos indivíduos atendidos em um ambulatório de nutrição do Hospital Universitário da. 2. Referencial Teórico O atendimento nutricional no ambulatório tem um papel muito importante na qualidade de vida dos indivíduos atendidos, visto que estes melhoram seus hábitos alimentares e apresentam evolução nas medidas antropométricas melhorando assim sua qualidade de vida (MUKIM et al, 2007). A demanda por orientação alimentar tem crescido muito nos últimos anos, face ao diagnóstico precoce das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e ao reconhecimento da influência da alimentação sobre as mesmas. Dentre as DCNTs destaca-se a obesidade, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e associada a várias complicações, tais como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, aumento da incidência de alguns tipos de câncer e mortalidade precoce (SACCON et.al.,2015). Contudo, destaca-se a importância dos atendimentos realizados neste ambulatório; uma vez que conhecendo o perfil da população assistida, é possível direcionar as futuras ações de promoção e prevenção no âmbito da saúde. 3. Metodologia As informações da pesquisa foram coletadas do protocolo aplicado durante consulta dos pacientes atendidos pelo Ambulatório de Nutrição do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes em Maceió, Alagoas, no período de agosto de 2016 a maio de 2017. Os dados coletados foram: idade, gênero, diagnóstico clínico e nutricional, tendo como parâmetro o cálculo do Índice de Massa Corporal [IMC = Peso (Kg/m 2 )], e dados sobre o Estilo de Vida (EV). Os resultados foram avaliados por meio das tabelas de classificação do IMC por faixa etária e gênero, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005). Os dados coletados foram tabulados no programa Microsoft Excel e as 141

variáveis foram analisadas por meio das estatísticas descritivas e apresentadas em média e desvio-padrão. 4. Resultados e Discussões A amostra estudada foi composta por 141 indivíduos, sendo 73,76% (n= 104) do sexo feminino e 26,24% (n= 37) do sexo masculino, com idade média de 44,28 ± 16,05 anos. Quanto aos achados (Tabela 1), o estado nutricional da amostra, analisado de acordo com o IMC, revelou excesso de peso, e as DCNTs mais encontradas foram HAS, dislipidemias e DM, porém, algumas outras patologias também se mostraram frequentes, como esteatose hepática, hipotireoidismo, doenças reumáticas, pulmonares e neurológicas. Foram coletadas informações sobre o estilo de vida de 70 indivíduos, quanto ao etilismo, tabagismo e sedentarismo. Tabela 1. Caracterização da amostra de pacientes atendidos em um ambulatório de nutrição do HUPAA, entre agosto de 2016 a maio de 2017. Características n % IMC Desnutrição 13 9,22 Eutrofia 29 20,57 Excesso de peso 99 70,21 DCNTs HAS 40 28,37 Dislipidemias 33 23,40 DM 28 19,86 EV Etilismo 15 21,43 142

Tabagismo 1 1,43 Sedentarismo 47 67,14 Apesar das frequências das características encontradas serem relativamente baixas, pode-se perceber que, considerando o contexto, estas são de alta representatividade e caracterizam não somente a amostra estudada, mas também o perfil clínico e nutricional da sociedade nos últimos anos, principalmente em relação ao excesso de peso, as DCNTs e a falta de atividade física, corroborado por Souza (2010), cujo autor relata que a transição do perfil nutricional e do estilo de vida das últimas décadas na população brasileira trouxe consigo mudanças no processo saúde-doença, principalmente quanto a obesidade. Refere ainda que essa condição, de excesso de peso, é um dos principais fatores de risco para hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia e outras doenças crônicas, quadro semelhante ao encontrado neste artigo. Segundo Saccon et al (2015), além da obesidade, aspectos como o tabagismo, o consumo de gorduras saturadas, o álcool e o sedentarismo contribuem para o aumento da mortalidade por DCNTs e que a dietoterapia aliada a (re) educação alimentar são indispensáveis no tratamento destes fatores e para redução dessas taxas. Nesse contexto é que se situa a assistência nutricional ambulatorial, uma estratégia fundamental e de suma importância para a melhora dos hábitos alimentares e de composição corporal, com prevenção e tratamento de doenças e promoção de saúde, consequentemente melhor qualidade de vida. 5. Considerações finais O perfil dos indivíduos atendidos em um ambulatório de nutrição do HUPAA foi de uma população predominantemente feminina, a qual pode ser justificada pelo fato de que as mulheres são as que mais buscam atendimento médico e se preocupam com a saúde, de idade relativamente jovem e estado nutricional correspondente ao excesso de peso, além de trazer consigo a prevalência de DCNTs associada a hábitos alimentares errôneos e sedentarismo. 143

Diante disso vê-se a importância da nutrição na busca da promoção da saúde, no auxílio a redução do desenvolvimento de doenças e por uma melhor qualidade de vida. Referências CERVATO-MANCUSO, A. M.; VINCHA, K. R. R.; SANTIAGO, D. A. Educação Alimentar e Nutricional como prática de intervenção: reflexão e possibilidades de fortalecimento. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 225-249, 2016. DE SOUZA, E. B. Transição nutricional no Brasil: análise dos principais fatores. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, n. 13, a. 5, ago., 2010. MUKIM, V.; TOSTES, F.; CAPELLI, C. et al. Impacto do tratamento nutricional na redução de peso corporal de pacientes atendidos no ambulatório de nutrição do centro presbiteriano beneficente Rio de Janeiro. Revista Augustus, Rio de Janeiro, v.24, 2007 SACCON, T. D. et al. Perfil e evolução do estado nutricional de pacientes que frequentam um ambulatório de nutrição do Sul do Brasil. Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria, Rio Grande do Sul, v. 35, n. 3, p. 74-82, out., 2015. TEIXEIRA, P. D. S. et al. Intervenção nutricional educativa como ferramenta eficaz para mudança de hábitos alimentares e peso corporal entre praticantes de atividade física. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 347-356, fev., 2013. World Health Organization. World Health Report 2005. Reducing risks, promoting healthy life. Geneva: WHO; 2005. 144