Avaliação dos principais gargalos que impactam na eficiência dos portos públicos Problema: Segundo a Antaq (2016), movimentou-se mais de um bilhão de toneladas nas instalações portuárias públicas brasileiras, com perspectiva de crescimento desse montante nos próximos anos. Porém, problemas relacionados com infraestrutura, gestão e burocracia podem limitar o crescimento da movimentação de cargas nos portos e, consequentemente, frear o desenvolvimento do país. Nos últimos anos, o governo federal tem realizado esforços para implementar políticas destinadas à ampliação da infraestrutura e à melhoria da gestão portuária, como exemplo o Programa Nacional de Dragagem, o Porto sem Papel e o Programa de Modernização da Gestão Portuária. Apesar dos investimentos realizados, os players do setor frequentemente descrevem que a infraestrutura e a gestão portuária brasileira, bem como a atuação de intervenientes no complexo portuário, apresentam gargalos que geram ineficiências para o comércio exterior. Verificou-se que essas ineficiências não diziam respeito apenas ao terminal portuário, mas a todo trâmite que acontece nos portos, desde a chegada do navio até o desembaraço completo da carga, no caso da importação; e na chegada da carga no porto até o embarque desta, no caso da exportação. Essas ineficiências podem resultar em aumento no tempo e/ou no custo para o usuário dos portos (importador e exportador), no que tange à liberação das cargas. Objetivo: Avaliar gargalos que impactam a eficiência de portos públicos, com o intuito de identificar oportunidades de redução de tempo de liberação de cargas e de custo para o usuário, com relação à atuação das autoridades portuárias, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Agência Reguladora de Transporte Aquaviário. Questão de auditoria Procedimentos de coletas de dados 1) Em que medida a Antaq atua para assegurar os direitos dos usuários no que tange à modicidade tarifária e de preços? Critérios: - Competências da Antaq (Lei 10.233/ 2001, art. 11; art. 20, a. entendimento da Antaq sobre os direitos dos usuários; b. eventuais estudos sobre tarifas, preços e fretes realizados pela Antaq; c. regulação sobre preços de serviços praticados por terminais arrendatários e operadores portuários; d. demandas de usuários - Antaq (a, b, c, d, e, f, g); - Contratos de arrendamento (c, f); - Tabelas de preços praticados por terminais arrendados e - Questionário com as associações de Usuários (d); - Requisição de (a, b, c, d, e, f, g); - Analisar qualitativamente as motivações e julgamentos da Antaq nas decisões dos processos de conflito de interesse, com relação a modicidade tarifária e de preços (a, c, d, e, g); -Analisar - Não acesso a contábeis por questões de sigilo fiscal; - Baixa participação das associações de usuários no fornecimento - se há, por parte da Antaq, avaliação da modicidade dos preços pagos pelos usuários ao final da liberação da carga; - se a metodologia é adequada para assegurar os direitos dos usuários no que tange à modicidade tarifária; - se a decisão da Antaq harmoniza o conflito de interesses entre usuários e terminais / operadores;
inciso II, b; art 27, inciso II e IV; art. 31); - Diretrizes para exploração dos portos (Lei 12.815/ 2013, art. 3º, II); - Regulação sobre THC (Resolução-Antaq 2.389/2013); - Infrações de arrendatários (Resolução-Antaq 3.274/2014, art. 34); - Determinações sobre tarifas (itens 9.1.13, 9.1.14, 9.1.15 e 9.1.17 do Acórdão 3.661/2013-PL, reformado pelo 1077/2015-PL); abertas na Antaq solicitando intervenção na resolução de conflitos de interesses, inclusive sobre cobrança por serviço solicitado por autoridade pública, ex: escaneamento de contêiner; e. julgamento da Antaq nesses processos de conflito de interesses; f. sistema de acompanhamento dos preços dos terminais/ operadores; g. metodologia da Antaq para receber, analisar e julgar conflito de interesses entre usuários e terminais e operadores; operadores (d); - Usuários (d, e); qualitativamente a metodologia adotada para julgamento do conflito de interesses, no que tange à modicidade tarifária e de preços (b, c, f e g); de acerca de problemas na liberação de cargas; - reclamação de usuários não formalizada na Antaq;
2.1) Em que medida as autoridades portuárias (AP) têm atuado para resolver os problemas operacionais de terminais/operadores/usuários? Critérios: Princípio da eficiência (Art. 37, caput da Constituição Federal) Competências da administração do porto organizado, conforme art. 17, 1º, da Lei 12.815/2013 Res 3.274/2014 e alterações posteriores obrigações das autoridades portuárias (capítulo IV e Seção III) Regimentos internos das a) Indicadores de desempenho do PNLP (gestão e operação portuária); b) Procedimentos administrativos (rotinas e processos mapeados - financeiros, gestão de compras/contratos, TI, infraestrutura) c) Indicadores financeiros das AP (Receitas tarifárias e de arrendamento; Despesas com pessoal e serviços de infraestrutura; Provisões) Autoridades Portuárias Secretaria Nacional de Portos Terminais/Operadores associações Demonstrações contábeis das autoridades portuárias - Entrevistas com gestores das autoridades portuárias (c, d, f); - Requisição de por meio de ofícios (a, b, c, d, f); - Exame documental (c e d) - Questionários aos terminais/operadores (e) - Analisar de forma qualitativa as entrevistas dos gestores (c e d); - Analisar de forma qualitativa as respostas aos ofícios, a fim de verificar a consistência das prestadas (a, b, c, d, e); - Analisar os documentos obtidos por meio de ofício de requisição (a, b, c, d); - Triangular as prestadas nas entrevistas, questionários e Participação dos terminais/operadores Existência de passivos não provisionados Amostragem dos portos (4 ou 5) impede generalização de resultados - Quais os gargalos operacionais existentes nos portos organizados 1? - O que as Autoridades Portuárias têm feito para resolver ou mitigar esses gargalos? - Quais os efeitos resultantes desses gargalos que representam ineficiências portuárias? - Se deficiências de gestão resultam 1 Porto organizado: bem público construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade portuária (Lei 12.815/2013, art. 2º, inciso I);
autoridades portuárias Plano Nacional de Logística Portuária (2015) d) Relatórios de auditorias independentes); e) Entraves operacionais existentes nos portos; f) Passivos financeiros não provisionados; contidas nos documentos (a, b, c, d, e); em ineficiências portuárias; - se a autoridade portuária utiliza indicadores de desempenho previstos no PNLP para medir os objetivos organizacionais; - se há processos mapeados (financeiros, gestão de compras/contratos, TI, infraestrutura); - Se as receitas operacionais têm sido suficientes para manutenção da infraestrutura do porto, especialmente
dragagem; - Se os passivos financeiros podem comprometer a manutenção da infraestrutura do porto; - Se há Boas Práticas de gestão passiveis de serem aplicadas em outros portos organizados; e - se as vantagens decorrentes de melhorias nas instalações portuárias são levadas à cadeia de comércio. 2.2) A atuação das autoridades portuárias (AP) assegura a a) profundidade desejada em canais e Secretaria Nacional de Portos (SNP); - Entrevistas com representantes da Analisar de forma qualitativa as Dificuldade (subjetividade) da - Se a profundidade atual dos canais de
manutenção da profundidade dos canais marítimos de acesso aos portos e dos berços? Critérios: Plano mestre do porto berços; b) profundidade existente em canais e berços; c) causas dos problemas na realização das dragagens de manutenção; d) existência de programa permanente de dragagem de manutenção; e e) consequências da profundidade inadequada. Autoridades Portuárias Representantes de Terminais/Operadores Praticagem Capitanias dos portos Representantes de Armadores Plano mestre do porto praticagem, dos terminais/operadores, e das autoridades portuárias (c, d, e); - Requisição de por meio de ofícios (a, b, c, d, e); - Exame documental (a, b, c, d, e); entrevistas dos players (c, d, e); Analisar de forma qualitativa as respostas aos ofícios, a fim de verificar a consistência das prestadas ofícios (a, b, c, d, e); Triangular as prestadas nas entrevistas e nos documentos (a, b, c, d, e). análise do impacto econômico da falta de dragagem de manutenção acesso e berços dos portos está de acordo com o previsto no plano mestre do porto; - Se ações de dragagem de manutenção têm sido efetivas; - Se há ações para evitar a ocorrência dos mesmos problemas experimentados nas contratações anteriores de dragagem; - Se há impactos no preço dos fretes em razão de perda de profundidade por falta de manutenção; - se há correlação entre a falta de manutenção da
profundidade dos canais de acesso/berços e a gestão deficiente da autoridade portuária. 3) Em que medida os procedimentos adotados pela Anvisa impactam o prazo de emissão da Licença de Importação nos portos? Critérios: Princípio da Eficiência Ordem de Serviço 34/GGPAF/Anvisa Benchmark (a ser definido) a) Relação de todos os processos para emissão da LI, com a da data de protocolo na Anvisa, Data de entrada no Siscomex, servidor responsável, tipo de produto, empresa, se houve ou não inspeção física e resultado da análise dos últimos 3 anos; b) principais fatores que impactam o prazo de - Orientação de Serviço n 34/GGPAF/Anvisa;(h) - Anvisa/GGPAF (a, b, c, d, e, f, h, i, j, k, l, m) - Banco Mundial (g) - Agências de Vigilância Sanitária em outros países (g) - Relatório da Audint (h); - RDC 81/2008 e alterações (h, l) - RDC 172/2017 (i) - Entrevistas com gestores da Anvisa/GGPAF (b, c, e,h, i, k, l, m) ; - Diligência (a, b, c, d, e, f, h, i, j, k, l, m); - Pesquisa no sítio eletrônico do Banco Mundial (g); - Pesquisa em sites de órgão congêneres à Anvisa de outros países (g); - Mapeamento de processo de emissão da LI - Analisar as a respeito dos prazos de emissão de LI antes da Orientação de Serviço 34 e depois, avaliando também a produtividade por unidade e por servidor, verificando, ainda, se os prazos para emissão da LI obedecem ao prazo definido na ordem de serviço. Por fim, comparar também - de entidades congêneres à Anvisa não disponíveis; - Se existe possibilidade de redução de prazo de emissão da licença de Importação sem prejuízo à efetividade da vigilância sanitária; - Se a Anvisa tem adotado ações para redução do tempo na emissão da LI; - Se há
emissão da LI; c) riscos que podem afetar o processo de emissão da LI, bem como toda a estrutura de gestão de riscos; d) % do tempo do desembaraço da carga é de responsabilidade da Anvisa; e) Modo de gestão das filas de análise da LI; f) - Critérios/normas para realização da inspeção física g) Prazo médio internacional de liberação de cargas h) Controles internos implantados e/ou previstos para o processo de emissão da LI; i) Razões/motivação para a emissão da LI automática; j) % de LI automática em (c, l); com as entidades pares da Anvisa em outros países (a, e); - Avaliar as ações adotadas pela Anvisa para redução do prazo de emissão da LI, comparando essas ações com o histórico do prazo de emissão; (k, a) - Analisar o mapa de processos e em conjunto com as prestadas pelos gestores nas entrevistas para verificar a existências de gargalos no processo e possibilidade de adoção de ações para redução do prazo de emissão da LI (k, L); - Analisar o banco de dados de emissões de LI, verificando se existem LI emitidas antes mesmo do descumprimento de prazos estabelecidos em orientações de serviço; - Se a emissão da LI segue a ordem temporal das filas; - Se a Anvisa dispõe de gerenciamento de riscos nos processos de emissão de LI; - Se as medidas adotadas pela Anvisa estão reduzindo o tempo médio de desembaraço de carga; - se existem critérios objetivos pré-definidos de inspeção física;
relação ao total de LI; k) Ações adotadas para redução do prazo das LI e seus resultados práticos; l) Fluxograma do processo de emissão da LI; e m) Critérios adotados para a realização da inspeção física. protocolo na Anvisa. Verificar também o tempo médio de emissão das LI por posto e por servidor, buscando disparidades (a, e); - Analisar a estrutura da gestão de riscos da Anvisa para emissão da LI, bem como os controles internos (c, h); - Avaliar o percentual médio de inspeções físicas de carga por porto, servidor e da própria Anvisa, procurando por distorções e o motivo (a); - Cruzar os critérios estabelecidos para a inspeção com a análise das inspeções físicas realizadas (a, m);