ANÁLISE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE DISCENTES DE UMA COMUNIDADE RURAL DO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ-MIRI, ESTADO DO PARÁ 1.

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Transcrição:

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE DISCENTES DE UMA COMUNIDADE RURAL DO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ-MIRI, ESTADO DO PARÁ 1. Autor: Benedito de Brito Almeida Universidade Federal do Pará Campus de Abaetetuba Email:beneditoalmeidahp@gmail.com Coautor 1: Edilane da Costa Silva Universidade Federal do Pará Polo Universitário de Acará. Email:es089053@gmail.com Coautor 2: Rejane Andrade Viana Universidade Federal do Pará Polo Universitário de Tomé-Açú. Email:rejaneandvia1@gmail.com Orientador: Yvens Ely Martins Cordeiro Doutor em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia. Professor Adjunto I da Universidade Federal do Pará (Campus Universitário de Abaetetuba). Professor do Programa de Pós- Graduação em Cidades, Território e Identidade- PPGCITI (UFPA/Campus de Abaetetuba). Email: yemcordeiro@ufpa.br RESUMO É preciso compreender a importância da viabilização, implementação e universalização da Educação Ambiental (EA) nas escolas rurais, tanto como política pública quanto como ferramenta dinâmica para a emancipação das comunidades, onde devemos discutir e ressaltar os aspectos fundamentais da sociedade sociais, políticos, econômicos, culturais, ambientais vinculados ao enraizamento e reconexão com as tradições locais, para a conquista de uma vida digna e sustentável ecologicamente.. Pretendeu-se aqui entender e avaliar o conhecimento dos alunos da escola Sebastiana Pena Pantoja de Araújo, na comunidade de São Lourenço, em Igarapé-Miri/PA em relação ao lixo produzido por suas famílias, fazendo um levantamento do destino dado a esse lixo, além de fazer uma análise de como a educação ambiental pode contribuir para a amenização do fator. A metodologia empregada no desenvolvimento desta pesquisa é de cunho qualitativo, tendo também uma análise quantitativa. Pelas questões pré-definidas, foram coletados dados sobre o destino dado ao lixo, os problemas enfrentados com o lixo na comunidade, a separação dos lixos recicláveis e não recicláveis, a contribuição da escola na conscientização e preservação do meio ambiente. Palavras-chave: Comunidade Rural. Percepção ambiental. Destino do Lixo. 1. INTRODUÇÃO As questões ambientais tomaram conta das discussões internacionais nos últimos séculos. Isso acontece devido à crise ambiental que o planeta enfrenta, causado principalmente pela ação do homem, que através de seus hábitos consumistas e predatórios, além da busca de maior conforto e comodidade, vem destruindo os recursos naturais e o meio ambiente gradativamente (FOLADORI, 1999). Algumas dessas ações antrópicas da população em relação ao lixo vem somando os problemas da sociedade atual. E sua produção diária tem dobrado nos últimos anos, crescendo aceleradamente em todo o mundo. Gonçalves (1984) chama a atenção para essa afirmação ao declarar que o ser humano precisa mudar seus hábitos predatórios ou pode correr o risco de se sufocar em meio ao seu próprio lixo. Pois é evidente a crescente produção de lixo pelo homem, onde seu descarte é em grande parte diretamente na natureza, causando a poluição do ar, água e do meio ambiente como um todo. 1 Trabalho de conclusão de curso

A concentração de lixo nas cidades é visível e preocupante. O lixo que fica armazenado nas vias, por falta de coleta seletiva ou jogado diretamente nas ruas, impede o escoamento da água da chuva para as galerias subterrâneas e ocasionam grandes transtornos para os habitantes, como as enchentes que cobrem as ruas e invadem casas em poucos minutos de chuva forte, causando prejuízos para os moradores ou até levar pessoas à morte o que é noticiado com frequência nos telejornais brasileiros e mundiais (MUCELIN E BELLINI, 2006). Na zona rural não é diferente, o acumulo de lixo nos rios, igarapés e em meio à natureza geram grandes prejuízos para a fauna e flora, causando a poluição dos rios e do solo. Essas condições se tornam mais complicadas porque nas ilhas não há coleta seletiva e não existe orientação de como armazenar e cuidar do lixo produzido pelas pessoas, com isso quase que totalidade desses resíduos são despejados nos quintais das residências, e possuem potencial para causar danos diretos ou indiretos à saúde humana e ao meio ambiente e consequentemente provocar acidentes ambientais (CETESB 2006). Pretende-se aqui, realizar uma pesquisa para entender e avaliar o conhecimento dos alunos do ensino fundamental e médio em relação ao lixo produzido por suas famílias. Sendo que o mesmo ainda servirá como ferramenta para a futura sensibilização dos estudantes e para a elaboração de propostas de intervenção didática. 2. METODOLOGIA A metodologia empregada no desenvolvimento desta pesquisa é de cunho qualitativo tendo uma análise quantitativa. Para Severino (2007), este modelo favorece ao pesquisador uma aproximação mais direta com o objeto a ser investigado, os alunos, e o contexto vivenciado por estes indivíduos, além de suas histórias de vida. Esta pesquisa foi desenvolvida com alunos do ensino fundamental e do ensino médio, delimitando turmas do 7º ao 9º ano do fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio, contando com uma amostragem de 172 alunos entre 11 e 18 anos, discentes da Escola Municipal Sebastiana Pena Pantoja de Araújo, localizada no rio são Lourenço, ilhas do município de Igarapé Miri, Estado do Pará. A primeira etapa da pesquisa foi realizar palestras para os alunos, orientando diversas ações que todas as pessoas podem assumir diariamente, dando enfoque a questão da geração e destituição do lixo, a fim de contribuir para refletir sobre o desenvolvimento econômico e as consequências ambientais de uma ação irresponsável e com isso compreender que todos são responsáveis por um futuro ambiental melhor. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas com questões previamente definidas em questionário e receberam analise quantitativa com o objetivo de comparar proporções entre os alunos do ensino fundamental e os alunos do ensino médio (RODRIGUES E LIMENA, 2006). Pelas questões pré-definidas foram coletados dados sobre o destino dado ao lixo nas famílias, os problemas enfrentados com o lixo na comunidade, a separação dos lixos recicláveis e não recicláveis nas famílias, a coleta seletiva realizada pelo poder público na comunidade, a contribuição da escola na conscientização e preservação do meio ambiente, além de sugestões para trabalhar a questão do lixo na escola 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na comunidade pesquisada não existe nenhum tipo de coleta seletiva de lixo reciclável ou orgânico realizada pelos órgãos públicos, assim como em nenhuma das ilhas da zona rural do município de Igarapé-Miri. Segundo o IBGE (2010), 67,7% dos municípios não fazem coleta seletiva de lixo. Isso requer que os habitantes da zona rural separem, queimem ou

busquem outro destino ao lixo, para evitar maior quantidade de poluição principalmente dos rios. A Figura 01 demonstra o percentual de separação de lixo realizado pelos alunos em suas casas junto com suas famílias. Percebe-se que a maioria dos alunos do ensino fundamental (46%), e do ensino médio (45%) não tem o hábito de separação de nenhum tipo de lixo, ou seja, todos os tipos de resíduos são descartados juntos e muitas vezes não tem lugar específico. As famílias que fazem separação teve um percentual razoável (34% no ensino fundamental e 44% no ensino médio), porém, essa separação está ligada somente à reutilização de alguns materiais nas residências para outros fins. Para Green (2008, p. 9), assim como reciclar, é bom tentar reutilizar coisas. Reutilizar materiais de todos os dias, como sacolas plásticas e recipientes, ajuda a reduzir a quantidade de resíduos no ambiente. É nesse contexto se afirma a importância da reutilização. Figura 01 Separação de lixo nas famílias. A Figura 02 demonstra como as famílias se livram do lixo produzido diariamente em suas residências, visto que não há coleta seletiva na zona rural como já foi enfatizado acima. De acordo com os alunos, a prática mais comum da maioria das famílias é o descarte do lixo sem embalar chegando a 38% nas famílias dos estudantes do ensino fundamental e a 35% no ensino médio. Ainda de acordo com os estudantes o lixo produzido pode ser jogado no quintal, no rio, no igarapé, dependendo do que for mais propício no momento do descarte. Para algumas famílias o melhor caminho para se livrar do lixo reduzido é a sua queima, devido diminuir a quantidade de resíduos nos quintais. Isso se confirma quando 33% do ensino fundamental e 32% do ensino médio afirmam que é essa prática que se utiliza como solução na hora de se livrar do lixo produzido em suas residências. Figura 02 Modo como às famílias se livram do lixo produzido. O lixo pode ser considerado um dos maiores problemas da atualidade, pois com a falta de local adequado para o seu destino final, muitos resíduos são despejados em locais impróprios e mesmo os locais apropriados podem causar a poluição da natureza. Torna-se necessária a conscientização sobre os problemas causados pelo lixo, pois queimar e enterrar resíduos, que são práticas muito usadas, podem causar danos ao meio ambiente, especialmente se realizados de maneira incorreta (ROUQUAYROL, 1994).

Foi possível identificar que muitos alunos já presenciaram ou ouviram falar de problemas envolvendo o lixo em sua comunidade (Figura 03). Entre os alunos do ensino fundamental, 43% asseguram esse fator, e entre o ensino médio, 54% afirmam que já conhecem algum desses problemas. Em contrapartida, 22% dos alunos do fundamental e 25% dos alunos do ensino médio garantiram que nunca ouviram falar ou presenciaram tais problemas. Figura 03 Problemas ambientais causados pelo lixo na comunidade. A reciclagem pode ser definida como o método de reaproveitamento dos resíduos sólidos, tornando-se o fruto das atividades aonde os materiais que iriam para lixões ou aterros sanitários, são processados para serem usados como substância na manufatura de novos produtos evitando o desperdício e contribuindo para a redução da poluição ambiental (DIAS, 1992). Nesse sentido Mello (1996, p.59), reciclar é transformar os restos descartados pelas residências, indústrias, empresas e demais entidades e estabelecimentos em matéria-prima, para fabricação de outros produtos. Embora a reciclagem seja um processo fácil de entender a identificação dos materiais que podem ser reciclados ou não, causa algumas confusões na hora da separação e com isso materiais não recicláveis pode prejudicar a qualidade do produto final tornando-se um problema. É crescente no Brasil a pratica da reciclagem. Os resíduos que mais se destacam nesse processo são: latinha de cerveja e refrigerante que chegou a atingir 91,5% de reciclagem, papelão com 79,6%, garrafa pet com 54,8%, papel de impressão e escrita com 43,7%, e vidro, com 47% do percentual produzido. Pode-se dizer que os produtos com alto índice de reciclagem, também são os produzidos em larga escala diariamente (CEMPRE, 2011). A Figura 04 está relacionada com a separação do lixo reciclável nas famílias dos estudantes. Percebe-se que metade dos alunos do ensino fundamental, afirmam que em suas casas não há separação de lixo reciclável e apenas 27% garantem que existe separação de resíduos em suas residências. No ensino médio o senário ficou um pouco diferente, pois o número de famílias que não fazem nenhum tipo de separação caiu em comparação ao ensino fundamental ficando com o percentual de 38% e as famílias que fazem algum tipo de separação subiram para 36%. Figura 04 Separação do lixo reciclável nas famílias.

De acordo com a Figura 05 o principal objetivo da separação do lixo reciclável na comunidade é para sua reutilização como afirmam (40% dos alunos do ensino fundamental e 51% dos alunos do ensino médio). Segundo os alunos, os produtos com mais reutilizados são as garrafas pets, sacolas de supermercado, latas, galões de combustíveis, entre outros. Esses produtos são mais visados por servirem para inúmeras funções nas residências, desde o armazenamento de água até enfeites. Green (2008) afirma que para a separação do lixo devem ser considerados aspectos básicos para direcionar a destinação correta como reduzir, reutilizar e reciclar. Esses aspectos contribuem com o processo de reciclagem e ajuda na redução de lixo na natureza. Muitos materiais mesmo depois de separados e reutilizados podem ser descartados após algum tempo de uso, que é o caso principalmente das garrafas pets, com isso a opção de muitas famílias é queimar para se desfazer desse lixo (33% das famílias dos alunos do ensino fundamental e 40% das famílias dos alunos do ensino médio), outras famílias costumam depositar esse tipo de lixo no quintal de suas residências junto com os demais lixos produzidos na família. O habito de enterrar o lixo não é relevante na comunidade, tanto que não houve relato sobre essa prática como destino final do lixo reciclável ou orgânico. Figura 05 Destino dado ao lixo reciclável e orgânico nas famílias. A consciência critica ambiental é algo que podemos adquirir através da educação, pois o conhecimento tem o poder de transformar o ser humano. Quanto a isso a educação ambiental tem um papel importante que contribuí para a conscientização de grande massa da população a respeito das ações necessárias para a preservação da natureza e tem se tornado um instrumento essencial para a conscientização do homem moderno do seu papel perante o meio ambiente (DIAS, 2002). Ao serem questionados sobre o sentimento de responsabilidade em buscar ação a favor do meio ambiente (Figura 06) os alunos ficaram divididos. Dos alunos do ensino fundamental 45% afirmam que se sentem responsáveis pela busca dessas ações, em contra partida 35% disseram que não se sentem responsáveis. No ensino médio esse quadro ficou parecido com a maioria (52%) garantindo que têm tais responsabilidades e 42% garantindo que não são responsáveis por essa atitude. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Figura 06 - Ações a favor do meio ambiente.

Ficou constatado, que é necessário melhorar alguns fatores na escola, para garantir resultados favoráveis na conscientização de suas famílias referentes à poluição da natureza por resíduos sólidos, como: a ampliação das discussões relacionadas à importância da coleta seletiva, o destino adequado que se deve dar ao lixo e a influência que as atitudes pessoais podem causar no meio ambiente. Nesse contexto, deve ser inserida a importância da educação do campo, pois dialoga com a educação ambiental e pode assumir um papel de auxiliadora nesse processo. Constatou-se também que a população pesquisada utiliza várias formas para a disposição final do lixo doméstico e a reciclagem é bem pouca, tendo em vista a falta de coleta seletiva na zona rural. Além disso, foi possível observar que a maioria dos alunos sente-se responsável pelo meio ambiente, porém somente alguns têm o hábito de buscar ações a favor da natureza. REFERÊNCIAS BRASIL, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística). Cidades. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.org.br>. Acessado em 23/08/2017. CETESB. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Acidente Ambiental. São Paulo: 2006. Disponível em:<http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/atuação.asp>. Acesso em: 11/05/2007. CEMPRE. Compromisso Empresarial Para a Reciclagem. 2011. Disponível em: http://www,cempre.org.br Acesso em 23/08/2017. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992. FOLADORI, Guillermo. O capitalismo e a crise ambiental. Raízes. Curitiba. 1999. GREEN, Jean. Reciclagem; tradução de Claudia Cabilio São Paulo: DCL, 2008. GONÇALVES, Dalva R. P. Educação ambiental Garantia de vida. 1984. Dissertação de mestrado em Educação, Niterói, UFF, 1984. MELLO, J. C. Meio ambiente educação e desenvolvimento. Washington: Organização dos Estados Americanos, 1996. MUCELIN, C. A., BELLINI, L. M. A percepção de impactos ambientais no ecossistema urbano de Medianeira. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIFUSÃO TECNOLÓGICA, 3, Medianeira. Anais. Medianeira: UTFPR, 2006. RODRIGUES, M. L; LIMENA, M. M. C.(Orgs). Metodologias multidimensionais em Ciências Humanas. Brasília. Líber Livros Editora, 2006. ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro: Medica e Cientifica- MEDSI, 1994. SEVERINO, Antônio. J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.