PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA. São Paulo, 17 de janeiro de 2015.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO DIP (Presidente sem voto), AFONSO FARO JR. E AROLDO VIOTTI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEVES AMORIM (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MAURÍCIO PESSOA (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E GRAVA BRAZIL.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E ROMEU RICUPERO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J. B. FRANCO DE GODOI (Presidente) e JOSÉ MARCOS MARRONE.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA. São Paulo, 11 de setembro de 2014.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ REYNALDO (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ARALDO TELLES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores SÁ DUARTE (Presidente sem voto), SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA E EROS PICELI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUÍS FERNANDO LODI. São Paulo, 27 de outubro de 2016.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), BERETTA DA SILVEIRA E VIVIANI NICOLAU.

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ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de abril de Roberto Mac Cracken Relator Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO ALCIDES (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA. São Paulo, 10 de julho de 2018.

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A C Ó R D Ã O. Agravo de Instrumento nº

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAIA DA CUNHA (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 12 de setembro de 2013.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GOMES VARJÃO (Presidente), NESTOR DUARTE E ROSA MARIA DE ANDRADE NERY.

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ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI CASCALDI (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E LUIZ ANTONIO DE GODOY.

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Quinta Câmara Cível A C Ó R D Ã O

AGRAVO DE INSTRUMENTO N BELO HORIZONTE A C Ó R D Ã O

AGRAVO DE INSTRUMENTO N

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2017.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

ACÓRDÃO , da Comarca de Santana de Parnaíba, em que é agravante EMK

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Transcrição:

Registro: 2018.0000002899 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante ALTA ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL LTDA., é agravado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE PROVIDO, NA PARTE CONHECIDA. V.U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente sem voto), PERCIVAL NOGUEIRA E PAULO ALCIDES. São Paulo, 10 de janeiro de 2018. Rodolfo Pellizari Relator Assinatura Eletrônica

Agravo de Instrumento Digital Processo nº. 2085504-47.2017.8.26.0000 Comarca: 2ª Vara Cível São Paulo Foro Central Juíza prolatora da r. decisão: Dra. Cecília de Carvalho Contrera Agravante: Massa Falida da Construtora e Incorporadora Atlântica Ltda., Companhia Brasileira de Construções - CIBRACON, Amâncio de Carvalho Incorporação SPE Ltda., Franco Incorporação SPE Ltda., Girassol 2 Incorporação SPE Ltda. e Paracuê Incorporação Ltda. (representadas por Alta Administração Judicial Ltda.) Agravado: Ministério Público do Estado de São Paulo Voto nº 01051 AGRAVO DE INSTRUMENTO Ação civil pública Interposição contra decisão que deferiu parcialmente o requerimento de tutela provisória de urgência formulado pelo autor, determinando que as rés (1) suspendam a comercialização e a publicidade de todo e qualquer empreendimento imobiliário promovido por elas, cuja incorporação imobiliária ainda não tenha sido registrada (não ficando a medida restrita aos empreendimentos Paulistânia e Girassol 2), até o registro da respectiva incorporação imobiliária no cartório competente, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por ato de descumprimento; (2) procedam à inclusão do número do registro da incorporação imobiliária relativa a todos os seus empreendimentos em todas as suas veiculações publicitárias, na forma do item "1f" de fls. 25, no prazo de 60 (sessenta) dias; e, (3) se abstenham de realizar e comercializar empreendimentos mediantes contratos atípicos que visem a arrecadação de fundo para financiamento de obras, sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por contrato, na forma do item "1e" de fls. 24 Parcial cabimento Presença dos requisitos autorizadores da concessão da tutela de urgência, previstos no artigo 300, do novo Código de Processo Civil A determinação de inclusão do número do registro da incorporação imobiliária relativa a todos os empreendimentos das rés em todas as suas veiculações publicitárias, no prazo de 60 (sessenta) dias, sob pena de multa diária, se mostra descabida e desarrazoada, tendo em vista a sua falência e a Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 2

impossibilidade de cumprimento da medida Determinação revogada A suspensão da comercialização e publicidade de todo e qualquer empreendimento imobiliário por elas promovido, cuja incorporação imobiliária ainda não tenha sido registrada, já é suficiente para evitar maiores prejuízos aos consumidores e terceiros Em se tratando de obrigação de fazer e/ou não fazer, a imposição de multa para compelir o seu cumprimento tem amparo no artigo 537, do novo CPC Rés falidas Circunstância que não obsta a cominação mesmo de astreintes Quanto à abstenção de realização e comercialização de empreendimentos mediantes contratos atípicos que visem a arrecadação de fundo para financiamento de obras, sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por contrato, não houve insurgência das rés Decisão parcialmente reformada JUÍZO UNIVERSAL DA FALÊNCIA Pleito de reconhecimento da incompetência absoluta do Juízo da 2ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, com a remessa dos autos ao Juízo Universal da Falência (2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo) Questão não suscitada em primeira instância e que, consequentemente, não foi apreciada na r. decisão agravada Impossibilidade de apreciação, neste recurso, sob pena de supressão de um grau de jurisdição RECURSO CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE PROVIDO, NA PARTE CONHECIDA. Trata-se de agravo de instrumento interposto contra parte da r. decisão de fls. 452/454, integrada pela de fls. 478, dos autos originários, que apreciou embargos de declaração, a qual, em ação civil pública, dentre outras deliberações, deferiu parcialmente o requerimento de tutela provisória de urgência formulado pelo autor, ora agravado, determinando que as rés, ora agravantes, (1) suspendam a comercialização e a publicidade de todo e qualquer empreendimento imobiliário promovido por elas, cuja incorporação imobiliária ainda não tenha sido registrada (não ficando a medida restrita aos empreendimentos Paulistânia e Girassol 2), até o registro da respectiva incorporação imobiliária no cartório competente, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por ato de descumprimento; (2) procedam à inclusão do número do registro da incorporação imobiliária relativa a todos os seus empreendimentos em Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 3

todas as suas veiculações publicitárias, na forma do item "1f" de fls. 25, no prazo de 60 (sessenta) dias; e, (3) se abstenham de realizar e comercializar empreendimentos mediantes contratos atípicos que visem a arrecadação de fundo para financiamento de obras, sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por contrato, na forma do item "1e" de fls. 24. As agravantes alegam, preliminarmente, a incompetência do Juízo da 2ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, em razão da decretação da falência pelo Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo. Sustentam ser impossível o cumprimento das determinações contidas nas r. decisões agravadas, tendo em vista a total ausência de recursos financeiros e a extensa burocracia exigida para regularização da incorporação, que impede a obtenção de documentos e acesso a informações como, por exemplo, do atestado de idoneidade financeira, exigido pela Lei nº 4.591/1.964. Discorrem sobre a possibilidade de os adquirentes, em razão da falência do incorporador, optar pelo prosseguimento da construção do empreendimento, hipótese em que uma nova construtora seria contratada e alienaria as unidades não comercializadas pela incorporadora originária, bem como aquelas relativas aos adquirentes que eventualmente tenham sido contrários ao prosseguimento da obra. Procuram demonstrar a impossibilidade de fixação de astreintes, no caso em apreço, tendo em vista a impossibilidade de cumprimento das medidas, somado ao fato de que a massa falida não Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 4

possui recursos em caixa e seus bens estão em processo de arrecadação. Alegam que não possuem condições de arcar com o pagamento das custas e despesas processuais, uma vez que não possuem nenhum dinheiro em caixa, tanto é que fora decretada sua falência. Dois pequenos imóveis estão sendo leiloados para viabilizar, pelo menos, o pagamento de parte das despesas extraconcursais. Pedem a concessão de efeito suspensivo ao recurso e, ao final, o seu provimento, para que lhes sejam concedidos os benefícios da gratuidade da justiça, revogada a tutela provisória de urgência e reconhecida a incompetência absoluta do Juízo da 2ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, remetendo-se os autos ao Juízo Universal da Falência (2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo). Pela decisão proferida a fls. 39/42, foi denegado o efeito suspensivo pleiteado, ordenada a intimação do agravado para contraminuta e solicitado à Meritíssima Juíza da causa que ela apreciasse o quanto determinado no Recurso Especial, sob o rito de recursos repetitivos, REsp nº 1643856/SP - tema 0976. O agravado apresentou contraminuta (fls. 48/58), pugnando pelo improvimento do recurso. A Douta Magistrada a quo prestou informações a fls. 59. É o relatório. Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 5

Inicialmente, concedo os benefícios da gratuidade da justiça à massa falida agravante. Anote-se. No tocante ao pleito de pleito de reconhecimento da incompetência absoluta do Juízo da 2ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, com a remessa dos autos ao Juízo Universal da Falência (2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo), o recurso não comporta conhecimento. Isso porque, na espécie, esta questão ainda não foi suscitada em primeira instância e, consequentemente, não foi apreciada na r. decisão agravada. Desta forma, apreciá-la neste recurso implicaria manifesta supressão de um grau de jurisdição, o que é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio. De resto, insurgem-se as agravantes contra a r. decisão que deferiu parcialmente o requerimento de tutela provisória de urgência formulado pelo autor, ora agravado, determinando que elas (1) suspendam a comercialização e a publicidade de todo e qualquer empreendimento imobiliário promovido por elas, cuja incorporação imobiliária ainda não tenha sido registrada (não ficando a medida restrita aos empreendimentos Paulistânia e Girassol 2), até o registro da respectiva incorporação imobiliária no cartório competente, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por ato de descumprimento; (2) procedam à inclusão do número do registro da incorporação imobiliária relativa a todos os seus empreendimentos em todas as suas veiculações publicitárias, na forma do item "1f" de fls. 25, no prazo de 60 (sessenta) dias; e, (3) se abstenham de realizar e comercializar empreendimentos mediantes Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 6

contratos atípicos que visem a arrecadação de fundo para financiamento de obras, sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por contrato, na forma do item "1e" de fls. 24. Respeitado o entendimento adotado pela Meritíssima Juíza da causa, o recurso comporta parcial provimento. Com efeito, o artigo 32, da Lei 4.591/64 dispõe: Art. 32. O incorporador somente poderá negociar sobre unidades autônomas após ter arquivado, no cartório competente de Registro de Imóveis, os seguintes documentos: a) título de propriedade de terreno, ou de promessa, irrevogável e irretratável, de compra e venda ou de cessão de direitos ou de permuta do qual conste cláusula de imissão na posse do imóvel, não haja estipulações impeditivas de sua alienação em frações ideais e inclua consentimento para demolição e construção, devidamente registrado; b) certidões negativas de impostos federais, estaduais e municipais, de protesto de títulos de ações cíveis e criminais e de ônus reais relativante ao imóvel, aos alienantes do terreno e ao incorporador; c) histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 anos, acompanhado de certidão dos respectivos registros; d) projeto de construção devidamente aprovado pelas autoridades competentes; e) cálculo das áreas das edificações, discriminando, além da global, a das partes comuns, e indicando, para cada tipo de unidade a respectiva metragern de área construída; Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 7

f) certidão negativa de débito para com a Previdência Social, quando o titular de direitos sôbre o terreno fôr responsável pela arrecadeção das respectivas contribuições; g) memorial descritivo das especificações da obra projetada, segundo modêlo a que se refere o inciso IV, do art. 53, desta Lei; h) avaliação do custo global da obra, atualizada à data do arquivamento, calculada de acordo com a norma do inciso III, do art. 53 com base nos custos unitários referidos no art. 54, discriminando-se, também, o custo de construção de cada unidade, devidamente autenticada pelo profissional responsável pela obra; i) discriminação das frações ideais de terreno com as unidades autônomas que a elas corresponderão; j) minuta da futura Convenção de condomínio que regerá a edificação ou o conjunto de edificações; l) declaração em que se defina a parcela do preço de que trata o inciso II, do art. 39; m) certidão do instrumento público de mandato, referido no 1º do artigo 31; n) declaração expressa em que se fixe, se houver, o prazo de carência (art. 34); o) atestado de idoneidade financeira, fornecido por estabelecimento de crédito que opere no País há mais de cinco anos (...) O supracitado dispositivo legal proíbe a negociação das unidades sem o devido registro da incorporação imobiliária, fato Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 8

este que não ocorreu até o momento, o que evidencia a probabilidade do direito invocado pelo autor, ora agravado. Por sua vez, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo decorre dos prejuízos que os consumidores certamente sofrerão caso as rés, ora agravantes, continuem comercializando e normalmente veiculando publicidade dos seus irregulares empreendimentos, que não possuem a respectiva incorporação imobiliária registrada no cartório competente. Presentes estão, portanto, os requisitos exigidos pelo artigo 300, do novo CPC, de modo que concessão da tutela de urgência era mesmo de rigor. Entretanto, ela não comporta acolhimento na extensão determinada pela primeira instância. A ordem de inclusão do número do registro da incorporação imobiliária relativa a todos os empreendimentos comercializados pelas rés, em todas as suas veiculações publicitárias, no prazo de 60 (sessenta) dias, sob pena de multa diária, se mostra descabida e desarrazoada. Isso porque, com a falência das rés, elas não conseguirão atender os requisitos legais exigidos para o registro das incorporações, como o atestado de idoneidade financeira, exigido pelo artigo 32, b, da Lei nº 4.591/1.964: Artigo 32: O incorporador somente poderá negociar sobre unidades autônomas após ter arquivado, no cartório competente de Registro de Imóveis, os seguintes documentos: (...) b) certidões negativas de impostos federais, estaduais Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 9

e municipais, de protesto de títulos de ações cíveis e criminais e de ônus reais relativante ao imóvel, aos alienantes do terreno e ao incorporador. A suspensão da comercialização e publicidade de todo e qualquer empreendimento imobiliário por elas promovido, cuja incorporação imobiliária ainda não tenha sido registrada, portanto, já é suficiente para evitar maiores prejuízos aos consumidores e terceiros. De resto, em se tratando de obrigação de fazer e/ou não fazer, a imposição de multa para compelir o seu cumprimento tem amparo no artigo 537, do novo CPC, correspondente ao artigo 461, 4º, da revogada Lei nº 5.869/73 (antigo CPC). Neste sentido, são os seguintes precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: TUTELA ANTECIPADA - Manutenção indevida do nome da autora no cadastro de inadimplentes - Concessão da tutela antecipada para exclusão - Multa diária - Possibilidade no caso de descumprimento - Valor razoável - Agravo improvido (Agravo de Instrumento nº 0074509-19.2011.8.26.0000, Rel. Des. Silveira Paulilo, 21ª Câmara de Direito Privado, j. em 03/08/2011). A falência das rés, aliás, não impede a cominação das astreintes (que era vedada no artigo 23, parágrafo único do revogado Decreto Lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945), tendo em vista a Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 10

classificação de multas como créditos quirografários, na atual Lei nº 11.101/2005 (artigo 83, inciso VII). Por fim, ressalto que as rés não se insurgiram contra a ordem de abstenção de realização e comercialização de empreendimentos mediantes contratos atípicos que visem a arrecadação de fundo para financiamento de obras, sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por contrato, na forma do item "1e" de fls. 24, tornando desnecessária a apreciação desta questão. Ante o exposto, pelo meu voto, conheço em parte do recurso e, na parte conhecida, a ele dou parcial provimento, tão somente para o fim de revogar parte da decisão proferida a fls. 478, dos autos originários, consistente na determinação de que as rés procedam à inclusão do número do registro da incorporação imobiliária relativa a todos os seus empreendimentos em todas as suas veiculações publicitárias, na forma do item "1f" de fls. 25, no prazo de 60 (sessenta) dias, permanecendo inalterada, no mais, a r. decisão agravada, por seus próprios fundamentos. Fica prequestionada toda a matéria alegada, para fins de interposição de recursos perante os Tribunais Superiores. RODOLFO PELLIZARI Relator Agravo de Instrumento nº 2085504-47.2017.8.26.0000 -Voto nº 01051 11