Música no Museu traz Nelson Freire ao Teatro de São João del Rei comemorando 60 anos de sua primeira apresentação pública.



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Transcrição:

Música no Museu traz Nelson Freire ao Teatro de São João del Rei comemorando 60 anos de sua primeira apresentação pública Programa: WOLFGANG AMADEUS MOZART Sonata em La Maior kv.331 Andante grazioso Menuetto Alla Turca LUDWIG VAN BEETHOVEN Sonata ao luar, op.27 nr.2 Adagle sostenuto Alegretto Presto agiato HEITOR VILLA-LOBOS Preludio das Bachianas Brasileiras nº4 Alma Brasileira ENRIQUE GRANADOS Goyescas (A Fada e o rouxinol) FRÉDÉRIC CHOPIN Barcarola op.60 Scherze nr.4 em MI maior 30 SÁB JUN 20h00 Nelson Freire, mineiro de Boa Esperança, desde menino mostrou excepcional talento para a musica e é hoje considerado um dos maiores pianistas do mundo. O seu primeiro concerto, aos 6 anos de idade, foi no Teatro Municipal de São João del Rei cidade em que se criou levado por sua família Ali encontrou as duas grandes mestras que o encaminharam no mundo da música, Nise Obino e Lúcia Branco. Agora volta no dia 30 de junho de 2012 comemorando 60 anos deste primeira apresentação e que marcou o inicio de sua linda trajetória internacional. Sua vida é retratada em 2003, no documentário do cineasta João Moreira Salles com o titulo Nelson Freire- um filme sobre um homem e sua música, comovente retrato do pianista, de sua vida e sua arte. O concerto é promovido por Musica no Museu que, em 2012, comemora 15 anos de concertos gratuitos de norte a sul do Brasil, inclusive nas cidades históricas de Minas Gerais e que realizou, em 2006 um lindo concerto também de Nelson Freire na Igreja Matriz de Tiradentes. Musica no Museu expandiu-se pelo exterior tendo levado musica e musico brasileiros para todos os continentes e se tornou a maior Série de Musica Clássica do Brasil., Carreira de Sucesso Nelson Freire estudou com Nise Obino e Lúcia Branco, às quais deve a sólida educação musical e pianística que obteve no Brasil. Aos doze, interpretando o concerto Imperador de Beethoven, foi premiado no Primeiro Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, de cuja comissão julgadora participava entre outros Guiomar Novaes, Marguerite Long e Lili Kraus. Êsse premio lhe valeu uma bolsa de estudos do governo brasileiro para prosseguir sua formação musical em Viena sob orientação de Bruno Seidlhofer.

Sua estréia na academia de Música de Viena, aos 15 anos de idade, Nelson Freire interpretando a sonata em fá sustenido menor, de Brahms impressionou profundamente professores e alunos daquela instituição merecendo amplo registro na imprensa internacional que o aclamou como um dos grandes pianistas do nosso tempo e que não cessa de compará-lo a figuras lendárias da história do piano. Sua carreira estende-se por mais de 50 anos e já levou o artista às melhores salas de concerto do mundo. Apesar de seu enorme prestígio, Nelson Freire evita a fama e a vida social, dedica-se integralmente à música se inspirando nos grandes pianistas que o impressionaram desde garoto,como Rachmaninov, Horowitz, Rubinstein e Guiomar Novaes. Repercussão Internacional Já se apresentou em mais de 50 países nas cidades mais importantes dos cinco continentes. Em 1964, foi vencedor do Concurso Internacional Vianna da Motta,em Portugal, e conquistou a Medalha Dinu Lipatti em Londres. Nestas cinco décadas de dedicação à música, tocou com inúmeros regentes ilustres, como Sir Colin Davis, Pierre Boulez,Riccardo Chailly, Charles Dutoit, Valery Gergiev, Eugen Jochum,Lorin Maazel, Rafael Kubelik, Kurt Masur, Rudolf Kempe, Vaclav Neumann, Seiji Osawa, Michel Plasson, André Previn, David Ziman. Dentre as orquestras com as quais já colaborou, destacam-se as Filarmônicas de Berlim,Munique e Roterdã, as Sinfônicas de Viena e Londres, as Orquestras do Concertgebouw de Amsterdã e do Tonhalle de Zurique, a Bayerische Rundfunk, a Gewandhaus de Leipzig, a Royal Philharmonic Orchestra de Londres, a Orchestre National de France, a Orchestre de Paris, a Orchestre de la Radio France, as Orquestras de Monte Carlo e da Suisse Romande, a Filarmônica Checa, a Sinfônica de São Petersburgo, a Filarmônica de Israel e a Tóquio NHK. Na América do Norte, tocou ao lado das Orquestras de Baltimore, Boston, Chicago, Cleveland, Los Angeles, Montreal, Nova Iorque e Filadélfia. Como recitalista, Nelson Freire tem freqüentado regularmente as mais prestigiosas salas de música de Paris, Nova York, Londres, Roma, Tóquio, Madri, Amsterdã, Roterdã, Bilbao, Bruxelas, Zurique, Genebra, São Francisco e Toronto. Em festejado duo com a pianista Argentina Martha Argerich, apresentou-se no Japão, Argentina, Europa, Estados Unidos e no Brasil. Dentre os compromissos artísticos de Nelson Freire ao longo dos últimos anos destacam-se: participação nos festejos de 150 anos da morte de Chopin, em 1999, presidência do júri da edição de 2001 do Concurso Marguerite Long em Paris, concertos no BBC Prom s de Londres e no Japão (com a Tóquio NHK), participação nos festivais de La Roque D Anthéron e Piano aux Jacobins, de Toulouse. Turnês com a Gewandhaus de Leipzig (regência de Riccardo Chailly), a Filarmônica de Londres (regência de Kurt Masur), a Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra de Rádio da Dinamarca e a Orchestre National de France (Kurt Masur), no Concertgebouw de Amsterdã. Discografia Jurado no Concurso Chopin em Varsóvia em 2010 e no Concurso Tchaikovski em Moscou em 2011, sua extensa discografia inclui registros para os selos Sony-CBS, Teldec,DGG,IPAM e London. Em 1999 a Philips lançou um CD com interpretações de Nelson Freire na série Great Pianists of the 20th century. Sua gravação dos 24 Prelúdios de Chopin (selo CBS) foi agraciada com o premio Edison. Desde 2001, o artista tem gravado com exclusividade para o selo DECCA, pelo qual lançou os seguintes seis elogiadíssimos álbuns: em 2002,Chopin ( Sonata nº3, Estudos op.25 e 3 novos Estudos), agraciado com os prêmios Diapason D Or, Grand prix de l Académie Charles Cros, Choc du Monde de la Musique, 10 by Repertoire e Clássica, em 2003, Schumann ( Carnaval,op.9, Papillons,op.2, Cenas

Infantis,op.15, e Arabesque),em 2005, Chopin (Sonata nº2,estudos op.10 e Barcarola op.60),indicado como melhor gravação solo pelos prêmios Grammy,Diapason d Or e Choc du Monde de la Musique. Em 2006 sua gravação do Álbum duplo Brahms The piano Concertos ( com a Orquestra da Gewandhaus de Leipzig, regencia de Riccardo Chailly) ganhou o premio de melhor disco do ano da renomada revista Grammophon de Londres. Em 2007, Beethoven (Sonatas op.27 nº2 ao Luar,op.53 Aurora, op.81ª Les Adieux e op. 110), Em 2008, Debussy (12 Prelúdios 1º caderno,d un cahier d esquisses, Clair de lune).em 2010 Álbum duplo com os Noturnos de Chopin e em 2011, Harmonies du Soir dedicado a Liszt. Honrarias Ao longo de sua carreira condecorações, destacando-se: Nelson Freire tem sido agraciado com várias Comendador da Ordem do Rio Branco em 1991. Comenda do Ordem do Mérito Cultural em 2000. Commandeur dans l ordre des Arts et des Lettres do governo francês em 2007. Comendador da Ordem do Ipiranga em 2009 do Governo de São Paulo. Distinguished Artist Award do International Society for the performing Arts 2009. Légion d Honneur em 2010 na França. DOUTOR HONORIS CAUSA" da Univ. Fed. do Rio de Janeiro em setembro de 2011. Nelson Freire visto por um musicólogo Segundo o musicólogo João Luis Sampaio, na ausência das palavras, não há necessariamente o silêncio apenas a certeza do imponderável. Essa parece ser a lição principal da arte do pianista brasileiro Nelson Freire. Avesso a entrevistas e à tarefa de definir aquilo que no piano é natural e espontâneo, ele deixa escapar um sorriso maroto ao dizer que tem brigado com as palavras desde sempre. Mas sua linguagem sobre o palco, no entanto, é fluida e levou à formação de uma gramática própria, construída ao longo de mais de 50 anos de uma carreira que o levou aos principais palcos de todo o mundo. Sou mineiro de alma, mas carioca de coração, define Freire sobre sua infância. Ele nasceu em Boa Esperança, no interior de Minas Gerais, onde começou os estudos de piano com Nise Obino e Lucia Branco. Aos 5 anos, porém, mudou-se para o Rio e passou a receber orientações de Lúcia Branco, antes de, na adolescência, seguir em direção à Europa, para estudar com Bruno Seidlhofer em Viena. O Rio me viu crescer em todos os sentidos, pessoais e profissionais e é ainda hoje a cidade para onde volto, minha casa, diz. Foi também na cidade que o pianista conheceu uma das principais influências de sua carreira, Guiomar Novaes. Ouvi-la sempre provocou em mim impacto e surpresa. Ela jamais se repetia. A cada apresentação sua, tinha-se a sensação de que aquelas obras acabavam de ser compostas. Tudo o que fazia era tão convincente e natural que parecia impossível de ser de outra maneira. Freire refere-se a Guiomar, mas poderia estar falando de si próprio. Nas últimas décadas, seus recitais assim como a parceria com maestros como Kurt Masur, Riccardo Chailly, Charles Dutoit, Colin Davis, Lorin Maazel ou Pierre Boulez, no palco e em gravações pra o selo Decca/Universal, tem sido recebidos com encanto por público e crítica. Seu registro dos concertos de Brahms, por exemplo, foi indicado ao Grammy e recebeu da revista inglesa Gramophone o prêmio de melhor disco do ano, o Brahms que esperávamos ansiosamente. Já o disco dedicado a Chopin recebeu o Diapason D Or e vendeu, apenas no Brasil, mais de 40 mil cópias. Escrevendo sobre o álbum com obras de Debussy, o crítico João Marcos Coelho atribuiu ao pianista plena forma física e uma total maturidade artística, capaz de revelar os segredos do compositor francês. Para um artista que, há

pouco tempo, via com desconfiança gravações em estúdio, seu legado discográfico é notável e será aumentado em breve por um volume todo dedicado à música brasileira, com ênfase em Villa-Lobos e alguns de seus contemporâneos. Freire diz não gostar de fazer balanços. Mas a memória, quando ele está sobre o palco, é parte intrínseca da interpretação musical. É como se, a cada interpretação, um mosaico de lembranças, capazes de nos transportar a outras épocas, dialogasse com a certeza de uma abordagem sempre renovada. E entramos assim em um mundo particular, no qual fica clara a recusa do virtuosismo como meta, a exploração máxima dos coloridos sonoros, o gosto pelo detalhe e a capacidade de, ao mesmo tempo, não perder de vista a arquitetura das obras. Tudo isso ele nos oferece a cada oportunidade em que sobe ao palco. Até que, em certo momento é preciso reconhecer os limites da palavra. E celebrá-los através da música. Texto de João Luiz Sampaio Site do Teatro Municipal de São João del Rei O Teatro Municipal de São João del Rei é, sem sombra de dúvida, por sua beleza e tradição, um dos mais importantes e admirados Teatros do interior brasileiro. Situado bem no coração da cidade, à Avenida Hermílio Alves nº 170, em seu aspecto atual apresenta imponente fachada em estilo greco-romano, a qual se atinge por meio de espaçosa escadaria, guarnecia, em ambos os lados, de artísticas balaustradas semicirculares. Essa fachada ostenta no térreo três majestosas portas romanas, sobre cada uma das quais se esculpe um rosto alegórico, representando, respectivamente o drama, a comédia e a tragédia. A cada extremidade, situam-se as janelas retangulares se postam por detrás de rica balaustrada. A janela central se separa das demais, por uma belíssima coluna grega de cada lado, sendo, que, a cada extremo alteiam-se duas colunas geminadas, também no mesmo estilo grego. Para fora das colunas, mostram as paredes, em cada lado, primoroso rendilhado ornamental, como primorosíssima é a ornamentação, em forma de escudos, encima cada um dos janelões. Por sobre os referidos rendilhados, inscrevem-se os nomes do conspícuos artistas: Alvarenga Peixoto, Severiano de Resende, Rodrigues de Melo, Ribeiro Bastos e Cláudio Manoel. Em sua longa história, o Teatro Municipal foi palco de grandes acontecimentos artísticos, tendo acolhido respeitáveis nomes individuais e notáveis grupos do Mundo das Artes. É relevante a referência à inauguração dos pianos de cauda adquiridos para o Teatro: No dia 03 de abril de 1935, a consagrada pianista são-joanense Maria das Mercês Mourão Calazans, radicada no Rio de Janeiro, inaugura o piano de meia cauda francês, marca Érard. A 02 de outubro de 1977, o pianista, natural do Rio de Janeiro e radicado em São João del Rei, André Luís Pires, inaugura o piano japonês Yamaha, de cauda inteira, executando o Rondó em Si Bemol de Beethoven, acompanhado pela Camerata de Bonn (Alemanha). A propósito desse piano Yamaha, adquirido pelo Prefeito Octávio de Almeida Neves, cumpre ressaltar que ele é considerado, na opinião de diversos especialistas, um dos melhores existentes no Brasil. Na Música, entre muitos outros interpretes, citem-se os pianistas Arnaldo Estrella, Yara Bernette, Antônio Guedes Barbosa, Isabel Mourão, Anna Stella Schic, Jacques Klein, Arthur Moreira Lima, Caio Pagano, Magdalena Tagliaferro, Arnaldo Cohen, Luiz Henrique Senesi, Nelson Freire (aos seis anos de idade), Berenice Menegale, Eduardo Hazan e o são-joanense Homero de Magalhães; os violonistas sãojoanense Japhet Maria da Conceição e Ernane Pequeno; os violoncelistas Santiago Sabino de Carvalho (são-joanense radicado em Londres) e Márcio Carneiro; os violinistas Marcos Llerena e Fábio Zanon; cantores vários como Eliane Sampaio,

Sandra Lobato, Ruth Staerke, André Lorieri, Paulo Roberto Sampaio e Wilson Simão; os maestros Fernand Jouteux e Ernani Aguiar, Também na música, as Companhias de Ballet, as renomadas orquestras, como a já citada Camerata de Bonn, a Camerata de Túbingen (também alemã), a Orchestre des Jeunes de Fribourg (Suíça), além de excelentes orquestras nacionais. Música no Museu Música no Museu é a versão brasileira do que acontece nos museus de maior expressão no mundo: Metropolitan, MoMA, Guggenhein (Nova Iorque), Louvre, Picasso, Montmartre (Paris), Gulbenkian (Lisboa), Prado (Madrid) etc. que, a par de suas atividades principais nas artes plásticas, dedicam amplos espaços à música como elo entre as artes plásticas e os próprios cenários dos museus trazendo-lhes um ganho considerável na sua densidade cultural. Música no Museu é uma série de concertos gratuitos que busca privilegiar a música de boa qualidade, sem distinção de procedência, escola ou época - da música medieval aos clássicos europeus, dos românticos aos impressionistas, dos modernos aos contemporâneos brasileiros, de Bach, Beethoven, Mozart e Debussy a Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Astor Piazzolla e Gershwin, todos já passaram pelos palcos de Música no Museu, na interpretação dos melhores solistas, grupos brasileiros e alguns internacionais. Histórico Inaugurada em dezembro de 1997 no MNBA pelo violonista Turíbio Santos, Música no Museu conta hoje, no Rio de Janeiro, com trinta dos melhores museus e centros culturais cariocas, integrando a relação da qual constam: Museu Nacional de Belas Artes, Museu da República, Museu Histórico Nacional, Museu Nacional da UFRJ (Quinta da Boa Vista), Museu da Chácara do Céu, Museu do Açude, Parque das Ruínas, Biblioteca Nacional, Museu Internacional de Arte Naïf do Rio de Janeiro, MAM-Museu de Arte Moderna, Casa França-Brasil, Casa de Cultura Laura Alvim, Museu do Radio Roberto Marinho, Espaço Cultural da Marinha, Museu do Exército (Forte de Copacabana), Museu Militar Conde de Linhares, Casa de Cultura Julieta de Serpa, Centro Cultural Telemar (Museu do Telefone), Museu da Cidade, Memorial Getúlio Vargas, Centro Cultural Light, Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, Palácio Itamaraty, Espaço Furnas Cultural, Palácio São Clemente (Consulado de Portugal), Museu H. Stern. Expansão Música no Museu, no entanto, não se contentou em permanecer dentro das fronteiras cariocas, iniciando processo de expansão a partir de 1999, sempre com enorme sucesso de público, casas cheias, freqüentadores assíduos e apoio da mídia impressa e eletrônica, e já é uma realidade em São Paulo (Museu da Casa Brasileira, desde 07/04/02), Belo Horizonte (Museu Histórico Abílio Barreto, desde 28/06/02), Brasília (Memorial JK, desde 04/09/02). Em Florianópolis (Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Souza) e também em Curitiba, (Museu Oscar Niemayer), Porto Alegre (MARGS) e Museu Padre Toledo, em Tiradentes- MG, Solar do Jambeiro (Niterói) e MART-Museu de Arte e Tradição Religiosa- Cabo Frio-RJ. Em 2007 integrou a Bahia (Museu do Mosteiro- Salvador), Sergipe, na Biblioteca Epitáfio Dória- Sala Antonio Carlos Plesch (Aracaju) e Museu do Estado (São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil), Maceió (Alagoas), Recife e Olinda (Pernambuco) e Natal (Rio Grande do Norte) e se amplia para o Norte com concertos em São Luis, Belem e Manaus. Já na sua versão internacional, em 2005 também realizou em Paris, nas comemorações do Ano Brasil-França, Musique au Musée- Museée de Montmartre e que foi o maior sucesso apresentando músicos e músicas brasileiras e, atualmente, em entendimentos para repeti-lo assim como Ikonen Museum de Frankfurt, já contatado e interessado neste desenvolvimento.

Em 2008 realizou concertos em cidades de Portugal, Praga (Republica Tcheca), Nova Iorque e Washington (USA) e Paris. Em 2009 prosseguiu com concertos também em Portugal mas agregando Espanha e Marrocos. Também em 2008 recebeu a Ordem do Mérito Cultural, honraria máxima da cultura brasileira, decreto do Presidente Lula. Em 2010 dá continuidade a sua programação internacional com concertos em Lisboa, Madrid e Bilbao, Nova Delhi e encerrou dia 24 de novembro no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Em 2011 voltou a Portugal, Espanha e chegou a Australia e, assim, atingindo a todos os continentes. Tambem em 2011 recebeu o Latin American Quality Awards na PUC em Buenos Aires. Principais Indicadores Mais de 350 mil pessoas já o assistiram Cerca de 2.500 concertos gratuitos realizados com a participação de mais de 1.100 músicos (grupos / orquestras / corais e solistas), sendo 80 artistas internacionais (grupos e solistas) desde o início do projeto ate junho de 2005 sendo que no primeiro ano tivemos 1 único Museu, ampliamos para 2 dois anos depois, para 11 em 2002 e agora estamos com 25. Nunca houve cancelamento ou atraso nos concertos realizados. Todos os espetáculos são registrados em vídeo e depois edita-se a versão do Musica no Museu no ano. Participação de artistas estrangeiros através de convênios com Embaixadas, Consulados e Órgãos Internacionais. Tem recebido excelente resposta da mídia com mais de 2.5000 registros expressivos nas mais importantes colunas e matérias nos jornais, rádios, revistas e tvs do pais, inclusive no New York Times, além do apoio dos Associados desde o seu inicio. Principais Objetivos Formar novas platéias, facilitando e incentivando a presença de crianças e jovens aos concertos. Incentivar a visita de seus freqüentadores aos museus onde acontecem os espetáculos da série, criando programas temáticos que combinam o repertório apresentado aos eventos de artes plásticas em curso na casa - programação de compositores franceses para a exposição de Rodin, de espanhóis para Esplendores de Espanha, etc. Manter um evento de difusão cultural que atinja públicos distintos, com boa visibilidade na mídia, e que atraia amantes da música. Quebrar as barreiras entre eventos de música clássica e de outros gêneros quanto ao interesse do publico em geral e aos locais de apresentações. Incentivar jovens músicos, dando a eles a oportunidade de se apresentar em locais de prestígio, para uma platéia interessada e conhecedora, como é o caso do pianista Pablo Rossi (14 anos), ganhador do concurso Nelson Freire de piano já se apresentou com a OSB no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que abriu a série em Florianópolis. Oferecer espetáculos de alto nível artístico a custo zero. Formatação do Projeto O projeto divide-se em 5 temporadas anuais: Concertos de Verão (janeiro/março) Concertos de Outono (abril/junho) Concertos de Inverno (julho/setembro) Concertos de Primavera (setembro/novembro) Grandes Concertos de Natal (dezembro). E a cada temporada privilegia temas ou naipes.

Recordes de Público Museu da República - Orquestra Petrobrás ProMusica: 2.000 pessoas; 40º aniversário do Museu da República - Concerto ao ar livre. Museu Nacional de Belas Artes- Orquestra Rio Camerata -concertos de Natal realizados na maior galeria do museu, com 1.000 pessoas em 2001 e 1.000 pessoas em 2002. Estes concertos tornaram-se o Especial de Natal da TVE e exibido no dia de Natal em rede nacional. Museu da Casa Brasileira- SP- Paulo Moura e Clara Sverner - 800 pessoas. Memorial JK (Brasília)- Paulo Moura e Clara Sverner 600 pessoas. Museu da UFRJ (Quinta da Boa Vista)- Quinteto de Metais da OSB- 600 pessoasconcerto comemorativo do Dia das Mães. Museu Histórico Abílio Barreto, Belo Horizonte -Antônio Menezes- 500 pessoas. Museu Nacional de Belas Artes- Orquestra Brasileira de Harpas- 500 pessoas. Museu Histórico Nacional- Orquestra Rio Camerata - 400 pessoas. Casa Franca-Brasil- Orquestra Brasileira de Harpas- concerto em homenagem a Hildegard Angel- 600 pessoas. Casa França-Brasil - Orquestra Rio Camerata - Abertura dos Concertos de Outono - 720 pessoas. Memorial JK (Brasília) - Orquestra de Senhoritas - 720 pessoas. Museu do Exército (Forte de Copacabana) - Camerata de Violões - 670 pessoas. Museu Oscar Niemayer (Curitiba)- violonista espanhol Pablo Arrieta- 600 pessoas. Casa de Cultura Laura Alvim- Orquestra Brasileira de Harpas-homenagem a Radio Tupi.- 600 pessoas. Casa França-Brasil- pianista Miguel Proença- Abertura dos Concertos de Verão 2005-800 pessoas. Casa França-Brasil- pianista Artur Moreira Lima- Abertura dos Concertos de Outono 2005-1.000 pessoas Museu Histórico Nacional- pianista Arnaldo Cohen- Abertura dos Concertos de Inverno 2005-1.200 pessoas. Theatro Municipal do Rio de Janeiro- Orquestra Sinfônica Brasileira- Concerto comemorativo dos 8 anos de Música no Museu- outubro 2005-2.000 pessoas. Central do Brasil - Prédio tombado pelo IPHAN. Concerto de Natal - Banda Sinfônica e Coro da UFF - 4.000 pessoas (dezembro 2005.) o Igreja de Santo Antonio- Tiradentes-MG- Nelson Freire, piano- 400 pessoas no interior da igreja e cerca de 3.000 pessoas nas ruas de Tiradentes através de telões. Museu da República- Arthur Moreira Lima, piano. Concerto nos jardins- 2.500 pessoas- setembro 2007. O Paço Imperial- Yamandú Costa, violão. 600 pessoas- novembro 2007. O Centro Cultural Justiça Federal- Leo Gandelman, sax e Maria Teresa Madeir,a piano- 600 pessoas- novembro 2007. O Sala Cecília Meireles- concerto comemorativo dos 10 anos de Música no Museu- Orquestra Sinfônica Brasileira- Jovem- 700 pessoas, Sala Cecilia Meireles- concerto Catherine Michel e Michel Legrand encerrando o V RioHarpFestival-Musica no Museu.- 700 pessoas. Serviço: Teatro Municipal de São João del Rei São João del Rei, Minas Gerais