PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 11ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO. Registro: ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

A C Ó R D Ã O. Agravo de Instrumento nº

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E FLAVIO ABRAMOVICI.

ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de novembro de Walter Fonseca Relator Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAIA DA CUNHA (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 12 de setembro de 2013.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E ROMEU RICUPERO.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MAURÍCIO PESSOA (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E GRAVA BRAZIL.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº , da Comarca de Americana, em que é agravante

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 26 de agosto de 2015.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ROMEU RICUPERO E RICARDO NEGRÃO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores SÁ DUARTE (Presidente sem voto), SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA E EROS PICELI.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J. B. FRANCO DE GODOI (Presidente) e JOSÉ MARCOS MARRONE.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO DOS SANTOS (Presidente), WALTER FONSECA E GIL COELHO.

PODER JUDICIÁRIO. 33ª Câmara de Direito Privado TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apelação nº

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APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA. São Paulo, 17 de janeiro de 2015.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª Câmara de Direito Público

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores COIMBRA SCHMIDT (Presidente sem voto), LUIZ SERGIO FERNANDES DE SOUZA E MOACIR PERES.

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Registro: ACÓRDÃO

ACORDAM, em 3 a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente) e ROMEU RICUPERO. São Paulo, 18 de outubro de 2011.

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Câmara Especial ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO DOS SANTOS (Presidente), WALTER FONSECA E GIL COELHO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAGALHÃES COELHO (Presidente) e COIMBRA SCHMIDT.

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Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de março de Marcelo Berthe Relator Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEVES AMORIM (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

Voto nº Apelação n Comarca: Mauá Apelante/Apelado: F.A.D.P.L.; Crefisa S/A Crédito Financiamento e Investimento

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ROMEU RICUPERO E RICARDO NEGRÃO.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DIMAS RUBENS FONSECA (Presidente) e CESAR LUIZ DE ALMEIDA.

ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

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São Paulo, 13 de dezembro de 2017.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS

Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARCOS RAMOS. São Paulo, 20 de junho de 2018.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

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Superior Tribunal de Justiça

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ACÓRDÃO , da Comarca de Barueri, em que é apelante PROXIMO GAMES

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores RICARDO FEITOSA (Presidente) e FERREIRA RODRIGUES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ REYNALDO (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ARALDO TELLES.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Transcrição:

Registro: 2018.0000391481 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2058673-25.2018.8.26.0000, da Comarca de Cotia, em que é agravante QUALITY FIX DO BRASIL COMERCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA (EM RECUP JUDICIAL), é agravado APARELHOS DE LABORATÓRIO MATHIS LTDA. ACORDAM, em do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO DOS SANTOS (Presidente), WALTER FONSECA E GIL COELHO. São Paulo, 24 de maio de 2018. GILBERTO DOS SANTOS RELATOR Assinatura Eletrônica

2 Voto nº 39.419 Agravo de Instrumento n.º 2058673-25.2018.8.26.0000 Comarca: Cotia - 3ª Vara Civel Agravante: Quality Fix do Brasil Comercio Importação e Exportação Ltda (Em Recup Judicial) Agravado: Aparelhos de Laboratório Mathis Ltda Juiz(a) de 1ª Inst.: Carlos Alexandre Aiba Aguemi TÍTULO DE CRÉDITO. Duplicatas mercantis. Ação de sustação de protesto cumulada com pedido de danos morais. Sentença de parcial procedência, complementada posteriormente por acórdão proferido por esta C. Câmara. Cumprimento de sentença. Devedora em recuperação judicial. Pretensão de transferência dos valores penhorados, bem como de habilitação dos créditos naqueles autos. Admissibilidade, tendo em vista que o ato ilícito decorrente da negativação indevida ocorreu antes da sentença e do acórdão. Recurso provido. Trata-se de agravo de instrumento tirado contra r. decisão de fls. 167 que, em ação de sustação de protesto cumulada com pedido de danos morais, ora em fase de cumprimento de sentença, determinou o prosseguimento da execução. Sustenta a devedora que estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, sendo este exatamente o caso dos autos, já que o crédito foi constituído na data da negativação indevida, ocorrida em junho de 2014, e não na data da decisão condenatória, nem muito menos do seu trânsito em julgado. Da mesma forma, entende que os honorários advocatícios perseguidos no cumprimento de sentença devem ser habilitados na recuperação judicial. De resto, postula a concessão do efeito suspensivo ao recurso, com o seu final provimento para desbloquear os valores penhorados Concedido efeito suspensivo ao recurso (fls. 98), a agravada apresentou

3 contraminuta (fls. 176/180), pela manutenção da decisão atacada. É o relatório. O recurso merece provimento. Como se vê dos autos, foi proposta ação de sustação de protesto cumulada com pedido de indenização por danos morais jugada procedente para declarar a ilegitimidade de parte do fundo de investimentos e para declarar inexistente o débito apontado na inicial (fls. 24/30). O V. Acórdão de fls. 32/36 deu parcial provimento ao recurso da autora para condenar a corré Quility Fix ao pagamento de R$ 5.000,00 a título de danos morais, com correção monetária e juros de mora de 1% ao mês a partir da citação. Iniciada a fase de cumprimento de sentença pela credora (fls. 13/14), foi realizada a penhora on line de ativos financeiros em nome da devedora (fls. 83/86), oportunidade em que esta noticiou que o débito perseguido está sujeito ao plano de recuperação judicial aprovado posteriormente à pratica do ato ilícito, consistente na negativação indevida do nome da autora (fls. 90/95). O MM. Juiz determinou o prosseguimento da execução, determinando que a exequente providenciasse a planilha de crédito atualizada e o recolhimento das taxas (fls. 167), o que ensejou a interposição do presente agravo. ser mantida. Todavia, respeitado o posicionamento do MM. Juiz, a decisão não pode Embora a sentença tenha sido proferida em 02.09.2015 (fls. 24/30) e o acórdão em 12.05.2016 (fls. 32/36), o crédito constituído diz respeito a ato ilícito

4 praticado em junho de 2014, quando a duplicata foi enviada para protesto, posteriormente declarado indevido. Portanto, anterior ao pedido de recuperação judicial, que se deu em abril de 2015. Irrelevante que a sentença declarando inexigível o débito e o acórdão reconhecendo a indenização por danos morais tenham sido prolatados em 02.09.2015 e 12.05.2016, respectivamente, pois a negativação indevida ocorreu anteriormente à sentença. Na hipótese vertente, a sujeição do crédito à recuperação judicial é inegável, eis que não se amolda à hipótese do art. 49 da Lei 11.101/05. Sua utilização é restrita aos créditos existentes e constituídos à época do ajuizamento do pedido. Isso significa que: não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial (tais como a suspensão da execução, novação ou alteração pelo Plano aprovado em Assembleia, participação na Assembleia etc.) aquele credor cuja obrigação constituiu-se após o dia da distribuição do pedido de recuperação judicial (FÁBIO ULHOA COELHO, Comentários à Nova Lei de Falências e de Recuperação de Empresas São Paulo: Saraiva, 2005, p. 131). Do mesmo modo, o crédito decorrente dos honorários advocatícios arbitrados na sentença também deve ser habilitado na recuperação judicial, tendo em vista que os honorários estão intrinsecamente ligados à demanda que lhes deu origem, conforme já decidiu o E. STJ: RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS CONSTITUÍDOS APÓS O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. SUJEIÇÃO À RECUPERAÇÃO JUDICIAL. INTERPRETAÇÃO DO ART. 49, CAPUT, DA LEI Nº 11.101/2005 À LUZ DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA. 1. Cinge-se a controvérsia a definir se o crédito oriundo de honorários advocatícios sucumbenciais constituído após o pedido de recuperação judicial se sujeita ou não ao plano de recuperação judicial e a seus efeitos, à luz do disposto no art. 49, caput, da Lei nº 11.101/2005. No caso dos autos, o crédito em questão decorre dos honorários advocatícios sucumbenciais reconhecidos na sentença prolatada em reclamação trabalhista em favor do advogado do ex-

5 empregado reclamante. 2. Apesar da inegável autonomia entre o crédito trabalhista e o crédito resultante de honorários advocatícios sucumbenciais e da circunstância de terem sido constituídos em momentos distintos, configura-se verdadeira incongruência a submissão do principal aos efeitos da recuperação judicial - condenação ao pagamento de verba trabalhista - e a exclusão da verba honorária. 3. Além de ambos ostentarem natureza alimentar, é possível afirmar, em virtude do princípio da causalidade, que os honorários advocatícios estão intrinsecamente ligados à demanda que lhes deu origem, afigurando-se, portanto, como inaceitável situação de desigualdade a integração do crédito trabalhista ao plano de recuperação judicial e a não sujeição dos honorários advocatícios aos efeitos da recuperação judicial, visto que empresta ao patrono da causa garantia maior do que a conferida ao trabalhador/reclamante. 4. A exclusão dos créditos constituídos após o pedido de recuperação judicial tem a finalidade de proporcionar o regular funcionamento da empresa, assegurando ao devedor o acesso a contratos comerciais, bancários, trabalhistas e outros tantos relacionados com a atividade fim do empreendimento, com o objetivo de viabilizar a reabilitação da empresa. Nesse contesto, a exclusão do plano de recuperação judicial de honorários advocatícios ligados à demanda relacionada com o crédito trabalhista constituído em momento anterior ao pedido de recuperação, diga-se, crédito previsível, não atende ao princípio da preservação da empresa, pois, finalisticamente, não contribui para o soerguimento do negócio. 5. Recurso especial provido. (REsp 1443750/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Rel. p/ Acórdão Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/10/2016, DJe 06/12/2016) Ante todo o exposto, e pelo mais que dos autos consta, dou provimento ao recurso para deferir transferência dos valores penhorados aos autos da recuperação judicial da devedora, onde deverá ocorrer a habilitação dos créditos em questão. GILBERTO DOS SANTOS Desembargador Relator