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Transcrição:

Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins PJe - Processo Judicial Eletrônico 13/06/2018 Número: 0600383-40.2018.6.27.0000 Classe: REPRESENTAÇÃO Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral Órgão julgador: Juiz Auxiliar - Antiógenes Ferreira de Souza Última distribuição : 08/06/2018 Valor da causa: R$ 0,00 Assuntos: Propaganda Política - Propaganda Eleitoral, Transgressões Eleitorais, Direito de Resposta Objeto do processo: Trata-se de REPRESENTAÇÃO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA PARA SUSPENSÃO DA VEICULAÇÃO, interposta pela COLIGAÇÃO "GOVERNO DE ATITUDE" (PHS, PP, PPS, DEM, PTC, PRB, PMN) em face da COLIGAÇÃO "A VEZ DOS TOCANTINENSES" (PR, PMB, PPL, SD, PROS) e do candidato VICENTE ALVES DE OLIVEIRA, veicularem na TELEVISÃO - INSERÇÕES, em 08/06/2018, TV Anhanguera /Rede Globo, propaganda irregular contendo ofensa a honra, integridade e moral do candidato MAURO CARLESSE. Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Partes Procurador/Terceiro vinculado ELEICAO SUPLEMENTAR MAURO CARLESSE GOVERNADOR (REPRESENTANTE) COLIGAÇÃO "A VEZ DOS TOCANTINENSES" (REPRESENTADO) VICENTE ALVES DE OLIVEIRA - VICENTINHO (REPRESENTADO) Procuradoria Regional Eleitoral (FISCAL DA LEI) Id. Data da Assinatura Documento Documentos ANTONIO NEIVA REGO JUNIOR (ADVOGADO) JUVENAL KLAYBER COELHO (ADVOGADO) DIOGO KARLO SOUZA PRADOS (ADVOGADO) JAYNE GONCALVES DAMACENO (ADVOGADO) RAMILLA MARIANE SILVA CAVALCANTE (ADVOGADO) ADRIANO GUINZELLI (ADVOGADO) 31953 12/06/2018 19:26 Decisão Decisão Tipo

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL Gabinete Juiz Auxiliar Antiógenes Ferreira de Souza REPRESENTAÇÃO nº 0600383-40.2018.6.27.0000 PROPAGANDA IRREGULAR PROCEDÊNCIA: PALMAS/TO REPRESENTANTE: COLIGAÇÃO GOVERNO DE ATITUDE (PHS / PP / PPS / DEM / PTC / PRB / PMN) ADVOGADOS: JUVENAL KLAYBER COELHO OAB/TO 182-A; ADRIANO GUINZELLI OAB/TO 2025; RAMILLA MARIANE S. CAVALCANTE OAB/TO 4399-A; DIOGO KARLO SOUZA PRADOS OAB/TO 5328; ANTONIO NEIVA REGO JÚNIOR OAB/TO 7512-B E JAYNE OLIVEIRA DAMACENO OAB/TO 8388 REPRESENTADOS: COLIGAÇÃO "A VEZ DOS TOCANTINENSES" E VICENTE ALVES DE OLIVEIRA ADVOGADOS: MARCELO BRUNO FARINHA DAS NEVES OAB/TO 3.510, JULIANA BEZERRA DE MELO PEREIRA OAB/TO 2.674, SOLANO DONATO CARNOT DAMACENA OAB/TO 2.433, ALINE RANIELLE O. S. LIMA OAB/TO 4.458, MAURÍCIO CORDENONZI OAB/TO 2.223-B, ROMES DA MOTA SOARES OAB/TO 982 E FELIPE SILVA MORAES OAB/TO 5.050 RELATOR: Juiz ANTIOGENES FERREIRA DE SOUZA JULGAMENTO EM DECISÃO FINAL I RELATÓRIO Num. 31953 - Pág. 1

Trata-se de REPRESENTAÇÃO ELEITORAL C/C TUTELA DE URGÊNCIA C/C PEDIDO DE DIREITO DE RESPOSTA, interposta pela Coligação "GOVERNO DE ATITUDE, em face da Coligação "A VEZ DOS TOCANTINENSES" e VICENTE ALVES DE OLIVEIRA (doc. ID 31189 e ID 31194). Narra a Representante que os Representados veicularam propaganda eleitoral, na modalidade INSERÇÕES na TELEVISÃO, às 09h24min do dia 08/06/2018, na TV Anhanguera, afiliada Rede Globo no Tocantins, em afronta à legislação eleitoral, pois a propaganda em questão se utiliza de adjetivos pejorativos e informações inverídicas, distorcendo acontecimentos e situações ocorridas na vida pessoal do candidato da coligação Representante, de modo a taxá-lo como transgressor da lei. Colaciona vídeo e transcreve a propaganda. Assevera, ainda, que a propaganda não elenca fatos, mas qualidades negativas que venham a influenciar o eleitorado, configurando injúria comum (art. 140 do CP) e injúria eleitoral (art. 326 do CE). Ainda, apresenta precedentes e legislação para amparar suas alegações. Assevera que presentes os requisitos previstos no art. 300 do CPC. Ao final, pugna pela: 1 Concessão da medida de tutela de urgência para determinar a suspensão da veiculação do citado vídeo em propaganda de inserção ou rede na TV, assim como em propaganda de rádio; 2 - Procedência da representação, proibindo a veiculação de propaganda indicada, deixando claro aos representados que, em caso de veiculação de novas propagandas como a mesma finalidade, de rede e inserção na TV ou rádio, será aplicada a penalidade cabível ao caso, como multa e processo de desobediência; e; 3 Concessão de direito de resposta nas mesmas quantidades de mídias que porventura forem veiculadas na TV. Em sede de liminar foi deferido o pedido de suspensão da veiculação da propaganda objurgada, considerando a devida simetria e isonomia com medida liminar deferida nos autos n.º 0600382-55.2018.6.27.0000, buscando, assim, a necessária uniformização e observando, ainda, que a parte representada usou o tempo integral da inserção na busca de tão somente impor uma propaganda negativa, sem qualquer menção às propostas ou planos vinculados ao próprio candidato ao qual o tempo estava destinado (sequer existiu menção ao nome deste) (doc. ID 31217). Após ter sido proferida a referida decisão liminar, a Representante interpôs Embargos Declaratórios (doc. ID 31461), aduzindo que a Decisão deixou de se manifestar sobre o pedido de direito de resposta, também promovido em sede de tutela de urgência, tendo em vista que, diante da gravidade das ofensas pessoais proferidas, a demora acarretará prejuízos ao candidato, bem como ao equilíbrio das eleições. Ao analisar os Embargos, registrou-se não haver vício passível de correção, uma vez que as peças de ingresso consignaram pedido com redação diversa, onde não consta requerimento de direito de resposta na fase liminar, ficando a apreciação, conforme a própria petição, relegada para a decisão final após oportunidade de cognição plena. Desse modo, os Embargos foram conhecidos, mas tiveram provimento negado. (doc. ID 31486). Num. 31953 - Pág. 2

Da referida decisão dos Embargos, a Representante devidamente cientificada (doc. ID 31462), não interpôs recurso. Devidamente notificados (doc. ID 31313 e 31325), os Representados apresentaram defesa (doc. ID 31504), pela qual alegaram, em síntese, que não há que se falar em propaganda irregular, posto que a mesma não se referiu a qualquer situação inverídica, caluniosa, injuriosa, tampouco à degradação, ridicularização ou ofensa ao candidato da Representante, contudo, os fatos declinados na propaganda eleitoral foram apenas replicados pelos Representados, considerando que foram amplamente divulgados na imprensa. Desta forma, não se trata de emitir opinião ou juízo sobre o candidato adversário, mas mera reprodução de matéria jornalística, o que pode ser comprovado através de consulta ao link: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/emteste-para-as-eleicoes-deoutubro-tocantins-escol. Colacionaram precedentes jurisprudenciais. Ao final, requereram que fosse reconsiderada a medida tutelar de urgência deferida em favor da Representante, julgando-se improcedente a ação em comento. Com vista dos autos, a Procuradoria Regional Eleitoral, por meio do Parecer (doc. ID 31671), manifestou-se pela procedência dos pedidos constantes da Representação, a fim de confirmar a tutela de urgência deferida, proibindo-se a veiculação da propaganda ora impugnada e garantindo-se o direito de resposta à Coligação Representante. É o relatório. II FUNDAMENTAÇÃO A presente Representação Eleitoral foi interposta alicerçada no art. 242 do Código Eleitoral e arts. 53, 1º, e 58, caput, da Lei n.º 9.504/97, os quais assim enunciam: Art. 242 A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais. Art. 53. (...) 1º. É vedada a veiculação de propaganda que possa degradar ou ridicularizar candidatos, sujeitando-se o partido ou coligação infratores à perda do direito à veiculação de propaganda no horário eleitoral gratuito do dia seguinte. Art. 58. A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social. Num. 31953 - Pág. 3

No caso vertente, transcrevo a propaganda que embasou o pedido inicial: CENA: Imagem de Mauro Carlesse sobreposta à imagem do Site Folha de São Paulo com caracteres no jornal Em teste para as eleições de outubro, Tocantins escolhe governador neste domingo. OFF Masculino: A Folha de São Paulo, maior jornal do País, revela quem é Mauro Carlesse! CENA: Pagina do Site Folha de São Paulo com caracteres no jornal Em teste para as eleições de outubro, Tocantins escolhe governador neste domingo. OFF Masculino: Mauro Carlesse responde a dezenas de processos na Justiça CENA: Site com zoom nos caracteres governador interino que responde a setenta e três processos. CENA: Tela preta com caracteres em braço 26 DIAS PRESO. OFF Masculino: A Folha conta que Carlesse já foi preso por vinte e seis dias por não pagar pensão alimentícia à ex-mulher. CENA: Pagina da internet com zoom e destaque nos caracteres ficou preso durante 26 dias em 2015 por não pagar pensão à ex-mulher. CENA: Pagina da Folha de São Paulo com transição para a parte inferior da página com zoom e destaque nos caracteres Foi solto após um acordo sigiloso sobre a pensão com a ex-mulher. OFF Masculino: A Folha de São Paulo diz ainda que entre as dezenas de processos estão cartas criminais, ações trabalhistas e execuções fiscais. CENA: Tela preta com caracteres em branco VOCÊ TEM O DIREITO DE SABER! OFF Masculino: Você tem o direito de saber. Analisando a mídia, mais detidamente, ao passo que considerando as alegações apresentadas tanto pela Representante, quanto pelos Representados, assim como pela douta Procuradoria Regional Eleitoral, vislumbro a ocorrência de irregularidade na propaganda objurgada. Fica evidente que a inserção ora atacada, com uso de computação gráfica, dedica-se à integralidade do tempo, 29 (vinte e nove) segundos, única e exclusivamente para propagar o teor da matéria veiculada na Folha de São Paulo, que traz aos seus leitores notícias sobre processos relativos ao candidato, Mauro Carlesse. Percebe-se que a intenção dos Representados é unicamente criar na opinião pública uma imagem negativa do candidato da Coligação ora Representante, pois, em momento algum, os Representados utilizam-se do tempo destinado, para apresentar suas propostas de campanha. Num. 31953 - Pág. 4

Ademais, nota-se que a referência feita na propaganda à prisão do candidato (por não pagamento de pensão alimentícia) e a cartas criminais, tem claro intuito de insinuar que Mauro Carlesse responde a ações criminais, o que, a teor das certidões juntadas com a inicial, não é verdadeiro. A jurisprudência desta Corte Regional e do Tribunal Superior Eleitoral orienta que a crítica política, mesmo a mais áspera, não infringe a legislação eleitoral, desde que no contexto do debate e disputa política. No caso vertente, entretanto, a propaganda eleitoral, sem qualquer caráter programático e propositivo, macula a imagem do candidato, sem qualquer fim de levar à população informações verídicas sobre a referida pessoa pública ou emitir crítica razoável sobre seus atos, restando caracterizada a ofensa passível de correção via intervenção da justiça eleitoral. Nesse sentido, colaciona-se o entendimento jurisprudencial tanto desta Corte Regional, quanto do Tribunal Superior Eleitoral. Vejamos. RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. ELEIÇÃO 2016. PROPAGANDA ELEITORAL. INTERNET. QUALQUER PESSOAL NATURAL. CARÁTER OFENSIVO. CONFIGURAÇÃO. CANDIDATO BENEFICIÁRIO. CONHECIMENTO PRÉVIO. NÃO COMPROVADO. APLICAÇÃO DA MULTA AO RESPONSÁVEL. REFORMA DA SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE. 1. A propaganda eleitoral para as Eleições de 2016 é regida pela Lei 9.504/97 e pela Resolução/TSE n 23.457/2015 e 23.462/2016. 2. Nos termos do inciso IV do ad. 57-B, da Lei n 9.504/97 a propaganda eleitoral pode ser realizada por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja de iniciativa de qualquer pessoa natural. Precedente do TSE. 3. É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores - internet, assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social (art. 57-D e art. 58, da Lei 9.504/97). 4. A livre manifestação do pensamento do eleitor identificado na Internet somente é passível de limitação quando ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de fatos sabidamente inverídicos (art. 21, 1º, RES/TSE nº 23.457/2015). 5. A propaganda eleitoral com imagens e dizeres injuriosos e difamatórios que maculam a imagem do candidato, sem qualquer fim de levar à população informações verídicas sobre as referidas pessoas públicas ou emitir crítica razoável sobre seus atos, caracteriza ofensa à honra ao candidato, objeto de proteção constitucional consoante art. 5º, incisos V e X, da Carta da República. 6. A condenação ao pagamento de multa será aplicada ao responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário (art. 57-D, 2º, da Lei 9.504/97). 7. A aplicação da multa é afastada quando não há dados suficientes, nos autos, a fim de se concluir pela responsabilidade ou mesmo pelo prévio conhecimento do candidato e da Coligação, acerca do conteúdo divulgado na referida rede social da internet. Precedente do TSE. 8. Recurso conhecido e provido Num. 31953 - Pág. 5

parcialmente. (RECURSO ELEITORAL nº 56021, Acórdão nº 56021 de 24/11/2016, Relator(a) DENISE DIAS DUTRA DRUMOND, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Volume 17, Data 24/11/2016). ELEIÇÕES 2014. REPRESENTAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. OFENSA À HONRA. HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO. BLOCO TELEVISIVO. MEDIDA LIMINAR. DEFERIMENTO. 1. Nos programas eleitorais gratuitos, as campanhas devem ser programáticas e propositivas, visando ao esclarecimento do eleitor quanto a temas de interesse público. 2. Não é permitido o uso do horário eleitoral gratuito para a veiculação de ofensas ou acusações a adversários, decorrentes de manifestações de terceiros ou de matérias divulgadas pela imprensa. 3. Eventuais críticas e debates, ainda que duros e contundentes, devem estar relacionados com as propostas, os programas de governo e as questões de políticas públicas. 4. Liminar deferida, por maioria, para determinar a suspensão da veiculação do trecho impugnado. (TSE - REPRESENTAÇÃO ELEITORAL N.º 1658-65 - DF, Relator Ministro Admar Gonzaga, de 16/10/2014). De modo que, entendo que, no caso em exame, houve incidência aos dispositivos supratranscritos da legislação eleitoral. III DISPOSITIVO Assim, ante ao que fora exposto e fundamentado, bem como acolhendo a douta manifestação da Procuradoria Regional Eleitoral, mantenho os termos da decisão proferida liminarmente, JULGANDO, por fim, PROCEDENTE a presente Representação Eleitoral, por entender que restou configurado o disposto no art. 242 do Código Eleitoral e arts. 53, 1º, e 58, caput, da Lei n.º 9.504/97. Ademais, CONCEDO ao ofendido o efetivo direito de resposta, o qual deverá ser veiculado no programa eleitoral da coligação A VEZ DOS TOCANTINENSES. Por fim, DETERMINO que a veiculação seja realizada no primeiro bloco disponível, se possível no turno matutino. A resposta deverá se ater a imputação ao candidato Representante quanto à sua prisão e as causas de foro pessoal-familiar que ensejaram a referida medida. Notifique-se, de imediato, a emissora de televisão cabeça de rede, bem como as partes, para o seu incontinenti e fiel cumprimento. Intimem-se as partes e a Procuradoria Regional Eleitoral e, após as providências, arquivem-se na ausência de inconformismo. Palmas/TO, 12 de junho de 2018. Num. 31953 - Pág. 6

Juiz Auxiliar ANTIÓGENES FERREIRA DE SOUZA (Portaria nº 253, de 04 de junho de 2018) Num. 31953 - Pág. 7