Noroeste Norte Nordeste Médionorte Oeste Centro-sul Sudeste Mato Grosso Mil cabeças 668,12 776,05 804,14 850,46 891,43 846,73 903,08 987,87 983,62 968,32 INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA IMEA 21 de maio de 2018 1º LEVANTAMENTO DAS INTENÇÕES DE CONFINAMENTO EM 2018 Ao longo do mês de abril de 2018 foi realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o primeiro levantamento das intenções de confinamento de Mato Grosso para 2018. Tal levantamento contou com a participação de 134 pessoas, entre técnicos, gerentes e proprietários de uma base de 216 unidades de confinamento. Dos confinadores entrevistados, 58,21% afirmaram que pretendem confinar bovinos em 2018, este é o maior nível de respostas afirmativas desde 2013. Além desses, 20,41% dos entrevistados afirmaram que ainda estão sem previsão quanto ao confinamento deste ano e 26,87% informaram que não utilizaram a estrutura física dos seus confinamentos para engordar bovinos para o abate. No que tange à estrutura física das unidades confinadoras de Mato Grosso nota-se uma diminuição de 1,56% na capacidade estática total do estado. A principal justificativa para esta queda na capacidade estática dos confinamentos é a mudança da atividade do confinador, que desmanchou a estrutura física do confinamento para se dedicar a outras culturas (principalmente agricultura). Com isso, atualmente, Mato Grosso tem capacidade estática de 968,32 mil animais. Gráfico 1. Capacidade estática dos confinamentos de Mato Grosso. 1.200 1.000 800 600 400 200 0. 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* No que diz respeito as intenções de confinamento, notase que os confinadores detêm um sentimento de estagnação em relação a 2017. A expectativa inicial destes é que sejam confinados 707,68 mil bovinos em Mato Grosso em 2018, volume 1,95% maior que o registrado naquele ano. No comparativo com abr/17, quando foi realizada a primeira pesquisa de intenção de confinamento de 2017, o crescimento é ainda mais tímido, apresentando aumento de apenas 0,83%. Tabela 1. Rebanho confinado em 2017 e a intenção de confinamento para 2018 em Mato Grosso (cabeças). Macrorregiões 2017 Abr/18 Participação Variação (cabeças) Noroeste 47.200 63.450 9,0% 16.250 Norte 48.300 48.500 6,9% 200 Nordeste 92.525 89.120 12,6% -3.405 Médio-norte 97.800 90.300 12,8% -7.500 Oeste 121.230 129.580 18,3% 8.350 Centro-sul 107.500 96.500 13,6% -11.000 Sudeste 179.590 190.230 26,9% 10.640 Mato Grosso 694.145 707.680 100,0% 13.535 Dentre as regiões, destacam-se positivamente as regiões noroeste, oeste e sudeste, que apresentaram crescimento de 34,43%, 6,89% e 5,92% no comparativo com o total confinado em 2017, respectivamente. Além disto, cabe a ressalva de que a região sudeste vem crescendo sua participação no confinamento em Mato Grosso desde 2016 e, caso essa expectativa de confinar 190,23 mil bovinos venha a se confirmar, este será o maior montante confinado na região desde 2012. Ainda que se vislumbre uma expectativa de crescimento na quantidade de bovinos confinados este ano, nota-se no gráfico 2 que os confinamentos mato-grossenses ainda registram um nível de ociosidade elevado. A média de utilização da capacidade instalada nas unidades confinadoras do estado está em 73,08% em 2018, valor 2,51 p.p. maior que o registrado em 2017. Gráfico 2. Utilização da capacidade estática de confinamento em Mato Grosso nos anos de 2017 e 2018 (rebanho confinado/capacidade estática). 200% 180% 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 134% 181% 102% 101% Utilização 2017 Utilização 2018 96% 90% 73% 64% 67% 65% 71% 60% 52% 61% 62% 49% Entre as regiões, o destaque fica por conta da noroeste que é a que melhor deve utilizar sua estrutura, com a expectativa de aumentar a utilização em mais de 46,30 p.p., chegando a confinar 181% de sua capacidade estática, tal
abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 R$/t Brasil/Mato Grosso, 21/05/2018 1 Levantamento das Intenções de Confinamento em 2018 número demonstra que o segundo giro é uma estratégia amplamente utilizada na região. No que tange a aquisição dos animais, nota-se que apesar de boa parte dos pecuaristas já ter adquirido os itens necessários para o confinamento, há ainda uma janela de preparativos para a finalização da atividade e como pode ser visto no gráfico 3, 32,10% dos bovinos que serão confinados ainda precisam ser comprados. Desta forma, nota-se que do rebanho confinado estimado (707,7 mil) há ainda 227,19 mil animais que precisam ser adquiridos. Este número é menor que o vislumbrado em abr/17, demonstrando assim que os confinadores que pretendem fechar animais esse ano estão se adiantando nas compras da reposição. Gráfico 3. Quantidade de animais já garantidos para realizar a engorda no confinamento. Além da compra dos bovinos para realizar o confinamento, a aquisição dos insumos também já foi iniciada pelos pecuaristas que irão confinar este ano. Mais de 86% dos confinadores já iniciaram as compras dos insumos, e dentre estes, o nível médio de insumos comprados chega a 66% do total necessário para a realização da atividade. Cabe a ressalva que 20,41% dos entrevistados afirmaram que ainda estão sem previsão se irão confinar em 2018 e, caso decidam confinar, a necessidade de compra de insumos pode aumentar nos próximos meses. A cotação do principal concentrado energético utilizado nas formulações de ração em Mato Grosso não tem animado os confinadores este ano. O milho registrou alta de 14,64% no comparativo anual, saindo de R$ 327,49/t em abr/17 para R$ 375,43/t em abr/18, em termos nominais, e tem sido um dos principais motivos que fazem os confinadores serem conservadores nas suas estimativas. 32,1% Garantidos 67,9% À comprar Gráfico 5. Preço à vista dos principais insumos utilizados na suplementação dos bovinos de corte em Mato Grosso. 1300,00 1257,80 1200,00 1100,00 865,20 1000,00 900,00 800,00 700,00 600,00 817,47 392,57 500,00 400,00 272,08 300,00 200,00 100,00 375,43 Ainda que os confinadores estejam mais adiantados na aquisição dos animais este ano, os gastos com os bovinos de reposição estão mais altos que em 2017. Para se ter ideia, todas as categorias de reposição analisadas registraram valorização no comparativo anual (abr/17 abr/18), com destaque para o garrote e o bezerro de ano que tiveram altas nominais de 9,12% e 12,84%, respectivamente. Gráfico 4. Cotação das principais categorias de reposição utilizadas em confinamentos em Mato Grosso. 1.800 1.609 1.747 1.600 1.400 1.200 1.000 800 1.383 1.098 1.032 Boi Magro Bezerro de ano Garrote Novilha 1.239 1.510 1.108 Milho (t) Farelo de soja Torta de algodão Por outro lado, os concentrados proteicos como o farelo de soja e a torta de algodão, caminharam de maneiras opostas nos últimos doze meses. Enquanto o farelo de soja registrou alta de 51,41% no comparativo anual (abr/17 abr/18), saindo de R$ 830,75/t para R$ 1.257,80/t, a torta de algodão vislumbrou queda de 52,82% no mesmo período, partindo de R$ 832,07/t para R$ 392,57/t. Essa movimentação do farelo de soja, pode estimular o confinador a optar por outras fontes de proteínas, buscando dispender menos com a formulação da ração, partindo assim para a torta de algodão ou até mesmo o DDG, que é o resíduo da produção de etanol de milho (produto relativamente novo para os confinadores de Mato Grosso). Motivados pela reposição mais cara, alguns confinamentos diminuíram a participação de bovinos próprios no total confinado. Com isso, a participação de animais de terceiros (via parcerias, boitel, etc) aumentou 3,90 p.p., atingindo o maior valor desde 2015, 34,00%.
4% 5% 17% 16% 11% Entrega (%) 72% 64% 79% 70% 66% 28% 36% 21% 30% 34% Brasil/Mato Grosso, 21/05/2018 1 Levantamento das Intenções de Confinamento em 2018 Gráfico 6. Posse dos animais confinados nos últimos anos e dos que devem ser confinados em Mato Grosso em 2018. 100,0% gordo para out/18, no entanto, muitas variáveis podem afetar esta cotação e alterações neste valor podem acontecer até o encerramento deste contrato. 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% 2014 2015 2016 2017 2018 Próprio Terceiros Por fim, o fator que é a principal causa de apreensão dos confinadores mato-grossenses, o preço do boi gordo. Do total de pecuaristas entrevistados, 45,1% afirmaram que a principal preocupação com o confinamento neste ano é o preço do boi gordo. Tal preocupação é motivada pelos vários problemas vivenciados durante o ano de 2017, quando o confinador observou o preço do boi gordo desvalorizar 11% em pouco mais de três meses. Neste ano, o mercado do boi gordo em Mato Grosso está mais estável, apresentando poucas surpresas que impactem o preço, seja de forma positiva ou negativa. No mercado futuro (B3), o contrato futuro do boi gordo com a maior cotação é o com vencimento para out/18, cotado à R$ 148,75/@. Trazendo este valor para a realidade matogrossense, descontando o diferencial de base histórico de - 11,60%, têm-se uma cotação de R$ 131,50/@ em out/18, valor 2,60% maior que a média do mês de mai/18. Este valor mais elevado da cotação coincide com o período mais acentuado de entrega de bovinos, visto que segundo os confinadores, 17% dos animais devem ser entregues em out/18. Uma das principais ferramentas para o confinador se prevenir contra esta possível volatilidade está sendo utilizada cada vez menos. Os mecanismos de proteção de preço (contrato futuro na B3 e contrato a termo com frigorífico, por exemplo) começam 2018 com um dos menores níveis de utilização da história. Apenas 3,66% dos bovinos que serão confinados este ano já foram negociados através de contratos futuros na B3 ou contratos a termo. Gráfico 9. Utilização de mecanismos de proteção de preço no rebanho confinado de Mato Grosso. *Quantidade negociada até abril/18 CONSIDERAÇÕES FINAIS 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 6% 7% 8% BM&F 4% 3% Termo 12% 1% 14% 5% 3% 3% 6% 6% 0,4% A primeira intenção de confinamento para 2018 assinala para uma elevação de 1,95% na quantidade de bovinos confinados, se comparado ao total de animais confinados em 2017, estima-se que sejam confinados 707,68 mil bovinos em Mato Grosso este ano. 1% 18% 36% 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* 2% 3% Gráfico 8. Previsão de entrega em 2018 dos animais que serão confinados em Mato Grosso e cenários de preços* futuros do boi gordo baseado no diferencial de base 25% 20% 10% 5% 0% Entrega de animais - 2018 Preço futuro - MT** 128,17 * Preços já descontado o Funrural. ** Utilizando diferencial de base histórico (- 11,60%) /Cepea/B3; 131,50 MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 150,00 145,00 140,00 135,00 130,00 125,00 120,00 115,00 110,00 Vale a ressalva ao confinador que este é o preço atual que os participantes de mercado da B3 estão negociando o boi R$/@ Do montante total de animais que serão confinados, há ainda um total de 227,19 mil bovinos para serem adquiridos pelos confinadores. Todas as categorias de reposição registraram valorização no comparativo anual, com destaque para o garrote e o bezerro de ano. Tal fato fez com que os confinadores buscassem firmar mais parcerias de animais, aumentando assim participação de terceiros no rebanho total confinado. O milho, principal concentrado energético da ração dos bovinos do Estado, acumulou alta de 14,64% entre abr/17 e abr/18, esta valorização é um dos principais pontos de reclamação dos confinadores este ano. A união de farelo de soja em franca valorização com torta de algodão em queda e DDG aumentando sua presença no mercado interno, tem motivado uma forte competição pela definição do concentrado proteico a ser utilizado nas rações dos confinamentos mato-grossenses.
Brasil/Mato Grosso, 21/05/2018 1 Levantamento das Intenções de Confinamento em 2018 A principal preocupação dos confinadores neste primeiro levantamento é quanto ao preço do boi gordo, no entanto, a utilização de mecanismos de proteção de preço (contratos futuros na B3 e contratos a termo com frigoríficos, por exemplo) atingiu um dos menores valores da história. Presidente: Normando Corral Superintendente: Daniel Latorraca Ferreira Elaboração: Yago Travagini Analistas: Aline Kaziuk, Cleiton Gauer, Edilson Freire, Francielle Figueiredo, Jéssica Brandão, Marcel Durigon, Miqueias Michetti, Monique Kempa, Paulo Ozaki, Ricardo Silva, Rondiny Carneiro, Sâmyla Sousa, Tainá Heinzmann, Talita Takahashi, Tiago Assis, Vanessa Gasch e Yago Travagini. Estagiários: Bárbara Macedo, Claúdio Lima, Clélio Kosloski, Cliston Freitas, Daniel Santeiro, Francieli Almeida, Hygor Camacho, Iohannna Dourado, Iury Rodrigues, Karoline Souza, Leonardo Silva, Pamella Oliveira.