INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA IMEA 05 de maio de º LEVANTAMENTO DAS INTENÇÕES DE CONFINAMENTO EM 2017

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1 Mil cabeças 668,12 776,05 804,14 850,46 891,43 846,73 903,08 987,87 994,94 INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA IMEA 05 de maio de º LEVANTAMENTO DAS INTENÇÕES DE CONFINAMENTO EM 2017 Durante o mês de abril foi realizado pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), o primeiro levantamento das intenções de confinamento de Mato Grosso para Tal levantamento contou com a participação de 179 unidades confinadoras do Estado, de um total de 222, chegando a uma representatividade de 80,6%. Primeiramente atenta-se para as dúvidas vividas pelos confinadores mato-grossenses, cenário muito parecido com o de 2016, no entanto, com justificativas diferentes. Em abril/16 quando foi realizado o primeiro levantamento das intenções de confinamento de 2016, 20,6% dos entrevistados não sabiam afirmar se iriam ou não confinar naquele ano e grande parte justificou esta incerteza abordando os altos custos com a alimentação dos animais. Já no levantamento realizado em abril/17, 24,0% dos confinadores afirmaram ainda estar sem previsão sobre o confinamento em 2017 e a principal justificativa é o preço em queda do boi gordo. Além disto, dentre os 179 informantes, 50,8% afirmaram que pretendem confinar em 2017 e, por fim, 25,1% disseram que não irão operar na atividade neste ano. A compra de insumos antecipada, estratégia utilizada para mitigar riscos, voltou a ser utilizada por grande parte dos confinadores do estado. Após um ano de alimentação cara, os pecuaristas estão se adiantando em 2017, de cada quatro entrevistados que afirmaram que irão confinar cerca de três informaram que já iniciaram as compras dos insumos para o confinamento. No que tange a estrutura física das unidades confinadoras de Mato Grosso nota-se um leve acréscimo (0,7%) na capacidade estática total do estado. Com a expectativa de custos menores neste ano alguns pecuaristas aumentaram seus confinamentos para assim confinar mais bovinos, desta forma os confinamentos de Mato Grosso são capazes de fechar 994,9 mil animais em apenas um giro. Gráfico 1. Capacidade estática dos confinamentos de Mato Grosso As intenções de confinamento apontam para um cenário de elevação na quantidade de animais confinados na comparação com o total finalizado em 2016, a expectativa é que sejam fechados 701,8 mil bovinos em 2017, volume 14,0% maior que o total de Vale a ressalva que as intenções costumam se reduzir durante o ano, e com o alto nível de imprevisibilidade, que já fora citado anteriormente, o caminho da redução nesse número pode ser o mais concreto. Diante disto, cabe ressaltar que no levantamento de abril de 2016, as intenções de confinamento indicavam um rebanho confinado de 755,5 mil animais, ou seja, as expectativas de 2017 apontam um volume 7,1% menor no comparativo entre os primeiros levantamentos de intenções de confinamento. Tabela 1. Rebanho confinado em 2016 e a intenção de confinamento para 2017 em Mato Grosso (cabeças). Macrorregiões 2016 Abr/17 Participação Variação (cabeças) Noroeste ,3% Norte ,1% Nordeste ,9% Médio-norte ,2% Oeste ,2% Centro-sul ,2% Sudeste ,1% Mato Grosso ,0% Dentre as regiões, as que apresentaram maiores evoluções foram a nordeste, médio-norte e sudeste, com avanços de 48,1, 16,1 e 15,1 mil animais, respectivamente. A desvalorização no preço do boi magro em todo o estado e o otimismo com a super safra de milho que deve chegar ao mercado em julho/17 animou os confinadores dessas regiões, que juntas são responsáveis por 73,6% da produção de cereal do estado, o que corresponde a 19,5 milhões de toneladas. Tendo em vista que grande parte dos confinadores entrega seus bovinos só a partir do segundo semestre, têm-se ainda uma grande janela de preparativos para a atividade e como se percebe no gráfico 2 pouco mais da metade dos animais que os pecuaristas pretendem entregar em 2017 estão garantidos. Desta forma, nota-se que do rebanho confinado estimado (701,8 mil) há ainda cerca de 42% que precisam ser adquiridos pelos confinadores, reiterando assim a mensagem de que há ainda oportunidades para quem busca vender seus bovinos para confinamentos

2 Noroeste Norte Nordeste Médio-norte abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 Oeste Centro-sul Sudeste Mato Grosso R$/cabeça abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 R$/t Brasil/Mato Grosso, 05/05/ Levantamento das Intenções de Confinamento em 2017 Gráfico 2. Quantidade de animais já garantidos para realizar a engorda no confinamento. Gráfico 4. Preço a vista dos principais insumos utilizados na suplementação dos bovinos de corte em Mato Grosso. 1500, ,00 42,0% 58,0% 1100,00 900,00 700,00 500,00 612,21 946,13 834,64 825,00 329,86 300,00 510,32 Garantidos À comprar Milho Farelo de soja Caroço de algodão Ainda que se vislumbre um crescimento na quantidade de bovinos confinados este ano, nota-se no gráfico 3 que os confinamentos de Mato Grosso registram um nível de ociosidade elevado. A média de utilização da capacidade instalada nas unidades confinadoras do estado é de 70,5%, ainda que seja maior do que o registrado no ano passado, em cinco das sete macrorregiões há uma subutilização da capacidade instalada. Gráfico 3. Utilização da capacidade estática de confinamento em Mato Grosso nos anos de 2016 e 2017 (rebanho confinado/capacidade estática). Utilização 2016 Utilização % 154% 160% 146% 140% 132% 119% 1 100% 67% 64% 75% 80% 65% 62% 68% 61% 62% 46% 71% 60% 40% 27% 0% O milho que é um dos principais ingredientes, partiu de R$ 510,3/t em abril/16 para R$ 329,9/t em abril/17, queda de 35,36% no comparativo anual, o farelo de soja registrou diminuição de 12,80% na comparação entre abril/17 (R$ 834,6/t) e abril/16 (R$ 946,1/t). Um dos poucos insumos comumente utilizados na ração dos animais que registrou valorização foi o caroço de algodão que subiu 36,33% entre abril/16 e abril/17, partindo de R$ 612,2/t para R$ 825,0/t. Outro fator que aliviou a conta do confinador é o gasto com aquisição de animais, em abril/16 o pecuarista que precisasse renovar seu estoque de animais e comprar um boi magro dispendia R$ 1.854,1/cabeça, já em abril/17 o montante gasto para comprar o mesmo animal foi de R$ 1.608,7/cabeça, redução de 13,2% no comparativo anual. Gráfico 5. Cotação das principais categorias de reposição utilizadas em confinamentos em Mato Grosso. 2000,0 1854,1 1800,0 1600,0 1400,0 1200,0 1000,0 1601,6 1315,0 1161,5 1383,5 1098,3 1032,4 1608,7 Entre as regiões o destaque fica por conta da região noroeste que é a região que melhor deve utilizar sua estrutura, chegando a confinar 146% de sua capacidade estática, demonstrando que o segundo giro é uma estratégia amplamente utilizada na região. No que diz respeito a custos, diferentemente do ano passado, os gastos com alimentação para os animais não é a maior das preocupações dos confinadores do Estado, visto que a maioria dos insumos utilizados na formulação das rações dos animais registrou desvalorização. Boi magro Bezerro de ano (12 meses) Garrote Novilha Além disso, como observa-se no gráfico 5, o preço das principais categorias de reposição utilizadas nos confinamentos do estado caiu, com destaque para o bezerro de ano (12 meses) que atingiu o menor valor desde novembro/14, melhorando a situação de quem tem um planejamento de abate de bovinos mais jovens. Diante da forte desvalorização dos insumos (milho e farelo de soja), o valor médio da diária do confinamento em Mato Grosso caiu 13,1% no comparativo com 2016, estabelecendo-

3 6% 8% 13% 16% 15% 12% 10% Entrega (%) Brasil/Mato Grosso, 05/05/ Levantamento das Intenções de Confinamento em 2017 se em R$ 5,9/cabeça/dia. Embora seja uma redução considerável esse é o segundo maior custo de diária de confinamento da história. Gráfico 6. Custo da diária do confinamento em Mato Grosso. 7,00 6,50 6,00 5,50 5,00 4,50 4,00 3,50 3,00 2,50 Mesmo que as incertezas quanto a remuneração (preço do boi gordo) permeiem as previsões dos confinadores, a diminuição no custo da diária animou pecuaristas que não possuem a estrutura física para confinar, alterando assim a composição de posse dos animais que serão confinados. Dos animais que serão engordados em confinamentos em Mato Grosso em 2017, 69,9% serão dos próprios donos dos confinamentos e 30,1% serão de terceiros (parceria, boitel, etc). Gráfico 7. Posse dos animais confinados nos últimos anos e dos que devem ser confinados em Mato Grosso em ,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 3,47 4,65 4,51 4,96 5,45 5,59 6,83 5, ,1% 71,9% 36,2% 63,8% 20,7% 79,3% 30,1% 69,9% Próprio Terceiros Diferentemente do ano passado o que deve ditar a lucratividade dos confinamentos este ano será muito mais a forma de comercialização dos bovinos (busca por melhores preços) do que os gastos com alimentação. Ainda que o mercado (BM&F/Bovespa) projete uma valorização no preço do boi gordo até dezembro/17, quando se traz para a realidade mato-grossense (descontando o diferencial de base) percebe-se que apenas a partir de outubro/17 é que a conta fecha para o confinador de Mato Grosso, o que cobriria apenas 57,0% do total a ser confinado. Nesse sentido, terminar o ano no azul será um desafio maior para quem pretende entregar animais até agosto/17. Gráfico 8. Previsão de entrega em 2017 dos animais que serão confinados em Mato Grosso, preço* futuro do boi gordo e o preço de equilíbrio. *Preços sem desconto do Funrural do dia 05/05/2017 **Utilizando diferencial de base histórico (- 11,83%) /Cepea/BM&F Bovespa Além de se atentar às variações de preços na BM&F o confinador deve ficar de olho no diferencial de base SP-MT e no Funrural, visto que esses podem afetar diretamente na rentabilidade da atividade. Gráfico 9. Utilização de mecanismos de proteção de preço no rebanho confinado de Mato Grosso. *Quantidade negociada até abril/17 A utilização de mecanismos de proteção de preço como o hedge e o fechamento de contrato a termo com frigoríficos podem garantir de maneira antecipada esta rentabilidade e apesar da pouca oferta de contratos por parte dos frigoríficos, alguns produtores já informaram ter feito negócios antecipados, cerca de 7,3% dos bovinos que serão confinados este ano já foram negociados. CONSIDERAÇÕES FINAIS 25% 15% 10% 5% 0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% 125,1 Entrega de animais Preço futuro - MT** 124,8 Equilíbrio 121,9 123,1 123,6 125,3 125,9 126,4 MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 6,0% 7,0% BM&F 4,0% Termo 36,4% 150,00 145,00 140,00 135,00 130,00 125,00 120,00 115,00 110,00 3,3% 18,2% 6,3% 15,0% 1,4% 12,0% 14,0% 8,0% 4,8% 1,0% 3,4% 2,6% 6,4% 1,0% * A primeira intenção de confinamento para 2017 aponta para uma elevação de 14,0% na quantidade de bovinos confinados comparado a 2016, estima-se que sejam engordados 701,8 mil animais nos confinamentos do Estado. Com o preço do boi gordo em queda, muitos confinadores encontram-se receosos e a quantidade de R$/@

4 Brasil/Mato Grosso, 05/05/ Levantamento das Intenções de Confinamento em 2017 pecuaristas sem previsão é a maior da história, representando 24,0% do total de informantes. Os principais componentes (milho e farelo de soja) das rações dos confinamentos desvalorizaram no último ano, fazendo com que o custo médio da diária caísse 13,1% em relação a 2016, atingindo o valor de R$ 5,94/cabeça/dia. Além disso o preço do boi magro (principal categoria da reposição) diminuiu 13,2% no comparativo anual. Além de ficar de olho na BM&F para vislumbrar os preços futuros, o confinador mato-grossense deve se atentar ao diferencial de base SP-MT e ao Funrural, visto que esses podem prejudicar a lucratividade da atividade. A avaliação da utilização de estratégias para a comercialização do gado como hedge ou fechamento a termo com frigoríficos se mostram importante para garantir um nível satisfatório de rentabilidade, e mesmo com as dificuldades alguns confinadores começam a se utilizar destas estratégias, com cerca de 7,3% dos bovinos confinados negociados antecipadamente. Presidente: Normando Corral Superintendente: Daniel Latorraca Ferreira Elaboração: Yago Travagini Analistas: Aline Kaziuk, Ângelo Ozelame, Cleiton Gauer, Edilson Freire, Francielle Figueiredo, Jéssica Brandão, Marcel Durigon, Miqueias Michetti, Paulo Ozaki, Ricardo Silva, Rondiny Carneiro, Sâmyla Sousa, Tainá Heinzmann, Talita Takahashi, Tiago Assis, Vanessa Gasch e Yago Travagini. Estagiários: Bruno Farias, Caroline Varanis, Claúdio Lima, Júlio César Rossi, Leticia Siqueira, Mariana Nascimento, Matheus Santos, Monique Kempa, Patricia Borges, Renata Jardini.

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