Direitos Humanos II D I R E I T O S E C O N Ô M I C O S, S O C I A I S, C U L T U R A I S E A M B I E N T A I S Escola de Governo 22/09/2015
Gerações dos Direitos Humanos 1ª Dimensão Direitos Civis e Políticos (negativação do Estado) Impõe limites ao Estado, garante a proteção do direito à liberdade, à vida, à propriedade, à manifestação, à expressão, ao voto, entre outros 2ª Dimensão Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (positivação do Estado) Passa a exigir do Estado sua intervenção direta para que seja garantida o direito ao trabalho, à saúde, à educação, dentre outros 3ª Dimensão Direitos dos Povos (Respeito à vida em sentido amplo) Voltados para a proteção da coletividade, tratam da preocupação com o meio ambiente, da conservação do patrimônio histórico e cultural, a Participação Social etc.
Gerações dos Direitos Humanos 4ª Dimensão Solucionamento de conflitos jurídicos inéditos (não há consenso) Direito à mudança de sexo, manipulação genética, acesso à informação, à democracia direta, à informação e ao pluralismo. 5ª Dimensão Direitos Virtuais Direito à honra, à imagem, à privacidade, e os direitos virtuais que ressaltam o princípio da dignidade da pessoa humana. Estes valores são defendidos e protegidos por essa geração de direitos, com a particularidade de protegê-los frente ao uso massivo dos meios de comunicação eletrônica.
Crítica à noção de gerações Norberto Bobbio (filósofo político italiano) x Karel Vasak (jurista tcheco-francês) Noção fragmentadora de direitos Ideia etapista da evolução dos direitos Não tem fundamento jurídico Descompasso da ordem dos direitos nos planos nacional e internacional Ideia vazia de sentido, que não corresponde à realidade histórica Efetivação e garantia imediata dos direitos de primeira geração x progressividade da garantia dos direitos de segunda geração Visão atomizada priorização das gerações
As características dos Direitos Humanos Historicidade: São históricos, construídos historicamente; Inalienabilidade: são direitos intransferíveis e inegociáveis; Indivisibilidade: são direitos da pessoa, indivisíveis Imprescritibilidade: não deixam de ser exigíveis em razão do não uso; Inviolabilidade: nenhuma lei constitucional nem nenhuma autoridade pode desrespeitar os direitos fundamentais de outrem; Irrenunciabilidade: nenhum ser humano pode abrir mão da existência desses direitos; Universalidade: devem ser respeitados e reconhecidos no universo dos seres humanos; Limitabilidade: não há nenhuma hipótese de direito humano absoluto, eis que todos podem ser ponderados com os demais; Complementaridade: os direitos humanos fundamentais não devem ser interpretados isoladamente, mas sim de forma conjunta, com a finalidade da sua plena realização.
Direitos Humanos e Direitos Fundamentais Direitos Humanos é expressão que compreende direitos universalmente aceitos, reconhecidos na ordem jurídica internacional, que transcendem à ordem jurídica interna do estado Direitos fundamentais representam direitos reconhecidos na ordem jurídica interna do estado, positivados nas constituições e leis nacionais Resumindo: direitos fundamentais são direitos humanos positivados na ordem jurídica interna do estado Garantia de direitos: crescimento vertical e horizontal dos Direitos Humanos e dos Direitos Fundamentais
Direitos Fundamentais no Brasil CF 1988: TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais (não mais Da ordem econômica e social ) "Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."
Indicadores Expectativa de vida (É a média de anos de vida de uma pessoa em um determinado país). Taxa de mortalidade (Corresponde ao número de pessoas que morreram durante o ano). Taxa de mortalidade infantil (Corresponde ao número de crianças que morrem antes de chegar a 1 ano). Taxa de analfabetismo (Corresponde ao percentual de pessoas que não sabem ler e nem escrever). Renda per capita (Corresponde ao valor de toda riqueza de um país, dividido pelo número de habitantes, resultando em um valor, geralmente em dólar, por habitante). Saúde (Refere-se à qualidade da saúde da sua população). Alimentação (Refere-se à alimentação mínima que uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias, e se essa alimentação é balanceada). Condições médico-sanitárias (Acesso a esgoto, água tratada, pavimentação etc.) Qualidade de vida e acesso ao consumo (Correspondem ao número de carros, de computadores, televisores, celulares, acesso a internet entre outros).
Índices Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo, os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e países com IDH superior a 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal: educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB municipal per capita). Índice GINI: aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos.
Concentração de Renda no Mundo Hoje, sete entre dez pessoas vivem em países onde a distância entre ricos e pobres é maior do que há 30 anos; O patrimônio das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale ao da metade da população do planeta - 3 bilhões e meio de pessoas; 70% da população mundial vive em países onde a distribuição de renda só piorou nos últimos anos. Só em 2013, os muito ricos ficaram 668 milhões de dólares mais ricos; Desde a crise financeira, o número de bilionários no mundo tem mais que dobrado, aumentando para 1645 pessoas.
Concentração de Renda no Mundo A Oxfam calculou que, se um imposto de apenas 1,5% da fortuna dos bilionários do mundo fosse usado imediatamente após a crise financeira de 2008, poderia ter salvado 23 milhões de vidas nos 49 países mais pobres, proporcionando-lhes dinheiro para investir em assistência à saúde; O número de bilionários e a soma de suas fortunas cresceram tão rapidamente que, em 2014, um imposto de 1,5% arrecadaria o suficiente para financiar a cobertura universal de saúde em seus países por um ano e também pagar para que todas as crianças do mundo frequentem a escola; Apenas três das 30 pessoas mais ricas do mundo são mulheres.
Concentração de Renda no Brasil Com base em dados do IRPF (2014), é possível estimar que, em 2012: Os 50% dos brasileiros mais pobres detinham 2% da riqueza; 36,99% ficavam com 10,60%; 13,01% com 87,40%; 0,21%, era dona de 40,81% do total
Concentração de renda em SP Recente estudo feito pela Prefeitura de São Paulo (Revista da Folha de São Paulo 3 a 9 de agosto 2014) mostra que os 1% mais ricos da cidade detêm 20% da renda e os 50% mais pobres ficam com 10,57%.
Resultados Mundo 1 bilhão na miséria (2,2bi na pobreza) 1% com 46% da riqueza mundial 85 pessoas com equivalente renda de 3,5bilhões mais pobres Brasil 10% mais ricos - 42% da renda 50% mais pobres 16% da renda Fonte: Oxfam e IBGE
Razão entre 10% mais ricos em relação aos 10% mais pobres PAÍS 2007 Japão 4,5 Suécia 6,2 França 9,1 Espanha 10,3 EUA 15,9 México 21,0 Chile 26,2 Argentina 31,6 Brasil 40,6 Panamá 49,9 Colômbia 60,4 Namíbia 106,6
Razão entre 10% mais ricos em relação aos 10% mais pobres 143 países com dados disponíveis Somente 10 países com situação pior que Brasil: Botsuana Nigéria Panamá Haiti Honduras Colômbia Chade Serra Leoa Bolívia Namíbia PNUD. 2009
Palma ratio
Renda e pobreza EUA - Censo Renda anual: US$ 51.107 queda 8,3% de 2007 15% vivem na pobreza (menos de US$ 11.945 negros 27%) maior índice 22,4% em 1959 e menor 11,3% em 1973 Aumento da desigualdade 6,3% de 1993 a 2012 Brasil Renda anual: US$ 10.152 28 milhões na pobreza Índice extrema pobreza caiu 57% de 2002 a 2008 Fonte: World Bank,IPEA
% Crescimento no Brasil 2000 2005 2007 2009 2010 2011 2012 2013 Brasil 4,30% 3,20% 6,1% 0,3% 7,5% 2,7% 1% 2,3% Fonte: IBGE
% Crescimento do PIB no mundo PAIS 2000 2008 2009 2012 EUA 4,1% 2,0% -2,8 2,8 China 8,4% 9% 9,2 7,8 Índia 4,0% 7,1% 8,5 3,2 Argentina -0,8% 7% Chile 4,5% 3,2% -1 5,6 Venezuela 3,7% 4,8% -3,2 5,6 Colômbia 2,9% 2,5% 1,7 4,2 Bolivia 2,5% 6,1% 3,4 5,2 * Fonte: Banco Mundial
Mecanismos Aumento da desigualdade Impostos Até 2 SM 53,9% em tributos + de 30 SM 29% em tributos Ex.: 40% televisão é para tributos