esa redonda Marco Legal de Indicação Geográfic

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Documentos. O REGULAMENTO DE USO DA DENOMINAÇÃO DE ORIGEM VALE DOS VINHEDOS Vinhos Finos Tranquilos e Espumantes ISSN

***I PROJETO DE RELATÓRIO

Transcrição:

esa redonda Marco Legal de Indicação Geográfic Kelly Lissandra Bruch Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Consultora do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin)

PONTOS CRÍTICOS DO MARCO REGULATÓRIO DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS - Demandas do Setor Vitivinícola Elaborado a partir das discussões realizadas no II Workshop do Comitê de Indicações Geográficas do IBRAVIN e Reunião do Comitê de IG realizados no dia 03 de julho de 2018.

. Disponibilização, em acesso livre, dos egulamentos de Uso das Indicações eográficas de Vinhos manutenção, ao longo do tempo, do acesso livre aos Regulamentos de Uso das Indicações Geográficas registradas, incluindo outros na medida que venham a ser registradas novas IGs no INPI. Esta disponibilização estende-se aos Regulamentos de Uso atualizados com alterações em relação ao documento inicialmente registrado, quando estiverem operacionais os mecanismos para aprovação de alterações nos Regulamentos de Uso.

2. Alterações do Regulamento de Uso das Indicações Geográficas Estabelecimento de ato normativo para a solicitação e aprovação, por parte das Indicações Geográficas, de alterações nos Regulamentos de Uso.

3. Requisitos Mínimos dos Regulamentos de Uso das Indicações Geográficas de Vinhos Instituir normativa legal estabelecendo os itens e requisitos mínimos a serem observados na elaboração dos Regulamentos de Uso das indicações geográficas de vinhos, os quais devem incluir, ao menos: - Nome da IG; - Descritivo da área geográfica delimitada da IG; - O produto e os tipos de vinhos autorizados na IG; - As variedades de videira autorizadas; - A procedência das uvas: para IP - pelos menos 85% produzidas na área delimitada; para DO 100% produzidas na área delimitada;

Particularidades dos sistemas de produção da uva; Particularidades dos sistemas de elaboração dos vinhos; Necessidade de que a elaboração dos vinhos ocorra na área geográfica; A descrição das principais características físico-químicas e organolépticas dos vinhos, por tipo; Descritivo da relação entre o produto (qualidade, características ou reputação) e a origem geográfica para a IP; Descritivo da relação de causa e efeito entre o meio geográfico (fatores naturais e fatores humanos) e as qualidades/características dos vinhos na DO; Elementos sobre o Sistema de Controle e o Plano de Controle do Regulamento de Uso; Regras específicas de rotulagem dos vinhos; Direitos e obrigações; infrações, penalidades e procedimentos

4. A Indicação de Procedência da LPI Por meio de alteração na Lei (LPI), substituir a Indicação de Procedência da LPI pelo conceito de Indicação Geográfica, aprimorando a sua definição. IP à IG

5. Conceituar a Modalidade Indicação Geográfica na Lei Por meio de alteração na Lei (LPI), incluir a definição de Indicação Geográfica na LPI, a qual deve ser regulamentada, por instrumento infralegal, de forma a contemplar os requisitos mínimos para atender as especificidades do setor vitivinícola, dentre outros. Assim, a Lei trataria das Indicações Geográficas e das Denominações de Origem, ao invés de tratas das Indicações Geográficas com duas modalidades de IG (Indicação de Procedência e Denominação de Origem). IG e DO

6. Migração entre Indicações Geográficas ajustar, via Lei (LPI) ou ato normativo, o marco regulatório das Indicações Geográficas, possibilitando a migração de uma IG registrada em casos específicos: Da atual IP para DO; Da atual IP para a futura IG; Da atual DO para a futura IG. Observação: será importante igualmente regular o uso do nome geográfico, impossibilitando o registro, para um mesmo produto, de mais de uma IG com o mesmo nome geográfico.

7. Cancelamento do Registro de Indicação Geográfica ajustar, via Lei (LPI) ou ato normativo, o marco regulatório das Indicações Geográficas, possibilitando o cancelamento de uma IG registrada em casos específicos.

8. Denominações Passíveis de Registro como Indicação Geográfica ajustar, via Lei (LPI) ou ato normativo, o marco regulatório das Indicações Geográficas, facultando a possibilidade de registro de indicações que tradicionalmente identifiquem o produto de uma IG específica; possibilitar o uso do nome do produto com a denominação, bem como o uso de gentílicos. Vinho da serra gaúc catarinense morretiana

9. Sistema de Controle nas Indicações Geográficas Demanda: manutenção do sistema atual do Sistema de Controle/Plano de Controle, com a implementação adicional de Controle Externo de Processos junto ao Sistema de Controle das associações (Conselho Regulador/ Plano de Controle da IG), auditando os processos adotados pela IG. Este tipo de auditoria poderia ser feito através do MAPA, mesmo porque há previsão deste tipo de competência no Decreto do Vinho, n.8.198/2014.

10. Controle de Vinhos Nacionais e Importados com Indicação Geográfica no Mercado Consumidor Brasileiro criação de atribuição de controle de vinhos nacionais e importados com Indicação Geográfica que estão no mercado consumidor nacional, via setor público (MAPA), para a proteção dos produtores das Indicações Geográficas e para a garantia dos consumidores. Esta ação irá também auxiliar a complementar o trabalho de controle, proteção e promoção dos vinhos brasileiros com IG executados pelas associações gestoras das Indicações Geográficas

11. Regularização da Rotulagem de Vinhos Brasileiros com Indicação Geográfica Demanda: há urgência em inserir, no marco regulatório brasileiro, normas específicas que permitam incluir na rotulagem dos vinhos a Indicação Geográfica. Ainda, a rotulagem dos vinhos deve coibir o uso parasitário de uma IG na rotulagem de produtos sem IG.

12. Selo Brasileiro para as Indicações Geográficas Criação de um selo nacional único para as Indicações Geográficas pode auxiliar a dar visibilidade para este ativo de propriedade industrial, inclusive para as Indicações Geográficas de vinho. Contudo entende-se que o seu uso deve ser facultativo, no sentido de que uma IG de vinho possa utilizar o seu selo específico e/ou o selo brasileiro.

O que é preciso fazer? Para algumas das proposições: alterar a IN 25/2013 Para outras propostas: alterar a LPI (lei n. 9279/1996)à retirar as Indicações geográficas de seu âmbito e criando lei própria para regula-las.

Kelly L Bruch Consultora IBRAVIN juridico@ibravin.org.br Obrigado! ibravin@ibravin.org.br twitter.com/winesofbrasil twitter.com/vinhosdobrasil facebook.com/brazilianwines facebook.com/vinhosdobr www.ibravin.org.b r