DO JULGAMENTO LIMINAR DE IMPROCEDÊNCIA E OS PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS NO CPC DE 2015

Documentos relacionados
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PLANO DE ENSINO I IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA. O novo processo civil: diretrizes e inovação legislativa Curso Bacharelado em Direito Créditos: 2

PLANO DE ENSINO. Dr. Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto

PALAVRAS-CHAVE: 1) Precedentes Obrigatórios. 2) Acesso à Justiça. 3) Direito Fundamental. 4) Segurança Jurídica.

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 02

RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DE MASSA

COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO Componente Curricular: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II PLANO DE CURSO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. Sistema Recursal Trabalhista Recurso Ordinário Prof ª. Eliane Conde

PLANO DE ENSINO. Dr. Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto. Segunda 10:10 h / terça 10:10 h

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II PROFESSOR: BENEDITO MAMÉDIO TORRES MARTINS CH SEMESTRAL CH SEMANAL PRÉ-REQUISITO PERÍODO SEMESTRE 72 H 4 H DPC I

A importância do distinguishing no controle da aplicação dos precedentes

II - AÇÃO RESCISÓRIA

Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas

Simulado Aula 04 TJ-RS PROCESSO CIVIL. Prof. Guilherme Koenig

INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA. 1. Qual a novidade? O CPC de 2015 procurou aprimorar a regra de

O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E A GARANTIA DA NÃO SURPRESA NA APLICAÇÃO DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO PARA JUÍZOS PRIMA FACIE DE PRECEDENTES

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

Superior Tribunal de Justiça

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

2. No juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos.

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

PÓS GRADUAÇÃO DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. PETIÇÃO INICIAL CÍVEL Artigo 319 do Código de Processo Civil

Descomplicando o Novo Código de Processo Civil. [NOME DA EMPRESA] [Endereço da empresa]

Centro Nacional de Inteligência da Justiça Federal

O EMBATE ENTRE PROVA EMPRESTADA E CONTRADITÓRIO: UMA ANÁLISE CONFORME O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO Reconhecimento renovado pela portaria MEC nº 608 de , DOU de

Nº /PR

Aula nº. 255 a 256 AGRAVO INTERNO

PRECEDENTES NO CPC João Eberhardt Francisco

PI juízo de admissibilidade (negativo) sentença 485, I, CPC (sem a citação).

28/04/13 <NÚMERODETOKENSNODOCUMENTO \18><COMPOSIÇÃODEACÓRDÃOEMENTA \TEXTO="(INSIRA AQUI O TÍTULO DA EMENTA)^P^

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

1. A Evolução do MS no Sistema Constitucional Direito Líquido e Certo a Evolução Conceitual... 24

PRECEDENTES E RATIO DECIDENDI

- Competência - 1ª fase: Jurisdição Interna x Jurisdição Externa (ou Internacional / Estrangeira) - art. 88 e seguintes do CPC:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO P L A N O D E E N S I N O

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Direito Processual Civil

Hipóteses em que é possível a condenação do denunciado à lide, seja considerando-o como litisconsorte ou assistente simples.

SUMÁRIO SUMÁRIO. 1. A evolução do MS no sistema constitucional Direito líquido e certo a evolução conceitual... 27

Sumário APRESENTAÇÃO PREFÁCIO Teresa Arruda Alvim Wambier CONDIÇÕES DA AÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL...

RECLAMAÇÃO. 1. Importância renovada - A reclamação, prevista nos artigos 988 a 993, é

COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO Autorizado pela Portaria no3.355 de 05/12/02-DOU de 06/12/02 Componente Curricular: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

Sumário Capítulo 1 A importância do método dogmático para compreensão da reclamação Capítulo 2 Genética da reclamação constitucional

A NOVA LEI /2006 E SUAS IMPLICAÇÕES NO RECURSO DE APELAÇÃO

Aula 117. Tutela provisória (Parte VIII):

Meios de impugnação dos provimentos jurisdicionais CORREIÇÃO PARCIAL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIãO Gabinete do Desembargador Federal Marcelo Navarro

Processo Civil. - Efetiva repetição de demandas e não potencial repetição de demandas;

PLANO DE ENSINO. PRÉ-REQUISITO Teoria Geral do Processo SEMESTRE/ANO 1º/2013

DISCIPLINA: Direito Processual Civil IV

DISCIPLINA: Direito Processual Civil II

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA MANUTENÇÃO DO COLABORADOR E DO APOSENTADO NO PLANO DE SAÚDE

Superior Tribunal de Justiça

Ocorre que a matéria é distinta de tal demanda proposta pelo autor, e por isso, não concorda com o posicionamento do juízo.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

LIMITES DE ATUAÇÃO DO CARF

O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E O CONCEITO LEGAL DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JATAÍ - CESUT A s s o c i a ç ã o J a t a i e n s e d e E d u c a ç ã o

TÍTULO: OS PRECEDENTES NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ART.927 CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

@ (PROCESSO ELETRÔNICO) LLJ Nº (Nº CNJ: ) 2018/CÍVEL

A SÚMULA IMPEDITIVA DO RECURSO DE APELAÇÃO: uma análise constitucional processual

Controle da Constitucionalidade

Fazenda Pública em Juízo Guilherme Kronemberg Hartmann

SUMÁRIO ABREVIATURAS E SIGLAS...

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL.

Sumário. 1 Capítulo 1. 1 Capítulo 2. 1 Capítulo 3 VAMOS CONHECER A ESTRUTURA DO CPC NORMAS PROCESSUAIS NO CPC/

Superior Tribunal de Justiça

PLANO DE ENSINO. I Identificação Direito Processual Civil II. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 5º.

CARGA HORÁRIA SEMANAL: 03 CRÉDITO: 03 CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 45 NOME DA DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL I NOME DO CURSO: DIREITO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

RECURSO ESPECIAL Nº MS (2010/ )

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

SUMÁRIO PARTE I ASPECTOS CONCEITUAIS

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A REPERCUSSÃO GERAL DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

MANUAL PRÁTICO DO MILITAR 3ª EDIÇÃO 2017 DR. DIÓGENES GOMES VIEIRA CAPÍTULO 9 MANDADO DE SEGURANÇA: UTILIZAÇÃO PELOS MILITARES

Aula 144. Os requisitos para atribuição de efeito suspensivo por decisão judicial são:

Art Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

Força vinculante dos precedentes: Segurança jurídica e redução da litigiosidade. Painelistas José Miguel Garcia Medina Olavo de Oliveira Neto

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Primeira Câmara Cível

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

NOVO CODIGO DE PROCESSO CIVIL

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Décima Sexta Câmara Cível

Conteúdos/ Matéria. Categorias/ Questões. Textos, filmes e outros materiais. Habilidades e Competências. Tipo de aula. Semana

SUMÁRIO CAPÍTULO 1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

I Identificação Direito Processual Civil II. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 5º. II Ementário

QUESTÕES DE ORDEM DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA JUSTIÇA FEDERAL. (Atualizado até a questão de ordem nº 38 em 16NOV2016)

SUMÁRIO ABREVIATURAS E SIGLAS... 21

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Aula 101. Julgamento conforme o estado do processo (Parte II):

I Identificação Direito Processual Civil II. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 5º. II Ementário

Transcrição:

1 DO JULGAMENTO LIMINAR DE IMPROCEDÊNCIA E OS PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS NO CPC DE 2015 Samantha de Araújo Carvalho 1 SUMÁRIO: 1. Introdução; 2. Breve análise sobre o julgamento liminar de improcedência: conceito, características e finalidade do instituto; 3.Análise comparativa sobre o julgamento liminar de improcedência do pedido; 3.1. A improcedência liminar no CPC/73; 3.2. A improcedência liminar no CPC/2015; 4. Breve análise sobre os precedentes judiciais: o dever de observância dos precedentes obrigatórios no julgamento liminar de improcedência no CPC/15; 5. Considerações Finais; Referências. Resumo: O presente estudo destina-se a investigar o instituto do julgamento de improcedência liminar de mérito sob o enfoque dos precedentes obrigatórios, tendo em vista que no Código de Processo Civil de 2015 há um dever de observância dos precedentes emanados dos tribunais superiores como forma de uniformizar o entendimento jurisprudencial, impedindo a prolação de decisões contraditórias. Para tanto, far-se-á necessária uma análise comparativa sobre o tratamento jurídico conferido ao julgamento de improcedência prima facie no CPC/73 e no CPC/2015, apresentando os respectivos requisitos e os critérios distintivos a fim de demonstrar se haverá ou não aperfeiçoamento do instituto com o novo CPC. Em seguida, estudar-se-á a teoria dos precedentes judiciais com ênfase na modalidade dos precedentes obrigatórios. Palavras-chave: Processo Civil, julgamento liminar de mérito, improcedência prima facie, precedentes obrigatórios. 1. Introdução Em um contexto de demandas de massa em que há excesso de processos que permanece sem resolução durante muitos anos no Poder Judiciário, é inegável que mecanismos de abreviação e aceleração dos julgamentos são medidas que se impõem. Neste panorama, a Lei n 11.277/2006 incluiu o instituto do julgamento liminar de improcedência no CPC/73, em seu artigo 285-A, que, foi mantido, mas com muitas alterações no artigo 332 do CPC de 2015. Objetiva-se, então, com este estudo, analisar criticamente as mudanças produzidas pelo novo CPC no que tange à sentença de 1 Advogada. Conciliadora da Justiça Federal TRF 1ª Região. Autora do livro: A Teoria Geral do Processo e sua inaplicabilidade no Processo Penal. Especialista em Direito Processual Civil pelo Curso Fórum em convênio com a Universidade Cândido Mendes. Bacharela em Direito pela Universidade Salvador Unifacs.

2 improcedência para demonstrar se o instituto efetivamente atende ao ideal de celeridade e, simultaneamente, contribui para um modelo de processo constitucional e garantidor. Este mecanismo da improcedência liminar do pedido ou liminar prima facie consubstancia-se no julgamento em que o magistrado rejeita, de plano, o pedido do autor, sem sequer proceder à citação do réu em virtude do preenchimento de determinados requisitos legais. Para tanto, pressupõe a improcedência total da demanda, que é aplicável pela sistemática dos precedentes judiciais, já que são casos de demandas repetitivas e que podem ser indeferidas ab initio, dispensando-se o prolongamento do feito. Assim, tendo em vista que tratam-se de ações com mesma causa de pedir e pedido e cujo entendimento pela improcedência total é consolidado, não há porque dar continuidade a todo um processo de conhecimento, produzindo provas para demonstrar o que já era pacificado anteriormente. Ocorre que, esta hipótese de julgamento antecipado do mérito viola o acesso à justiça, pois os argumentos alegados pelo autor não são efetivamente debatidos nos termos de um devido processo legal, sendo, ao contrário, totalmente indeferidos prima facie. Com o CPC de 2015 que visa à instauração de um modelo de processo constitucional cooperativo, é possível questionar a viabilidade deste instituto. 2. Breve análise sobre o julgamento liminar de improcedência: conceito, características e finalidade do instituto. O julgamento prima facie do pedido ou julgamento liminar de improcedência é aquele que rejeita de plano o pedido formulado pelo autor, antes mesmo da citação da parte ré. Não se confunde, contudo, com as hipóteses de indeferimento da petição inicial, já que nesta circunstância a extinção ocorre sem resolução do mérito, enquanto que no julgamento liminar de improcedência há resolução do mérito, nos termos em que explicam Fredie Didier Jr., Paula Sarno Braga e Rafael Alexandria de Oliveira: é decisão de mérito, definitiva, apta à coisa julgada e possível objeto de ação rescisória 2. Por essa razão que se pode caracterizar a sentença de improcedência como uma hipótese de julgamento antecipado, dispensando a citação da parte ré 3. 2 DIDIER JR., Fredie. BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. v.2. 10.ed. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 593. 3 ATAÍDE JUNIOR, Vicente de Paula. A resolução antecipada do mérito em ações repetitivas (Lei 11.277/2006). In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 141, nov. 2006, p. 116-127.

3 Objetiva-se com este instituto a celeridade e a duração razoável do processo, pois tratando-se de ações repetitivas, cujo entendimento pela improcedência está consolidado, não há necessidade de reabrir o debate, prolongando o processo em fases, procedendo à citação do réu e produzindo prova sobre matéria já pacificada. No entanto, isso não significa que esta decisão judicial prestigie a celeridade em detrimento do princípio do contraditório, violando o devido processo legal, pois, em verdade, o debate já foi realizado em demanda idêntica que foi julgada e que lhe serve de paradigma. Assim, elucida o autor Newton Pereira Ramos Neto 4 : Seu objetivo, em linhas gerais, é impedir que, diante de demandas repetitivas que cuidam essencialmente de matéria jurídica, haja desperdício de energia processual, ao permitir-se o trâmite de todas as fases procedimentais inutilmente. Com efeito, havendo convencimento formado acerca da matéria, permite-se a utilização emprestada de sentença de improcedência proferida em feito similar. Nesta perspectiva, o presente instituto não é inconstitucional, uma vez que não há qualquer violação ao princípio do contraditório. Inclusive, o autor poderá interpor recurso de apelação para análise em segunda instância, conforme se demonstrará adiante. Quanto ao réu, também não há que se falar em violação ao devido processo legal e ao contraditório, pois a sentença de improcedência lhe é favorável. 3. Análise comparativa sobre o julgamento liminar de improcedência do pedido: Uma vez estudado os aspectos gerais do julgamento liminar de improcedência, demonstrando conceito, características principais e finalidade, cumpre verificar, neste momento, o tratamento conferido a este instituto pelo Código de Processo Civil. Assim, serão analisadas as hipóteses de improcedência prima facie no CPC/73 e, comparativamente, os pressupostos exigidos pelo CPC/15 de modo a destacar as diferenças apresentadas. 3.1. A improcedência liminar no CPC/73: O caput do art. 285-A do CPC/73 exigia dois requisitos para prolação da sentença de improcedência, quais sejam: a) quando a matéria controvertida for unicamente de direito e b) se no juízo já houver sido proferida sentença de total 4 NETO, Newton Pereira Ramos. Julgamento liminar do pedido no projeto do novo CPC: primeiras impressões. In: FREIRE, Alexandre (Org.) et al. Novas Tendências do Processo Civil: estudos sobre o projeto do Novo Código de Processo Civil. v.3. Salvador: Juspodivm, 2014. p. 470-471.

4 improcedência em outros casos idênticos. Ocorre que, há imprecisões técnicas na redação deste artigo, pois, de imediato, não é possível falar em matéria controvertida ante a ausência de angularização da relação processual. Em outras palavras, não há controvérsia sem a formulação de defesa e argumentos contrapostos pelo réu, o que há apenas, nesta circunstância, é uma relação entre o autor e o Estado-juiz. Neste sentido, corrobora Dierle José Coelho Nunes: primeiramente, o novo dispositivo presume a existência de uma controvérsia mesmo antes do réu apresentar sua defesa 5. Ainda no tocante à este primeiro requisito, tem-se que apenas poderá ensejar um julgamento liminar de improcedência se a matéria tratada nos autos for exclusivamente de direito, sem questões fáticas a serem debatidas. Neste sentido, segue o julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. JULGAMENTO PRIMA FACIE. ART. 285-A, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS. Incabível o julgamento imediato da lide na forma do art. 285-A do CPC na medida em que a questão envolvida não é unicamente de direito. Recurso provido. (Apelação Cível Nº 70049745631, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 28/09/2012) (TJ-RS - AC: 70049745631 RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Data de Julgamento: 28/09/2012, Décima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 17/10/2012). No que tange à segunda hipótese, trata-se de uma autorização para o órgão jurisdicional poder reproduzir o teor de outras sentenças que já tenha proferido sobre casos semelhantes, pois consoante adverte Fábio Bonomo de Alcântara: o juiz jamais poderá proferir uma sentença prima facie sem ter analisado (em pelo menos um processo) os argumentos de defesa do réu 6. Ademais, o legislador ressaltou a exigência de a improcedência do pedido ser total, uma vez que a improcedência parcial do mérito não extingue o processo. Sucede que, não consta neste dispositivo a necessidade de o magistrado demonstrar as razões pelas quais o precedente que serve de paradigma se assemelha ao caso concreto, mas é cediço que para a devida aplicação de precedentes 5 NUNES, Dierle José Coelho. Comentários acerca da súmula impeditiva de recursos (Lei 11.276/2006) e do julgamento liminar de ações repetitivas (Lei 11.277/2006) - Do duplo grau de jurisdição e do direito constitucional ao recurso (contraditório sucessivo) - Aspectos normativos e pragmáticos. In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, n.137, jul. 2006. p. 184. 6 ALCÂNTARA, Fábio Bonomo de. Julgamento de procedência prima facie: uma antítese do art. 285-A. In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, v.210, ago. 2012, p. 432.

5 judiciais, o julgador deve explicar estes elementos que identificam tais demandas, conforme explica Dierle José Coelho Nunes 7 : Ocorre que para aplicação adequada do novo preceito legal o juiz deveria na segunda sentença realizar uma demonstração analítica dos elementos identificadores entre os casos, fato que talvez conduza a um maior trabalho na elaboração da sentença do que se o julgador escolhesse esperar o contraditório (apresentação da contestação) e proferisse o julgamento conforme o estado do processo (art. 330, CPC). Ademais, a mera reprodução de precedentes do mesmo juízo gera insegurança jurídica, pois é frequente a existência de soluções distintas para casos idênticos, culminando em decisões contraditórias e que ferem a segurança jurídica e a isonomia. Por essa razão que era imprescindível desde o CPC/73 um alinhamento entre o juízo sentenciante e o entendimento cristalizado nas instâncias superiores, conforme se extrai da leitura do julgado colacionado abaixo: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMPROCEDÊNCIA PRIMA FACIE. ART. 285-A DOCPC. ENTENDIMENTO DO JUÍZO SENTENCIANTE. DISSIDÊNCIA RELATIVA ÀSINSTÂNCIAS SUPERIORES. APLICAÇÃO DA NOVA TÉCNICA. DESCABIMENTO.EXEGESE TELEOLÓGICA. 1. A aplicação do art. 285-A do CPC, mecanismo de celeridade e economia processual, supõe alinhamento entre o juízo sentenciante, quanto à matéria repetitiva, e o entendimento cristalizado nas instâncias superiores, sobretudo junto ao Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. 2. Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1109398 MS 2008/0283287-1, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 16/06/2011, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/08/2011). Deste modo, restou demonstrado que os critérios previstos no art. 285-A não atendem aos ideais de segurança jurídica, igualdade e de um modelo que ora se adota de processo constitucional cooperativo, razão pela qual tal artigo foi alterado no NCPC. 3.2. A improcedência liminar no CPC/15: No diploma processual de 2015, a improcedência liminar foi tratada em capítulo próprio (Capítulo III Título II sobre a Petição Inicial) e suas hipóteses estão objetivamente previstas no artigo 332. Este dispositivo não exige que a causa verse unicamente sobre questão de direito e nem a necessidade de que no juízo tenha outras sentenças sobre casos idênticos. Ao contrário, o CPC/15 objetivou conferir maior segurança jurídica aos casos concretos, exigindo, para tanto, a observância dos 7 NUNES, Dierle José Coelho. Op. cit. p. 184.

6 precedentes dos tribunais superiores, que são os precedentes denominados de obrigatórios. Neste sentido, explica a autora Janaína Soares Noleto Castelo Branco 8 : Enquanto no CPC/73 há autorização para que o órgão judicial o faça nos casos de controvérsia unicamente de direito, desde que haja proferido sentença de improcedência em casos idênticos, o NCPC não prevê tal hipótese e inova ao autorizar a sentença liminar de improcedência nos casos de precedentes ou súmulas que especifica. Portanto, não mais importa se o juízo já proferira sentenças de improcedência anteriores em casos idênticos, mas se há o precedente ou a súmula que o autoriza a fazê-lo. Assim, é irrelevante que o mesmo órgão jurisdicional tenha proferido sentença de improcedência, uma vez que deverá pautar-se nos precedentes obrigatórios emanados pelos tribunais superiores, como forma de unificar o tratamento jurídico sobre o instituto, garantindo efetivamente segurança jurídica no ordenamento. Nesta senda, o art. 332 exige como pressupostos legais para julgamento liminar que a causa dispense a fase instrutória e que se enquadre em uma das hipóteses dos seus incisos I ao IV 9. É o que explica Fredie Didier Jr. 10 : Causa que dispensa a fase instrutória é aquela cuja matéria fática pode ser comprovada pela prova documental. A improcedência liminar do pedido é, assim, hipótese especial de julgamento antecipado do mérito (art. 355, I, CPC), que passa a ser autorizado, também, antes da citação do réu, se a conclusão é feita pela improcedência sobre o julgamento antecipado do mérito (...). Antecipa-se ainda mais o momento de julgamento da causa, dispensando não só a fase instrutória, mas também a própria ouvida do réu. Observe que não há violação ao princípio do contraditório, tendo em vista que é uma sentença que não prejudica o réu, sendo possível o oferecimento de defesa em momento posterior, na fase recursal, caso o autor interponha apelação. Após a interposição da apelação, é aberto o prazo para o réu contrarrazoar. Por outro lado, quanto ao autor que teve seu pedido liminarmente julgado improcedente, também não há qualquer violação ao princípio do contraditório, tendo em vista que é possível que ele apresente recurso de apelação e o magistrado poderá retratar-se nos termos dos 3 e 4 do art. 332. Até porque seus argumentos efetivamente já foram analisados pelo juiz, por tratar-se de demandas repetitivas, cujo entendimento já é firmado e consolidado pela improcedência. No entanto, alerta a autora Janaína Soares Noleto Castelo Branco que 11 : Na sistemática atual (CPC/73), a prática judicial tem sido a de prolação da sentença sem oitiva prévia de qualquer das partes. Na sistemática vindoura, 8 BRANCO, Janaína Soares Noleto Castelo. In: DIDIER JR., Fredie (Coord. geral) et al. Improcedência: coleção grandes temas do Novo CPC. v.4. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 133-134. 9 DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Op. cit. p. 593. 10 Ibid. p. 593-594. 11 BRANCO, Janaína Soares Noleto Castelo. In: DIDIER JR., Fredie (Coord. geral) et al. Improcedência: coleção grandes temas do Novo CPC. v.4. Salvador: Juspodivm, 2015. p. 134.

7 todavia, paira a dúvida sobre a aplicabilidade do art. 9 do NCPC (vedação de decisão contrária sem prévia oitiva da parte interessada), tendo em vista que, dentre suas exceções, não elencou a hipótese de julgamento liminar de improcedência. Quanto aos precedentes obrigatórios, tem-se que os incisos I e II exigem, respectivamente, a observância de súmula do STF ou STJ, bem como de acórdão do STF ou do STJ em sede de julgamento de demandas repetitivas. O inciso III, em repetição parcial, trata do entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. Já o inciso IV possibilita a análise de enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. Por fim, o 1 o permite ao magistrado, se verificar a ocorrência de prescrição ou decadência, julgar liminarmente improcedente o pedido. Na realidade, no CPC/73, a prescrição e decadência estavam incluídas como hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito, o que era um equívoco, pois a sua análise perpassa necessariamente pela resolução do objeto litigioso processual. 4. Breve análise sobre os precedentes judiciais: o dever de observância dos precedentes obrigatórios no julgamento liminar de improcedência no CPC/15: O precedente judicial é uma decisão proferida para uma circunstância concreta cujo núcleo essencial, denominado de ratio decidendi, servirá de orientação ao julgamento de casos futuros e semelhantes àquele, com o fito de se evitar decisões contraditórias, bem como promover a celeridade processual. Ocorre que, no Brasil, os precedentes não são devidamente aplicados. Com frequência, os magistrados colacionam a ementa de uma decisão de tribunal superior, sem, contudo, demonstrar a razão da utilização daquele precedente ou, ainda, quais os elementos que tornam estes casos semelhantes. Assim, explica Luiz Guilherme Marinoni que um dos problemas para a adoção efetiva de um sistema de precedentes no Brasil é a inexistência de uma cultura jurídica de precedentes, como a que existe no common law. O autor ainda esclarece que os precedentes não são respeitados nem mesmo no âmbito interno do órgão jurisdicional em que foram proferidos, consoante a transcrição a seguir in verbis 12 : O sistema jurídico brasileiro, em tal dimensão, afigura-se completamente privado de efetividade, pois indubitavelmente não é capaz de permitir 12 MARINONI, Luiz Guilherme. Os precedentes na dimensão da segurança jurídica. Disponível em: <http://www.tex.pro.br/home/artigos/261-artigos-mar-2014/6443-os-precedentes-na-dimensao-daseguranca-juridica>. Acesso em: 27 nov. 2015.

8 previsões e qualificações jurídicas unívocas. (...) torna-se estarrecedor perceber que a própria missão de garantir a unidade do direito federal, atribuída e imposta pela Constituição ao Superior Tribunal de Justiça, é completamente desconsiderada na prática jurisprudencial brasileira Neste ínterim, é evidente que a opção do novo CPC por precedentes obrigatórios, conferindo, então, caráter vinculante a estes, encerra um dos problemas acerca da má aplicação dos precedentes e aperfeiçoa o julgamento de improcedência prima facie do mérito. Isso porque, no CPC/73, os magistrados podiam julgar improcedente liminarmente o pedido, justificando apenas com sentenças que já tivesse proferido, sem nem considerar o entendimento dos tribunais superiores. Neste sentido, elucida Luiz Guilherme Marinoni 13 : Não apenas o juiz e o órgão judicial devem respeito ao que já fizeram, ou seja, as decisões que tomaram, mas também às decisões dos tribunais que lhes são superiores, claramente quando estes decidem conferindo interpretação a uma lei ou atribuindo qualificação jurídica a determinada situação Nesta senda, o CPC/15 exige a observância dos precedentes obrigatórios, nos termos em que dispõem os incisos I ao IV do art. 332 do referido diploma processual. Ademais, cumpre ressaltar que o magistrado deve levar em consideração que o entendimento pode ser superado 14 (técnicas de superação de precedentes, como o overruling), e, portanto, é fundamental analisar os argumentos do autor para constatar se ele menciona qualquer hipótese de superação do precedente utilizado pelos tribunais superiores e as razões de seu pedido ser julgado procedente. Apenas nesta linha, é possível prestigiar o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa, a segurança jurídica e o acesso à justiça. 5. Considerações Finais: Diante de todo o exposto, é possível concluir que desde a sua previsão no art. 285-A, o julgamento de improcedência liminar do pedido tem contribuído para a celeridade e a duração razoável no Poder Judiciário, pois permite que da análise de demandas repetitivas que dispensam a fase instrutória (e, por consequência, o prolongamento do feito), com as fases habituais que seguem no processo civil, tais 13 MARINONI, Luiz Guilherme. Os precedentes na dimensão da segurança jurídica. Disponível em: <http://www.tex.pro.br/home/artigos/261-artigos-mar-2014/6443-os-precedentes-na-dimensao-daseguranca-juridica>. Acesso em: 27 nov. 2015. 14 Cf. DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. v.2. 10.ed. Salvador: Juspodivm, 2015.

9 demandas sejam julgadas improcedentes desde que preenchidos os requisitos já estudados. Com efeito, o novo Código de Processo Civil (Lei n 13.105/2015) aperfeiçoou o instituto, retirando os erros técnicos que constavam na redação do mencionado dispositivo legal e conferindo maior segurança jurídica na sua utilização ao prever que o julgamento de improcedência liminar deverá basear-se em precedentes obrigatórios emanados dos tribunais superiores (substituindo a possibilidade antes autorizada de reprodução de sentenças do mesmo juízo). Por derradeiro, cumpre destacar que o esforço da doutrina processual na formulação do art. 332 do CPC/15 sobre a improcedência liminar tem como fito conferir uma prestação jurisdicional de melhor qualidade, com sentenças de improcedência justas e que atendem ao ideal de segurança jurídica. Cabe apenas aguardarmos que haja efetividade e correta utilização dos precedentes (com a devida demonstração dos elementos identificadores do caso paradigma e do caso precedente) pelos magistrados, bem como a jurisprudência, neste ponto, irá pautar-se. REFERÊNCIAS: ALCÂNTARA, Fábio Bonomo de. Julgamento de procedência prima facie: uma antítese do art. 285-A. In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, v.210, ago. 2012, p. 425-449. ANDRADE, Sabrina Dourado França. Julgamento liminar de mérito em caso de demandas repetitivas. 2010. Dissertação (Mestrado em Direito) Universidade Federal da Bahia. ATAÍDE JUNIOR, Vicente de Paula. A resolução antecipada do mérito em ações repetitivas (Lei 11.277/2006). In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 141, nov. 2006, p. 116-127. CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. v.1. 24.ed. São Paulo: Atlas, 2013. DIDIER JR., Fredie (Coord. geral) et al. Improcedência: coleção grandes temas do Novo CPC. v.4. Salvador: Juspodivm, 2015.. BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão,

10 precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. v.2. 10.ed. Salvador: Juspodivm, 2015.. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. v.1. 14.ed. Salvador: Juspodivm, 2012. FABRÍCIO, Adroaldo Furtado. Justificação liminar, extinção do processo e apelação. In: GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Estudos de Direito Processual em homenagem a José Frederico Marques no seu 70º aniversário. São Paulo: Saraiva, 1982. p. 27-38. FREIRE, Alexandre (Org.) et al. Novas Tendências do Processo Civil: estudos sobre o projeto do Novo Código de Processo Civil. v.3. Salvador: Juspodivm, 2014. MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela antecipatória, julgamento antecipado e execução imediata da sentença. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.. Os precedentes na dimensão da segurança jurídica. Disponível em: <http://www.tex.pro.br/home/artigos/261-artigos-mar-2014/6443-os-precedentes-nadimensao-da-seguranca-juridica>. Acesso em: 27 nov. 2015. MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro: exposição sistemática do procedimento. 29.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. NUNES, Dierle José Coelho. Comentários acerca da súmula impeditiva de recursos (Lei 11.276/2006) e do julgamento liminar de ações repetitivas (Lei 11.277/2006) - Do duplo grau de jurisdição e do direito constitucional ao recurso (contraditório sucessivo) - Aspectos normativos e pragmáticos. In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, n.137, jul. 2006. p. 171-186. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de Direito Processual Civil. v.2. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. SOARES, Leonardo Oliveira. Nova definição de sentença? In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, v.210, ago. 2012. p. 469-481. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Sentença: direito processual ao vivo. v.1. Rio de Janeiro: Aide, 1991. Capítulo 1. ZAVASCKI, Teori Albino. Executividade das sentenças de improcedência em ações declaratórias negativas. In: ALVIM, Arruda (Dir.); WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, v.208, jun. 2012. p. 13-21.