Número do 1.0000.16.094414-6/001 Númeração 0944146- Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Moreira Diniz Des.(a) Moreira Diniz 11/05/0017 11/05/2017 DIREITO ADMINISTRATIVO - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - PRETENSÃO DE NOMEAÇÃO PARA CARGO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS - ATO QUE NÃO SE CONFUNDE COM A CONVOCAÇÃO PARA A POSSE - COMPETÊNCIA DO GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS - ARTIGO 90, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - ILEGITIMIDADE DA AUTORIDADE INDICADA NO POLO PASSIVO - EXTINÇÃO DO PROCESSO - RECURSO PREJUDICADO. - Considerando que, no caso, o pedido é de nomeação para cargo da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, e não de posse, e tendo em vista o disposto no artigo 90 inciso III, da Constituição do Estado, não se mostra acertada a impetração dirigida contra o Comandante Geral da Polícia Militar, impondo-se a extinção do processo, por ilegitimidade passiva. AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV Nº 1.0000.16.094414-6/001 - COMARCA DE PASSOS - AGRAVANTE(S): LUCIANE BUGATI DE PAULA NOGUEIRA - AGRAVADO(A)(S): COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 4ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em EXTINGUIR O PROCESSO; PREJUDICADO O AGRAVO. DES. MOREIRA DINIZ 1
RELATOR. DES. MOREIRA DINIZ (RELATOR) Cuida-se de agravo de instrumento aviado por Luciane Bugati de Paula Nogueira contra decisão (documento 33) do MM. Juiz da 1ª. Vara Cível da comarca de Passos, que, nos autos de um mandado de segurança impetrado contra ato do Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, após a informação da impetrante sobre o encerramento do prazo de validade do concurso (documento 32), manteve a decisão de indeferimento da liminar reproduzida no documento 24. A agravante alega que impetrou mandado de segurança contra "ato coator omissivo do Comandante Geral da PMMG, haja vista a ausência de sua nomeação no prazo de validade do certame"; que "foi aprovada no concurso do Edital SEPLAG/PMMG nº 02/2011 de 11 de julho de 2011, sendo este, um concurso público realizado para provimento de 04 (quatro) vagas para o cargo das carreiras de assistente administrativo da Polícia Militar, dentre outros cargos"; que foi aprovada em 9º. lugar, sendo que pessoas melhores classificadas desistiram de assumir o cargo ou foram exoneradas, o que fez surgir vagas suficientes para atingir sua classificação; que "para corroborar com o alegado, fora juntado aos autos, a Resposta de Requerimento feito pela Agravante - Ofício 10/2016-Sec/CTPM, datado em 15/02/2016, ora em anexo, onde o Major PM - Anselmo Córsi - Cordenador Adm. do CTPM de Passos - MG, atestou a convocação de 06 (seis) candidatos para suprir as 04 (quatro) vagas existentes à época, sendo que destes, apenas dois ficaram efetivamente no cargo (quinto e sexto colocados)"; que "como informa 2
o mencionado documento, regularmente emitido pela Policia Militar MG, dos 06 (seis) melhores colocados no concurso, a primeira tomou posse em 21/01/2013 e pediu exoneração em 14/12/2015; a segunda sequer assumiu o cargo; a terceira tomou posse no dia 21/01/2013 e requereu sua exoneração em 13/07/2015; e a quarta também não assumiu o cargo"; que, sendo assim, "somente duas vagas foram de fato preenchidas, sendo certo que a necessidade prevista em edital eram de quatro vagas"; que "existindo a vacância incontroversa de duas vagas, como atestado formalmente pela PMMG, o Comandante Geral, no dia 09/06/2016, publicou no Diário Oficial Do Executivo De Minas Gerais, a convocação e nomeação dos 7º (sétimo) e 8º (oitavo) colocados no certame, sendo eles: Otavio Luciano Camargo Sales de Magalhães e Patrícia Aparecida Mendonça, respectivamente, como mostra a folha 4 (quatro) do referido diário, também juntada aos autos"; que "os referidos candidatos não tomaram posse em virtude de opções pessoais, o que, imediatamente, constitui o direito adquirido da impetrante em ser imediatamente convocada, tendo em vista, ser a próxima na lista de classificação"; que "para corroborar com suas alegações, a Agravante trouxe aos autos do mandamus, a declaração da candidata Patrícia Aparecida Mendonça - inscrição 13137e - 8ª colocada, nomeada no dia 09/06/2016 conforme mostra o diário oficial em anexo, que atesta de forma incontroversa, que esta não tomou posse no cargo pretendido, gerando imediatamente, o direito da impetrante em ser nomeada em seu lugar"; e que "o concurso público em questão teve sua derradeira validade, após prorrogação legal, finda em 15 de novembro de 2016", mas não foi nomeada. Pugna pelo provimento do recurso, para que seja concedida a liminar e determinada sua imediata nomeação para o cargo. contraminuta (documento 42). Indeferida a liminar recursal (documento 40), não houve Há parecer Ministerial pelo provimento do recurso Tenho questão preliminar. 3
O mandado de segurança impetrado pela agravante contém irregularidade quanto ao polo passivo. O pedido é de nomeação para cargo da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e a autoridade apontada como coatora foi o Comandante Geral da Polícia Militar (documento 03). Mas, a Constituição do Estado (art. 90, III), prevê que o ato de provimento de cargo cargos públicos do Poder Executivo é de competência privativa do Governador. Vale destacar que o item 14.6 do edital, que foi mencionado pela agravante nas razões do agravo interno (nº. 1.0000.16.094414-6/002), trata de convocação para posse pelas Superintendências Regionais de Ensino da Polícia Militar vinculadas aos Municípios de inscrição. No mandado de segurança o pedido não é de convocação para posse, mas de nomeação. Nomeação e posse são atos diferentes. Ressalto, ainda, que a justiça de primeira instância não é competente para o julgamento de mandado de segurança contra ato do Governador do Estado, que é a autoridade responsável por nomear. Ante o exposto, aplico efeito translativo ao recurso para reconhecer a ilegitimidade passiva da autoridade apontada como coatora e julgo extinto o processo, com base no artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil; prejudicado o agravo. Custas, pela agravante; suspensa a exigibilidade, por estar a parte amparada pelos benefícios da gratuidade da justiça. DES. DÁRCIO LOPARDI MENDES - De acordo com o(a) Relator(a). 4
DESA. ANA PAULA CAIXETA - De acordo com o(a) Relator(a). AGRAVO" SÚMULA: "EXTINGUIRAM O PROCESSO; PREJUDICADO O 5