A música no tempo do ano litúrgico. Pastoral da Música Litúrgica I Clayton Dias e Virgilio Solli

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Transcrição:

A música no tempo do ano litúrgico Pastoral da Música Litúrgica I Clayton Dias e Virgilio Solli

Canto e música no tempo do ano litúrgico A música apropriada à liturgia é aquela que está mais intimamente ligada à ação litúrgica e ao momento ritual ao qual ela se destina. (SC 113) A música litúrgica expressa o mistério de Cristo e a sacramentalidade da Igreja.

Critérios para a criação e escolha do repertório litúrgico: a) Os textos sejam tirados da Sagrada Escritura ou inspirados nela e das fontes litúrgicas (SC 121); sejam poéticos, evitando explicitações desnecessárias, moralismos, íntimos, chavões; b) As melodias sejam acessíveis à grande maioria da assembléia, porém, belas e inspiradas; c) Sejam evitadas melodias e textos adaptados de canções populares, trilhas sonoras de filmes e de novelas;

d) Seja levado em conta o tipo de celebração, o momento ritual em que o canto será executado (SC 112) e as características da assembléia; e) Sejam respeitados os tempos do ano litúrgico e suas festas; (SC 107) f) Seja considerada a cultura do povo do lugar (SC 38-40); g) Sejam levadas em conta as dimensões comunitária, dialogal e orante nos textos e nas melodias.

Advento do Senhor

Tempo do Advento Possui dupla característica: Preparação para as solenidades do Senhor Expectativa da vinda do Cristo no fim dos tempos. Tempo de piedosa e alegre expectativa. Começa com as Primeiras Vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, terminando antes das Primeiras Vésperas do Natal do Senhor. Os domingos deste tempo são chamados: 1º, 2º, 3º e 4º domingos do Advento. Os dias de semana dos dias 17 a 24 de dezembro inclusive visam de modo mais direto à preparação do Natal do Senhor.

O Advento é o ponto de partida e o ponto de chegada da espiral dos anos que vivemos, caminhando ao encontro do Cristo que um dia há de se manifestar na glória. Advento do latim Adventus Domini quer dizer: chegada, vinda do Senhor. O Advento apresenta sempre a tríplice vinda de Cristo: Cristo veio, Cristo vem, Cristo virá...

As leituras Dominicais no Advento Evangelhos: I Domingo: vinda do Senhor no final dos tempos II Domingo e III Domingos: João Batista IV Domingo: acontecimentos que preparam de perto o nascimento do Senhor. I Leitura: Profecias sobre o Messias e o tempo Messiânico, tiradas principalmente do livro de Isaías. II Leitura: exortações e ensinamentos relativos às diversas características desse tempo.

As leituras feriais no Advento Do início até o dia 16: lê-se o livro de Isaías, seguindo a ordem do livro. Os Evangelhos estão relacionados à primeira leitura. A partir da quinta-feira da segunda semana começam as leituras do Evangelho sobre João Batista. Do dia 17 a 24: lêem-se os acontecimentos que preparam imediatamente o nascimento do Senhor, tirados do Evangelho de Mateus e Lucas. Para a primeira leitura foram selecionados textos dos diversos livros do AT, levando-se em consideração o Evangelho do dia.

No início do ano litúrgico, ao longo de quatro semanas, a Igreja entoa um canto de vigilante, amorosa e alegre espera da vinda do Senhor, o Príncipe da Paz, o Emanuel, Deus-conosco. Este canto, antes entoado pelos profetas, João Batista e Maria continua ressoando no seio da Igreja que clama: Vem, Senhor, vem nos salvar. Vem, sem demora, nos dar a paz.

No tempo do Advento, o órgão e os outros instrumentos musicais devem usar-se, e o altar ornar-se de flores, com aquela moderação que convém ao caráter próprio deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor. No Domingo Gaudete (III do Advento), pode-se usar o cor-de-rosa. As Antífonas do Ó devem ser valorizadas. O canto para o Acendimento da Coroa do Advento, pode existir, porém, não deve ser a principal música deste tempo.

Natal do Senhor

O Tempo do Natal Após a celebração da Páscoa, nada é mais venerável do que celebrar o Natal do Senhor. O Tempo do Natal vai das Primeiras Vésperas do Natal do Senhor ao domingo depois da Epifania ou ao domingo depois do dia 6 de janeiro inclusive. A Missa da Vigília do Natal é celebrada à tarde do dia 24 de dezembro, antes ou depois das Primeiras Vésperas. No dia do Natal, pode-se celebrar a Missa três vezes, a saber: à noite, na aurora e durante o dia.

O Natal do Senhor tem a sua oitava organizada do seguinte modo: no domingo dentro da oitava, ou no dia 30 de dezembro: Sagrada Família de Jesus, Maria e José. 26 de dezembro: Santo Estevão, Protomártir. 27 de dezembro: São João, Apóstolo e Evangelista. 28 de dezembro: Santos Inocentes. 1º de janeiro: Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus.

O domingo que ocorre entre os dias 2 e 6 de janeiro é o 2º domingo depois do Natal. A Epifania do Senhor é celebrada no dia 6 de janeiro, a não ser que seja transferida para o domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro. No domingo depois do dia 6 de janeiro, celebrase a festa do Batismo do Senhor.

No Natal vivemos o mistério do encontro entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. Deus torna-se humano para que o homem torne divino. Natal quer dizer: nascimento. O verdadeiro sol invicto é Jesus.

Neste tempo, cantamos, com a euforia dos profetas e evangelistas de todos os tempos, o mistério da encarnação (Natal) e da manifestação (Epifania) do Verbo de Deus, do Príncipe da Paz, do Emanuel Deus-conosco. Os pobres, ao nos ouvirem, acorrerão pressurosos até o presépio. A boa notícia é sobretudo para eles, embora seja de alegria para todos os povos: A luz resplandeceu em plena escuridão... ; Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor.

Na Missa da Noite do Natal, antes do Canto de entrada ou após a saudação inicial pode haver o canto das Calendas do Senhor (DPPL, nº 111). O Hino de Louvor deve ser bem valorizado. Os cantos tradicionais de Natal: Adeste Fideles e Noite Feliz devem ser harmonizados liturgicamente com as outras partes da celebração. No dia 31 de dezembro pode ser cantando o Te Deum, como expressão comunitária de louvor e de agradecimento pelos benefícios obtidos de Deus durante o ano que está terminando (DPPL, nº 114) Na solenidade da Epifania é cantado o anúncio da Páscoa e das principais festas do ano (DPPL nº 118). No dia do Batismo do Senhor, pode haver bênção e aspersão da água benta.

Bibliografia CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Normas Universais do Ano litúrgico in Introdução Geral do Missal Romano. Brasília: Edições CNBB, 2008. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Diretório sobre piedade popular e liturgia. SP: Paulinas, 2003. CNBB. Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil, 2009. Brasília: Edições CNBB, 2008.