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Transcrição:

BRASÍLIA-DF, QUINTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2008 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 9 Número 2149 Câmara estende para o ensino médio programas de merenda e transporte Página 3 20 anos da constituição 4 E 5 Roberto Stuckert Presidentes dos três Poderes homenageiam Carta Cidadã Rodolfo Stuckert Luiz Cruvinel Presidente Lula, ex-constituinte, é recebido na Câmara por Chinaglia e deputados Plantio de 250 mudas marca revitalização do Bosque dos Constituintes

2 votações Brasília, 6 de novembro de 2008 Gilberto Nascimento agenda 6 de novembro de 2008 Quinta-feira Líderes I Líderes se reúnem com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir o projeto que cria cargos para as universidades federais (PL 1746/07). Gabinete da Presidência, às 9h Líderes II Líderes se reúnem com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir a MP 443/08, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem instituições financeiras em dificuldades. Gabinete da Presidência, às 12h30 Florestas A Frente Parlamentar Ambientalista reúne o grupo de trabalho sobre florestas para formular uma proposta de um pacto nacional para zerar o desmatamento na Amazônia. Plenário 12, às 9h Amazônia A Comissão de Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional prossegue com o II Simpósio Amazônia: O Desafio do Modelo de Desenvolvimento. Auditório Nereu Ramos, a partir das 9h Pornografia A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado promove seminário sobre a influência da pornografia nos casos de abuso e exploração sexual infantil. Plenário 2, a partir das 9h Reforma tributária A Comissão Especial da Reforma Tributária reúne-se para discussão do parecer do relator, deputado Sandro Mabel. Plenário 3, às 9h Remédios A Comissão de Seguridade Social e Família debate o PL 7029/06, do Poder Executivo, que obriga a indústria farmacêutica a fabricar medicamentos em embalagens para venda fracionada. Plenário 7, às 9h30 TV por assinatura A Comissão de Defesa do Consumidor debate o PL 29/07, do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), que cria regras para a TV por assinatura e permite que as operadoras de telefonia entrem nesse mercado. Plenário 8, às 10h Setor mineral O Conselho de Altos Estudos apresenta estudo sobre o setor mineral brasileiro. Sala de Reuniões da Mesa, às 10h O projeto que sujeita aos produtos importados as mesmas normas dos nacionais foi o primeiro item aprovado Plenário altera regras para produtos importados O Projeto de Lei 717/03, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), aprovado ontem pelos deputados, sujeita os produtos importados às mesmas normas de certificação a que se submetem os produtos nacionais. O projeto será votado ainda pelo Senado. O texto acatado é o de uma emenda substitutiva assinada por vários partidos. A principal mudança em relação ao substitutivo da Comissão de Defesa do Consumidor é a retirada da multa para o importador que apresentar documentação falsa relativa à certificação de conformidade. Permanece, entretanto, a possibilidade de a empresa ter seu registro suspenso ou cancelado. Com as novas regras, fica proibida a importação ou o fornecimento de produto em desacordo com a regulamentação técnica federal exigida. Os órgãos responsáveis por essa regulamentação poderão autuar os produtos importados no recinto alfandegado em que eles estejam armazenados após o início do despacho aduaneiro. Se o produto importado não obedecer às exigências regulamentares quanto à segurança, ele será retido pela autoridade aduaneira, até o prazo máximo de 60 dias, para que o importador promova a adequação ou realize a repatriação. Essa pena também será aplicada se o importador não realizar as mudanças exigidas pelo órgão fiscalizador no prazo estipulado. Segundo o texto aprovado pela Comissão de Defesa do Consumidor, o importador ou fornecedor de produtos ou serviços importados fica proibido de colocar no mercado de consumo brasileiro produtos ou serviços em desacordo com a legislação nacional ou as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes, como o Inmetro. Segurança - O deputado Mendes Thame destacou que o Brasil ainda é um dos poucos países do mundo sem uma legislação específica sobre a entrada de produtos importados. Ele citou diversos exemplos para ilustrar o perigo da importação de produtos sem certificação. O fabricante brasileiro de borracha escolar tem de provar que ela não contém cádmio, chumbo ou mercúrio, substâncias cancerígenas que podem ser ingeridas pela criança. Mas um similar vindo da China ou da Índia é vendido por um preço bem menor e sem ter de se submeter a essas normas, afirmou. Mendes Thames disse ter a convicção de que a Câmara está preenchendo uma lacuna na legislação ao aprovar o projeto, que não imporá restrições de natureza não tarifária. As exigências serão somente quanto à segurança e não quanto à qualidade, explicou. Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 53 a Legislatura 1º Vice-Presidente Nárcio Rodrigues (PSDB-MG) 2º Vice-Presidente Inocêncio Oliveira (PR-PE) 1º Secretário Osmar Serraglio (PMDB-PR) 2º Secretário Ciro Nogueira (PP-PI) 3º Secretário Waldemir Moka (PMDB-MS) 4º Secretário José Carlos Machado (DEM-SE) Presidente: Arlindo Chinaglia (PT-SP) Suplentes Manato (PDT-ES), Arnon Bezerra (PTB-CE), Alexandre Silveira (PPS-MG) e Deley (PSC-RJ) Ouvidor Parlamentar Carlos Sampaio (PSDB - SP) Procurador Parlamentar Alexandre Santos (PMDB - RJ) Diretor-Geral Sérgio Sampaio de Almeida Secretário-Geral da Mesa Mozart Vianna de Paiva Secretário: Roberto Seabra (61) 3216-1500 secom@camara.gov.br Jornal da Câmara Diretora Amneres Pereira Editora-chefe Rosalva Nunes SECOM - Secretaria de Comunicação Social Editoras Maria Clarice Dias Renata Tôrres Editor de fotografia Reinaldo Ferrigno Diagramadores Guilherme Rangel Barros José Antonio Filho Roselene Figueiredo Ilustrador Renato Palet Projeto gráfico Ely Borges e equipe do jornal Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508-70160-900 Brasília DF jornal@camara.gov.br Fone: (61) 3216-1666 Disque-Câmara - 0800 619 619 Impresso na Câmara dos Deputados DEAPA / CGRAF

Brasília, 6 de novembro de 2008 3 VOTAÇÕES Deputados estendem merenda e transporte escolar para o ensino médio Os deputados aprovaram ontem a aplicação dos programas de transporte escolar e de suplementação financeira aos alunos do ensino médio e da educação infantil da rede pública. O ensino médio também passará a contar com o programa federal de alimentação, atualmente restrito aos estudantes do ensino fundamental. A matéria foi aprovada na forma de um substitutivo do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) ao Projeto de Lei 1659/07, do deputado Elismar Prado (PT-MG), e será votada ainda pelo Senado. Fonteles incorporou integralmente ao texto o Projeto de Lei 2877/08, do Poder Executivo. Em relação à alimentação, o governo prevê que sejam beneficiados cerca de 8,2 milhões de alunos com custo estimado em R$ 362 milhões ao ano. Os números podem variar ano a ano porque as contas são feitas pelo total de matrículas. A novidade nesse programa é o estabelecimento de diretrizes para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), privilegiando a alimentação saudável e adequada, a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e a participação da comunidade no controle da qualidade dos alimentos. Outras novidades das novas diretrizes são a observância de critérios de sustentabilidade ambiental na produção dos alimentos a serem adquiridos pelo Pnae e o incentivo à aquisição de gêneros produzidos pela comunidade local. A intenção é favorecer a agricultura O Plenário aprovou ontem o Projeto de Lei 3775/08, do Poder Executivo, que estabelece um novo modelo de educação profissional e tecnológica ao criar a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Ela será composta por 38 institutos federais formados a partir da integração ou transformação de centros e escolas federais. O texto segue para o Senado. Esses institutos terão a finalidade de oferecer educação profissional e tecnológica em todos os níveis, mas com prioridade para o ensino médio cursado pelos formados no fundamental e na educação de jovens e adultos. Pela proposta, 50% das vagas serão oferecidas a esse público, prioritariamente na forma de cursos integrados ao ensino médio. O projeto também reserva 20% familiar, sobretudo os pequenos produtores de assentamentos de reforma agrária, as comunidades indígenas e as de remanescentes de quilombos. O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate) não sofre mudanças em suas regras e apenas é estendido aos estudantes do ensino médio e da educação infantil da zona rural, Câmara reformula rede federal de educação tecnológica das vagas nos institutos para cursos de licenciatura e programas especiais de formação pedagógica destinados a formar professores para a educação profissional e a educação básica, principalmente nas áreas de ciências e matemática. A intenção é qualificar os institutos como centros de referência no apoio à oferta do ensino de ciências nas instituições públicas de ensino. O texto acatado pela Câmara é um substitutivo que contém sugestões do relator pela Comissão de Educação e Cultura, Alex Canziani (PTB-PR); da relatora pela Comissão de Trabalho, de Administração e de Serviço Público, Andreia Zito (PSDB-RJ); e do deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), autor de uma emenda de Plenário. Comunidade local - De acordo com o projeto aprovado, as comunidades locais deverão ser beneficiadas por programas com previsão de beneficiar 1,14 milhão de crianças e jovens ao custo estimado anual de R$ 103 milhões. Dinheiro na escola - Escolas públicas da educação infantil e do ensino médio são beneficiadas pelo projeto com a inclusão no Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), assim como as de educação especial de extensão e de divulgação de ciência e tecnologia, assim como pela geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas segundo as demandas sociais e as peculiaridades regionais. Os institutos deverão ainda ministrar cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores para capacitação, aperfeiçoamento, especialização e atualização de profissionais em todos os níveis de escolaridade. O projeto do Executivo recebeu o apoio de deputados de partidos tanto do governo como da oposição. Para Paulo Bornhausen (DEM-SC), a proposta representa um avanço importante para o ensino profissionalizante. Os jovens terão melhor condição de empregabilidade, previu. Eduardo Valverde (PT-RO) focou a melhora que deverá ocorrer na área da qualificação de mão-de-obra, pela maior abrangência que o ensino profissional Gilberto Nascimento Dos projetos acordados entre os líderes na terça-feira, três foram aprovados na sessão de ontem Líderes discutem com ministros próximas votações Os líderes partidários e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, terão duas reuniões com ministros hoje para discutir propostas da pauta para a próxima semana. Na primeira, às 9 horas, os deputados vão discutir com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o projeto que cria cargos para universidades federais (PL 1746/07). Na segunda reunião, marcada para as 12h30, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, conversa com os deputados sobre a MP 443/08, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem instituições financeiras em dificuldades. qualificadas como beneficentes de assistência social ou de atendimento direto e gratuito ao público. Com recursos previstos para esse público da ordem de R$ 157 milhões, o objetivo do programa é prestar assistência financeira às escolas, em caráter suplementar, por meio de depósito diretamente em conta bancária específica. terá. Felizmente, nos últimos quatro anos conseguimos quase dobrar o numero de escolas técnicas federais, e com um formato mais adequado, comemorou. Ivan Valente (Psol-SP) também elogiou o projeto, destacando sua importância para o desenvolvimento tecnológico nacional. Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) afirmou que o projeto tem importância estratégica para o País, e elogiou o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad pela iniciativa. Ao criticar o texto aprovado, Gastão Vieira (PMDB-MA) afirmou que ensino técnico profissionalizante é uma tarefa típica dos governos estaduais, que o governo federal não deveria estar invadindo. Ele acusou o governo federal de não conseguir acertar uma política para o ensino médio.

4 20 anos da constituição Brasília, 6 de novembro de 2008 Bosque dos Constituintes ganha 250 mudas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, plantaram na manhã de ontem duas mudas de árvores (aroeira e xixá, respectivamente) no Bosque dos Constituintes, ao lado da Praça dos Três Poderes. Também plantaram mudas de xixás o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. A cerimônia marcou a criação de um parque multiuso, adotado pela Câmara dos Deputados, que terá ciclovia, passeio ecológico, praças e pátios de esculturas. No processo de revitalização da área de mais de 70 mil metros quadrados, iniciado ontem, constituintes plantaram mais 250 mudas, para recompor o bosque originalmente plantado na véspera da promulgação da Constituição, em 4 de outubro de 1988. Compromisso - Durante a cerimônia, Chinaglia lembrou que a Constituição brasileira foi a primeira do mundo a destinar um artigo para a proteção do meio ambiente. Hoje, com a recuperação do bosque, esse compromisso foi reafirmado, destacou. O presidente Lula descerrou a réplica da placa histórica de bronze, com a íntegra do artigo 225 da Constituição (que trata do meio ambiente), que havia sido descerrada por Ulysses Guimarães. A réplica repõe a placa original, que havia sido furtada. Ainda, a Câmara dos Deputados distribuiu exemplares da Constituição em papel reciclado. O exemplar de pau-ferro que foi plantado pelo então presidente da Assembléia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, e outras três árvores consideradas históricas (um pau-brasil e dois ipês) tiveram o seu processo de tombamento iniciado na mesma cerimônia, por documento assinado pelo Instituto O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), o mais antigo deputado constituinte atualmente na Câmara, foi um dos convidados a plantar uma muda no bosque do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A adoção do bosque pela Câmara dos Deputados se dará por j. batista deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) avaliou O em Plenário que, neste momento de crise, a eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos representa uma esperança para mundo. O mundo já enfrentou tantas crises, e os países menores se socorreram dos EUA; mas aquele país se meteu, nos últimos oito anos, em uma crise de valores, quando se envolveu em guerras fratricidas, como a do Iraque, destacou. Gonzaga Patriota se disse preocupado com as conseqüências da crise mundial para o Brasil. Nesses seis anos, o Governo Lula cuidou do povo, distribuiu renda e se preparou para esses desafios, destacou. Mas resum período de dez anos, integrando o programa Abrace um Parque, do Governo do Distrito Federal. Gonzaga Patriota Gilberto Nascimento Gonzaga Patriota avalia que eleição de Barack Obama representa esperança ao mundo eleição nos eua salvou que, quando se anunciou a crise, o Brasil, que praticamente pagou sua dívida externa e triplicou as exportações nos últimos anos, editou medida provisória para salvar bancos. Para o deputado, essa medida é questionável porque os bancos são os maiores beneficiários de qualquer crise, por maior que seja. Como exemplo, citou a fusão entre duas das maiores instituições bancárias do País o Itaú e o Unibanco para se beneficiarem além do que já os beneficia a medida provisória [442/08] aprovada nesta Casa. E o mercado, o trabalhador, o desempregado, onde ficam com os efeitos dessa medida?, questionou Gonzaga Patriota. O deputado reclamou principalmente medidas para os fruticultores da Região Nordeste, que importam quase tudo. Nós precisamos implantar políticas sérias, corajosas, para quem trabalha e para quem produz, reivindicou. Na opinião de Patriota, ao mesmo tempo em que a Câmara aprovou recentemente medida provisória que permite a renegociação de dívidas dos produtores rurais, não há o cuidado de se renegociar dívidas de pequenos serralheiros, por exemplo, que tomaram dinheiro de fundos do Norte ou do Nordeste. O mesmo, segundo ele, ocorre com os fruticultores, que ficaram totalmente alijados, mesmo com essa medida provisória. São Francisco - O deputado também defendeu a integração da bacia do rio São Francisco com outras bacias. Segundo ele, nos últimos dois anos, R$ 1 bilhão foram investidos só na revitalização do rio São Francisco. Patriota lembrou que vai ser construído um pequeno canal saindo de Sobradinho até os municípios de Serrita e Salgueiro, e outros dois pequenos canais, além de uma ponte ligando Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Inclusive acabei de aprovar uma emenda ao PPA, de R$ 7 milhões, para concluir a parte desta ponte que fica do lado baiano, informou. De acordo com Gonzaga Patriota, o Governo Federal vai investir cerca R$ 6 bilhões na economia de uma região por meio das obras na Bacia do São Francisco. E ainda há quem às vezes fala contrariamente à integração de bacias, concluiu. Duarte Nogueira espera maior abertura comercial do democrata eleito A vitória do democrata Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos aumenta a expectativa de que o mundo encontre soluções para a crise financeira global e que o Brasil amplie o comércio com os norte-americanos. A avaliação é do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), um dos seis deputados convidados pelo governo de Washington para acompanhar o processo eleitoral naquele país. Na avaliação de Duarte Nogueira, ainda que os democratas tenham tradição mais protecionista em relação ao comércio mundial, Barack Obama poderá adotar uma postura diferente. Nós, brasileiros, esperamos que a relação comercial com os Estados Unidos possa continuar se dando em crescimento, tendo em vista que de 2001 a 2007 ela cresceu 76%; Há uma expectativa de que o Barack Obama não seja um presidente que tenha uma característica democrata clássica, a não ser sob os aspectos que são muito fortes no partido democrata, como a defesa da questão ambiental e o respeito ao direitos humanos, afirmou. Crise e Iraque - Duarte Nogueira observou que a grande mobilização dos americanos, que enfrentaram filas para participar das eleições num país onde o voto é facultativo, mostra a preocupação com temas como a crise financeira e com a guerra do Iraque. Ele observou que muitos eleitores, embora pudessem escolher a votação em urna eletrônica, preferiram o voto em papel por ainda não confiarem no sistema mais moderno. Apesar de vitorioso junto aos eleitores, a eleição de Barack Obama só será confirmada oficialmente em 6 de janeiro. No dia 15 de dezembro, será a vez de o Colégio Eleitoral, formado pelos delegados de cada estado americano, confirmar o nome do senador democrata candidato à Casa Branca.

Brasília, 6 de novembro de 2008 5 20 ANOS DA CONSTITUIÇÃO Processo constituinte continua, lembra Chinaglia Ao participar, ontem, da sessão solene do Congresso em homenagem aos 20 anos da Constituição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi deputado constituinte, disse que a Constituição não é perfeita, porque nem os homens nem os políticos são perfeitos, mas garante a democracia no Brasil. A Constituição permitiu que o País e o Congresso cassassem um presidente [Fernando Collor, em 1992] e a estabilidade política permanecesse, lembrou Lula. Na avaliação de Lula, o processo constituinte foi o momento de maior participação popular na história do Congresso Nacional. O presidente lembrou que, além das instituições públicas, participaram da elaboração da Constituição representantes dos índios, das crianças de rua, das prostitutas, dos homossexuais, dos desempregados e dos trabalhadores do campo. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, ressaltou que o trabalho dos constituintes foi possível justamente porque houve essa participação popular. Em sua avaliação, os constituintes souberam negociar a elaboração do texto, de forma que prevalecesse a vontade da maioria. É nosso dever estar em sintonia permanente com as aspirações populares. Aprendamos com o processo constituinte. Essa Casa tem que ser tomada pelas aspirações da sociedade brasileira, afirmou o presidente da Câmara. Chinaglia e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também destacaram a continuidade do processo constituinte, com as modificações e adaptações feitas na Constituição de 1988 por meio de emendas, e lembraram que os próprios constituintes previram essas revisões posteriores. A mudança não anula. Ao contrário referenda, porque foi prevista, afirmou Chinaglia. O presidente do STF lembrou as dificuldades que marcaram o processo constituinte e os prognósticos desanimadores que se faziam em re- Os presidentes dos três Poderes da República prestigiaram a sessão de homenagem aos 20 anos da Constituição lação à nova Constituição, bastante analítica, detalhada e que, por isso Na sessão solene, o presidente do Congresso, Garibaldi Alves, voltou a criticar a edição excessiva de medidas provisórias. Desta vez, diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu discurso, Lula disse que, durante a Assembléia Constituinte, chegava-se a ficar uma semana sem votar, mesmo com Ulysses Guimarães à frente do processo. Hoje, Rodolfo Stuckert mesmo, exigiria mudanças. Gilmar Mendes ressaltou que o STF tem sido intérprete ativo do atual processo de revisão ao julgar ações que questionam a constitucionalidade de algumas emendas à Constituição. Regulamentação O deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) e o presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves Filho, cobraram o cumprimento de medidas previstas na Constituição. Benevides, que foi 1º vice-presidente da Mesa da Constituinte, lembrou a necessidade de regulamentar 51 dispositivos constitucionais. Garibaldi, por sua vez, cobrou a realização das reformas política e tributária e observou que a Constituinte abriu campo para elas. Por que adiá-las?, questionou. O senador lembrou que o texto do relator da reforma tributária, Sandro Mabel (PR-GO), já está pronto. Por que não vamos enfrentar esse desafio, em nome da Constituição de 1988, daquele ímpeto renovador? Por que vamos ficar rendidos a esse movimento inercial que fez com que o Congresso não tivesse ainda hoje uma Constituição devidamente regulamentada e uma reforma política que não nos levasse a situações de extrema falta de credibilidade?, acrescentou. Participaram ainda da mesa da sessão solene o vice-presidente da República, José Alencar; o 2º vice-presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE); e o 1º secretário do Congresso, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). O senador Efraim Morais (DEM-PB) também proferiu discurso. Presidente do Congresso critica edição de MPs comparou Garibaldi, passamos um mês sem votações porque as MPs trancam a pauta tanto na Câmara quanto no Senado. O presidente [Lula] não é culpado disso; o uso do cachimbo faz a boca torta. Na verdade, ele encontrou na sua mão um instrumento capaz de fazer com que as coisas andem no Executivo, mas ao arrepio do processo parlamentar, disse Garibaldi. O presidente do Congresso também criticou o Judiciário, o qual, segundo ele, às vezes esquece que é Poder Judiciário e pensa que é Poder Legislativo. Também neste caso, Garibaldi afirmou que a culpa não é do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Em sua opinião, a própria Constituição provoca esse desequilíbrio. Lula e Garibaldi comemoram eleição de Barack Obama nos EUA O presidente Luiz Inácio Lula comemorou, durante a sessão solene do Congresso, a eleição do democrata Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos. Obama se tornou na quarta-feira o primeiro presidente afro-americano eleito dos Estados Unidos. Lula disse esperar que Barack Obama aperfeiçoe as relações dos EUA com o Brasil e desenvolva políticas voltadas para a América Latina. O presidente também pediu que o novo presidente norte-americano encontre uma saída para o conflito no Oriente Médio e encerre o bloqueio econômico imposto a Cuba pelos EUA. O presidente do Congresso, Garibaldi Alves Filho, também lembrou a vitória de Obama, o que, a seu ver, representará uma mudança não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo todo. Ninguém vai ficar indiferente ao que representou a vitória de um negro para a presidência dos Estados Unidos, avaliou.

6 Comissão Brasília, 6 de novembro de 2008 Proposta com novas regras para planos de saúde é criticada em audiência Diógenis Santos Geórgia Moraes O Projeto de Lei 4076/01, que altera as regras dos planos de saúde, deve ser aperfeiçoado, na opinião dos participantes da audiência pública na qual a proposta foi discutida ontem. As comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Seguridade Social e Família ouviram representantes do governo, dos médicos e profissionais de saúde, dos planos de saúde e de entidades de defesa do consumidor sobre o tema. O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, deputado Dr. Pinotti (DEM-SP), defendeu o equilíbrio entre o lucro das empresas e o interesse dos usuários. Saúde é um direito e não uma mercadoria, afirmou. Pinotti lamentou o fato de o voto em separado ao PL 4076/01, apresentado por ele na Comissão de Seguridade Social, não ter sido discutido. Pinotti afirmou que sua proposta aborda muitos dos pontos comentados durante a audiência. A Comissão de Seguridade aprovou em abril deste ano substitutivo do deputado Ribamar Alves (PSB-MA). Atualmente, o projeto está em análise na Comissão de Defesa do Consumidor, depois segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e para o Plenário. Sugestões - Para a advogada da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Vanessa Alves Vieira, dois pontos do substitutivo da Comissão de Seguridade precisam ser alterados. O primeiro é o que prevê a necessidade de uma junta médica composta por representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), das operadoras, das sociedades médicas e dos usuários no caso de necessidade de utilização de próteses. Essa exigência inviabiliza a utilização de próteses pelos usuários, que já enfrentam muitos problemas, principalmente quando as próteses são importadas, defendeu. O segundo ponto é a exigência de que o usuário insatisfeito com o plano de saúde recorra à Justiça ou à ANS para trocar de operadora sem a exigência de novas carências. Isso cria uma vantagem excessiva para as operadoras. O próprio diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira do Santos, reconhece que esses dois pontos precisam ser corrigidos. No caso das juntas médicas, ele adverte que a agência não terá condições operacionais de implantar o dispositivo. Já a exigência de o usuário recorrer à justiça ou à ANS para mudar de plano, sem carência, ele considerou impossível de ser implantada. Segundo o presidente da ANS, a agência já apresentou uma solução mais factível para o chamado direito de mobilidade do usuário em relação aos planos de saúde, atualmente em consulta pública. Durante a audiência, o deputado Dr. Pinotti (c) defendeu equilíbrio entre o lucro das empresas e o interesse dos usuários Debatedora diz que projeto não traz inovação A representante do Procon de São Paulo Selma do Amaral considerou o PL 4076/01 um retrocesso. A proposta não traz nenhuma inovação. A mobilidade, como é proposta, confronta o direito do consumidor e o inviabiliza, disse. O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abrange), Arlindo Almeida, que representa os planos de saúde, ressaltou que a iniciativa privada não pode substituir o Estado. O primeiro tesoureiro da Associação Médica Brasileira, Florisval Meinão, criticou o fato de o projeto não regular os repasses que são feitos aos médicos pelas operadoras. É o mercado que regula. A saúde tornou-se uma mercadoria e, se é uma mercadoria, o médico se vê no direito de atender aquele que paga melhor. Isso não é bom para a medicina. O deputado Dr. Nechar (PV-SP) disse, no entanto, que o credenciamento no plano de saúde é opcional e que o médico não precisa aceitar os valores pagos pelas operadoras. Meinão respondeu que é uma questão de sobrevivência, já que o SUS paga ainda menos. Plenário Chico D Angelo Chico D Angelo: Brasil está preparado para enfrentar crise financeira O deputado Chico D Angelo (PT-RJ) afirmou ontem que o Brasil está prepardo para agir Gilberto Nascimento diante das ameças que a crise financeira mundial apresenta. Entretanto, ele alertou que a crise não é apenas problema das grandes empresas e dos grandes bancos internacionais - tem conseqüências na vida das pessoas. Se parte do sistema quebra, toda a ordem mundial é afetada e, fatalmente, a falência de instituições financeiras importantes acaba por afetar mercados que não estejam preparados para reagir. As conseqüências para a vida da população são inevitáveis, afirmou. Segundo o parlamentar, no Brasil, o governo já está tomando medidas para garantir liquidez ao mercado, dando ao Banco Central a autoridade de agir para que as conseqüências sejam as menos dramáticas possíveis para o diaa-dia dos brasileiros. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, segundo o deputado, o Brasil conta com um presidente que tem credibilidade e apoio popular. O resultado das eleições municipais, em sua concepção, atestam isso. Vimos diferentes partidos vencedores, mas, sem nenhuma dúvida, os grandes vencedores desta eleição foram os partidos da base de sustentação do governo. O eleitor provou nas urnas o que as pesquisas já registravam: o governo tem o apoio popular, destacou. Segundo Chico D Ângelo, a base aliada do governo elegeu 35 prefeitos e, somente o PT, 64 vereadores no Rio de Janeiro. O deputado também fez elogios ao prefeito petista de Niterói, Godofredo Pinto, que vem comandando a cidade por dois mandatos consecutivos. Entre as conquistas da cidade nos últimos oito anos, destacou o crescimento em torno de 150% da receita municipal, sem o aumento de carga tributária, e de aproximadamente 3.000% na arrecadação com royalties do petróleo. O parlamentar chamou a atenção para o crescimento da arrecadação com royalties em razão da relevância que o assunto ganha com a descoberta da camada pré-sal. Precisamos, mais do que nunca, discutir com seriedade e responsabilidade como o País vai administrar os recursos que virão a partir dessa riqueza, sustentou. D Angelo lembrou que, a se confirmarem as estimativas do total das reservas do pré-sal, que podem chegar a 60 bilhões de barris, o Brasil poderá tornar-se detentor de uma das maiores reservas provadas do mundo. O presidente Lula já enunciou inúmeras vezes seu compromisso de utilizar a receita do pré-sal para melhorar a qualidade de vida do povo e corrigir injustiças sociais históricas. O deputado acrescentou que concorda com a necessidade de se discutir a distribuição dos recursos advindos do petróleo. No entanto, ressalvou que os estados produtores não podem ser prejudicados. Esses estados arcam com mazelas ambientais e sociais geradas pela natureza da exploração do petróleo, disse.

Brasília, 6 de novembro de 2008 7 TRABALHO Lupi pede apoio para cobrança de contribuição no serviço público Alexandre Pôrto O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, pediu ontem aos integrantes da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público apoio para duas normas do seu ministério que correm o risco de ser anuladas por projetos de decreto legislativo em tramitação na Câmara: a Instrução Normativa nº 1, que estende a todos os servidores públicos a obrigatoriedade do pagamento da contribuição sindical; e a Portaria 186, que regulamenta a estrutura sindical, permitindo a criação de uma federação a cada cinco sindicatos e uma confederação a cada três federações; Quanto à instrução normativa, Lupi disse que se baseia em reiteradas decisões judiciais. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) apresentou pro- Durante a audiência com os parlamentares, o ministro do Trabalho pediu apoio para a inclusão de quatro emendas ao Orçamento 2009: para combate ao trabalho escravo e infantil; intermediação entre desempregados e empresas que precisam de pessoal; qualificação jeto (PDC 862/08) que susta a medida. O assunto dividiu opiniões durante o debate realizado ontem com o ministro do Trabalho. Para o deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), em vez de estender a contribuição sindical, o País deve acabar com a obrigatoriedade da cobrança. Devemos caminhar no sentido de instituir contribuições sindicais democráticas, decididas em assembléias pelas categorias e que sejam representativas da expressão soberana dos trabalhadores. As principais entidades sindicais dos servidores públicos já dispõem de mecanismo de financiamento muito sólidos. Acho que pode haver uma proliferação indiscriminada de sindicatos por conta dessa perspectiva de imposto sindical, afirmou. Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que é presidente da Ministro quer verbas para combate a trabalho escravo e infantil profissional; e organizações que comercializam produtos de empreendimentos solidários. O ministério sugeriu o valor de R$ 26,7 milhões apenas para o combate ao trabalho escravo. Para os outros programas, o valor da emenda ficará a cargo dos deputados. Força Sindical, defendeu a contribuição sindical obrigatória para os servidores. Na grande maioria do setor público, o dirigente sindical não tem um centavo nem pra alugar um carro de som quando precisa fazer manifestação. Isso é generalizado. Dá pra contar na mão os sindicatos que têm recursos, disse. Federações - Sobre a portaria, Lupi disse aos deputados que a norma segue a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), autor do projeto (PDC 857/08) que susta a Gustavo Moreno O ministro Carlos Lupi, o deputado Pedro Fernandes e o secretário das Relações do Trabalho, Luiz Medeiros debateram as propostas sobre a contribuição para servidores portaria, afirma que a regra vai provocar aumento desenfreado no número de sindicatos. A proliferação de sindicatos e federações dessa forma vai ficar única e exclusivamente na vontade de um diretor do Ministério do Trabalho. Já há determinação do STF contrariando essa interpretação da CLT. Vamos fazer sindicato por quilo agora. Se prevalecer a vontade do Ministério do Trabalho, vamos criar todo dia 500, 600 sindicatos, vamos viver em um país sindicalista, afirmou. Deputados fazem sugestões ao relatório da reforma tributária Rodrigo Bittar Os integrantes da Comissão Especial da Reforma Tributária (PECs 233/08, 31/07 e outras) apresentaram ontem uma série de sugestões ao parecer do relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO). Ao longo de três horas, os parlamentares manifestaram preocupações sobre, entre outros assuntos, o financiamento da Previdência Social, a constitucionalização excessiva do sistema tributário e compensações para eventuais perdas na arrecadação estadual. O deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), um dos participantes da reunião, criticou o relatório por considerar que ele constitucionaliza muitos dispositivos que poderiam ser tratados por legislação infraconstitucional. Desse jeito, a Constituição terá que se preocupar com centésimos de porcentagem, declarou em referência ao detalhismo do texto. Os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Luciana Genro (Psol-RS) manifestaram preocupação com o fato de algumas contribuições que hoje financiam a Previdência Social estarem sendo incorporadas por outros tributos, segundo o texto do relatório, assim como a previsão de redução da contribuição patronal. Sandro Mabel, no entanto, afirmou que a arrecadação da Previdência Social será garantida, mas alertou que o sistema deverá buscar o Paulo Renato citou artigo do exsecretário da Receita Federal Everardo Maciel (1995-2002) publicado ontem no jornal O Estado de São Paulo em que Maciel diz que a Constituição e suas disposições transitórias têm 260 artigos, parágrafos, incisos e alíneas que tratam diretamente da matéria tributária. Essa quantidade subiria para 370 se o relatório for aprovado - o que aumentaria, na opinião do ex-secretário, a insegurança jurídica e os litígios tributários. Everardo Maciel teve anos para mudar isso e não o fez, rebateu Mabel. Muitos desses dispositivos, se não forem escritos na Constituição, vão virar letra morta, acrescentou. Segundo o deputado de Goiás, o relatório aumenta Parlamentares manifestam preocupação com Previdência Social autofinanciamento. O presidente da comissão, deputado Antonio Palocci (PT-SP), anunciou que haverá no mínimo outras três reuniões para discutir o relatório, a primeira marcada para hoje, às 9 horas. Ele também quer realizar audiências públicas com governadores para debater o impacto da proposta nas contas estaduais. O prazo de apresentação de destaques ao texto começou ontem, e os parlamentares já formalizaram 36 sugestões. (RB) a segurança jurídica ao unificar diversas normas - especificamente as 27 regras estaduais do ICMS - e coibir a guerra fiscal entre os estados. Guerra fiscal - Em relação ao combate à guerra fiscal, o deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO) alertou para o risco de os estados emergentes ficarem sem alternativas para atrair investimentos produtivos. Esses mecanismos são importantes para reduzir as desigualdades regionais, inclusive dentro do próprio estado, disse. No mesmo sentido, Lelo Coimbra (PMDB-ES), declarou que o relatório amarra uma corrente nas pernas do Espírito Santo por reduzir a competitividade do estado. Sandro Mabel lembrou que o relatório prevê a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e do Fundo de Equalização de Receitas, que têm o objetivo de recompor a receita de cada estado e do Distrito Federal, eventualmente reduzida por causa das alterações da emenda constitucional.

8 economia Brasília, 6 de novembro de 2008 Orçamento aprova relatório preliminar e aumenta verba para emenda individual Marise Lugullo A Comissão Mista de Orçamento aprovou ontem o parecer preliminar do senador Delcídio Amaral (PT-MS) ao Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2009. Os parlamentares aprovaram também o aumento do valor das emendas individuais de R$ 8 milhões para R$ 10 milhões. Apesar da elevação, o autor do destaque aprovado, deputado José Guimarães (PT-CE) assegurou que não haverá acréscimo nos gastos, mas apenas um ajuste na proposta. Segundo Guimarães, o aumento no valor das emendas individuais - de quase R$ 1,2 bilhão - será compensado com cortes nas emendas de comissão e nas de bancada. Isso não alterará em nada os valores da previsão orçamentária, nem aumentará despesa alguma. Apenas estamos fazendo um ajuste na proposta, por conta, inclusive, da baixa execução orçamentária das emendas de bancada e de comissão, explicou. Planejamento - Antes da votação, o senador Delcídio fez um relato das linhas gerais da conversa que ele e o presidente da comissão, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), tiveram na noite de terça-feira (4) com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. De acordo com Delcídio, ficou claro que o ministério está fazendo uma revisão dos parâmetros macroeconômicos para 2009, que tem de ser apresentada até o dia 21 de novembro. O ministro informou que os técnicos da sua pasta estão trabalhando com uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2009 em torno de 3,7% e não mais de 4,5%, como previa o projeto de Lei Orçamentária Anual. O preço do barril de petróleo, que na proposta original estava estimado em 111 dólares, hoje está próximo dos 70 dólares, o que terá reflexos na arrecadação de royalties. A inflação também deve ser contaminada pela alta do dólar. O IPCA, antes previsto em 4,5%, agora já está estimado em torno de 4,9%. Corte - O ministro Paulo Bernardo prevê que somente na arrecadação da União haverá um corte de R$ 8 bilhões, conforme contou o relator. Já tínhamos previsto esses cortes no relatório preliminar que aprovamos, considerando aqueles 20% no custeio e 20% nos investimentos. Combinamos com o ministro Paulo Bernardo que vamos trabalhar junto com o Ministério do Planejamento para estudar onde é que podemos fazer os cortes no custeio e no investimento, ressaltou Delcídio. Nesta quinta-feira, começa a contar o prazo, que vai até o próximo dia 14, para a apresentação de emendas ao relatório preliminar do projeto de lei orçamentária de 2009. Os senadores Gim Argelo e Delcídio Amaral, com o deputado Mendes Ribeiro Filho, presidente da Comissão Mista de Orçamento Jorge Campos Ministro pede recursos para preservar patrimônio cultural Paula Bittar O ministro da Cultura, Juca Ferreira, pediu ontem aos integrantes da Comissão de Educação e Cultura a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 150/03, que determina que a União destine 2% do dinheiro arrecadado com impostos para a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Ainda de acordo com a PEC, os estados e o Distrito Federal deverão destinar, no mínimo, 1,5% da arrecadação e os municípios 1%. Para o ministro, a proposta é essencial para o desenvolvimento da cultura no País. Não podemos acreditar que o Brasil chegará a ser um país desenvolvido com essa carência cultural. Juca Ferreira participou de café da manhã promovido ontem pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura e de uma cerimônia comemorativa do Dia Nacional da Cultura. A cantora Beth Carvalho, também presente à homenagem na Comissão de Educação, reconheceu que a vinculação prevista na PEC 150/03 é um avanço, mas disse que 2% da arrecadação é pouco. Segundo Beth Carvalho, nos Estados Unidos, a área de cultura tem o segundo maior orçamento do país. De acordo com o ministro, o aumento dos investimentos é fundamental para democratizar o acesso à cultura. Ele lembrou que, atualmente, apenas 5% dos brasileiros já entraram em um museu, 12% nunca assistiram a um espetáculo de dança e 93% dos municípios não têm uma sala de cinema. Ele argumenta que somente com a aprovação da PEC 150/03 será possível discutir uma política cultural sustentável. Apesar da carência de recursos para o setor, Juca Ferreira aponta a divisão mais eqüitativa dos recursos entre os estados como um dos avanços na área de cultura nos últimos anos. Mesmo com a redução da desigualdade na distribuição dos recursos, ele defende a revisão da Lei Rouanet, que concede incentivos fiscais para empresas que investirem em cultura. O ministro argumenta que, como é baseada em incentivos para empresas, a lei beneficia mais os estados industrializados. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), citados pelo presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputado João Matos (PMDB-SC), hoje, o Sudeste é responsável por 58,9% do consumo familiar de cultura no País, enquanto a região Norte, por exemplo, é responsável por apenas 4,1%. Projetos prioritários O ministro da Cultura pediu aos parlamentares prioridade para a votação das seguintes propostas: - Projeto de Lei 3951/08, do Executivo, que cria o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e reorganiza o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); - Projeto de Lei 6835/06, que institui o Plano Nacional de Cultura; - duas emendas ao orçamento de 2009: uma que será apresentada pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara no valor de R$ 400 milhões e outra do Senado no valor de R$ 500 milhões.