Um Modelo para Análise de Interações Setoriais e Espaciais sobre a Demanda de Energia Elétrica em Pernambuco 1

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Transcrição:

XIX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2010 22 a 26 de novembro São Paulo - SP - Brasil Um Modelo para Análise de Interações Setoriais e Espaciais sobre a Demanda de Energia Elétrica em Pernambuco 1 Rogério S. Mattos Fernando S. Perobelli Alexandre Zanini Univ. Fed. de Juiz de Fora Faculdade de Economia Univ. Fed. de Juiz de Fora Faculdade de Economia Univ. Fed. de Juiz de Fora Faculdade de Economia rogerio.mattos@ufjf.edu.br fernando.perobelli@ufjf.edu.br alexandre.zanini@ufjf.edu.br Flaviane S. Santiago Carlos Frederico Dias Diniz Wlademir L. de Moura Univ. Fed. de Juiz de Fora Faculdade de Economia Companhia Energética de Pernambuco - CELPE Companhia Energética de Pernambuco - CELPE fassminas@yahoo.com.br carlosfd@celpe.com.br wlademir@celpe.com.br Henrique C. G. de Lima Companhia Energética de Pernambuco - CELPE henrique.lima@celpe.com.br Palavras-chave Coeficientes de requerimento Insumo-produto Modelo inter-regional Mercado de eletricidade Resumo Este trabalho apresenta um modelo inter regional de insumo produto híbrido para analisar as interações entre o Estado de Pernambuco e o restante do Brasil e seus rebatimentos sobre o consumo de eletricidade. A análise é feita usando-se o modelo para computar medidas de requerimento e consumo de eletricidade. Essas medidas permitem, por exemplo, avaliar o grau em que a produção de um setor de atividade dentro de Pernambuco impacta o consumo de eletricidade dentro e fora do estado. Também permitem avaliar o grau em que a produção de um setor de atividade no restante do Brasil (fora de Pernambuco) impacta o consumo de eletricidade dentro e fora do estado. A análise desenvolvida apresenta informações desagregadas para 32 setores de atividade, sendo um deles o setor elétrico, e duas regiões espaciais (Pernambuco e restante do Brasil), permitindo traçar um retrato refinado dos padrões de interações e seus impactos sobre o mercado de eletricidade nas duas regiões. Conclui-se que a metodologia provê informações relevantes para as atividades de gerenciamento e planejamento de estratégias eficientes voltadas para garantir o suprimento de eletricidade. 1 Gostaríamos de agradecer a Lucas Barbosa Rodrigues, bolsista de iniciação científica do projeto de P&D CELPE FE/UFJF, pela valiosa colaboração no desenvolvimento deste trabalho. 1/11

1. Introdução No planejamento de médio e longo prazos feito pelas distribuidoras de eletricidade, um dos componentes críticos é a precisa antecipação da demanda futura de eletricidade. Erros de previsão, sobretudo de subestimação da demanda, podem implicar em decisões de sub expansão da capacidade do sistema elétrico e assim aumentar severamente o risco futuro de cortes abruptos de fornecimento (os apagões) e, num sentido mais amplo, vir a trazer significativos prejuízos à economia e à sociedade. No intuito de reduzir as chances de erro nas decisões de planejamento, diversos sub sistemas de apoio à decisão são utilizados pelas distribuidoras, como modelos estatísticos de previsão, modelos de pesquisa operacional, organização e atualização de detalhadas bases de dados sobre o mercado atendido e sobre o comportamento dos grandes consumidores de eletricidade, além de permanentes esforços de P&D. Este trabalho apresenta um novo sub sistema de apoio à decisão, recentemente desenvolvido em projeto de P&D da Companhia Energética de Pernambuco (CELPE) em parceria com a Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (FE/UFJF), voltado para mensurar as interdependências setoriais intra e inter regionais do mercado de eletricidade atendido pela CELPE. Em particular, foi desenvolvido um modelo de insumo produto interregional (IR IP) híbrido composto por duas regiões o Estado de Pernambuco (PE) e o Restante do Brasil (RB), 31 setores econômicos e mais o setor de eletricidade. A principal característica desse modelo é que ele retrata as interações econômicas dos vários setores de atividade dentro das (intra) e entre as (inter) duas regiões, PE e RB, e como essas interações rebatem sobre o consumo de eletricidade em ambas as regiões. Por exemplo, embora outros estados do Nordeste não sejam atendidos pelo Sistema CELPE, a construção de uma nova montadora de automóveis noutro estado nordestino (logo, situado no RB) poderá impactar o consumo do mercado de eletricidade atendido pela CELPE. Isto ocorre porque PE interage economicamente (através de compras e vendas de bens e serviços) com outros estados nordestinos e quando ocorre alguma mudança econômica relevante na economia de um desses estados, como a instalação da nova montadora, isto tende a propagar efeitos sobre a economia de PE. Vários métodos de apoio à decisão, como modelos de séries temporais e muitos modelos de inteligência artificial não são capazes de mensurar essas interdependências, o que no entanto é possível fazer através de modelos inter regionais de insumo produto. Embora não seja difícil conceber a existência dessas interações econômicas intra e inter regionais, no mundo real elas tendem a ser bastante complexas envolvendo vários grupos de setores, diferentes formas de encadeamentos para trás e para a frente, e várias hierarquias de ramificação. A vantagem de modelos IR IP é a capacidade de retratar essas interações em diferentes níveis de complexidade, permitindo assim fornecer novas e relevantes informações às equipes de planejamento das distribuidoras de eletricidade. A metodologia usada no desenvolvimento do modelo foi inspirada no trabalho acadêmico de Perobelli, Mattos e Faria (2004). No intuito de apresentar o modelo e seus resultados para PE e RB, este trabalho está organizado da seguinte forma. Além desta introdução, há 3 seções. A seção 2 descreve em detalhe o modelo inter regional de insumo produto e a incorporação em seu âmbito do setor de eletricidade, através do desenvolvimento de uma versão híbrida para a matriz de insumo produto. A seção 3 descreve a base de dados utilizada. A seção 4 apresenta os resultados numéricos obtidos de forma gráfica, referentes aos indicadores de requerimentos inter e intra regionais bem como de consumo de eletricidade por setor em cada região, e analisa os padrões de interação existentes entre PE e RB. Finalmente, a seção 6 tece algumas considerações finais. 2/11

2. Metodologia A análise de insumo-produto é freqüentemente utilizada para se estudar as interdependências ou interações entre setores da economia de uma região ou país. O grau de interdependência pode ser avaliado através de medidas conhecidas como coeficientes de requerimento inter setorial. Esses coeficientes permitem avaliar, por exemplo, o impacto que uma mudança na demanda final de um setor particular exerce sobre os demais setores da economia (Miller e Blair, 1985). Existem várias extensões possíveis da análise de insumo-produto, dentre as quais, de particular relevância para este trabalho, estão a hipótese de várias regiões e a incorporação do setor elétrico. A primeira permite o estudo das interações setoriais entre diversas regiões (ISARD, 1998). Por exemplo, podem ser avaliados os impactos de mudanças na demanda final de um setor sobre todos os setores da mesma região e das demais regiões consideradas. A segunda é relevante porque permite conhecer em mais profundidade o funcionamento e a complexidade do mercado de eletricidade regional. Veja se a ilustração da figura 1. Região L Região M Demanda Final Demanda Final Inter Setor Elétrico Setor Elétrico Figura 1. Ilustração do Modelo Inter regional de Insumo Produto com Setor Elétrico. A figura mostra os componentes do modelo e suas interrelações, com as setas indicando compras. Assim, a demanda final precisa ser atendida pela economia e faz mover os mecanismos de compras intersetoriais dentro (intra) de cada região e entre (inter) as regiões. A figura destaca, em particular, os setores elétricos atendendo aos setores econômicos de suas respectivas regiões e da outra região. O restante desta seção descreve formalmente um modelo de insumo-produto inter-regional com incorporação do setor elétrico juntamente com as medidas de interdependência energética que foram calculadas e analisadas neste trabalho. A exposição é feita em duas partes: primeiro o modelo inter regional puro é apresentado e logo depois a incorporação do setor elétrico no modelo é descrita. 3.1 Modelo Inter-regional de Insumo-produto O modelo inter-regional de insumo-produto (IR-IP) descreve os fluxos monetários de bens e serviços através da economia considerando diferentes regiões. No caso mais simples (aqui considerado) de uma economia dividida em duas regiões, denominadas aqui L e M, e n setores, o modelo IR-IP pode ser representado matematicamente, em notação matricial, como: Zi2 n + Y = X (1) em que Z ={ z ij } é uma matriz 2n 2n que representa a tabela de insumo-produto, i 2n é um vetor unitário (todos os seus elementos são iguais a 1) de ordem 2n 1, Y = {y j } é um vetor 2n 1 cujos elementos são as demandas finais de ambas as regiões e X = {x j } é um vetor 2n 1 cujos elementos são as produções setoriais também de ambas as regiões. 3/11

A tabela de insumo produto Z é um elemento importante na equação (1) porque é ela que retrata as relações inter setoriais e considerando as duas regiões. Isto é, o elemento z ij de Z, representa as vendas de insumos que o setor i faz ao setor j (medidas em R$), sendo que o setor i e o setor j podem pertencer à mesma região ou não. Para representar a origem e o destino regional, costuma se LM colocar super escritos, por exemplo, zij representa as vendas do setor i da região L para o setor j da região M. Faremos uso dessa notação na descrição que segue. Uma forma mais conveniente de escrever a equação (1) é definir a matriz de coeficientes técnicos: ˆ 1 A = Z( X ) (2) em que X ˆ = diag( X ). Cada elemento de A é definido, de modo geral, como a ij = x ij /x j e corresponde à quantidade (medida em R$) de insumos do setor i necessária à produção de R$ 1 de produto do setor j, sendo que as regiões do setor i e do setor j podem ser as mesmas ou não. Assim, os elementos de A são chamados de coeficientes de requerimento direto e se dividem em dois tipos: a e a são os coeficientes intra-regionais e a e a são os LL ij MM ij coeficientes inter-regionais. Isso permite que a matriz A possa ser particionada em quatro sub-matrizes: A A LL A LM = ML MM A A (3) LL MM LM ML em que A e A são as matrizes de coeficientes intra-regionais e A e A as matrizes de coeficientes inter-regionais. O sistema (3) pode então ser re-escrito como: AX + Y = X (4) de forma que, após breve manipulação algébrica, obtém-se: X = BY (5) 1 em que B = ( I A) corresponde à matriz de Leontief para o modelo IR-IP. Subtraindo-se de B a matriz identidade, obtém-se: R = B I em que R é uma matriz de coeficientes de requerimento líquido total 2. Cada elemento de R, por LM exemplo r ij, representa a quantidade de produto do setor i na região L requerida por todos os setores (toda a economia) em seu esforço de viabilizar a produção de R$ 1,00 de produto do setor j na região M. Observe-se que essa matriz também pode ser particionada em quatro submatrizes: R R R = ML MM (6) R R LL em que R e R MM LM ML são matrizes de coeficientes intra-regionais e R e R são matrizes de coeficientes inter-regionais. Também é possível definir a matriz de coeficientes de requerimento indireto: Q Q Q = R A = ML MM (7) Q Q LL MM LM ML em que Q e Q são matrizes de coeficientes intra-regionais e Q e Q são matrizes de coeficientes inter-regionais. As matrizes A, R e Q provêm informações numéricas sobre o grau de dependência/interação direta, total e indireta das atividades produtivas entre setores e regiões, respectivamente. Os coeficientes da matriz A de requerimentos diretos de eletricidade provêm informações sobre os LM ij ML ij 2 A subtração da matriz identidade aqui tem o papel de extrair da matriz B os requerimentos iniciais produzidos pela demanda final de cada setor. Com isso, elimina-se certos problemas de comparação dos requerimentos diretos e indiretos entre os setores (ver Miller e Blair, 1985). 4/11

efeitos de primeira ordem, enquanto a matriz Q de requerimentos indiretos de eletricidade capta os efeitos de ordens superiores decorrentes de uma mudança da demanda final. 3.2 Incorporação do Setor Elétrico O setor elétrico pode ser incorporado de diferentes formas no modelo. A abordagem utilizada neste trabalho se baseia na construção de uma tabela híbrida de insumo-produto, como feito por Perobelli et al (2004). Essa abordagem também foi usada por vários autores, como Miller e Blair (1985), Gowdy e Miller (1987), Machado (2002) e Hilgemberg (2004). A idéia básica é incluir uma linha e uma coluna (para cada região) representando o setor elétrico na tabela de insumo-produto Z. A linha corresponde às vendas do setor de eletricidade para os outros setores, com a característica de que essas vendas são medidas em unidades físicas. A coluna representa as compras do setor de eletricidade aos outros setores com essas compras medidas em unidades monetárias. Assim, essa tabela expandida de insumo-produto apresentará fluxos econômicos expressos em unidades híbridas, ou seja, com algumas transações intersetoriais representadas em valores monetários e outras em unidades físicas. Considere a notação matricial em (1) re-escrita da seguinte forma: Z i2( n + 1) + Y = X (8) em que: Z Z L L Y X e e L L Z = ML MM, ey Y = e ex X = Z Z M Y M X ML MM M M e e ey ex Note-se que Z representa uma tabela de insumo-produto híbrida. As submatrizes Z LL e Z MM, referentes às transações setoriais intra-regionais, e as submatrizes Z LM e Z ML, referentes às transações setoriais inter-regionais, apresentam elementos medidos em unidades monetárias; por sua vez, os vetores linha e LL e e MM, referentes às transações setoriais intra-regionais de eletricidade, e os vetores linha e LM e e ML, referentes às transações setoriais inter-regionais de eletricidade, são medidos L M L M em unidades físicas. Os componentes Y, Y, X e X são vetores n 1 contendo as demandas L M finais e os produtos setoriais, respectivamente, nas regiões L e M. Por sua vez, os escalares e Y e e Y constituem as demandas finais e os escalares e L X e e M Y os produtos setoriais, de eletricidade em unidades físicas, respectivamente nas regiões L e M. Definindo ˆ X = diag( X ), é possível construir uma matriz híbrida de coeficientes de requerimento direto como: ˆ 1 A = Z ( X ) (9) o que, por sua vez, permite re-escrever (8) como: A X + Y = X Após breve manipulação algébrica, obtém-se: X = B Y (10) B = I A. É possível, então, construir uma matriz híbrida de coeficientes de requerimento líquido total como: R = B I em que I é a matriz identidade 2(n+1) 2(n+1). Neste trabalho, o interesse se centra na estrutura de dependência intra e inter-regional em termos do setor energético, de modo que o interesse é extrair tanto da matriz A como da matriz R em que ( ) 1 5/11

apenas as informações de requerimento relativas ao setor de eletricidade. É possível, então, calcular os requerimentos intra- e inter-regionais de eletricidade por setor conforme: a) requerimentos diretos de eletricidade: A n+ 1 π π Π = = ML MM (11) A2( n+ 1) π π b) requerimentos líquidos totais de eletricidade: R n+ 1 λ λ Λ = = ML MM (12) R2( n+ 1) λ λ c) requerimentos indiretos de eletricidade: ρ ρ Ρ = Λ Π = ML MM (13) ρ ρ Observe se que cada um dos elementos π, λ e ρ é um vetor 1 (n+1). Assim, as matrizes Π, Λ e Ρ provêm informações numéricas sobre a estrutura de dependência/interação direta, total e indireta, respectivamente, e de forma intra e inter-regional, existente entre os diversos setores econômicos com o setor de eletricidade em particular. 3. Bases de Dados Para a construção do modelo de IR IP em unidades híbridas, foram usados dados da matriz interregional de insumo-produto para a economia Pernambucana para o ano de 2004, construída por Haddad e Perobelli (2009), desagregada para 55 setores produtivos; dados de uso setorial de eletricidade disponível pela CELPE para 601 setores produtivos, dados não CELPE disponibilizados pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional CEDEPLAR (fonte EPE) e informações não CELPE disponíveis para o Brasil no Balanço Energético Nacional (MME, 2008). As bases de dados estavam desagregadas da seguinte forma: a) Matriz de Pernambuco restante do Brasil - 55 setores; b) Dados CELPE do consumo de energia elétrica - 601 setores; c) Dados do BEN (2008) CEDEPLAR do consumo de energia elétrica para o Brasil - 16 setores; e d) Dados CEDEPLAR do consumo de energia elétrica para o restante do Brasil - 32 setores. Como as bases de dados apresentaram uma agregação diferente, foi necessário fazer uma compatibilização setorial entre elas, o que levou no final a uma matriz com 33 setores 3. Após definidos os setores, o próximo passo consistiu na construção da parte híbrida. Para a construção do setor de eletricidade, inicialmente foi preciso desagregar o de energia elétrica, gás, água e esgoto e limpeza urbana. Para tanto, utilizou-se como informação básica a participação relativa de cada produto no valor total da produção do setor. Que posteriormente foram distribuídos entre os subsetores considerados (energia elétrica, gás, água e esgoto e limpeza urbana.). Em seguida, procedeu-se a uma nova agregação desses setores, gerando assim o setor S.I.U.P (setor 32) e o setor de eletricidade (33) em unidades monetárias. A agregação final adotada está apresentada no Anexo 3. Para a inserção das linhas híbridas, que descrevem em unidades físicas o total de vendas do setor de eletricidade para o próprio setor e para os demais setores, em Pernambuco e no restante do Brasil, foi realizada a substituição da linha do fluxo do setor de eletricidade em unidades monetárias para unidades físicas. Para tanto, o primeiro passo consistiu em transferir os valores em unidades monetárias do setor de eletricidade para o setor S.I.U.P 4. Esses ajustes foram necessários para garantir a consistência interna de totais por linha para a matriz em geral. 3 A compatibilização feita aqui entre a matriz de insumo-produto de Pernambuco e os dados da CELPE baseou se em procedimentos similares aos adotados por Perobelli, Mattos e Faria (2007). 4 Esse procedimento não inviabiliza os resultados, uma vez que não estamos alterando os valores da matriz, pois, a mesma continua balanceada. 6/11

Em seguida os valores em GWh, foram distribuídos de acordo com o total transacionando por cada região da matriz (transações intra e inter-regionais). Para Pernambuco utilizou-se os valores referentes às compras em unidades híbridas dos setores energéticos retirados da CELPE (2004) e para o restante do Brasil os dados não-celpe. Nas linhas híbridas da demanda final, utilizou-se os valores de consumo residencial, exportações, variação de estoque disponível no BEN (2008). Os gastos do governo foram definidos como zero para evitar dupla contagem, pois o valor em GWh referente ao gasto público já havia sido computado no setor público. Assim a demanda total pelo setor de eletricidade corresponde à soma de suas vendas inter-setoriais e para a demanda final dos mesmos. 4. Resultados O modelo de IR-IP, descrito na Seção 3, permite computar informações detalhadas sobre os interações econômicas entre PE e RB. Esta seção apresenta uma análise para o comportamento dos requerimentos líquidos totais de eletricidade (matriz Λ da equação 12), considerando a desagregação desses requerimentos em intra e inter-regionais. Deve ser observado que os requerimentos interregionais de eletricidade são considerados sob a ótica das vendas: isto é, o requerimento inter-regional de Pernambuco refere-se às vendas de eletricidade feitas por esse Estado ao restante do Brasil; por sua vez, o requerimento inter-regional do restante do Brasil refere-se às vendas de eletricidade feitas por essa região ao Estado de Pernambuco. Os gráficos usados nesta seção estão apresentados ao final. 4.1 Requerimentos líquidos totais Os requerimentos líquidos totais de eletricidade indicam o quanto o setor de eletricidade tem de fornecer para atender ao crescimento da produção global de todos os setores da economia induzido pelo aumento de R$ 1,00 na demanda final de um setor específico. Ou seja, o quanto cada setor de atividade induz de demanda direta (do próprio setor) e indireta (dos outros setores) sobre o setor de eletricidade. Esses requerimentos permitem, por exemplo, avaliar em que grau a produção de um setor de atividade dentro de PE impacta globalmente o consumo de eletricidade dentro (requerimento intraregional) e fora do Estado (requerimento inter-regional). Também permitem avaliar em que grau a produção de um setor de atividade no RB impacta globalmente o consumo de eletricidade dentro (requerimento inter-regional) e fora do Estado (requerimento intra-regional). Para proporcionar uma melhor compreensão da análise, os resultados desta seção estão apresentados graficamente. Os Gráficos 1 e 2 apresentam os requerimentos líquidos totais intra e inter-regionais para 32 setores de atividade. Esses requerimentos estão medidos em GWh/R$ milhão. No Gráfico 1, referente à Pernambuco, os requerimentos intra-regionais, ou seja, as vendas de eletricidade realizadas pelo setor elétrico nesse Estado aos demais setores do próprio Estado, indicam um montante destacado para os seguintes setores: Artigos de borracha e plástico (0,63); Cimento (0,34); Têxteis (0,21); Outras Indústrias (0,14); Outros da indústria extrativa (0,14); e Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos (0,71). Ainda no Gráfico 1, os requerimentos inter-regionais, isto é, as vendas de eletricidade pelo setor elétrico em Pernambuco aos demais setores no Restante do Brasil, por sua vez, apresentam patamares muito pequenos, com algum destaque aparecendo apenas para o setor de Metais não ferrosos e outras metalurgias (0,02) e Cimento (0,01). Isto reflete o fato de que Pernambuco vende uma quantidade muito pequena de eletricidade aos setores no Restante do Brasil. No caso dos requerimentos intra-regionais do restante do Brasil (Gráfico 2), os 7 setores abaixo se destacam por apresentar requerimentos intra-regionais acima da média (0,16 GWh): Metais não ferrosos e outras metalurgias (2,14); Cimento (0,54); Outros da indústria extrativa (0,44); Ferro e Aço (0,37); Têxteis (0,21); Papel e Celulose (0,19); e Outras Indústrias (0,18). 7/11

No gráfico 2, os requerimentos inter-regionais referem se aos requerimentos de eletricidade para atendimento à produção setorial em Pernambuco, logo indicam a pressão que esse estado exerce sobre o setor elétrico no Restante do Brasil. Aqui, as magnitudes dos requerimentos inter-regionais não são desprezíveis, havendo inclusive setores com requerimentos inter-regionais substanciais acima de 0,2 como é o caso de Papel e Celulose, Têxteis, Artigos de Borracha e Plástico, e Cimento. 4.2 Decomposição regional dos requerimentos líquidos Os Gráficos 3 e 4 apresentam a decomposição porcentual dos requerimentos líquidos totais em seus componentes intra e inter-regional. Em Pernambuco, os efeitos inter-regionais possuem um peso menos expressivo por setor do que no caso do restante do Brasil. Naquele Estado, o menor porcentual de requerimento inter-regional ocorre para os setores de Mineração e Pelotização (0,15%) e Artigos de borracha e plástico (0,16%) o maior, por sua vez, ocorre no setor de Metais não ferrosos e outras metalurgias (33%). No restante do Brasil, os porcentuais de efeitos inter-regionais variam de 1 %, para o setor de Ferro e Aço, até um máximo de 9%, para o setor de Outros equipamentos de transporte. Esse aspecto indica uma maior influência de Pernambuco sobre o Resto do Brasil do que vice versa. Observe se no gráfico 3 que o peso de Pernambuco medido pelos requerimentos inter regionais (em vermelho) é não desprezível em muitos setores e substancial em outros. Isto ganha em relevância se considerarmos que existem outros 26 estados da federação no Restante do Brasil. 5. Considerações finais Este artigo apresentou uma metodologia para analisar as interações econômicas entre o Estado de Pernambuco e o restante do Brasil e seus rebatimentos sobre o consumo de eletricidade. Para isso, foi construído um modelo inter-regional de insumo-produto com incorporação de um setor elétrico a partir de uma tabela híbrida de insumo-produto regional, onde as informações de vendas do setor de eletricidade aos demais setores foram registradas em unidades físicas (GWh) e não monetárias. Este modelo constitui um sub sistema de apoio à decisões estratégias do Sistema Celpe e resulta de um projeto de P&D realizado em parceria entre a CELPE e a FE/UFJF. A aplicação feita aqui permitiu identificar os setores mais relevantes para a demanda de eletricidade que incide sobre o setor elétrico de Pernambuco, seja proveniente de dentro ou de fora do estado. Essa identificação foi feita a partir dos coeficientes de requerimento de eletricidade intra- e inter-regionais calculados através do modelo. Dentro de Pernambuco, os setores Máquinas e Equipamentos Inclusive Manutenção e Reparos; Artigos de Borracha e Plástico; e Cimento foram os que mostraram maior peso na pressão intra regional total (i.e., direta e indireta) sobre o setor elétrico no estado. Fora de Pernambuco, mas pressionando o setor elétrico do estado, os setores que mostraram maior peso foram os Metais Não Ferrosos + Outras Metalurgias e Cimento, muito embora os requerimentos (inter regionais) desses setores tenham se mostrado bem menores do que os dos setores importantes dentro do estado. Dessa forma, a metodologia proporcionou informações relevantes para subsidiar a gestão e o planejamento voltados para garantir o suprimento adequado de eletricidade. Do ponto de vista da gestão (curto e médio prazos) do suprimento de eletricidade em Pernambuco, os resultados indicam que um acompanhamento cuidadoso do comportamento conjuntural daquele conjunto destacado de setores (dentro e fora do estado), estudando as perspectivas de sua evolução futura, é relevante para subsidiar as escolhas de ações estratégicas de expansão da oferta do sistema. Do ponto de vista do planejamento a longo prazo do fornecimento de eletricidade em Pernambuco, o desenho de políticas setoriais e de estratégias de negociação de recursos e ações com o governo federal podem se beneficiar de maior conhecimento sobre a estrutura setorial das pressões de demanda incidentes sobre o setor de eletricidade no estado. 8/11

Apesar de a metodologia ter permitido traçar um retrato relativamente refinado das interações energéticas, do ponto de vista do consumo de eletricidade, entre Pernambuco e o restante do Brasil, uma vez que foram analisados 32 setores de atividade em duas regiões espaciais, é possível avançar bastante com ela em termos de detalhamentos e desagregações. Isso abre interessantes perspectivas para estudos futuros. Por exemplo, é possível incorporar-se um maior número de regiões/estados no modelo inter-regional, o que permitiria mapear em mais detalhe a região formada pelo restante do Brasil. Isto, por sua vez, tornaria possível identificar com maior precisão as origens espaciais das pressões de demanda exercidas sobre o setor de Pernambuco em particular. Além disso, esses esforços de pesquisa podem ser frutíferos em trazer informações mais relevantes tanto para os planejadores regionais/estaduais como para o próprio planejador nacional. Os ganhos decorrentes serão subsídios de informação para uma gestão mais eficiente do suprimento de eletricidade pela sociedade. Referências GOWDY, J. M.; MILLER, J. L. Technological and demand change in energy use: an input-output analysis. Environment and Planning A, v. 19, n.10, 1987, p. 1387-1398. GUILHOTO, J.J.M. Análise de Insumo-Produto: Teoria e Fundamentos. 2004. Apostila FEA/USP. São Paulo, SP. 2004 HAWDON, D.; PEARSON, P. Input-output simulations of energy, environment, economy interactions in the UK. Energy Economics, v.17, n. 1, 1995 p. 73-86. HILGEMBERG, E. M. Quantificação e efeitos econômicos do controle de emissões de co2 decorrentes do uso de gás natural, álcool e derivados de petróleo no Brasil: um modelo inter-regional de insumo-produto. Tese (Doutorado em Economia Aplicada), apresentada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / USP, 2004. ISARD, W. et al. Methods of interregional and regional analysis. New York, Ashgate, 1998. MILLER, R. E.; BLAIR, P. D. Input-output analysis: foundations and extensions. New Jersey, Prentice Hall, 1985. Ministério das Minas e Energia MME. Balanço Energético Nacional 2008. Disponível em: <http://www.mme.gov.br>. PEROBELLI, F. S. Análise espacial das interações econômicas entre os estados brasileiros. Tese de Doutorado em Economia Aplicada IPE, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. PEROBELLI, F.S.; HADDAD, E.A. Matriz Inter-regional de Insumo-Produto Pernambuco e Restante do Brasil construída a partir das Contas Nacionais. Juiz de Fora, 2009. PEROBELLI, F. S.; MATTOS, R. S.; FARIA W. R. Interações energéticas entre o Estado de Minas Gerais e o restante do Brasil: uma análise inter-regional de insumo-produto. Economia Aplicada, v.11, n.1, p. 113 130. São Paulo, 2007. RODRIGUES, R. L.; PARRÉ, J. L.; MORETTO, A. C.; ALVES, A. F. Transformações na estrutura produtiva da economia paranaense nos anos 80 e 90. Economia Aplicada, v. 11, n. 1, p. 73-93. São Paulo, 2007. VIEIRA, W. C. Uma análise dos efeitos econômicos de estratégias de promoção de exportações. Análise Econômica, n. 14, p. 52-62. Rio Grande do Sul, 1996. 9/11

Gráfico 1 - Requerimento total líquido de eletricidade de Pernambuco (GWh/R$ milhão) Agropecuária Mineração e Pelotização Minerais não Metálicos Outros da indústria extrativa Ferro e Aço Metais não ferrosos e outras metalurgias Papel e Celulose Química Alimentos e Bebidas Produtos do fumo Têxteis Artigos do vestuário e acessórios Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque e Álcool Artigos de borracha e plástico Cimento Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos Máquinas para escritório e equipamentos de informática Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Material eletrônico e equipamentos de comunicações Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico Automóveis, camionetes e utilitários Outros equipamentos de transporte Construção Outras Indústrias Comércio e Serviços Transporte Serviços Públicos Eletricidade 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 Inter Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa. Nota: Requerimentos inter regionais referem se à demanda de eletricidade do Restante do Brasil atendida pelo setor elétrico em Pernambuco. Gráfico 2 Requerimento total líquido de eletricidade do restante do Brasil (GWh/R$ milhão) Agropecuária Mineração e Pelotização Minerais não Metálicos Outros da indústria extrativa Ferro e Aço Metais não ferrosos e outras metalurgias Papel e Celulose Química Alimentos e Bebidas Produtos do fumo Têxteis Artigos do vestuário e acessórios Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque e Álcool Artigos de borracha e plástico Cimento Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos Máquinas para escritório e equipamentos de informática Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Material eletrônico e equipamentos de comunicações Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico Automóveis, camionetes e utilitários Outros equipamentos de transporte Construção Outras Indústrias Comércio e Serviços Transporte Serviços Públicos Eletricidade 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00 2,20 2,40 Inter Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa. Nota: Requerimentos inter regionais referem se à demanda de eletricidade de Pernambuco atendida pelo setor elétrico do Restante do Brasil 10/11

Gráfico 3 Participação intra e inter-regional no requerimento líquido total de eletricidade em Pernambuco Agropecuária Mineração e Pelotização Minerais não Metálicos Outros da indústria extrativa Ferro e Aço Metais não ferrosos e outras metalurgias Papel e Celulose Química Alimentos e Bebidas Produtos do fumo Têxteis Artigos do vestuário e acessórios Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque e Álcool Artigos de borracha e plástico Cimento Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos Máquinas para escritório e equipamentos de informática Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Material eletrônico e equipamentos de comunicações Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico Automóveis, camionetes e utilitários Outros equipamentos de transporte Construção Outras Indústrias Comércio e Serviços Transporte Serviços Públicos Eletricidade 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Inter Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa. Gráfico 4 Participação intra e inter-regional no requerimento líquido total de eletricidade no restante do Brasil Agropecuária Mineração e Pelotização Minerais não Metálicos Outros da indústria extrativa Ferro e Aço Metais não ferrosos e outras metalurgias Papel e Celulose Química Alimentos e Bebidas Produtos do fumo Têxteis Artigos do vestuário e acessórios Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque e Álcool Artigos de borracha e plástico Cimento Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos Máquinas para escritório e equipamentos de informática Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Material eletrônico e equipamentos de comunicações Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico Automóveis, camionetes e utilitários Outros equipamentos de transporte Construção Outras Indústrias Comércio e Serviços Transporte Serviços Públicos Eletricidade 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Inter Fonte: Elaboração própria a partir dos resultados da pesquisa. 11/11