Síntese do Livro dos Médiuns Segunda Parte Das Manifestações Espíritas. Centro Virtual de Divulgação e Ensino do Espiritismo

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ANEXO 1. Tem nos bens materiais e no sucesso profissional sua motivação principal e não pensa em ajudar os outros.

Transcrição:

1 Síntese do Livro dos Médiuns Segunda Parte Das Manifestações Espíritas Centro Virtual de Divulgação e Ensino do Espiritismo Capítulo 27 - Das Contradições e das Mistificações QUESTÕES 1) O que nos leva, muitas vezes, ao equívoco quando nos referimos aos fenômenos espíritas? Resp. Isso é resultante das nossas ideias cultivadas nos tempos de ignorância; muitas vezes nem pensamos no que dizemos, não refletimos antes de concluir sobre este ou aquele fenômeno. Afastar deles [dos espíritos] a aura de misticismo e onisciência, e, de fato, compreender que os espíritos são as almas dos homens, porém sem o revestimento da carne. Portanto, assim como os homens, possuem preconceitos e vícios morais diversos; não são infalíveis, e muitos estão mais distantes da verdade que os encarnados. 2) Por que não há uma concordância geral entre os espíritos no que concerne aos preceitos básicos da Doutrina? Resp. Os espíritos são as almas dos homens que vão e voltam de um mundo a outro (material e espiritual), portanto o que eles sabem tanto num quanto em outro estado é o mesmo que sua intelectualidade já alcançou. Assim, é comum a divergência de entendimento e de compreensão sobre temas que ainda se conhece pouco. Com a evolução e o estudo sério as opiniões irão se aproximar da verdade. 3) Que analogia podemos fazer entre as contradições humanas e espirituais? Resp. Numa "fé raciocinada" é natural que haja divergências, já que os homens não são iguais em termos morais evolutivos, estejam encarnados ou não. Somente a fé cega e o dogmatismo enfileiram todas as "verdades" numa mesma direção, sem questionamentos. 4) Qual é o papel do Espiritismo no que tange a essa distinção? Resp. O estudo do Espiritismo e sua sincera reflexão capacita o homem a julgar com maior clareza as comunicações espirituais. Ou seja, a não aceitar cegamente tudo o que parte do mundo espiritual, pois se passa a compreender que entre os espíritos há muitos ignorantes, mal intencionados, orgulhosos e sistemáticos. Disso tudo, começa-se a encarar a espiritualidade de um ponto de vista racional e lógico, afastado da crença cega que a tantos anos tem envolvido a humanidade. 5) Como minimizar as contradições de interpretação entre espíritos e médiuns? Resp. Buscando o fundo da mensagem, ou seja, deixando a forma de lado, o que sobra? O teor da comunicação. Esse é que deve ser avaliado e entendido. "Estudai, comparai, aprofundai. Incessantemente vos dizemos que o conhecimento da verdade só a esse preço se obtém". 6) Como se pode explicar que: "As respostas, (...) embora diferentes, seriam fundamentalmente idênticas."? Resp. As respostas dos espíritos se adequam ao médium, isto é, as respostas são dadas conforme a crença, a cultura e o adiantamento intelectual de quem recebe a mensagem, para que seja aceita primeiramente, e depois ser estudada, esmiuçada - assim o fundo, a verdade, não difere de uma para outra comunicação; porém, "Para se discernir do erro a verdade, preciso se faz que as respostas sejam aprofundadas e meditadas longa e seriamente. E um estudo completo a fazer-se. Para isso, é necessário tempo, como para estudar todas as coisas".

2 7) Como se pode avaliar uma comunicação que venha de lugares diferentes por médiuns diferentes e parecem se contradizer? Resp. Pelo teor, como dissemos acima; sempre há que se fazer um estudo minucioso do fundo e não da forma - da mesma forma que fazemos com as parábolas e as alegorias utilizadas por Jesus: interpretando seu teor, sua forma, procuramos captar a verdade por traz das palavras. 8) Como explicar essa afirmação: "... não é a resposta que é contraditória, mas a maneira por que é dada"? Resp. Abandonando a ideia da forma, procurando o significado do não dito, ou melhor, do dito de modos diferentes, chegamos à verdade, que deve ser a mesma apesar das formas diferentes de se dizer tal conceito. "Longe, porém, não está o dia em que o ensino dos Espíritos será por toda parte uniforme, assim nas minúcias, como nos pontos principais. A missão deles é destruir o erro, mas isso não se pode efetuar senão gradativamente." 9) O que faz com que uma doutrina afirme que somente Deus ou Jesus poderia se comunicar? Resp. O desejo de ser única na crença das pessoas, pois tudo o que ela ensina, provindo de Deus ou Jesus, não pode ser posto em cheque já que são seres infalíveis - no caso de se admitir a comunicação entre outros espíritos, alguns dogmas podem ser questionados e até rejeitados, o que não é o que deseja um mistificador em conluio com encarnados dispostos a orgulhosamente se colocarem como donos da verdade, por exemplo. 10) O Espírito Verdade nos ensina que "(...) o Espiritismo tem de mais belo e de mais consolador: as relações do mundo visível com o mundo invisível" - porque este é um aspecto consolador? Resp. Porque vem nos mostrar que nossos afetos, aqueles a quem a amamos, não morrem e estão ainda ao alcance do nosso amor - isso nos consola e conforta, tornando a saudade amena e saudável. É essa esperança no futuro o que nos mantém na luta das vicissitudes da vida. 11) Como é possível que, apesar de desencarnar e reencarnar inúmeras vezes, ainda há espíritos (encarnados e desencarnados) que dizem não haver reencarnação? Resp. São espíritos (encarnados ou desencarnados) ainda bastante presos ao presente material - não se preocupam com o futuro e nem refletem sobre as questões que afligem a maioria das pessoas - de onde se vem, para onde se vai etc. Manoel Philomeno, na sua série, cita assombrado a quantidade de espíritos na erraticidade por longos anos, mas que desconhecem totalmente as paisagens espirituais. Conservam os mesmos preconceitos religiosos, negam a reencarnação e a comunicação com a vida material - são as almas "cegas". 12) Isso depende ou não do grau de evolução moral do espírito? Explique. Resp. Depende. Quanto mais evoluído nas questões morais são os espíritos melhor compreenderão e aceitarão as coisas da vida de reencarnação; se ainda atrasados moralmente, mesmo que com altos conhecimentos intelectuais, o espírito pode permanecer nessa ignorância que poderíamos chamar de zona de conforto. 13) Como o erro nos pode ser útil? Resp. Como experiência - se formos capazes de ver que em tudo, principalmente os erros, há o ensinamento que está intrínseco. Porém, o erro não é garantia de progresso, pois muitos são os espíritos que se apegam a ele, dando vazão, ainda que temporária, às paixões. Ora, ainda não enxergaram o contraste, ou nas palavras de Jesus, ainda não escolheram a boa parte.

14) Por que dizem os espíritos que as mistificações são os inconvenientes que melhor podemos evitar? Resp. Porque depende de nós exclusivamente. É do nosso conhecimento, do estudo, da nossa vigilância (orar e vigiar), que resultarão "armas" contra as mistificações que também têm seu lado útil - como tudo enfim. Segundo Emmanuel, em "Consolador", "A mistificação experimentada por um médium traz, sempre, uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do amor-próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo. Os fatos de mistificação não ocorrem à revelia dos seus mentores mais elevados, que, somente assim, o conduzem à vigilância precisa e às realizações da humildade e da prudência no seu mundo subjetivo". 15) Assim, como podemos evitar? Resp. Sendo racionais e lógicos - tudo medindo por esses critérios aliados à fé, estaremos mais seguros - sendo necessário apenas orar e vigiar, principalmente vigiar. 3 Capítulo 28 - Do Charlatanismo e do Embuste QUESTÕES 1) Por que o fato de um médium pretender ter ganho financeiro com sua faculdade não é garantia de má fé, de embuste? Resp. Porque a faculdade pode ser verdadeira, apesar do caráter duvidoso do seu exercício. Adenáuer Novaes, em Psicologia e Mediunidade, também concorda que: "A mediunidade utilizada com fins financeiros ou com o intuito de prejudicar pessoas em práticas religiosas ou não, não sofre alteração quanto à sua existência no indivíduo. Tais práticas, porém, interferem na evolução espiritual de quem assim age e geram vínculos de qualidade inferior. O uso da mediunidade, qualquer que seja a finalidade, embora contribua para seu desenvolvimento, poderá trazer consequências negativas à vida futura do médium, a depender de seus objetivos". 2) Que consequências isso traria? Resp. Traria o assédio dos espíritos afins com os objetivos do médium - ou seja, a qualidade do assédio está diretamente em concordância com a qualidade moral do médium é do uso/objetivo que ele faz de sua faculdade. 3) Por que se pode dizer que os médiuns de efeitos físicos estão excluídos dessa categoria? Resp. Por que para eles é mais difícil o acesso dos maus médiuns por estarem subordinados aos espíritos superiores - se poderia dizer que sua faculdade é "controlada" pelos espíritos do bem, embora maus médiuns possam fazer uso dela, pois que existem maus médiuns em todas as categorias, mas eles logo seriam punidos com a falta ou suspensão da mediunidade de efeitos físicos, sem falar que os espíritos, atrasados ou não, não gostam de se sujeitar ao mando dos médiuns. 4) No que se constitui "o mais puro desinteresse"? Resp. Desinteresse nesse caso significa não querer levar nenhuma vantagem tanto material quanto moral - fazer o bem pelo bem, simplesmente. Significa que o ato desinteressado é realizado sem nenhuma intenção de obter algo em troca. A pessoa desinteressada não busca qualquer tipo de vantagem para si. Nem vantagens materiais concretas, como a financeira, por exemplo, nem a social, como a fama, a consideração pública, postos ou cargos importantes, afeto, aumento de poder e autoridade, nem vantagens morais do tipo "vou fazer o bem para também receber o bem". Os espíritos se referem à prática do bem sem qualquer intenção de

ganho; quando dizem que não devemos praticar o bem com intenção oculta ou com segundas intenções estão afirmando que o bem verdadeiro é totalmente desinteressado. Para ilustrar, uma história que conta que um empresário muito rico ao visitar as obras beneficentes de Tereza de Calcutá, vendo a quantidade enorme de pessoas amontoadas, com mau cheiro devido às doenças que as acometiam e as dificuldades que enfrentavam, exclamou apavorado que por maior que fosse a quantia que lhe oferecessem, não faria o trabalho de cuidar daquelas pessoas, ao que Tereza replicou: eu também não! 5) Como deve proceder um médium que precisa ganhar dinheiro para sobreviver? Resp. Deve procurar um trabalho qualquer remunerado e adaptar seu trabalho mediúnico aos seus horários de folga, pois a mediunidade não é profissão e disciplina também é aprendizado. 6) Ao dizer que a: "possibilidade de haver médiuns interesseiros, se bem que honrados e conscienciosos, porquanto há gente honesta em todos os ofícios" o codificador afirma que em alguns casos é lícito ganhar-se dinheiro com os frutos da mediunidade? Quando? Por quê? Resp. Não. O que ele diz é que há médiuns equivocados - pessoas honestas e de boa fé que desconhecem o ilícito da ação por falta de estudo, orientação, etc. Por atividade mediúnica remunerada poderia citar-se a psicografia de livros, por exemplo, mas o dinheiro arrecadado nunca deve servir à causa particular do médium - se for utilizado para sustentar um orfanato, por exemplo, terá um duplo mérito: a divulgação da DE e a caridade. 7) Em que situação estão os sonâmbulos que "que empregam sua faculdade de modo lucrativo"? Resp. Sabe-se que nem todo sonâmbulo é considerado médium, pois que essa faculdade caracteriza-se pela mediação entre espíritos e encarnados. Isso posto, se é médium, suas obrigações e compromissos são os mesmos de qualquer médium; se não é médium, pode usar as faculdades como quiser que a responsabilidade é exclusivamente sua. 8) Enfim, o que caracteriza o embuste? Isso significa que nenhum espírito se comunica nas situações de exploração por parte do médium? Resp. Sim, espíritos atrasados que se afinizam com o médium interesseiro podem comunicar-se através dele. O embuste é a enganação quando, por exemplo, um espírito mau ou atrasado se diz ou finge ser um espírito bom com o único intuito de enganar as pessoas. O embuste também se caracteriza pelo médium (ou não médium), já sem sua faculdade, finge ainda possuí-la com a mesma pretensão de iludir. Para pensar: Quando um médium resolve transformar suas faculdades em fonte de renda material, será melhor esquecer suas possibilidades psíquicas e não se aventurar pelo terreno delicado dos estudos espirituais. A remuneração financeira, no trato das questões profundas da alma, estabelece um comércio criminoso, do qual o médium deverá esperar no futuro os resgates mais dolorosos. A mediunidade não é oficio do mundo, e os Espíritos esclarecidos, na verdade e no bem, conhecem, mais que os seus irmãos da carne, as necessidades dos seus intermediários. (O Consolador, Emmanuel) 9) Qual a principal garantia contra a fraude? Resp. O uso do bom senso: "(...) a fraude sempre visa a um fim, a um interesse material qualquer; onde nada haja a ganhar, nenhum interesse há em enganar. Por isso foi que dissemos, falando dos médiuns mercenários, que a melhor de todas as garantias é o desinteresse absoluto". 4

5 10) O que, principalmente nas manifestações físicas, é conveniente observar para não ser enganado? Resp. O caráter de improvisação, do imprevisto, e o teor dos resultados obtidos. O conhecimento do Espiritismo é a melhor defesa contra a fraude. Participando das Escolas de Educação Mediúnica, o aluno é conscientizado acerca do processo dos fenômenos mediúnicos. Como bem observa o codificador: "Em tudo, as pessoas mais facilmente enganáveis são as que não pertencem ao ofício. O mesmo se dá com o Espiritismo. As que não o conhecem se deixam facilmente iludir pelas aparências, ao passo que um prévio e atento estudo, não só das causas dos fenômenos, mas também das condições normais em que eles podem ser produzidos, as inicia no assunto e lhes fornece, assim, os meios de reconhecer a fraude, se ela existir". 11) Como o Espiritismo pode nos ajudar particularmente nesse caso das fraudes? Resp. Orientando-nos que a melhor garantia contra a fraude é a moralidade, o estudo e o desinteresse de qualquer coisa material por parte do médium. 12) Por que "Só os pensamentos expressos, quer venham de um médium mecânico, quer de um intuitivo, audiente, falante ou vidente, afastam todas as dúvidas"? Resp. Porque os pensamentos expressam o teor, o fundo, da mensagem, assim como o caráter de quem a envia. "Ora, sabendo que o bem é expansão da luz e que o mal é condensação da sombra, quando nos transviamos na crueldade para com os outros, nossos pensamentos, ondas de energia sutil, de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, agem e reagem sobre si mesmos, em circuito fechado, e trazem-nos, assim, de volta, as sensações desagradáveis, hauridas ao contato de nossas obras infelizes. Estudamos três tipos de almas que deixaram na existência última somente quadros tristes e lamentáveis, nos quais não dispõem de atenuantes que lhes empalideçam as faltas indiscutíveis" (André Luiz, Livro Ação e Reação). 13) Como o Espiritismo nos esclarece no caso das fraudes? Resp. Orientando-nos para a busca da verdade na observação dos fatos, das palavras ditas e não ditas - por isso é que o conhecimento liberta. E, como bem diz Emmanuel, em Roteiro, "Desvendando conhecimentos novos à Humanidade, o Espiritismo incorpora ao nosso patrimônio mental valiosas informações sobre a vida imperecível, indicando a nossa posição de espíritos imortais em temporário aprendizado, nas classes da raça, da nação e do grupo consanguíneo a que transitoriamente pertencemos na Terra".