Instituição Beneficente A Luz Divina Grupo da Fraternidade. OBSESSÃO O Livro dos Médiuns capítulo XXIII. Maria Gabrinha 03 / 08 / 2018

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1 Instituição Beneficente A Luz Divina Grupo da Fraternidade OBSESSÃO O Livro dos Médiuns capítulo XXIII Maria Gabrinha 03 / 08 / 2018 Escolhemos o assunto sobre Obsessão que está em O Livro dos Médiuns, capítulo XXIII. Para nossa reflexão, vamos falar sobre um caso descrito do livro Tormentos da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, na psicografia de Divaldo Franco. O tema Obsessão é muito atual. O momento em que vivemos é bastante delicado e difícil e percebemos a questão da obsessão que permeia em todos os ambientes e locais e é bastante preocupante. Também no meio espírita é preocupante, porque vivemos neste momento em um mundo de relação tão difícil, e ao mesmo tempo, tão importante para o nosso processo evolutivo. Mas, para falar de Obsessão, precisamos também falar de mediunidade e de médiuns. Não dá para falar de Obsessão sem tocar nesse assunto. Vamos apenas fazer pequenas considerações sobre mediunidade. Inicialmente, Kardec diz que médium é todo aquele que sente, em algum grau, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e não constitui, portanto, um privilégio. A pessoa faz uma programação de reencarnação para desenvolver certas tarefas mediúnicas. Então, quando Kardec fala em privilégio, acreditamos que ele esteja falando daquelas mediunidades mais ostensivas, que ocorrem dentro da casa espírita. André Luiz, na obra Nos Domínios da Mediunidade nos ensina que a mediunidade é um dom inerente a todos os seres, como a 1

2 faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza, tal qual, fala Allan Kardec. Então, já vimos que a mediunidade é uma faculdade neutra. Ela é uma possibilidade de evolução que Deus concede ao homem. Emmanuel, no prefácio da obra Mediunidade e Sintonia, diz que mediunidade é força mental, é pensamento, é criação, talento criativo da alma, capacidade de comunicação e de interpretação do Espírito, imã do próprio ser, sintonia e acordo mútuo. Vemos que a mediunidade sempre existiu desde que o homem existe, mas, coube a Allan Kardec fazer e nos deixar esse estudo maravilhoso, catalogando, classificando, colocando para nós os riscos do exercício da mediunidade e como praticá-la com segurança, tendo como base o Evangelho de Jesus, tirando a mediunidade daquelas frivolidades que o ser humano buscava com sua prática para ganhar a vida. Allan Kardec fez toda demonstração científica dos fenômenos, mostrando ao homem que a mediunidade está a serviço da evolução dele próprio e da humanidade. É um compromisso grave que o indivíduo responderá pelo uso que dela fizer. Quem são os médiuns? - Somos nós, espíritos em evolução, ainda imperfeitos e que muitas vezes fazemos uma programação de encarnação para evoluir e pedimos certas tarefas, geralmente, espíritas. Estamos reencarnados para aprender, mas, como diz Kardec, não é privilégio, que alguém tenha uma mediunidade de forma mais ostensiva, em uma encarnação, por causa da sua programação. A reencarnação é uma tarefa e os nossos irmãos detentores dessas faculdades sofrem os reflexos porque as pessoas ficam mais sensíveis, mais suscetíveis às informações e a tudo que permeia o meio. Vivemos em um planeta de provas e expiações e a maioria dos Espíritos que aqui habitam ainda é muito imperfeita. Então, como ocorre a obsessão, como é que se instala um processo obsessivo? 2

3 Allan Kardec nos informa que a obsessão se caracteriza pelo domínio que alguns Espíritos adquirem sobre certas pessoas e, naturalmente, são sempre Espíritos imperfeitos, profundamente imperfeitos, porque são Espíritos maus. Os Espíritos bons não constrangem a ninguém. Eles orientam e acodem. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender. Emmanuel nos diz que toda a obsessão começa em nossos pensamentos. Recebemos um pensamento alheio que nos visita de forma oculta. Se houver receptividade esse pensamento que nos foi dirigido, torna-se firme, insistente, e depois ele já se torna um painel, digamos, vigoroso na nossa mente que depois é difícil de desembaraçar. Allan Kardec coloca em O Livro dos Espíritos que se enganam quem imagina que somente quem possui certas faculdades, de forma mais ostensiva, é que está sujeito a obsessão. Não. Qualquer pessoa está sujeita desde que nos seus pensamentos tenha o péssimo hábito da maledicência. Ela desenvolve um processo obsessivo e talvez nem saiba da existência dos Espíritos, da imortalidade da alma, mas, ela vai ser obsedada, assim mesmo, porque os pensamentos dela vão sintonizar com o que é ruim. André Luiz nos diz: Você pode alçar às esferas superiores com a sua mediunidade ou às esferas inferiores. Kardec nos alerta sobre essas questões que envolvem a nossa mediunidade e de acordo com o grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produzem é que se estabelecem as diferenças entre as mediunidades. Kardec classificou as principais e disse que não eram todas: as obsessões simples, a fascinação e a subjugação. Toda obsessão é grave, inclusive a simples que, às vezes, a pessoa pode achar que por ser simples, não é grave. Ledo engano. Às vezes, de forma sutil, imperceptível, ela pode desviar uma pessoa da tarefa que essa pessoa se propôs realizar nesta encarnação. 3

4 Muitas vezes, começa quando a pessoa jovem diz: Agora eu preciso viver ; depois diz: eu preciso estudar; eu preciso trabalhar ; depois se casa e diz: eu preciso cuidar da família... e vai sempre adiando, vai sempre alegando, depois, sempre depois. Toda obsessão é grave. Os tratamentos diferem entre os tipos de obsessão. O tratamento de uma obsessão simples é mais fácil. A fascinação é profundamente difícil, porque o fascinado não acredita que ele é enganado. É uma modalidade de obsessão muito recorrente no meio espírita, como revela o livro Tormentos da Obsessão. Esse assunto já foi tratado no primeiro semestre deste ano, mas estamos voltando ao assunto, porque ele é bastante grave para nós médiuns e devemos estar bastante atentos. Mas Kardec avisa que por nossa vontade, pelo nosso livre arbítrio e pelo discernimento que temos do bem e do mal, podemos sempre nos opor à influência desses Espíritos maus. Como exemplo, trouxe o caso do Leôncio que é narrado por ele mesmo para o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, lá no Hospital Esperança, que é dirigido pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo, e que atende e socorre a maioria dos espíritas que faliu na sua missão mediúnica, enquanto encarnado. É um caso interessante porque Leôncio conta que nasceu em um lar cheio de amor e pais católicos. Ele conheceu os seus deveres e teve oportunidade de estudar e estudou Filosofia. Conheceu a Doutrina Espírita, se encantou, se tornou um estudioso do Espiritismo. Ele falava e escrevia muito bem. Casou-se com uma pessoa excelente que o ajudou nessa missão. Porém, a vaidade intelectual tomou-lhe os sentimentos. Soberbo e egoísta deixou-se fascinar pela absurda ideia de que lhe cabia a missão de preservar a memória de Allan Kardec. Então, lamentavelmente, ele relata isso para ser escrito e ser trazido para nós, porque é melhor aprendermos com os erros dos outros do que ter que viver os próprios erros para aprender. Estamos tendo essas lições exatamente para isso. 4

5 Alberto, o Espírito que acompanhava Manoel Philomeno de Miranda, pergunta como pode alguém com todo esse conhecimento, que conheceu o amor, que conheceu o equilíbrio, incorrer assim em uma situação tão difícil, afastando-se da Doutrina Espírita? O homem fascinado, somente quando desencarna é que ele vai se tocar que realmente era fascinado, porque enquanto encarnado não acreditava na sua fascinação. Vai descobrir isso quando seus desafetos o esperam na Espiritualidade para subjugá-lo. É uma coisa muito triste. Com este caso, gostaria de fazer uma reflexão: Como fazer diante do que já foi colocado nesta mensagem, sobre o exercício da nossa mediunidade no Centro Espírita? Em primeiro lugar, somos médiuns 24 horas por dia, 365 dias no ano. Quando dormimos, podemos ser influenciados. Então, realmente, temos que tomar consciência e expandir a nossa alma para essa questão da nossa imortalidade, e procurar buscar as Esferas Superiores. A prevenção é a melhor coisa e olhar para dentro de si próprio. É um conhece-te a ti mesmo. Achamos que as lições, geralmente, nunca são para nós, são sempre para os outros. Estamos sempre olhando, mas tem que ser o inverso. Temos que olhar para dentro de nós e fazer calar interiormente as tentativas de pronunciamento das nossas mazelas, porque sabemos que elas estão em nós e que somos ainda espíritos imperfeitos. A todo o momento, elas querem se manifestar. Temos que calar as mazelas. Quando vem um pensamento ruim, coloquemos um pensamento bom. Possuímos o livrearbítrio e temos o discernimento do que é certo e do que é errado. Realmente, essa questão de vir para o trabalho no Centro Espírita, lembrar que aqui é o trabalho de Jesus e nós somos, apenas, os seus instrumentos. Temos que nos preocupar em fazer o bem e confiar, sinceramente, com todas as forças da nossa alma, em Deus, na bondade Divina, que seremos sempre amparados. Ter apreço à instrução, estudar, orar e meditar. Tudo isso podemos fazer e é tarefa difícil, luta diária e é para toda a vida. 5

6 Quando Allan Kardec fala dos Bons Espíritas, item 4, do capítulo 17, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, ele termina com a célebre frase: Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações. Kardec não disse que temos que dominar muitos livros, temos que estudar, temos que ter uma atividade intelectual. Não! O que importa é o esforço de cada um para empreender a sua transformação moral, que é a finalidade da Doutrina Espírita: colaborar e apontar caminhos para transformação do homem. Outra questão é refletir sobre o valor do pensamento, porque vimos que o processo obsessivo começa com o pensamento. A questão da autodisciplina, no que tange a tarefa mediúnica, é muito importante. Emmanuel, no livro Mediunidade e Sintonia, faz uma colocação interessante, dizendo o seguinte: Às vezes, temos essa questão do orgulho, de achar que a nossa tarefa mediúnica é muito importante. Ele diz que a tarefa mediúnica é a dedicação do medianeiro na prática do bem. O fenômeno, dentro da tarefa, surge em último lugar, porque antes de tudo representa a caridade operante, fé ativa e devotamento ao próximo, até porque o médium é um instrumento e não o autor do fenômeno. Podemos, então, tirar uma conclusão do que falamos quando trabalhamos mediunicamente no Centro Espírita e o fazemos com certa eficiência. Estamos fazendo a caridade para nós mesmos, porque aprendemos na Lei de Causa e Efeito que a prática do bem ajuda anular as nossas mazelas e os nossos erros. Na realidade, ainda estamos trabalhando para nós mesmos e essa é a questão que, às vezes, comentamos porque todos nós temos obsessores, sejam eles encarnados ou desencarnados. Não importa. O problema não é ter obsessores. O problema é não ser obsessor de ninguém. Já vimos que temos os recursos da oração e da meditação. Jesus nos ensinou na oração: Não nos deixe cair em tentação e livra-nos de todo o mal. Livra-nos, Senhor, do nosso mal. Devemos buscar, permanentemente, nos percebemos e sermos médiuns do bem. 6

7 Maria Gabrinha Palestra proferida em 03 de agosto de 2018, na Reunião do Grupo da Fraternidade, na Instituição Beneficente A Luz Divina. Bibliografia: O Livro dos Médiuns Capítulo 23, de Allan Kardec Revista Espírita de 1858 Tormentos da Obsessão Manoel Philomeno de Miranda/ /Divaldo P. Franco Mediunidade e Sintonia Emmanuel/Francisco Cândido Xavier 7